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UCA - O conto e o curta-metragem

 

16/08/2011

Autor y Coautor(es)
Rodrigo Santos de Oliveira
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Professor Dr. Luiz Prazeres

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Linguagem escrita: leitura e produção de textos
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

 

  • Associar a precisão narrativa e concisão temática que estão presentes em narrativas breves (o conto e o curta-metragem).
  •  Identificar os elementos de estruturação e progressão narrativa do gênero conto.
  •  Comparar e analisar a distinção de linguagem, abordagem narrativa e efeitos de ressignificação de um texto literário adaptado para um suporte cinematográfico.
  •  Converter a narrativa de um curta-metragem apresentada de forma invertida, para as modalidades: narração, resumo e sinopse.
  •  Produzir um curta-metragem tendo como base uma fotografia e um conto construído em sala de aula.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Deve-se apresentar aos alunos a origem do gênero conto, a qual é datada desde as narrativas orais, mitos, lendas, contos de fadas e outras narrativas orais. É válido também abordar as diversas modalidades de contos: mistério, policial, humor, intimista, filosófico, metalinguístico, entre outros. Além de sistematizar características peculiares desse gênero, como a concisão, a precisão temática, o uso de efeitos de suspensão descritiva presente, sobretudo, no desfecho, bem como a recorrência de hibridismos textuais (conto e teatro, conto e notícia, conto e crônica, entre outros).

 Breve panorama sobre a história do conto:

http://www.portalgeobrasil.org/colab/artigos/contohistoriaeteoria.pdf

 O professor também pode perguntar aos alunos se os pais tinham o hábito de ler histórias, quais eram essas narrativas? De que tratava o tema? Pode ser discutido o porquê do dito popular “quem conta um conto aumenta um ponto” estar relacionado à memória e à invenção, elementos que adulteram a progressão linear do ato de se contar algo.

Estratégias e recursos da aula

 

 

Etapa 1- Conto: concisão, suspensão, indefinição e adaptação fílmica

 Antes de solicitar a leitura de um conto para ser analisado e discutido em sala, o professor pode escolher histórias que elaborem uma narrativa de “dupla-face”, ou seja, que expõem uma “narrativa subterrânea”: aspectos inferenciais que se estabelecem paralelamente, por meio das entrelinhas, em relação ao que é apresentado num primeiro plano. Podem ser utilizados contos de Clarice Lispector, Lygia Fagundes Telles, Caio Fernando Abreu, Edgar Allan Poe, Rubem Fonseca, entre outros.

Uma obra brasileira de referência que reúne contos de vários autores e em diversas épocas é Os cem melhores contos brasileiros do século XX, organizado por Ítalo Moriconi. O professor pode selecionar com qual autor(es) deseja trabalhar. Também pode ser usada a coletânea de contos da coleção Para gostar de ler, da editora Ática.

 Link para o conto “O primeiro beijo”, de Clarice Lispector: http://claricelispector.blogspot.com/2007/11/o-primeiro-beijo.html

Link para o conto “Venha ver o pôr do sol”, de Lygia Fagundes Telles: http://www.beatrix.pro.br/index.php/venha-ver-o-por-do-sol-lygia-fagundes-telles/

Um texto interessante é o conto “Françoise”, de Luiz Vilela, que apresenta o encontro breve de dois solitários (um viajante e uma adolescente) numa rodoviária. Um ponto importante a ser destacado no texto é a reflexão sobre o ato de escrever e o papel da poesia na sociedade contemporânea, construída a partir de considerações em torno do cotidiano, da rotina, do comum.

O professor pode solicitar inicialmente a leitura do conto, analisar com os alunos o plano, a caracterização dos personagens e a intervenção do narrador. Em seguida, pode ser exibido, em data-show ou cada aluno acessará do seu notebook, o curta-metragem “Françoise”, de Rafael Conde. É necessário salientar pontos distintivos entre a linguagem do conto em relação e à do curta-metragem, tais como: a caracterização do espaço, a composição das personagens, os recursos de adaptação (e quais efeitos de sentido eles propiciam para a narrativa fílmica), a perspectiva temporal, entre outros aspectos. Pode ser salientado que o conto desenvolve mais os aspectos discursivos das personagens e é mais centrado na figura do narrador, já o filme aposta na perspectiva intimista construída entre os dois personagens e se preocupa em ser mais expositivo.

 

 Etapa 2- Curta-metragem: desconstrução narrativa

Ainda com pouca divulgação para o grande público, o gênero Curta-metragem é mais difundido em festivais de cinema, salas restritas a um pequeno público ou canais por assinatura. Entretanto, o site Porta Curtas Petrobrás oferece um vasto acervo desse gênero cinematográfico, além de possuir um rápido mecanismo de busca temática relacionada a cada conteúdo a ser trabalhado pelo professor. Pode ser feito um cadastro no site e, a partir desse momento, o professor poderá arquivar os filmes de sua predileção e receberá frequentemente, por e-mail, sugestões de curtas. Além disso, o site dispõe de uma seção arquivo: “curta na escola” que contém filmes já indicados e comentados por outros professores. O usuário pode opinar sobre os filmes, além de poder relatar uma prática didática construída a partir de algum dos curtas disponíveis nesse portal.

Link: http://www.portacurtas.com.br/index.asp

 

Alguns links de Festivais de cinema:

 Festival do Rio:http://www.blogdecinema.com/2010/06/27/20%C2%BA-festival-internacional-de-curtas-do-rio-de-janeiro/

 Festival de São Paulo:http://www.kinoforum.org.br/curtas/2011/

 Festival de Belo Horizonte: http://www.festivaldecurtasbh.com.br/

 Festival de Gramado: http://www.festivaldegramado.net/

 Festival de Tiradentes:http://www.mostratiradentes.com.br/

 Festival de Brasília: http://www.festbrasilia.com.br/2010/

 

  Alguns curtas que foram adaptados de textos literários:

 A cartomante, de Machado de Assis: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=267

 Clandestina felicidade, de Clarice Lispector: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=311

 Famigerado, de Guimarães Rosa:http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=5232

  Como desafio de leitura e proposta de trabalho, o professor pode propor aos alunos que assistam, individualmente, ao curta-metragem Palíndromo (2001), de Phillipe Barcinski, e façam um resumo ou sinopse sobre a história apresentada.

 Link: http://www.portacurtas.com.br/Filme.asp?Cod=970

O filme pode ser exibido em data show ou cada aluno pode acessá-lo do seu computador. Antes de começar a atividade, o professor pode pedir aos alunos que busquem no Google, o que são palavras ou sentenças palíndromas e quais eles conhecem.

Como o próprio filme apresenta o conceito de palíndromo: “palavras que postas em ordem invertida, não alteram o significado”. O professor pode citar exemplos de nomes próprios como Ana, Otto ou assinaturas como Medem que ilustram essa representação. É válido enfatizar a importância desse verbete/ conceito como recurso para a estruturação expositiva do filme.

O resumo (ou construção da sinopse) deve conter, em ordem linear, o que a narrativa aborda. Para, isso, os alunos, em dupla, podem assistir novamente ao curta e parar o filme nas cenas que parecerem mais difíceis de compreensão ou que sejam pouco coesas. Com o intuito de auxiliar a produção do resumo, o professor pode direcionar algumas perguntas:

 1-Quem é o personagem retratado?

2- Qual a possível profissão?

3- Qual contexto o personagem está inserido?

4- Quais elementos desencadeiam a narrativa?

5- Qual possível conflito desenvolvido?

6- Qual o desfecho apresentado?

7- Além da concisão narrativa, quais outros elementos do gênero conto estão presentes no filme Palíndromo?

8- Como e por que os alunos recomendariam ou não recomendariam o curta?

   Por apresentar a noção de palíndromo como estética estrutural e de linguagem, é importante problematizar, durante a discussão do texto, o que seria o início e conclusão dessa narrativa cinematográfica.

Em relação ao item 8, anterior, é necessário que o professor desenvolva as estratégias argumentativas relacionadas à opinião formada a partir do texto fílmico e solicite que os alunos postem no site os comentários (ou micro resenha) feitos.

 Link:  http://www.portacurtas.com.br/coments.asp?Cod=560#

  

Etapa 3- Um conto a partir de uma fotografia, um curta a partir de um conto

 Assim como a crônica, o formato conto possibilita o enquadramento e representação de uma cena cotidiana, de um “instante fotografado”. Para essa atividade, o professor sugere que os alunos, em grupos ou individualmente, façam um ensaio fotográfico de cenas urbanas, em praças, ruas movimentadas, mercados ou outros lugares de aglomeração e circulação de pessoas. É interessante que essas cenas apresentem algo de insólito ou conflituoso, conforme as imagens abordadas no filme Palíndromo. As fotos podem ser salvas no notebook de um aluno de cada grupo e enviadas por e-mail ao professor. Em seguida, pelo msn local, as fotos produzidas  serão trocadas e o professor pode sugerir ao grupo a escolha de uma entre três fotos, por exemplo.

  A narrativa será escrita por cada membro do grupo e em seguida será escolhida qual a mais representativa e mais articulada à foto indicada. O professor promoverá uma eleição na turma dos melhores contos produzidos e, em seguida, será confeccionado o roteiro de cada um deles.

 

Exemplo de roteiro feito para o curta Françoise:

http://www.portacurtas.com.br/coments.asp?Cod=560#

 O professor lerá os roteiros e dividirá os grupos, fará as devidas correções e sugestões e, como atividade para ser feita em casa, os alunos se reunirão e filmarão (por meio de câmera fotográfica ou telefone celular) o roteiro desenvolvido.O curta ou narrativa visual também pode ser confeccionado a partir das fotos tiradas pelos alunos, por meio da exibição em Power-point.

O professor pode registrar e compartilhar a prática didática/ recepção do curta Palíndromo pelos alunos, no site: www.portacurtas.com.br. Além de poder divulgar e comentar as produções (literárias ou fílmicas) que vieram a partir da leitura do curta.

Recursos Complementares

CORTÁZAR, Julio. Alguns aspectos do conto. In: Valise de cronópio. Tradução de Davi Arrigucci Júnior. São Paulo: Perspectiva, 1974.

 FREIRE, Marcelino. Os cem menores contos brasileiros do século.2. ed. Cotia, SP: Ateliê, 2004

 GOTLIB, Nádia Battella. Teoria do conto. 11. ed. São Paulo: Ática, 2006.

 JOLLES, Andrés. O conto, in: As formas simples. São Paulo: Cultrix, 1976.

 MORICONI, Italo. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

 PIGLIA, Ricardo. Tese sobre o conto. In: Formas breves. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Avaliação

As avaliações ocorrerão de forma processual, ao longo de todas as atividades ministradas, as quais contemplam o desenvolvimento das habilidades de leitura comparativa entre textos verbais e não verbais, de escrita, de expressão oral e visual. Além disso, é necessário:

  •  Avaliar o processo de produção escrita dos alunos por meio das modalidades: narração, resumo, comentário e sinopse.
  • Avaliar a atividade de leitura, recepção e percepção da narrativa e do conceito estrutural do curta Palíndromo.
  •  Avaliar a participação, interesse e disposição dos alunos para executarem as atividades em duplas e em grupos.
  •  Observar na produção do roteiro, a adequação de linguagem e estruturação em relação ao gênero.
  •  Avaliar o curta final produzido e se houve a compreensão e utilização dos recursos de concisão, precisão e supressão dos temas na narrativa construída.
Opinión de quien visitó

Quatro estrelas 3 calificaciones

  • Cinco estrelas 1/3 - 33,33%
  • Quatro estrelas 2/3 - 66,67%
  • Três estrelas 0/3 - 0%
  • Duas estrelas 0/3 - 0%
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