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Fotografia no Segundo Reinado Brasileiro

 

19/12/2011

Autor y Coautor(es)
Bruno Viveiros Martins
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Gabriel Luiz Maia Nascimento, Lígia Beatriz Paula Germano

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Ensino Médio História Cultura
Ensino Médio História Processo histórico: nações e nacionalidades
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Relações de poder e conflitos sociais
Ensino Médio História Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade
Ensino Médio História Tempo: transformações e mentalidades
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo História Migrações, cultura e identidades
Ensino Médio História Memória
Ensino Médio História Poder
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

 

Os alunos poderão analisar um importante elemento dentro de seu contexto histórico: a fotografia no Segundo Reinado brasileiro. Além disso, os alunos poderão ter um contato diferente com uma temática tradicional, por meio de um elemento que, como a fotografia, tem o seu uso difundido até hoje. Os alunos também terão a oportunidade de problematizar e discutir os diferentes papéis dela para com a sociedade contemporânea em relação à sociedade do século XIX, contextualizando e compreendendo as diversas representações de poder que a fotografia traz.

Duração das atividades
Cinco aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Cientificismo

- Segundo Reinado Brasileiro

Estratégias e recursos da aula

 

INTRODUÇÃO

Na história do Brasil, nenhuma figura, talvez, seja tão intrigante e complexa como Dom Pedro II. O imperador de pretensões republicanas, um homem com venerada figura de mestre-escola, grande letrado, afeiçoado pelas ciências e aos livros, protetor das artes e das letras, dentre várias outras denominações que criariam uma imagem tanto verdadeira, quanto dogmática.

Entremeado a esses conceitos, figura um muito citado, porém ainda pouco trabalhado criticamente: o interesse e o pioneirismo de Dom Pedro II pelas inovadoras tecnologias que despontavam pelas feiras mundiais no século XIX. O foco da aula recai, entre as várias inovações que suscitaram interesse do imperador, sobre a fotografia. Esse aparato que, em 19 de agosto de 1839, em Paris, revolucionaria a maneira como o homem captava o mundo que o cercava.

A importância da fotografia no Império Brasileiro é incontestável, uma vez que seus registros, ao lado das diversas pinturas, desenhos e aquarelas, nos mostram diversas faces dessa múltipla sociedade brasileira. Os olhares estrangeiros, que se impressionavam com os diferentes costumes e tradições, retrataram em diversas ocasiões a imagem pitoresca que os mesmos possuíam do Brasil.

Além dessa questão de criar uma imagem que respondesse aos interesses individuais dos grupos que se utilizavam do recurso fotográfico no País, outra questão é de extrema importância:  em uma sociedade em que a grande maioria da população era analfabeta, tal experiência possibilitava um novo tipo de conhecimento, mais generalizado e imediato.

A partir de então, podemos concluir que o Brasil estava propício a receber as novidades do engenhoso aparelho de Daguerre, uma vez que existia demanda e paisagens exóticas. Mas não se deve esquecer de citar que o pioneirismo no campo da fotografia, da qual fez parte o Brasil, deve-se ao interesse de Dom Pedro II, que não só incentivou os fotógrafos, como se tornou ele próprio um fotógrafo, adquirindo, apenas poucos meses depois do anúncio do invento, o seu equipamento de Daguerreotipia. À época, tendo o imperador apenas 14 anos, já demonstrava sua constante atração por inovações.

Nascia o processo de criação de uma imagem e autoimagem do Segundo Reinado, que deve ser estudado se quisermos compreender as informações que nos trazem as fotografias e seus fotógrafos, indo além do mero olhar de espectador de uma época distante e acabada.

 

DESENVOLVIMENTO

Na primeira aula, o professor deverá introduzir o assunto aos alunos. Nessa etapa, o professor poderá trabalhar com o contexto do Império, introduzindo e relembrando os aspectos marcantes dessa época. O professor deverá contextualizar, a partir das ideias dos alunos, o que era o cientificismo no século XIX. O professor poderá instigar os alunos, mostrando tanto os aparelhos e os avanços científicos que ainda são perceptíveis hoje, como problematizar algumas teorias vigentes na época e consideradas ultrapassadas hoje em dia. Em seguida, será interessante que o professor proponha uma discussão na sala acerca do papel que a tecnologia e outros avanços científicos possuem no nosso contexto atual. O professor poderá levar reportagens de jornais e revistas e levantar questionamentos para que os alunos possam problematizar essa questão. O professor poderá avaliar se a discussão foi satisfatória ou não.

Na segunda aula, o professor deverá dividir a sala em cinco grupos. Os alunos deverão coletar o maior número de imagens que conseguirem e, a partir delas, fazer uma análise aprofundada sobre as imagens em questão. Deverão ser levados em conta os seguintes parâmetros: composição fotográfica, análise dos elementos visuais, objetos, olhar do fotógrafo e intenção. Cada grupo ficará responsável por analisar e comparar algumas fotografias e seus respectivos contextos.

GRUPO 1 – “História da fotografia”:

Fotografia

Foto feita por Nicéphore Niépce em 1826, tida como a primeira fotografia bem sucedida do mundo.

Fonte: http://kinodinamico.com/tag/niepce/

 

Sugestão de sites para pesquisa:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_fotografia

http://www.mnemocine.art.br/index.php?option=com_content&view=article&id=108:histfoto&catid=46:fotohistoria&Itemid=68

http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=artistas_biografia&cd_verbete=2048&cd_item=2&cd_idioma=28555

http://bndigital.bn.br/terezacristina/fotografia.htm

 

 

GRUPO 2 – “Fotos da família real”:

D. Pedro II e família

D. Pedro II e família em Petrópolis, em foto de Otto Hees, a última antes do fim do Império. 

Fonte: http://www.passeiweb.com/saiba_mais/biografias/p/pedro_ii

 

Sugestão de sites para pesquisa:

http://navegandonahistoria.blogspot.com/2007/07/fotografia-e-construo-de-imagens-no.html

http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/imagens8.htm

 

 

GRUPO 3 – “Paisagens pitorescas”:

Foto de família real no Egito

Fotografia da Família Real Brasileira no Egito

Fonte: http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/miragem_do_oriente_2.html

 

Sugestão de sites para pesquisa:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon206339/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon309852/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon309885/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon309814/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon5_2_15/galery/index.htm

http://bndigital.bn.br/terezacristina/page3.htm

 

GRUPO 4 – “Representações populares”:

Fotografia de congada em Minas Gerais

Fotografia de congada em Minas Gerais.

Fonte: http://arquivoetc.blogspot.com/2008/09/coleo-da-princesa-isabel.html

 

Sugestão de sites para pesquisa:

http://navegandonahistoria.blogspot.com/2007/07/fotografia-e-construo-de-imagens-no.html

http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/imagens13.htm

http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1450_imperio/page7.shtml

http://bndigital.bn.br/terezacristina/page3.htm

 

GRUPO 5 – “Cidade e avanços tecnológicos”:

Construção da ponte Santa Isabel, em Pernambuco

Construção da ponte Santa Isabel, em Pernambuco.

Fonte: http://bndigital.bn.br/200anos/therezaChristina.html

 

Sugestão de sites para pesquisa:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon326380/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon385665/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon309814/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon326767/galery/index.htm

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_iconografia/th_christina/icon5_2_15/galery/index.htm

http://bndigital.bn.br/scripts/odwp032k.dll?t=xs&pr=fbn_dig_pr&db=fbn_dig&disp=list&sort=off&ss=new&arg=album+fotografico+thereza+christina&argaux=album+fotografico+thereza+christina&use=kw_livre

Nas duas aulas seguintes (terceira e quarta), cada grupo apresentará sua pesquisa e suas conclusões ao restante da turma. Cada apresentação será seguida de um debate com toda a turma sobre o exemplo visto e discutido. A participação dos alunos que assistiram à apresentação deverá ser avaliada. Na terceira aula, além das apresentações, o professor deverá explicitar o papel que teve a fotografia nesse final de século XIX, além de problematizar o fato de ser uma construção, não apenas um reflexo da realidade. Além disso, o professor poderá colocar a questão de quem produzia e quem consumia a fotografia naquela época e como funciona esse mercado hoje em dia.

Na quinta aula, o professor deverá realizar um seminário com os alunos, discutindo os diversos temas levantados nas aulas e apresentações anteriores, debatendo e ouvindo os argumentos dos alunos sobre a função social da fotografia na época e hoje em dia. O professor poderá retomar a questão dos usos políticos e culturais ao longo do tempo, além de ressaltar a importância da consciência do contexto em que a foto foi produzida para a sua melhor compreensão.

 

CONCLUSÃO

A fotografia esteve, durante muito tempo, relegada a uma segunda categoria de documentos históricos. Somente a partir dos anos 40 do século XX é que a historiografia brasileira se voltou para este rico acervo.

Esse recurso deverá ser analisado criticamente, e não de maneira simplista e supérflua como, muitas vezes, é feita em salas de aula e em diversas apresentações. Como podemos ver, no Brasil, a fotografia é um marco da preocupação do reinado de Dom Pedro II com a modernidade que ele buscava para o País. O rápido alcance e propagação dessa prática no Brasil tornaram o país pioneiro no registro, constituindo uma importante fonte de pesquisa acerca da sociedade oitocentista brasileira.

O pioneirismo de Dom Pedro II, que seria também importante nas telecomunicações do Brasil, antecipava um processo que poderia prolongar-se e encontrar diversos entraves burocráticos. Mesmo que esse pioneirismo se acabe voltando para o consumo e não para a produção tecnológica, a Monarquia brasileira almejava colocar, por meio das representações fotográficas, o País no mapa-múndi, sendo reconhecido como potência e dotado de uma forte identidade, por mais que esta seja múltipla.

O retrato do índio, do negro, da Monarquia, da elite, da aristocracia rural que vivia confinada em seus casarões é um retrato padrão, porém múltiplo, de uma sociedade que crescia e buscava novas ideias. A rápida assimilação da imagem não é mais que a rápida assimilação da perenidade de sua própria imagem, um sopro de imortalidade que rondava a cabeça das pessoas na nação.

O registro do fato, como a Abolição da Escravidão e a Proclamação da República, preenche os planos fotográficos de inesperadas e irrefletidas ações que ainda devem ser estudadas mais profundamente para que possamos, então, compreender o imaginário e o funcionamento social da população brasileira oitocentista.

Após essa discussão, ficará mais fácil para o professor  trabalhar com qualquer tema que tenha suporte de imagens. A partir da compreensão do aluno, abre-se, também, a possibilidade de trabalhar diversos temas tradicionais de sala de aula, a partir de um novo viés e com nova perspectiva, dando ao aluno capacidade crítica para analisar não só períodos históricos, mas também o mundo que o cerca.

Recursos Complementares
Avaliação

 

AVALIAÇÃO

O professor poderá propor aos grupos, depois de estudarem o processo fotográfico, um trabalho interdisciplinar de fotografias pinhole. Para que os alunos tenham compreensão da fotografia como um meio de produção artístico e cultural, a câmera pinhole é uma interessante e barata experiência. Além de História, matérias como Artes, Física e até mesmo Português poderão trabalhar com esta temática.

Para a construção da máquina e entendimento de seu funcionamento, segue o link com o manual desenvolvido pela Escola de Belas-Artes da UFMG: http://www.eba.ufmg.br/cfalieri/cfalierinova/1-introducao.html

Após a realização dessas fotos, o professor poderá levantar com os alunos as diferenças da produção de fotos em um sistema tão manual como o de pinhole.

O professor poderá montar uma exposição para toda a escola, na qual os alunos poderão mostrar e explicar todo o trabalho.

Por meio da análise desse processo, o professor poderá ser capaz de avaliar não somente o trabalho final, mas toda a carga de pesquisa por trás. Para tanto é necessário que o professor acompanhe de perto os trabalhos dos grupos durante as diversas etapas. 

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