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Independência do Brasil: a construção de um mito

 

26/09/2011

Autor y Coautor(es)
joão ricardo ferreira pires
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BELO HORIZONTE - MG Universidade do Estado de Minas Gerais

Pauliane de Carvalho Braga; Lígia Beatriz de Paula Germano

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio História Memória
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Poder
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno irá aprender com esta aula como foi construído os marcos e as representações simbólicas acerca da Independência do Brasil.

Duração das atividades
Seis aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- A Corte portuguesa no Brasil.

- Revolução Liberal do Porto.

- Cortes de Lisboa de 1822.

Estratégias e recursos da aula

Introdução

A história oficial da Independência do Brasil foi uma construção do Império. O Sete de Setembro é uma data forjada, assim como o heroico Grito do Ipiranga. Hoje a pesquisa histórica é capaz de revelar que, por exemplo, as resoluções que chegaram das Cortes de Lisboa e provocaram a ira do príncipe regente, que decidiu declarar-se separado de Portugal ali mesmo, às margens do rio Ipiranga, só chegaram aqui nos trópicos no dia 22 de setembro. Até 1825, a imagem de Dom Pedro como defensor perpétuo e imperador constitucional do Brasil já estava muito desgastada e sua recuperação era de fundamental importância para manter a ordem da recente nação. Nesse contexto, começam a surgir referências objetivas ao Sete de Setembro, como marco indiscutível da Independência do Brasil. A imagem que temos hoje só começou a ser produzida em 1823, em um pronunciamento do Imperador, que se refere ao ato “memorável no sítio do Piranga”, discurso esse com tom de afirmação categórica com a intenção de anular dúvidas ou criar uma nova interpretação sobre o fato definidor da Proclamação da Independência.

São construções como esta, assim como suas motivações e seus resultados, que pretendemos discutir com os alunos neste ciclo de aulas.

 

Desenvolvimento

 

Todo este ciclo de aulas será desenvolvido a partir de um importante artigo de Maria de Lourdes Viana Lyra, Memórias da Independência: Marcos e Representações Simbólicas, disponível na página da Revista Brasileira de História (link: http://www.anpuh.org/revistabrasileira/view?ID_REVISTA_BRASILEIRA=14, acessado em: 10 ago. 2011). Este artigo será dividido em duas partes: a conjuntura histórica da Independência, a ser trabalhada durante duas aulas, e o marco de representação da Independência, a ser trabalhada em outras duas aulas. Após a leitura deste artigo, teremos mais uma aula para discutirmos algumas representações tradicionais da Independência, como os quadros“Independência ou Morte”, de Pedro Américo, e “Proclamação da Independência”, de François-René Moreaux.

 

Aulas 1 e 2

As quatro primeiras aulas terão o formato de seminário, com a diferença que o texto será lido em sala de aula.

Nestas duas primeiras aulas, os alunos lerão, individual e silenciosamente, a primeira parte do texto: a “Conjuntura Histórica da Independência” (páginas 173 a 188). Deverão atentar para questões como:

- Qual o posicionamento dos portugueses (residentes em Portugal e no Brasil) e dos brasileiros em relação à emancipação do Brasil?

- Em que termos se discutia a emancipação do Brasil?

- Qual parcela da população brasileira se posicionava contra e qual se posicionava a favor da independência?

- Quais os argumentos utilizados por cada um desses lados?

- Como a Revolução Liberal do Porto, em 1820, e as Cortes de Lisboa, em 1822, influenciaram este quadro?

- No Brasil, qual o papel da imprensa nesta discussão?

- Quais os desencontros de datas a autora revela sobre o verdadeiro momento de ruptura com Portugal?

- Quais são as possíveis datas apontadas pela autora?

- Qual foi o estopim para que fosse declarada a Independência?

- Houve reação popular em alguma dessas ocasiões?

- Como a ruptura com Portugal foi vista no Brasil?

- Todas as províncias apoiaram?

- Qual foi o posicionamento de Portugal?

Após a leitura, os alunos deverão discutir essas questões. O professor deverá mediar e incentivar a discussão na classe, esclarecendo possíveis questões que surgirem durante seminário. O importante é que os alunos desenvolvam os temas abordados no texto, tendo as questões acima como base; eles devem trocar interpretações e impressões sobre o tema, de modo que ao final do seminário, consigam formar uma opinião clara e definida sobre o assunto em pauta.

 

Aulas 3 e 4

Nestas duas aulas, os alunos lerão, individual e silenciosamente, a segunda parte do artigo: “Marco de representação da Independência: o Sete de Setembro”. Aqui, o professor e os alunos deverão levantar as seguintes questões:

- Quando começa a ser construída a história oficial da Independência?

- Quais foram os responsáveis por essa construção?

- Quais os recursos utilizados para a consolidação dessa história na memória popular?

- Que necessidade histórica motivou a construção dessa história?

- Qual a importância para uma nação recém-formada de uma história oficial?

- Qual o papel da Inglaterra e de Portugal para o reconhecimento da Independência do Brasil?

- O que foi o Tratado de Paz e Aliança?

- Por que, ainda hoje, essa história e essas imagens são mantidas?

Nesta aula, o professor deverá concluir a discussão deste texto, refletindo sobre as questões acima propostas. A lógica de discussão deverá ser a mesma das aulas 1 e 2 (Após a leitura, os alunos deverão discutir essas questões. O professor deverá mediar e incentivar a discussão na classe, esclarecendo possíveis questões que surgirem durante seminário. O importante é que os alunos desenvolvam os temas abordados no texto, tendo as questões acima como base; eles devem trocar interpretações e impressões sobre o tema, de modo que ao final do seminário, consigam formar uma opinião clara e definida sobre o assunto em pauta).

 

Aula 5

Nesta aula, o professor deverá dispor de um DataShow. Serão projetadas duas pinturas que retratam, de maneira gloriosa, a Independência do Brasil. Para a análise desses dois documentos, os alunos deverão retomar a discussão das últimas quatro aulas.

 

O primeiro quadro a ser trabalhado será , de 1844, hoje pertencente ao Museu Imperial, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, disponível no site: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/c/cb/20110215215222!Independencia_brasil_001.jpg (acesso em: 10 ago. 2011).

 

“Proclamação da Independência”, de François-René Moreaux

 

Neste trabalho, primeira idealização do “Grito de Independência”, François-René registra o ato como uma festa de confraternização popular, na qual não se vê, contudo, índios ou negros. Moreaux expressou visualmente, para uma população majoritariamente iletrada, a versão que as elites cariocas tinham e difundiam sobre a nossa emancipação e de nosso Império.

O segundo quadro a ser discutido será “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, pintado em 1888, hoje no Museu Paulista, em São Paulo, disponível no site http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/archive/c/ce/20081030183646!Independ%C3%AAncia_ou_Morte.jpg (acesso em: 10 ago. 2011).

 

“Independência ou Morte”, de Pedro Américo

Obra mais representativa sobre a Independência do Brasil, “Independência ou Morte” foi encomendada por Dom Pedro II a Pedro Américo, que a pintou entre 1886 e 1888, em Florença, na Itália.

Sobre estes quadros, será importante que os alunos observem:

- Onde se ambienta a cena?

- Qual o lugar de Dom Pedro I neste quadro?

- Qual o perfil social dos que o cercam?

- Como as pessoas reagem ao Grito de Independência?

- O perfil das pessoas (são mestiços, negros ou índios?; vestem-se como se vestiam os brasileiros à época?) corresponde à realidade brasileira do período?

- Qual o sentimento predominante nesta cena?

- É possível que Dom Pedro I estivesse viajando a cavalo, pouco resistente para uma travessia como a da serra do Mar, e, depois dessa penosa viagem, que todos estivessem tão bem vestidos?

- Que interesses políticos podem ter guiado a feitura dessas obras?

- Esses quadros foram pintados sob encomenda?

- Qual foi a recepção desta obra na sociedade da época?

A partir dessas reflexões, juntamente com o que foi debatido nas quatro primeiras aulas, o professor deverá concluir a discussão: a história pode ser construída? Como e por quê?

 

Aula 6

Montagem de painel para avaliação final. Nesta aula os alunos, dipostos em dois grupos, deverão montar dois grandes painéis - que podem ser construídos em cartolinas ou colados em tecidos. O primeiro com o quadro “Proclamação da Independência”, de François-René Moreaux, e o segundo com “Independência ou Morte”, de Pedro Américo. Nestes painéis, os alunos deverão reproduzir os quadros (que poderão ser impressos e colados) e realizar intervenções nas imagens que expliquem por que aquela cena é forjada. Por exemplo: poderão pôr balões de fala (como nos quadrinhos) no cavalo de Dom Pedro I, dizendo que seria mais provável que aquele animal fosse uma mula. Os alunos deverão destrinchar a imagem desta maneira, apontando os prováveis enganos cometidos pelos pintores.

Para socialização dos resultados, os alunos devem afixar os painéis em algum ponto movimentado da escola (o pátio, por exemplo), e, em horário de intervalo (quando se encontram todas as salas da escola) apresentar o trabalho para outros alunos.

Na avaliação desta atividade, o professor deverá levar em conta a coerência das observações feitas pelos alunos em cada painel.

Recursos Complementares

- “Independência: história e historiografia”, deLucília Siqueira.  

Site: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142006000200027

- “Grito maquiado- O que esconde a tela de Pedro Américo”.

Site: http://galileu.globo.com/edic/110/rep_grito.htm

Avaliação

Além da participação dos alunos nas quatro aulas de seminário, a avaliação deste ciclo de aulas consistirá na montagem de um painel (confeccionado na sexta aula) a ser exibido nos corredores da escola.

Opinión de quien visitó

Quatro estrelas 3 calificaciones

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