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JORNAL

Dificuldades de Aprendizagem

Sexta-feira, 11 de Julho de 2014

Edição 102

EDITORIAL - Dificuldades de Aprendizagem

O tema da 102ª edição do Jornal do Professor é Dificuldades de Aprendizagem. O assunto foi o preferido de 81,76% dos leitores que votaram na enquete colocada em nossa página.

Selecionamos para vocês, experiências pedagógicas de professores de Cubatão (SP), Salvador (BA), Santa Cruz do Sul (RS) e Sobradinho (DF). Também apresentamos entrevistas com a presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia, Luciana Barros de Almeida; com o neuropediatra e professor da Universidade de Brasília, Carlos Nogueira Aucélio; e com a psicóloga e psicopedagoga Simone Maria de Azevedo, também de Brasília (DF).

As professoras Jaqueline de Oliveira Mascarenhas e Vlaviane Pereira Koch, de Joinville (SC), participam da seção Espaço do Professor. As duas são autoras do projeto – Mangue: um espaço de vida, encanto e beleza – premiado na 7ª edição do Prêmio Professores do Brasil.

Ajude-nos a escolher o tema das próximas edições, votando na enquete colocada em nossa página. E aproveite para colaborar enviando sugestões, críticas, textos e músicas!

Seja bem-vindo!

Trabalho de professor torna mais proveitoso ensino de matemática

Alunos participam de trabalho em grupo

Professor de matemática em duas escolas de Salvador, no subúrbio ferroviário, Vanildo dos Santos Silva desenvolve, desde 2004, o projeto Uso de Materiais Manipuláveis nas Aulas de Geometria com Estudantes em Situação de Defasagem Escolar. O trabalho, que teve início na Escola Municipal da Fazenda Coutos, em um dos bairros mais pobres e violentos da região, surgiu de uma necessidade real, o desafio de ensinar matemática a estudantes com histórico de abandono, evasão e repetência.

“Desde meu primeiro contato com esses alunos, percebi que, antes de iniciar qualquer intervenção pedagógica, minha prática docente precisaria ir além da lousa e do giz”, revela Vanildo. “As dificuldades apresentadas estavam evidentes e se constituíam em um desafio pessoal.”

O professor passou a pensar, então, em uma estratégia que apresentasse a linguagem matemática com aspectos concretos do cotidiano dos estudantes, sem perder de vista a parte formal e suas conexões. Sua intenção era propor “um modelo diferenciado” para trabalhar com matemática e assim induzir os estudantes a participar das aulas.

“Qualquer trabalho por meio da valorização de fórmulas, conceitos e propriedades, sem demonstrações, não representaria um modelo eficaz para a melhoria da qualidade de aprendizagem dos estudantes em situação de defasagem escolar”, diz o professor. Assim, em sua proposta de ensino de geometria, ele buscou o que é sugerido pelos parâmetros curriculares nacionais: “Um trabalho que enfatiza a relação entre os conteúdos estudados em sala de aula com as formas geométricas presentes no mundo físico, possibilitando a exploração de formas geométricas planas e espaciais”.

O projeto tenta estabelecer um diálogo entre os quatro blocos de conteúdos da matemática: números e operações; espaço e forma; grandezas e medidas e tratamento da informação. Os estudantes podem assim comparar e discernir aspectos como largura, comprimento, volume, número de faces e vértices, entre outros. “Quando os estudantes foram levados a explorar situações por meio de materiais manipuláveis, sentiram-se mais motivados e, por conseguinte, engajaram-se de maneira mais efetiva nas aulas e alcançaram melhores resultados na aprendizagem”, avalia.

A finalidade do projeto está centrada em dois pontos cruciais: a permanência do estudante em sala de aula e a ruptura do autoconceito de “aluno fracassado”. Assim, de acordo com Vanildo, por mais que existam conteúdos que precedam outros, a hierarquização entre eles não deve ser tão rígida como tradicionalmente é apresentada. Os conteúdos devem ser organizados em função de uma conexão, na qual não precisam ser esgotados necessariamente de uma única vez. “Para que o projeto tenha êxito, principalmente na questão da permanência do aluno, é preciso estar atento à ênfase maior ou menor que deve ser dada a cada item, que pontos merecem mais atenção e quais não são tão essenciais”, ressalta o professor.

Segundo Vanildo, o projeto é desenvolvido também com alunos do Colégio Estadual Monteiro Lobato, no mesmo bairro. Ao longo dos anos, o trabalho tem passado por várias adequações. “Reflexo do meu crescimento enquanto pesquisador e da demanda social relacionada aos estudantes envolvidos”, justifica.

Com o projeto, Vanildo foi premiado em duas edições do Prêmio Professores do Brasil (2004 e 2013). “Isso representa a confirmação de que esforços como esse podem ser úteis na busca por respostas de como lidar com a situação de defasagem escolar e questões relacionadas às dificuldades de aprendizagem”, ressalta o professor. Há 19 anos no magistério, Vanildo tem licenciatura em matemática e em ciências contábeis e especialização em planejamento e prática de ensino superior. (Fátima Schenini)

Poemas ajudam a superar desafios da escrita em escola de Cubatão

Aluno escreve, enquanto outro observa

A poesia foi o recurso adotado pela professora Milene Pinheiro para retomar desafios de aprendizagem não superados por seus alunos da Unidade Municipal de Ensino João Ramalho, em Cubatão, São Paulo. Para ajudar os estudantes do quarto ano do ensino fundamental que faziam recuperação paralela, em razão de dificuldades relacionadas ao processo inicial de alfabetização, Milene optou pelo limerique, estilo de poesia difundida no Brasil pela escritora russa Tatiana Belinky [1919-2013].

Com o projeto Oficina de Limeriques, desenvolvido de março a junho de 2012, a professora atendeu não só os alunos da turma de recuperação, mas também os da turma regular do segundo ano do ensino fundamental, onde também lecionava. Nesse período, os estudantes aprenderam a escrever poemas com cinco versos, com a mesma rima na primeira, segunda e quinta linhas, enquanto a terceira e quarta rimam entre si.

As dificuldades na escrita não impediram os alunos de produzir os próprios poemas. “Eles foram aprendendo esse estilo de escrever, engraçado, rimado e, ao mesmo tempo, desafiador, por exigir controle das palavras de cada verso, com contagem de sílabas poéticas”, diz a professora. Como incentivo, ela inscreveu os alunos das duas turmas em um concurso regional de poesias. “Fiquei surpresa ao ser informada que a escola estava concorrendo com 12 finalistas, oito deles da turma de recuperação paralela”, destaca. “Embora nenhum deles tenha vencido, esse tipo de reconhecimento foi muito importante para a autoestima de todos.”

O projeto foi concluído com a realização de um sarau na escola. O evento teve leitura de poemas autorais e de escritores como o inglês Edward Lear [1812-1888], a russa Tatiana Belinky e a paulista Viviane Veiga Távora, idealizadora do Prêmio Tatiana Belinky de Limeriques.

O projeto deu tão certo que Milene continuou a desenvolvê-lo. Este ano, ela ensinou os alunos do segundo ano a escrever limeriques. “Os alunos puderam se expressar através da escrita e leitura de poemas, além de observar algumas normas e fazer uso delas, como a identificação e seleção de rimas, perfeitas e imperfeitas.”

Pedagoga com pós-graduação em alfabetização e letramento, há 11 anos no magistério, Milene também é, em Cubatão, professora na Unidade Municipal de Ensino Estado do Espírito Santo. (Fátima Schenini)

Saiba mais no blogue da professora Milene Pinheiro

 

Incentivo a avanços contribui para melhor desempenho dos alunos

Alunos participam de Feira do Livro

“Não há fórmula mágica para fazer o aluno aprender mais rapidamente; cada aluno ou turma tem a própria trajetória. Ou seja, seu próprio tempo.” A opinião é da professora Andrea Job de Souza, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Guilherme Hildebrand, no município gaúcho de Santa Cruz do Sul. Para ela, que está no magistério há sete anos, a maior dificuldade de aprendizagem apresentada pelos estudantes está na apropriação da escrita e da leitura.

“Em 2014, as principais dificuldades também têm recaído na aquisição de uma leitura fluente e na escrita correta das palavras”, diz Andrea. Segundo ela, o primeiro passo é estimular a capacidade de aprender de cada um, além de valorizar e incentivar cada avanço dos alunos.

À frente de uma turma de terceiro ano e de outra de reforço escolar, Andrea ressalta que o desenvolvimento de projetos que envolvem o hábito da leitura em sala de aula tem trazido avanços satisfatórios à prática pedagógica. “Diariamente, proporciono um espaço para que isso aconteça de maneira prazerosa e se desenvolva o gosto pela leitura”, destaca a professora, que tem formação em pedagogia e pós-graduação em educação infantil. Seu esforço é para que os estudantes percebam que cada letra e cada sílaba representam um som e que cada palavra faz parte de um contexto e pode contar uma história.

O planejamento deste ano inclui trabalhar passo a passo, a partir do que ela conhece dos alunos, para ampliar os conhecimentos e flexionar atividades e conteúdos de acordo com as dificuldades por eles apresentadas.

Andrea teve um aluno diagnosticado com dislexia, em 2013. Então, durante todo o ano, ela trabalhou com o som que cada letra e cada sílaba faziam quando se juntavam, associando sempre som e imagem. “A maior barreira superada por aquele aluno tinha relação com a autoconfiança em sua capacidade de ler”, analisa. Assim, à medida que adquiria mais confiança em si mesmo e na professora, o estudante controlava o nervosismo e a ansiedade que demonstrava inicialmente.

A partir dos bons resultados obtidos com esse aluno, a professora resolveu dar ênfase, com a turma deste ano, à realização de trabalhos diferentes e ao atendimento diário, na mesa de cada estudante, a fim de acompanhar o processo de desenvolvimento das atividades.

Avaliação — Supervisora escolar na mesma instituição de ensino, Mara Núbia Sandim revela que os principais problemas de aprendizagem detectados entre os alunos, embora haja alguns casos de dislexia, são o déficit de atenção e a hiperatividade. De acordo com Mara, os professores são orientados a planejar atividades diferentes e a realizar avaliação flexível, com exercícios variados, testes escritos e orais e trabalhos específicos para cada problema de aprendizagem. “A escola procura sempre atender o aluno em suas necessidades de aprendizagem e, quando há professores com carga horária disponível, é organizado reforço pedagógico no turno contrário ao das aulas”, salienta.

Caso detecte algum problema de aprendizagem, o professor é orientado a encaminhá-lo à supervisão pedagógica, que o analisa com a área de orientação educacional. Os aspectos nos quais o aluno apresenta dificuldades são discutidos para a elaboração de estratégias de atendimento, com a realização de atividades diversificadas em sala de aula. “A família é chamada, pois muitas vezes desconhece o problema”, diz Mara.

Quando se percebe que o estudante precisa de atendimento especializado, o caso é encaminhado à Secretaria de Educação e Cultura do município para que seja programado atendimento com equipe multiprofissional, composta por psicólogo, psicopedagogo e educador especial. “Em alguns casos, a família é orientada a encaminhar o estudante ao neuropediatra.”

Mara ressalta, entretanto, que em muitos casos esses profissionais não mantêm contato com a escola. Portanto, a instituição fica sem diagnóstico ou retorno da avaliação. Dessa forma, sem tomar conhecimento do problema, o professor acaba impossibilitado de planejar uma intervenção pedagógica adequada a cada caso. Há 25 anos no magistério e há oito na função de supervisora escolar na rede municipal de ensino, Mara tem pós- graduação em supervisão escolar e psicopedagogia. (Fátima Schenini)

Jogos contribuem para a aprendizagem de alunos com TDHA

Jogos de regras podem ser recurso pedagógico eficaz para a aprendizagem de estudantes que apresentam transtorno de déficit de atenção–hiperatividade (TDAH). Além de contribuir para desenvolver habilidades acadêmicas como leitura, escrita e aritmética, eles colaboram para a melhoria da atenção, da concentração e do autocontrole.

A conclusão faz parte dos resultados da dissertação de mestrado em educação da psicopedagoga Rebeca Andrade, na Universidade de Brasília (UnB). Ela investigou a influência desses jogos no desempenho escolar e no desenvolvimento de habilidades sociais de crianças com TDAH. As atividades foram desenvolvidas no primeiro semestre de 2011 com estudantes de turmas do segundo ao quarto ano do ensino fundamental da rede pública do Distrito Federal.

Com graduação em pedagogia e habilitação em magistério para séries iniciais e para educação especial, Rebeca já atuou como professora em turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, de educação infantil e de educação de jovens e adultos (EJA). Atualmente, trabalha como pedagoga institucional da Escola-Classe 10 de Sobradinho, uma das regiões administrativas do Distrito Federal. Uma de suas funções é atender demandas de dificuldades de aprendizagem, em atuação interventiva e preventiva com os alunos.

De acordo com a professora, o primeiro passo de uma intervenção é fazer a avaliação das crianças quanto ao desenvolvimento cognitivo. São feitas aferições pedagógicas (psicopedagógicas) e psicológicas para investigar indícios de deficiência intelectual ou problemas de ordem psicológica, neurológica ou até mesmo psiquiátrica que estejam inibindo o processo de aprendizagem escolar. “Nesse caso, fazemos encaminhamentos externos, de modo que a família possa procurar o atendimento médico necessário para a complementação diagnóstica”, esclarece.

No processo de avaliação são consideradas, segundo Rebeca, informações das famílias sobre o histórico de desenvolvimento da criança e relatos dos professores quanto às dificuldades por ela apresentadas e intervenções já desenvolvidas para sanar as dificuldades percebidas. Após esse processo de investigação inicial, os alunos são encaminhados a atendimento em grupo, individual ou indireto (por meio de atividades sugeridas ao professor para desenvolvimento em sala de aula). “O atendimento sempre privilegia o uso de jogos”, ressalta.

Rebeca também assessora o trabalho pedagógico dos professores e da direção e oferece subsídios para a realização das atividades. “Se um professor relata que os alunos não estão conseguindo aprender operações de soma com reagrupamento, minha função é planejar, com esse professor, atividades diferenciadas para alcançar essa aprendizagem.”

Outra função que a professora exerce é a de promover formação continuada durante o ano letivo, com assuntos variados, como inclusão escolar, adaptação curricular e TDAH. “No momento, estamos desenvolvendo formação em educação matemática para atender à demanda das dificuldades identificadas no início do ano, principalmente entre alunos do quarto e do quinto anos”, salienta. (Fátima Schenini)

Simone Maria de Azevedo: “É preciso diferenciar problemas de aprendizagem de dificuldades de aprendizagem”

Psicóloga, psicopedagoga e terapeuta familiar, Simone Maria de Azevedo integrou, durante 12 anos, equipe especializada de apoio à aprendizagem na Secretaria de Educação do Distrito Federal. Também trabalhou como professora em escolas públicas e particulares, por 16 anos, com atuação na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental.

Em entrevista ao Jornal do Professor, ela diz que é preciso diferenciar problemas e dificuldades de aprendizagem e afirma que os professores são muito importantes no processo de intervenção, independentemente do problema. “Seu olhar, sua postura, sua afetividade fazem toda a diferença”, ressalta Simone.

Jornal do ProfessorO que são problemas de aprendizagem?

Simone Maria de Azevedo – São sinais indicativos de que algo não vai bem no aprender ou no ensinar. São comportamentos, atitudes, modalidades de lidar com os objetos de conhecimento e de se posicionar nas situações de aprendizagem que não favorecem a alegria de aprender, a autoria de pensamento, o sucesso acadêmico. Os problemas de aprendizagem podem ser classificados em sintoma, inibição cognitiva e reativos. Nos dois primeiros casos, as origens e causas encontram-se ligadas à estrutura individual e familiar do indivíduo que “fracassa” em aprender. No último, relacionam-se ao contexto socioeducativo. Ou seja, a questões didáticas, metodológicas, avaliativas, relacionais. É importante salientar que nos problemas de aprendizagem reativos o fracasso escolar pode demandar redimensionamento que englobe desde órgãos superiores responsáveis pela educação no país até as salas de aula. Já nos problemas em que os fatores desencadeantes são externos ao contexto escolar, geralmente há necessidade de uma avaliação especializada para buscar intervenções adequadas.

Quais as principais manifestações dos problemas de aprendizagem?

– Comprometimento na interpretação de texto, disgrafia (deficiência na habilidade de escrever, em termos de caligrafia e também de coerência), dislexia, discalculia (dificuldade no aprendizado dos números), dispersão em sala de aula e nos momentos de realizar atividades e avaliações escolares. Modalidades de aprendizagem que não favorecem a assimilação e a acomodação dos conhecimentos de modo satisfatório, entre outros sinais, podem ser manifestações de problemas de aprendizagem. Entretanto, é preciso diferenciar problemas de aprendizagem de dificuldades de aprendizagem. Qualquer estudante pode atravessar, em algum momento da vida escolar, alguma dificuldade no aprender. Pode demorar um pouquinho mais para assimilar um conteúdo, para dar sentido ao que lhe é ensinado, por uma ou outra razão, sem, contudo, configurar um sintoma ou fracasso do professor.

Um problema de aprendizagem pode ser considerado como tal quando descartadas causas socioeducativas. Ou seja, quando os sinais persistem, apesar das intervenções educacionais. Nessas situações, muitas vezes, como foi assinalado anteriormente, há necessidade de investigação e leitura especializada. Ressalto, entretanto, a importância de cautela por parte dos educadores ao “diagnosticar”. É preciso cuidado com a tendência de atribuir a causas organicistas os problemas e dificuldades de aprendizagem apresentados pelos alunos. Considero muito válido o trabalho coletivo da escola. O estudo de situações, a ajuda e o apoio de outros profissionais – orientadores educacionais, coordenadores pedagógicos, psicólogos, psicopedagogos – são sempre muito positivos. Surgem novos olhares, tanto em relação à leitura dos problemas quanto às possibilidades interventivas.

É possível que alunos que enfrentam problemas familiares apresentem dificuldades para aprender?

– Não necessariamente. Muitos de nós conhecemos crianças e adolescentes filhos de lares muito complicados e problemáticos que aprendem bem e são alunos de destaque. Conflitos familiares vão gerar problemas de aprendizagem quando a inteligência – aqui entendida como a capacidade de elaborar situações por meio da lógica, do pensamento, da cognição –, encontra-se aprisionada pela dimensão afetiva. Nas obras A inteligência aprisionada e Os idiomas do aprendente, de Alicia Fernández, a autora explicita muito bem essas situações. Entretanto, normalmente, em famílias muito conflituosas, crianças e adolescentes podem sofrer de depressão, apresentar transtornos variados, mostrar-se agressivos, hiperativos, ansiosos, desatentos, agitados e, assim, apresentar conflitos na escola. Isso, porém, não significa que tenham algum problema ou dificuldade de aprendizagem, mesmo que os sintomas apresentados perturbem seu desempenho e rendimento escolar.

Como saber se um aluno apresenta, por exemplo, déficit de atenção ou apenas passa por um momento difícil? Parece que tem crescido a prescrição de medicamentos a estudantes que não conseguem ficar quietos na sala de aula. Isso está ocorrendo?

– Como mencionei, é preciso ter cuidado com concepções calcadas estritamente em determinismos genéticos ou ambientais. Um problema orgânico por si só, assim como o contexto ambiental por si mesmo, não responde isoladamente às causas dos problemas de aprendizagem. Um aluno ou aluna com comprometimentos orgânicos, em alguns casos, pode apresentar alguma limitação. No entanto, ainda assim, pode construir belas aprendizagens se lhe forem dadas condições afetivas, técnicas, didáticas e metodológicas que considerem suas necessidades e potencialidades. Minha experiência tem mostrado que crianças e adolescentes diagnosticados com déficit de atenção são pessoas que têm sofrido sérios conflitos subjetivos e familiares. Conflitos sintomatizados em desatenção. Entendendo os sintomas (no caso, a desatenção) como um modo de dizer algo, falar de algo, uma linguagem que o sujeito usa para comunicar alguma coisa, um pedido de socorro, é fundamental que os profissionais da educação e da saúde se perguntem sobre eles. Quais as possíveis causas que levariam uma criança a se dispersar constantemente? Em que momentos e situações esse sintoma ocorre com maior frequência e intensidade? O que é atenção? O que é atender? Ser atendido? Quais as concepções teóricas ao levantar hipóteses acerca do diagnóstico de TDAH [transtorno do déficit de atenção com hiperatividade]?

Sobre a prescrição de medicamentos, é alarmante o crescimento do número de crianças, adolescentes e adultos que os usam. E uma das grandes preocupações que tenho é com o fato de, na maioria das vezes, não serem buscadas as verdadeiras causas que geraram e mantêm os sintomas. De muitas vezes não ser incluída nos diagnósticos e nas intervenções a visão analítica e sistêmica das situações. Enfim, de não se abrir espaços de pensamento acerca dos motivos pelos quais uma criança, por exemplo, está desatenta, dispersa. “No mundo da lua”, como costumam falar muitos professores e pais.

As escolas estão preparadas para ajudar os estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem e, assim, evitar o fracasso escolar? O que pode ser feito?

– A atualidade, com toda a sua diversidade, demanda reflexões acerca de concepções e práticas. Redimensionamento na atuação profissional. Porém, o investimento individual e governamental ainda é pequeno e ineficaz. Observa-se, contudo, em algumas localidades do nosso país e em certas escolas, em particular, um movimento mais organizado e prioritário na formação dos professores. No Distrito Federal, por exemplo, cursos variados estão disponíveis na rede pública de ensino. São também programados momentos semanais de formação continuada nas escolas em que os professores atuam. Eles lecionam em um turno e no outro realizam diferentes atividades. Entre elas, as mencionadas. Exemplo que deveria ser seguido por todas as unidades da Federação. Entretanto, na formação continuada deveriam ser incluídos espaços objetivos e subjetivos que permitam trabalhar questões psicopedagógicas essenciais para a qualificação do fazer pedagógico. O caráter subjetivo da aprendizagem, muitas vezes esquecido, é tão importante quanto a didática, os métodos, as técnicas.

Os professores da educação básica têm condições de diagnosticar problemas de aprendizagem?

– Professores atentos, sensíveis, amorosos, estudiosos, éticos, que amam ensinar e aprender têm condições de perceber comportamentos e sinais indicativos de problemas de aprendizagem. Muitas vezes, é na escola que a criança apresenta algum sintoma alusivo a conflitos de naturezas diversas. Em se tratando de problemas de aprendizagem reativos, ou seja, em que as causas são de ordem socioeducativa – falhas ou inadequações no modo de ensinar e intervir –, docentes e demais profissionais da educação e da saúde que atuam nas escolas deveriam ser formados para identificá-los e resolvê-los. No entanto, quando há hipóteses de causas individuais e familiares, o diagnóstico carece de olhares clínicos. Contudo, os professores são importantíssimos no processo interventivo, independentemente do problema. Seu olhar, sua postura, sua afetividade fazem toda a diferença.

Alicia Fernández, psicopedagoga argentina, referencial teórico que sustenta minha prática, relata em sua obra A atenção aprisionada, publicada em 2012, cena observada em um hospital público de Buenos Aires:

“O silêncio da sala de espera é interrompido pela alegria contagiante de médicos e enfermeiras despedindo-se de um homem de seus 80 anos, que está recebendo alta hospitalar após 40 dias de UTI, entre a vida e a morte. A comovedora situação incita-me a aproximar-me do ancião quando ia caminhando – já sozinho – pelo corredor.

– Quero fazer-lhe uma pergunta – digo.

– Você tem tempo de escutar-me? Responde, oferecendo-me, de entrada, a primeira reflexão, que me faz pensar quantas vezes perguntamos, sem oferecer tempo para escutar. E, ao olhá-lo, surge a pergunta:

– De onde o senhor tirou forças para se curar?

– Essa é uma longa história. Se quiser, eu conto. Tenho 83 anos, tive um acidente na rua, e me trouxeram inconsciente. Escutava tudo o que os médicos falavam, mas eu não podia falar. Dava-me conta que eles diziam que eu ia morrer. Eu pensava que queria dizer-lhes: quero viver. E não me saíam as palavras. Então, comecei a pensar em alguém que tivesse acreditado em mim e assim, depois de tanto tempo, recordei-me da professora Teresa, minha terceira professora. Quer que siga contando?

– Sim, me interessa. O que recordou?

– O modo como ela me olhava, me escutava... Desde que comecei a escola, os professores diziam à minha mãe que eu não aprenderia a ler e escrever. Por um tempo, deixei a escola – ‘Não vai aprender tudo’. No ano em que retornei, porque tinha muita vontade de aprender, tive outra professora. Repetiu-se a história, voltaram a me tirar da escola. No ano seguinte, insisti pela terceira vez e, então, conheci a professora Teresa. Lembrei-me dela 70 anos mais tarde, estando em terapia intensiva, quando eu queria tirar forças para me curar...

– E o que foi que o senhor recordou sobre ela? – perguntei.

– Lembrei-me que ela me olhava como que dizendo: ‘VOCÊ PODE’...”

Carlos Nogueira Aucélio (UnB): “Diagnóstico tem que ser feito pela equipe de saúde”

As dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas a métodos pedagógicos inadequados, problemas emocionais ou a distúrbios como dislexia, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), dentre outras. A opinião é do professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Nogueira Aucélio, neuropediatra, com atuação na área de medicina da criança e do adolescente.

De acordo com Aucélio, os casos que exigem acompanhamento médico são aqueles relacionados a distúrbios de aprendizagem, nos quais os estudantes apresentam alguma disfunção neurológica. São casos em que é necessária uma melhor investigação. “É muito importante o professor ter condições de reconhecer que o aluno possa apresentar dificuldades de aprendizagem, mas o diagnóstico deve ser feito pela equipe de saúde”, ressalta. Aucélio tem mestrado e doutorado em ciências da saúde.

Jornal do ProfessorO que são dificuldades de aprendizagem e quais as principais?

Carlos Nogueira Aucélio – Dificuldade de aprendizagem é qualquer ocorrência na esfera acadêmica que possa desencadear um prejuízo no ato de aprender. A dificuldade pode estar relacionada a métodos pedagógicos inadequados, problemas emocionais ou a distúrbios (TDAH, dislexia e outros).

Em quais casos há necessidade de acompanhamento médico? Como é feito o diagnóstico? Qual o papel do eletroencefalograma?

– Os casos que exigem acompanhamento médico são os distúrbios de aprendizagem nos quais o estudante apresenta disfunção neurológica. Há a necessidade de melhor investigação. O diagnóstico é eminentemente clínico. A depender do caso, devem ser acrescentados exames complementares, como o eletroencefalograma (EEG), estudo do PE 300, avaliação neuropsicológica (Wisc, Waiss, PAC e outras). O papel do EEG é avaliar a maturidade bioelétrica cerebral e verificar a presença de descargas epilépticas.

Fala-se de um eventual excesso de prescrições de remédios a estudantes para que “fiquem quietos” ou “prestem mais atenção às aulas”. Isso é real?

– Os critérios de diagnóstico, evolução e acompanhamento do tratamento estão hoje muito bem definidos. Assim, fornecem à equipe de saúde maior segurança em medicar. Mas é importante frisar que o diagnóstico da disfunção deve ser criterioso. Infelizmente, há casos como aqueles de “concurseiros”, que têm feito uso de medicações, sem necessidade, com a finalidade de aumentar a performance em seus estudos. Caso o indivíduo não tenha indicação de tratamento, não é aconselhável fazê-lo.

Qual o papel do professor no reconhecimento das dificuldades dos alunos e no encaminhamento dos mesmos à consulta médica?

– Estudos têm demonstrado que o principal encaminhamento para a equipe de saúde é realizado pelos professores. É muito importante o professor ter condições de reconhecer que o aluno possa apresentar dificuldades de aprendizagem, mas o diagnóstico tem de ser feito pela equipe de saúde.

 

– Qual o papel dos psicopedagogos no atendimento a estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem?

– O papel principal do psicopedagogo é descobrir junto ao aluno as melhores estratégias de estudo e aprendizagem.

 

– O atendimento a alunos com dificuldades de aprendizagem deve ser feito de forma interdisciplinar?

– Com certeza. O diagnóstico e o tratamento devem ser feitos pela equipe multidisciplinar (neuropediatras, pediatras, hebiatras, psiquiatras, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, psicólogos, psicopedagogos, ortoptistas, professores). Cada caso é um caso. Dependendo do paciente, torna-se necessário o parecer desses profissionais.

Projeto sobre preservação de mangue beneficia comunidade e rende prêmio

No interior catarinense, o projeto Mangue: um Espaço de Vida, Encanto e Beleza, premiado na sétima edição do Prêmio Professores do Brasil, resultou em benefícios para a comunidade. O trabalho foi desenvolvido em 2013 pelas professoras Jaqueline de Oliveira Mascarenhas e Vlaviane Pereira Koch, do Centro de Educação Infantil Ponte Serrada, no município de Joinville.

Com o projeto, as famílias da região, próxima a um manguezal, passaram a encarar de outro modo aquele ecossistema. “Elas entenderam os benefícios da preservação”, explica a diretora da escola, Tanara Regina.

O projeto foi executado pelas duas professoras com alunos do segundo período da educação infantil – crianças de 5 e 6 anos. Com duração de oito meses, as atividades permitiram despertar nas crianças o entendimento de que a relação entre os seres vivos deve ser harmônica. “Respeitar as diferenças e particularidades de cada ser vivo, permitindo e favorecendo sua existência, deveria ser o principio da vida e das relações diretas ou indiretas com o meio ambiente que compartilhamos”, destaca Jaqueline.

As professoras também ajudaram os estudantes a perceber a beleza existente no manguezal e na Baía da Babitonga, além de valorizar a natureza e entender a necessidade de preservá-la.

Em um passeio de escuna, os alunos, usando equipamentos como lupas e binóculos, tomaram consciência dos cuidados a serem tomados com a água, animais e plantas a fim de contribuir para a preservação ambiental. Além das crianças e suas famílias, a comunidade em geral foi integrada ao projeto. A escola promoveu palestras sobre o tema e realizou exposições de fotos.

A atividade final foi a revitalização de área à margem do manguezal, com o plantio de mudas de árvores frutíferas. “As árvores cresceram e surpreenderam a comunidade, que não acreditava que isso fosse possível”, ressalta a diretora da escola. Para ela, a realização do projeto foi uma experiência gratificante. (Fátima Schenini)

Luciana Barros de Almeida (ABPp): “Dificuldades de aprendizagem atingem cerca de 5% da população escolar”

A presidente nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp) e conselheira vitalícia da ABPp Goiás, Luciana Barros de Almeida, revela que as dificuldades de aprendizagem, que provocam frustração em pais, professores e principalmente estudantes, atingem cerca de 5% da população escolar atual.

“Em grande parte dos casos há pequenas dificuldades que passam despercebidas em casa, mas com a inserção da criança na escola causam um impacto no desempenho da criança”, ressalta. De acordo com Luciana, cabe ao psicopedagogo investigar quais são os obstáculos que impedem a aprendizagem. Graduada em pedagogia, ela tem cursos de especialização em psicopedagogia e em psicopedagogia clínica.

Jornal do Professor O que são dificuldades de aprendizagem e quais as principais?

Luciana Barros de Almeida – As dificuldades de aprendizagem são caracterizadas principalmente pela discrepância entre o que a criança deveria ser capaz de fazer e o que ela realmente consegue fazer, o que é comum na dificuldade de aprendizagem é o baixo desempenho escolar. As principais dificuldades de aprendizagem podem afetar a percepção visual, a linguagem, a coordenação motora, o raciocínio lógico, a capacidade de atenção, imaturidade social. Em grande parte dos casos há pequenas dificuldades que passam despercebidas em casa, mas com a inserção da criança na escola causam um impacto no desempenho da criança.

De que forma um professor pode identificar que um aluno apresenta uma dificuldade de aprendizagem?

– Atualmente as dificuldades de aprendizagem atingem cerca de 5% da população escolar, costumeiramente frustram pais e professores, mas a maior frustração é sentida pelos próprios estudantes. As dificuldades de aprendizagem exigem um cuidado minucioso, já que nem sempre são fáceis de serem identificadas. Na maioria das vezes, elas são sutis e muitas crianças com dificuldades de aprendizagem têm inteligência normal.

O professor precisa ter discernimento entre uma dificuldade de aprendizagem natural e uma dificuldade de aprendizagem recorrente. Todo novo conhecimento, por sua natureza, gera uma transitoriedade entre o aprender e o não-aprender, isto é, um novo conteúdo ensinado nem sempre será instantaneamente aprendido. Há um tempo necessário para que ele seja devidamente assimilado e na medida em que ocorre a assimilação, posteriormente vem a acomodação, que é quando a aprendizagem é consolidada, isto é, a criança se apropria, torna seu o conhecimento que vem à partir do outro (na maioria das situações, via professor). Portanto, o professor precisa dar um tempo para que aluno possa mostrar o que foi possível aprender.

Algumas vezes, os alunos não conseguem aprender devido a situações de conflito ou violência vivenciadas em casa, na escola ou na comunidade. É possível discernir o que está ocorrendo realmente?

– A aprendizagem se dá por vínculos entre quem ensina e quem aprende e este vínculo designa o investimento de ambos sobre o objeto de conhecimento, portanto entendemos que a aprendizagem é primariamente afetiva e posteriormente cognitiva. Então, se a criança tem originariamente um conflito afetivo, ela fica impedida de estabelecer conexões cognitivas.

Para discernir a origem da dificuldade de aprendizagem há que se observar as atitudes da criança. Quando sinaliza problemas de ordem emocional, a criança geralmente age de modo disperso, alheia às atividades propostas, apática, isolada do grupo e com dificuldades de envolver-se com a tarefa. Já na dificuldade de aprendizagem, o prejuízo é na execução da atividade, mas há envolvimento e esforço do estudante em realizar a atividade.

As escolas estão preparadas para ajudar os estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem?

– Mais que estar preparada para ajudar quem apresenta dificuldades de aprendizagem é preciso querer ajudar. Percebe-se que à cada dia temos encontrado ensinantes dispostos a entender o que está acontecendo e disponíveis para solucionar as dificuldades apresentadas.

Estar preparada é uma expressão complexa e dificilmente se alcança quando não se acredita ser capaz de fazer o que precisa ser feito. Portanto, acredita-se que nos preparamos na medida em que enfrentamos as situações que surgem, buscando, claro, a teoria que nos possibilita a compreensão e simultaneamente a ação que nos leva à efetiva ação.

Qual o papel dos psicopedagogos no atendimento a estudantes que apresentam essas dificuldades?

– O psicopedagogo não tem o papel de ensinar senão o de criar espaços objetivos e subjetivos onde seja possível aprender. Cabe ao psicopedagogo investigar quais são os obstáculos que impedem a aprendizagem. Uma vez identificados estes obstáculos, reconstruir a trajetória de aprendizagem onde seja possível estabelecer conexão com a própria capacidade de aprender, proporcionando ao estudante situações onde haja interação entre sujeito e objeto de conhecimento, criando estratégias onde a qualidade de aprendizagem esteja assegurada gradualmente.

De que forma os professores podem ajudar, uma vez que nem todas as escolas dispõem de psicopedagogos?

– O que propomos não é a presença constante de um psicopedagogo em cada escola, pois sabemos que essa ação não garante a aprendizagem, já que na escola a função do psicopedagogo é oferecer suporte, principalmente aos docentes. Na instituição, o psicopedagogo lida com o grupo, com situações de aprendizagem no coletivo. Desta forma, o professor pode favorecer a aprendizagem observando o interesse do estudante pelo conhecimento, o envolvimento com a tarefa e as elaborações que devem ir se processando gradualmente. O professor deve observar se o aluno consegue fazer associações daquilo que foi ensinado com situações cotidianas de sua vida. E, quando perceber que há fatores intervenientes que dificultam o processo ensino-aprendizagem, deve usar outras estratégias de ensino, atividades diferenciadas. Caso não haja êxito, deve solicitar apoio escolar que pode ser por meio de aulas de revisão de conteúdo ou acompanhamento individualizado. Se esgotadas as possibilidades dentro do ambiente escolar, pode fazer encaminhamento para avaliação psicopedagógica, se for o caso.

A Associação Brasileira de Psicopedagogia promove cursos ou seminários voltados a professores?

– A ABPp tem, dentre suas funções, a de promover a formação continuada na área da educação e realiza, anualmente, um evento na cidade de São Paulo, onde se reúnem cerca de 800 profissionais da área para a discussão de temas de relevância na área. Além disso, esta formação ocorre também por meio das Seções e Núcleos da ABPp existentes em 18 cidades brasileiras distribuídas pelo território nacional. Nesse ano, de 26 a 28 de setembro acontecerá o III Simpósio Nacional de Psicopedagogia da ABPp, cujo tema será "Psicopedagogia: novos tempos... novos cenários". Serão discutidos temas como ética, neurociências, inclusão, transtornos invasivos do desenvolvimento, altas habilidades e superdotação, formação profissional do psicopedagogo, onde o objetivo primordial é o aprimoramento da atuação psicopedagógica a fim de melhorar a qualidade da educação em nosso país.