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JORNAL

O Professor e a Família

Terça-feira, 21 de Maio de 2013

Edição 87

EDITORIAL - O Professor e a Família

O tema da 87ª edição do Jornal do Professor é o Professor e a Família. O assunto foi escolhido por 78,53% % dos leitores que votaram na enquete em nossa página.

Apresentamos, nesta edição, as experiências desenvolvidas na Escola Municipal Rocha Pombo, de Pato Branco (PR); Escola Estadual Professora Alice Barbosa Pacheco, de Campo Verde (MT); Escola Municipal de Educação Infantil Branca de Neve, de Novo Hamburgo (RS); e Escola Municipal Patatotinha, de Catalão (GO).

A professora Helenise Sangoi Antunes, diretora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (RS) é a entrevistada desta edição. E a professora Dorotéa Merchiori Stoco, do Colégio Estadual Sagrada Família em Campo Largo (PR), participa da seção Espaço do Professor.

Ajude-nos a escolher o tema das próximas edições, votando na enquete colocada em nossa página. E aproveite para colaborar enviando sugestões, críticas, textos e músicas!

Seja bem-vindo!

 

Pais ajudam na educação dos filhos em escola paranaense

Alunos e familiares sentados na sala de aula

O estímulo à presença da família no ambiente escolar e a participação dos pais na educação dos filhos são objetivos levados a sério em todas as escolas da rede de ensino de Pato Branco. Para tanto, o município do sudoeste do Paraná, a cerca de 430 quilômetros de Curitiba, desenvolve, desde 2009, o projeto Família e Escola.

Na Escola Municipal Rocha Pombo, a mais antiga da cidade, a aproximação com as famílias dos alunos ocorre por meio de reuniões, eventos, atividades pedagógicas e socialização de projetos. Segundo a diretora da instituição, Rosane Terezinha Fontana Zucco, a escola está aberta, no dia a dia, para receber os pais e responsáveis. “Essa aproximação é importante para que a família conheça o trabalho realizado e possa, assim, participar, traçar metas, contribuir de forma positiva e opinar para uma educação de qualidade”, justifica.

Na visão da diretora, os estudantes sentem-se valorizados com a participação ativa dos pais e apoiados no processo ensino-aprendizagem. Graduada em pedagogia, com pós-graduação em psicopedagogia, educação especial e inclusiva, Rosane está no magistério há 15 anos. Nesse período, além de ter exercido o cargo de diretora, lecionou em turmas de educação infantil, ensino fundamental (séries iniciais), educação especial e educação de jovens e adultos.

“A escola deve ser a continuação da família, já que ambas têm um objetivo comum, que é a formação da criança”, diz a professora Giedra Regina Moccelini. Para ela, que está no magistério há 27 anos, pais e escola devem criar um vínculo de confiança. “Os pais entregam na escola seus maiores tesouros, que são os filhos. Por essa razão, é importante que estejam sempre presentes, acompanhando as ações escolares e seus resultados”, analisa.

Professora de língua portuguesa, matemática, ciências, história e geografia em turmas do terceiro e do quinto anos do ensino fundamental, Giedra costuma elaborar projetos que contem com a participação ativa dos pais e de toda a comunidade escolar. Entre eles, cita o projeto Meio Ambiente, que envolveu as famílias dos estudantes e voluntários em atividades como coleta de lixo, limpeza de terrenos e distribuição de lixeiras especiais para a separação do lixo reciclável. Para desenvolver o projeto, a professora precisou também estabelecer parcerias com empresas, entidades e clubes de serviços.

Com licenciatura em história e em geografia e especialização em metodologia do ensino de educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental, Giedra cursa mestrado em ciências da educação com especialização em novas tecnologias.

De acordo com a professora Andréia Siqueira Lopes Beato, que leciona arte, português, matemática, história, geografia e ciências em turmas do ensino fundamental, aproximar família e escola é essencial para o desenvolvimento global da criança. Ela desenvolve atividades de socialização entre pais e filhos, jogos, apresentações, conversas, histórias, leitura e atividades extraclasse.

“Os principais benefícios da aproximação são a troca de experiências entre pais, professores e alunos, levando à compreensão da importância da família na formação dos educandos”, ressalta Andréia. A percepção de que a escola é a continuidade do lar e uma segunda família para a criança e a proximidade entre pais e professores são outros benefícios citados pela professora. Há 10 anos no magistério, ela é formada em pedagogia e educação infantil, com pós-graduação em psicopedagogia e educação infantil.

Na visão de Silvana Antoniolli, coordenadora pedagógica de turmas do primeiro ao quinto ano, aproximar a escola e a família é importante em razão do comprometimento da família com os filhos. Nesse sentido, ela procura valorizar os pais e mostrar a eles o quanto são importantes para os filhos. Isso é feito por meio de atividades diárias, como participação em apresentações, datas comemorativas, atividades extraclasse e em sala de aula.

Formada em letras, a professora tem pós-graduação em educação inclusiva, saúde do professor, ensino a distância e gestão de instituição de ensino. Ela está no magistério há 17 anos, seis dos quais na coordenação pedagógica. (Fátima Schenini)

Escola divide com os pais a responsabilidade de educar

Estudantes e familiares no auditório da escola

A presença da família é considerada muito importante na Escola Estadual Professora Alice Barbosa Pacheco, em Campo Verde, município do sudeste de Mato Grosso. Todos os projetos realizados pela instituição visam à aproximação entre os pais e a escola para que eles participem da vida escolar dos filhos.

“Não dá para pensar em uma educação de alta qualidade se a escola não considerar a família como parte essencial do processo”, diz Marly Gomes da Silva, professora de geografia e história em turmas do ensino fundamental e médio e da educação de jovens e adultos. Segundo ela, para o sucesso dos educandos é primordial que pais e escola deem as mãos em um trabalho em equipe.

Na visão de Marly, a família e a escola são responsáveis pela educação das crianças. “A educação será mais eficaz quanto mais em sintonia ambos estiverem”, acredita. Há seis anos no magistério, a professora tem licenciatura plena em geografia e pós-graduação em educação ambiental.

Elaine Guimarães Bonfim, professora de português e espanhol, há quatro meses desempenha a função de coordenadora do ensino fundamental e médio. Ela entende que a escola só terá sucesso total na tarefa de formar bons cidadãos se contar com o apoio da família. Entre as ações de aproximação, Elaine cita reuniões periódicas de pais e mestres, palestras sobre temas relacionados à educação dos filhos e apresentações de projetos pedagógicos e culturais. Com experiência de seis anos no magistério, ela é formada em letras e pós-graduada em metodologia de ensino de linguagens.

Empenho — Professora de ensino fundamental e médio, Lusiane Roegelin Aoki dá aulas de português e espanhol e também é professora multidisciplinar. Ela acredita que a presença da família na escola é importante para o acompanhamento do processo pedagógico e dos resultados da aprendizagem. “Quando a família mostra interesse e participa, o estudante empenha-se para que o resultado seja significativo, pois sabe que alguém está assistindo seu esforço”, salienta.

Segundo Lusiane, todas as atividades pedagógicas — leitura, trabalhos e avaliações — necessitam do acompanhamento e da participação indireta da família. Ela já trabalhou com projetos de produção de textos e construção de páginas on-line de relacionamento que exigiam o acompanhamento da família. Este ano, a professora trabalha na elaboração de projeto no qual os alunos têm de envolver os pais em atividades de leitura. Graduada em letras, ela tem pós-graduação em metodologia do ensino da língua espanhola. (Fátima Schenini)

Saiba mais no facebook e no blogue da EE Professora Alice Barbosa Pacheco

Em escola gaúcha, estabelecer vínculos com os pais é fundamental

Pais participam de reunião na escola

Na Escola Municipal de Educação Infantil Branca de Neve, no município gaúcho de Novo Hamburgo, a aproximação entre família e escola ocorre nas atividades diárias e envolve não apenas os professores, mas todos os segmentos de trabalhadores da instituição. Na visão da diretora, Neida Hoch Wilmsen, toda a equipe deve sentir que pertence à escola para, dessa forma, servir como ponte no acolhimento aos recém-chegados.

“Estabelecer vínculo com as famílias dos alunos é fundamental para que se efetive uma parceria significativa, que faça a diferença no processo de aprendizagem das crianças”, diz a diretora. Segundo ela, para que a escola possa cumprir seu papel, todos devem estar comprometidos na construção e efetivação do projeto político-pedagógico. “A escola é o lugar para brincar, aprender e ser feliz.”

Para Neida, que está no magistério há 24 anos, 12 dos quais na direção, esse lema deve ser a motivação a cada dia. “Com as famílias, trabalhamos para alcançá-lo”, enfatiza a diretora, que tem licenciatura plena em história e pós-graduação em gestão escolar.

Professora de duas turmas na faixa etária de quatro anos, Elisângela Martins Rodrigues considera de fundamental importância a construção de uma relação sólida entre pais e professores para troca de informações e continuidade dos trabalhos iniciados em sala de aula. “Na educação, é imprescindível que família e escola andem juntas, enfrentando e superando os desafios, como parceiras.”

De acordo com a professora, respeito e compreensão devem ser os princípios de uma boa relação de parceria. Além disso, ela enfatiza a necessidade de diálogo constante para que os pais tenham a oportunidade de manifestar dúvidas e insatisfações. “A escola deve buscar ampará-los em suas expectativas e, com eles, fazer constantes reflexões”, afirma.

Colaboração — Entre os projetos desenvolvidos para aproximar escola e famílias, Elisângela cita o que realizou em 2010, com crianças na faixa etária de dois anos de idade. Voltado para o desenvolvimento da oralidade nas crianças, o projeto teve como recurso facilitador da aprendizagem uma boneca de pano, a Kika, costurada e montada com a colaboração de familiares dos alunos. Os pais também ajudaram a coletar garrafas descartáveis de plástico e outros materiais de sucata para confeccionar jogos e brinquedos usados para exercitar a musculatura facial e auxiliar no processo de adaptação e socialização das crianças. “Eles aprenderam como usar esses recursos também em casa para auxiliar no processo da construção da linguagem”, explica.

Há dez anos no magistério, com experiência em turmas de educação infantil, ensino fundamental e médio, Elisângela revela que sempre observou melhores resultados ao estabelecer relação de parceria com pais ou responsáveis pelos alunos. E, de acordo com ela, essa relação de parceria ganha dimensão ainda maior com estudantes da educação infantil.

Com licenciatura em pedagogia, Elisângela faz curso de especialização em docência na educação infantil. (Fátima Schenini)

 

Escola goiana envolve pais em projeto sobre o meio ambiente

Mães e alunos observam preparo de sabão

O envolvimento da família e da comunidade é considerado de fundamental importância pela Escola Municipal Patotinha, no município de Catalão, sudeste de Goiás. Localizada em bairro distante do centro da cidade, numa comunidade com poucas oportunidades sociais, culturais e econômicas, a escola atende crianças de 5 a 11 anos, originárias, em sua maior parte, de famílias de baixo poder aquisitivo.

Assim, em um projeto sobre questões ambientais, criado pela professora Kênia Mara da Costa, os familiares e responsáveis pelos alunos, principalmente as mães, aprenderam a fazer receitas culinárias alternativas, refrigerantes caseiros e até sabão ecológico. “A escola é a principal fonte cultural no que diz respeito à educação formal das crianças. E tem uma responsabilidade ainda maior em desenvolver projetos voltados para a comunidade local”, avalia a professora.

Seu trabalho, Eu Aprendi e Vou Ensinar: Atitudes Cidadãs de Sustentabilidade, foi um dos vencedores da edição de 2012 do Prêmio Professores do Brasil. Nele, a professora enfocou diferentes temas relacionados ao meio ambiente e à busca de alternativas para a redução do consumo exagerado, bem como o destino do lixo e o aquecimento global. Tudo para mostrar que é possível construir um mundo diferente e resgatar valores como responsabilidade e respeito à vida e ao planeta.

“Os familiares adoram quando os convidamos para vir à escola e participar das atividades, e os alunos ficam mais dispostos a vivenciar, em casa, o que aprenderam nas aulas”, diz Kênia. “É o conhecimento extrapolando os muros da escola.”

Uma das atividades que tiveram a participação das famílias foi a oficina de aprendizagem de receitas alternativas e aproveitamento de partes de vegetais, como cascas e talos, que costumam ser jogadas fora. “As mães perceberam o quanto podem economizar e agradar as crianças”, ressalta a professora.

Hábitos — No desenvolvimento do projeto, aplicado em turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, foi possível verificar o surgimento de mudanças de hábitos. Na alimentação, por exemplo, houve a tomada de consciência sobre a necessidade de limitar a ingestão de alimentos salgados ou gordurosos, especialmente os industrializados. No lanche, os alunos começaram a substituir o refrigerante pelo suco e o biscoito pela fruta.

Com relação ao destino do lixo, os estudantes fizeram reflexão sobre os prejuízos ocasionados pelo hábito de jogar detritos no quintal ou em terrenos baldios. Para repassar à comunidade o que aprenderam e conscientizar um maior número de pessoas, eles confeccionaram panfletos com explicações sobre atitudes sustentáveis e saíram às ruas para distribuir o material e conversar com as pessoas.

“Foi um momento de entusiasmo e valorização da autoestima, numa execução do que foi planejado, um cooperando com o outro”, afirma Kênia. Segundo ela, os estudantes usaram seus conhecimentos em favor do meio ambiente ao explicar o que eram atitudes sustentáveis, como poluir menos, gastar menos água e menos energia elétrica.

De acordo com a professora, a partir da realização do projeto, os alunos entenderam que todos são responsáveis pela preservação. “Eles ficaram mais dispostos e atentos não só para aprender, mas para divulgar o que aprenderam”, diz Kênia, que atua no magistério há 14 anos. Graduada em letras e com especialização em linguística aplicada e em metodologia do ensino fundamental, ela trabalha, atualmente, na secretaria de Educação do município. (Fátima Schenini)

Saiba mais sobre o Prêmio Professores do Brasil

Professora do Paraná desenvolve projeto sobre família e escola

Da esquerda para a direita, professoras Glaci, Dorotéa, Norma, Rita e a diretora, Irmã Lúcia

A professora Dorotéa Merchiori Stoco, coordenadora do curso de formação de docentes do Colégio Estadual Sagrada Família, em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba (PR), criou um projeto que envolve a família e a escola. O projeto Escola e pais juntos para estimular a busca do conhecimento e a formação integral, teve início em 2012.

A primeira etapa do ano letivo de 2013 ocorreu em abril, com foco na gentileza. Mais uma etapa está prevista para junho, quando os alunos farão exposição dos trabalhos desenvolvidos na sala de aula.

Leia abaixo o texto sobre o projeto encaminhado pela professora Dorotéa.

Família e escola: uma proposta para a formação integral

Dorotéa A. Merchiori Stoco

Colégio Estadual Sagrada Família

Em harmonia com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e o Estatuto da Criança e do Adolescente, as instituições educacionais têm a obrigação de fazer a articulação com as famílias. Os pais têm o direito de receber conhecimento do processo educacional, bem como participar do desenvolvimento da Proposta Pedagógica da Escola.

É uma oportunidade para a família valorizar e reconhecer a instituição escolar e ao mesmo tempo estimular a caminhada estudantil dos filhos, oportunizando um percurso mais significativo, incentivando a cultura e a contribuição desta para a qualidade da educação.

Compartilhar e vivenciar situações da escola valoriza e incentiva os filhos a aprenderem muito mais, destaca a aprendizagem como moeda fundamental para o desenvolvimento de uma sociedade mais conhecedora da sua cultura e prepara o cidadão para interagir de forma significativa.

Neste sentido, é que se desenvolve no Colégio Estadual Sagrada Família de Campo Largo o projeto Escola e pais juntos para estimular a busca do conhecimento e a formação integral, com o envolvimento dos alunos e familiares do curso de formação de docentes.

Na primeira fase do projeto, expõe-se sobre a importância da formação acadêmica, sendo esta, o caminho para o desenvolvimento da profissão, a competência do “ser professor”; a compreensão de que a prática pedagógica é o elemento articulador da relação teoria e prática, para a sua profissionalização e a importância das disciplinas contidas na matriz curricular do curso. Ressalta - se a importância da família na formação integral do aluno.

No segundo momento, os alunos apresentam algumas atividades desenvolvidas no trimestre em que se evidenciam os sentidos e significados de ser professor na sociedade atual. Valoriza-se a importância da infância no desenvolvimento da pessoa, além de dicas e passos para fazer acontecer no dia – a – dia de cada cidadão e a necessidade do apoio e envolvimento da família na formação dos estudantes.

Já em outra fase, acontece a participação da família em que as apresentações destacam a importância e o valor das profissões, e outras atividades do município, dentre elas: as tarefas envolvendo o aproveitamento dos resíduos industriais; o trabalho com artesanato em cerâmica e artes manuais; o destaque ao trabalho do professor, com o depoimento de vários profissionais, esclarecimento sobre o curso de pedagogia e os aspectos que enaltecem a relação aluno x professor, fundamentais para dar sentidos e significados ao mestre.

O projeto é da professora pedagoga Dorotéa A. Merchiori Stoco, com a participação efetiva dos professores de prática de formação: Glaci Sarnecki, Rita de Cássia Mazzon Gequelin, Norma da P. Lunardon Augusto, com o apoio da diretora Lúcia Staron.

As atividades são preparadas em sala de aula e apresentadas no Salão Nobre do colégio por meio de: palestras, vídeos motivacionais, apresentações teatrais, recitais, dinâmicas, apresentações de danças, depoimentos de profissionais.

Este trabalho proporciona um envolvimento positivo com a família, pois pelas pesquisas recentes, os pais interessados, engajados na vida escolar dos filhos, influenciam positivamente na aprendizagem, gerando mais segurança e autonomia. A participação da família é destaque nas apresentações, oportunizando uma valorização da profissão e seus vários caminhos, aspectos fundamentais para a formação.

Helenise Sangoi Antunes (UFSM): a aproximação da família com a escola é fundamental para o aprendizado

Helenise Antunes

A diretora do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e professora do Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE) – mestrado e doutorado –, Helenise Sangoi Antunes, diz que a aproximação da escola com a família é fundamental para o aprendizado.

Em sua visão, o professor deve utilizar diferentes recursos para incentivar essa aproximação, seja por meio de encontros informais, palestras, ou outras atividades. “A escola precisa recuperar o seu espaço acolhedor e de promoção de diálogos e trocas de conhecimento e de afeto”, destaca Helenise.

Llicenciada em pedagogia e doutora em Educação, ela é coordenadora do Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Formação Inicial, Continuada e Alfabetização (Gepfica/UFSM) e coordenadora geral do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa.

Jornal do Professor - Qual é a importância de aproximar a família da escola? Quais os benefícios que esta aproximação pode trazer a todos os envolvidos?

Helenise Sangoi Antunes -A aproximação da família com a escola é fundamental para que ocorra o aprendizado da criança, pois não se pode chamar a família somente para apontar os problemas que a criança está vivenciando na escola, mas sim incluir e trabalhar de forma dinâmica e acolhedora os pais e ou responsáveis por estar crianças através de palestras, rodas de conversas, encontros informais e atividades esportivas e culturais. Não se pode mais deixar que as distâncias entre as famílias e as escolas se legitimem.

JP - De que maneira o professor pode incentivar a aproximação entre a família e a escola? Que atividades ou recursos podem ser utilizados, nesse sentido?

HSA - Acredito que devemos utilizar as mais variadas formas: encontros nos sábados através de jogos interativos professores, pais e estudantes, palestras, e-mails, facebook, página na internet, convites artesanalmente feitos pelas crianças para os pais, rodas de conversas temáticas, oficinas e encontros com temas específicos elencados pelos próprios pais e estudantes. A escola precisa recuperar o seu espaço acolhedor e de promoção de diálogos e trocas de conhecimento e de afeto.

JP - Esse assunto é discutido com os alunos do curso de pedagogia da UFSM?

HSA - Nós temos discutido nos vários fóruns que tenho participado como reuniões nas escolas, palestras, reuniões com os professores da UFSM. Não podemos deixar de perder este espaço fundamental que a escola possui hoje no sentido de buscar aproximar as pessoas que nela estudam e participam. Acreditamos que o diálogo, a troca de ideias e valores são fundamentais para o desenvolvimento da autonomia, autoestima e promoção da cidadania.

JP - Em sua opinião, a escola deveria incluir cursos e palestras voltados especificamente ao atendimento de pais, mães ou outros familiares, seja para repassar conhecimentos nas áreas de psicologia ou saúde, seja para oferecer cursos de formação inicial para o trabalho e geração de renda? Como deveriam ser oferecidos?

HSA - Acredito que é fundamental para escola em primeiro lugar conhecer a sua realidade e a realidade das famílias das suas crianças. A partir do conhecimento socioantropológico desta realidade promover palestras, grupos de debate e troca de informações sobre os temas de interesse destas famílias. Temos que manifestar o que faz sentido para estas famílias e não falarmos de temas que fazem sentido somente para nós professores.

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