EDITORIAL - Química Descomplicada
Química Descomplicada é o tema da 89ª edição do Jornal do Professor. O tema foi escolhido por 38,93% dos leitores que votaram na enquete em nossa página.
Nesta edição, apresentamos experiências desenvolvidas por professores de instituições de ensino de Brasília (DF); Goiânia (GO); Itabuna (SP); Lavras (MG); e São Carlos (SP).
O entrevistado desta edição é o professor Márlon Herbert Flora Barbosa Soares, do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG), coordenador do Laboratório de Educação Química e Atividades Lúdicas.
A professora Sandra Regina Damázio, do Secretaria Municipal de Educação de Ouro Verde (GO), participa da seção Espaço do Professor.
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Aprendizado fica mais fácil com representações teatrais

“Odeio química, química, química!" Talvez, se os professores de Renato Russo tivessem usado a criatividade do teatro para ensinar química no palco, a letra da música fosse outra. Desde 2004, uma iniciativa do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem despertado paixões por essa área do conhecimento. O Projeto Ouroboros de Divulgação Científica transforma temas científicos, explicados por fenômenos químicos, em encenações teatrais itinerantes pelo Brasil.
“Química é difícil mesmo, mas é possível aproximá-la dos alunos, quebrando essa má impressão e essa visão de disciplina vilã", garante a professora Karina Omuro Lupetti, que dirige o Núcleo Ouroboros da UFSCar desde 2005. Pátios de escolas, salões de igrejas, praças públicas e até mesmo salas de aula viram palco para os alunos-atores. Mais de 150 estudantes de graduação em química já foram formados pelo projeto de divulgação científica, que tem mais de 15 montagens teatrais com textos adaptados a públicos diferentes, da educação infantil à graduação.
O objetivo do projeto é aproximar a população em geral dos conhecimentos e do meio cultural vivido dentro das universidades. O próprio nome do projeto desperta curiosidade. Ouroboros é a representação de uma serpente ou dragão que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo e significa “aquele que devora a própria cauda". É um símbolo relacionado com a alquimia e contém as ideias de autofecundação, de eterno retorno. Uma das peças encenadas pelos estudantes faz referência aos alquimistas que buscam o elixir da vida eterna, o Santo Graal, que salvaria o lendário Rei Arthur.
Encontro — De 7 a 10 de agosto, será realizada na cidade serrana de Pacoti, a 95 quilômetros de Fortaleza, a sétima edição do Encontro Ciência em Cena de Teatro Científico. A organização do evento é do grupo Tubo de Ensaio, da Faculdade de Educação de Itapipoca da Universidade Estadual do Ceará (Facedi/Uece).
Além dos estudantes da UFSCar, participarão grupos de teatro de universidades do Ceará (UFCE), de São Paulo (USP) e de Portugal. As encenações serão gratuitas. A peça apresentada pelo Núcleo Ouroboros tratará do tema pecuária sustentável.
“Será um teatro de sombras, e os personagens viajarão pelos biomas, onde enfrentarão problemas como as queimadas e desmatamentos", explica Karina. Mas o que tem a química a ver com essas questões ambientais? “Costumo dizer que a ciência contextualizada muda a visão de mundo, cria uma mentalidade crítica. É uma alfabetização científica."
A química estará, por exemplo, nas falas dos personagens