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UCA - Escuta e leitura de textos: o Cordel

 

24/08/2011

Autor y Coautor(es)
MARTA PONTES PINTO
imagem do usuário

UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: prática de escuta e de leitura de textos
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Ler textos que, por suas características e usos, favoreçam a reflexão crítica;
  • exercitar formas de pensamento mais elaboradas e abstratas;
  • exercitar a fruição estética dos usos artísticos da linguagem;
  • identificar os elementos usados na organização, produção e circulação de cordéis.
Duração das atividades
03 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Conhecimentos sobre o uso do laptop;
  • versificação e elementos da narrativa.
Estratégias e recursos da aula
  • Uso de roteiros para compreensão de textos

  • Audição de poemas em vídeo

  • Trabalho em grupo

  • Pesquisa em sites

desenvolvendoaa  

 Motivação:

O professor poderá lembrar aos alunos sobre uma produção da Rede Globo de Televisão denominada Cordel encantado. Perguntará se sabem o porquê desse nome.

Os alunos e o professor podem ter, ou não, assistido à novela, e isso não importa. Mas se alguém assistiu, pode ajudar na discussão. Possivelmente os alunos terão dificuldades para explicar. Alguns levantarão algumas hipóteses e o professor então solicitará aos estudantes que acessem o site abaixo e leiam o texto e resolvam os exercícios transcritos abaixo:

Atividade 1

Atividades de leitura e interpretação

Disponível em: http://www.suapesquisa.com/cordel/ 

 

A literatura de cordel é uma espécie de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Também são utilizados desenhos e clichês zincografados. Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.

Chegada ao Brasil 

A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.

De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades etc.

Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a presença do público. 

Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Acredita-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Mais recentes, podemos citar os poetas José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo. Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira.

Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles, podemos citar: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.      

 

 Roteiro 1 - exercícios:

  • O que é literatura de cordel?
  • Por que esse nome - cordel?
  • Enquanto Literatura lembra livros, cordel lembra _________ e também lembra folhetos. Geralmente feitos de folha A4 dobradas onde são escritos poemas e impressas xilogravuras.
  • O que é xilogravura?
  • Qual a origem da literatura de cordel?
  • Em que região do Brasil essas obras são mais divulgadas? Quais os temas recorrentes e quem são os cordelistas mais conhecidos?
  • Os textos de cordel muitas vezes começam assim: Atenção senhores..., a história que vou contar... Qual a razão?
  •  Quais os principais romancistas que se inspiram/ inspiraram nessa literatura?

 

Atividade 2

 

Para essa atividade, o professor solicitará aos alunos que, diante de seus laptops, acessem o site sugerido abaixo para assistirem ao vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=OTxEL9lptW4

Nele, os alunos ouvirão o seguinte poema de Cordel:

 

A Mulher Bonita E A Feia

mulher feiosa 2

Imagem disponível em:

http://www.mulheresfeias.com.br/2009/12/fotos-mulheres-mais-feias-do-mundo.html 

 

Caju & Castanha

Composição: Caju & Castanha

 

Refrão: Canta Caju e Castanha na onda da maré cheia
cante pra mulhé bunita que eu canto pra mulhé feia (2x)

Dizem que a mulhé bunita é quem mais chama a atenção.
Ela pode se pobrezinha, morar em um barracão
Mas ela é que faz o homem senti uma grande emoção
E dizem que a mulhé feia da até dor de barriga
Em qualquer canto que chega arranja logo uma briga
Só anda se rebolando que nem bunda de formiga

Refrão (1x)

Dizem que a mulhé bunita é quem mais leva cantada
Quando ela passa na rua desperta a rapaziada
Cada um que dá um "siu" nem quer saber se é casada
Dizem que a mulher feia quando leva uma cantada
É dum mais feio di que ela, mas ela fica assanhada
Chega em casa e diz mamãe hoje eu fui elogiada

Refrão (1x)

Dizem que a mulhé bunita gosta di anda natural
E tem sorte no emprego só arruma Federal
E as vezes ganha milhões pra faze comercial
Dizem que a mulhé feia dificil é arruma emprego
Quando arranja ganha poco é feia e não tem sossego
E as vezes tem uma marido que qué vive di arrego.

Refrão (1x)

Dizem que a mulhé bunita dexa o homem apaixonado
O homem se ve no ceu quando esta ao seu lado
E faz amor di amanha sem se lebra do passado
Dizem que a mulhé feia faz mau ao coração
E quem casa com mulhé feia sempre ve assombração
Sonha caindo da cama e quebrando a cara no chão.

Refrão (1x):

Dizem que a mulhé bunita faz qualqué homi geme
Mas geme de emoção, de alegria e prazer
E o homi nos braços dela sente a razão de vive.
Dizem que a mulhé feia tem medo de caripó
Pensa muito em se casa bota pó e tira pó
E quanto mais ela se pinta mais fica uma cara só.

Refrão (1x)

Dizem que a mulhé bunita é quem anima uma festa
Mulhé bunita a ondi passa é lipo, rasto e arresta
Mas se tive mulhé feia é sinal que a festa não presta
Dizem que a mulhé feia quando ela é ciumenta
se seu marido é bunito e ela não lhe sustenta
Quando ela sai com ele da coice qui nem uma jumenta

Refrão (1x)

Dizem que a mulhé bunita tem um olhar atraente
Tem o chero da maçã, tem o sorriso inocente
E com isso ela consegue amanssa qualqué valente.
Dizem que a mulhé feia tem medo di abandono
Ronca igualmente a uma porca quando ela pega no sono
Que mulhé feia e jumento so quem procura é o dono

Refrão (1x)

Dizem que a mulhé bunita faz o homem vira brasa
Faz o homem enloquece, faz o homem cria asa
Se esquece dos seus pais e da feia que tem em casa
Dizem que a mulhé feia Quando esta inciumada
Começa quebrando os prato em tudo dando porrada
E as vezes mata o marido dormindo de madrugada

Refrão (1x)

Dizem que a mulhé bunita quando arruma um namorado
Ou é filho de prefeito ou filho de deputado
E ganha logo um presente uma carro novo importado.
Dizem que a mulhé feia se dana pra gafiera
Enrosca num rela bucho por lá passa a noite inteira
Termina se amarrando com pobre pé de poeira. 

  • Professor, chame a atenção dos alunos e explique que o vídeo, algumas vezes, foi interrompido por uma voz que disse que explicará:

De onde veio o cordel?

 
Quem o consome?

 Como é sua estrutura?

 

Qual o tamanho dos versos?

 O que é xilogravura?

 Quais os melhores temas e autores?

 porém, não explicou.

Você sabe responder?

Os alunos deverão responder: O cordel veio de Portugal, quem o consome são principalmente o povo do Nordeste, os versos deste poema são formados por seis estrofes com mais de 12 sílabas. Xilografia é uma forma de fazer a ilustração, os temas são festas, política, seca, disputas, vida de cangaceiros, milagres, cotidiano, e os autores são Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré, Téo Azevedo e muitos outros.

  • Professor, se os alunos não conseguirem responder a todas as perguntas, auxilie dando pistas para que eles tentem descobrir as  respostas.

  

Atividade 3

TRABALHO EM GRUPO

 

Os alunos deverão acessar novamente o endereço. É só clicar.

 http://cordeldobrasil.com.br/v1/ 

 

Deverão localizar no site: A arte do cordel e nele, História da Literatura de Cordel. Nela constam sete mitos. O professor deverá dividir a sala em sete grupos e pedir a cada grupo que leia e apresente oralmente à sala um dos mitos. Os alunos que quiserem, poderão fazer cartazes ou fichas, recursos que poderão ajudá-los na apresentação.

1º MITO – “Pra ser cordel tem ser vendido pendurado num cordão”. 

2º MITO – “Tem que ser ilustrado com xilogravura.”

3º MITO – “Tem que ser impresso em papel jornal”. 

4º MITO – É escrito em linguagem matuta. 

5º MITO – Só fala de coisas relacionadas ao meio rural

6º MITO – Só quem escreve cordel é nordestino  

7º MITO – O cordel é poesia inferior

6º MITO – Só quem escreve cordel é nordestino 

 

3º MITO – “Tem que ser impresso em papel jornal”. 

Atividade 4

Para essa atividade, os alunos formarão quatro grupos para acessarem e lerem, cada grupo, um dos endereços abaixo e fazerem as atividades  do 2º roteiro, para apresentação em Seminário sobre Patativa do Assaré. Antes, porém, o professor, como modelo, lerá com os alunos o site abaixo para explorar uma pequena biografia do autor e um poema.

patativa do assaré 

Imagem disponível em:

http://www.letras.com.br/fotos/patativa-do-assare 


Patativa do Assaré era o nome artístico (pseudônimo) de Antônio Gonçalves da Silva. Nasceu em 5 de março de 1909, na cidade de Assaré (estado do Ceará). Foi um dos mais importantes representantes da cultura popular nordestina.

Vida e obras 

Dedicou sua vida a produção de cultura popular (voltada para o povo marginalizado e oprimido do sertão nordestino). Com uma linguagem simples, porém poética, destacou-se como compositor, improvisador e poeta. Produziu também literatura de cordel, porém nunca se considerou um cordelista.

Sua vida na infância foi marcada por momentos difíceis. Nasceu numa família de agricultores pobres e perdeu a visão de um olho. O pai morreu quando tinha oito anos de idade. A partir deste momento começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento da família.

Foi estudar numa escola local com doze anos de idade, porém ficou poucos meses nos bancos escolares. Nesta época, começou a escrever seus próprios versos e pequenos textos. Ganhou da mãe uma pequena viola aos dezesseis anos de idade. Muito feliz, passou a escrever e cantar repentes e se apresentar em pequenas festas da cidade.

Ganhou o apelido de Patativa, uma alusão ao pássaro de lindo canto, quando tinha vinte anos de idade. Nesta época, começou a viajar por algumas cidades nordestinas para se apresentou como violeiro. Cantou também diversas vezes na rádio Araripe. 

No ano de 1956, escreveu seu primeiro livro de poesias “Inspiração Nordestina”. Com muita criatividade, retratou aspectos culturais importantes do homem simples do Nordeste. Após este livro, escreveu outros que também fizeram muito sucesso. Ganhou vários prêmios e títulos por suas obras.

Patativa do Assaré faleceu no dia 8 de julho de 2002 em sua cidade natal.

Livros

· Inspiração Nordestina - 1956
· Inspiração Nordestina: Cantos do Patativa -1967
· Cante Lá que Eu Canto Cá - 1978
· Ispinho e Fulô - 1988
· Balceiro. Patativa e Outros Poetas de Assaré - 1991
· Cordéis - 1993
· Aqui Tem Coisa - 1994
· Biblioteca de Cordel: Patativa do Assaré - 2000
· Balceiro 2. Patativa e Outros Poetas de Assaré - 2001
· Ao pé da mesa – 2001

Poemas mais conhecidos

· A Triste Partida 
· Cante Lá que eu Canto Cá 
· Coisas do Rio de Janeiro 
· Meu Protesto 
· Mote/Glosas 
· Peixe 
· O Poeta da Roça 
· Apelo dum Agricultor 
· Se Existe Inferno 
· Vaca estrela e Boi Fubá 
· Você e Lembra? 
· Vou Vorá   

http://www.biografia.inf.br/patativa-do-assare-poeta.html 

 

Roteiro 2:

1- O poema lido obedece a estrutura da narrativa? (O que aconteceu, com quem aconteceu, quando e onde, houve um clímax, como foi o epílogo?)

2- Explore a estrutura apresentada pelo poema. (Esquema de rimas, estrofes, versos...)

3- Algum dos mitos do cordel aparecem no texto?

4- Se existe um narrador neste texto, que papel ele desempenha?

5- Que xilogravura o grupo sugere para esta obra? (Apresente um modelo).

6- O grupo já conhecia o cordel? Justifique sua resposta.

 

Os sites abaixo serão distribuídos entre os grupos para os alunos responderem as atividades propostas acima:

http://www.mpbnet.com.br/musicos/pena.branca.e.xavantinho/letras/vaca_estrela_e_boi_fuba.htmhttp://letras.terra.com.br/patativa-do-assare/1072884/  

http://letras.terra.com.br/patativa-do-assare/1072884/http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/p01/p010392.htm  

 http://ribeirobr.blogspot.com/2010/03/se-existe-inferno.html

http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/p01/p010392.htmhttp://www.fisica.ufpb.br/~romero/port/ga_pa.htm  

 

  Os alunos apresentarão o trabalho e o professor fará ao final das apresentações uma avaliação dos grupos.

Recursos Complementares

O professor poderá acessar e sugerir que os alunos leiam mais, principalmente, poemas de outros autores nos livros e sites sugeridos abaixo:

Minhas Rimas de Cordel, Autor: Obeid, César, Editora: Moderna

Romances de Cordel, Autor: Gullar, Ferreira, Editora: Jose Olympio

Cordel Adolescente , Ó Xente ! - Coleção Vertentes Autor: Orthoff, Sylvia, Editora: Quinteto Editorial

Mitos e Lendas do Brasil em Cordel, Autor: Longobardi, Nireuda, Editora: Paulus

Patativa do Assaré - Coleção Biblioteca de Cordel, Autor: Assare, Patativa do, Editora: Hedra

Lula na Literatura de Cordel, Autor: Neto, Crispiniano, Editora: Imeph

O que é Literatura de Cordel - Coleção Primeiros Passos Vol. 317, Autor: Luyten, Joseph M., Editora: Brasiliense

Meu Livro de Cordel, Autor: Cora Coralina, Editora: Global

http://www.jangadabrasil.com.br/revista/agosto93/es930821.asp 

 http://www.anovademocracia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1216&Itemid=105

http://www.arteducacao.pro.br/Cultura/cordel/cordellinks.htm 

Avaliação
  • O professor deverá avaliar o desempenho e envolvimento dos alunos nas atividades, durante todo o processo.
  • Deverá atentar-se para o interesse e a participação dos estudantes nas atividades.
  • Por fim, deverá recolher todos os roteiros prontos ou um por grupo para avaliá-los e, se necessário, retomar o assunto. 
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