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DIARIO
Edición 80 - Língua Portuguesa
22/11/2012
 
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Dulce Cassol Tagliani (Furg): língua portuguesa é fundamental em qualquer área do conhecimento

Dulce leciona na Universidade Federal do Rio Grande (Furg)

Dulce leciona na Universidade Federal do Rio Grande (Furg)

Autor:Arquivo pessoal


Professora do Instituto de Letras e Artes da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), Dulce Cassol Tagliani leciona no curso de graduação em letras, do qual é coordenadora e na especialização em Linguística e Ensino de Língua Portuguesa. Também é coordenadora de gestão pedagógica do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid), na Furg.

Para ela, que tem mestrado e doutorado em letras, na área de linguística aplicada, a escola deve formar usuários competentes da língua. Para isso, deve possibilitar que os estudantes conheçam diferentes textos, de gêneros variados, por meio da utilização de diversas ferramentas.

Jornal do Professor – Qual é a importância do ensino de língua portuguesa na escola, já que ela é fundamental em todas as áreas do conhecimento?

Dulce Cassol Tagliani – Na própria questão feita já temos uma ideia sobre a importância do ensino de língua portuguesa na escola. Ela é fundamental em qualquer área do conhecimento, assim como em qualquer prática social das quais participamos cotidianamente. E a escola é o espaço de desenvolvimento de habilidades linguísticas outras além daquelas que o indivíduo (aluno) já possui. Sem dúvida, a educação linguística de qualquer cidadão passa pelo contexto escolar.

JP – Como deve ser o ensino dessa disciplina a fim de atrair mais os alunos?

DCT – Deve, necessariamente, considerar que a escola se volte para a formação de usuários competentes da língua e não, como vem sendo feito em boa parte das escolas, para a formação de analistas da língua. Possibilitar ao estudante o conhecimento de diferentes textos, nos mais variados gêneros, transitando por variedades linguísticas que vão das menos até as mais formais. Além disso, o ensino de língua portuguesa deve considerar que a sociedade mudou (e muito), que o aluno mudou e tem interesses e expectativas vinculados ao século 21. O uso de diferentes tecnologias pode ser um caminho bastante produtivo, apesar de não ser o único, se considerarmos os diferentes contextos escolares. Claro que não existe uma “receita” que se aplique a todos os ambientes. Precisamos considerar as especificidades de cada “ingrediente”. Mas uma sala de aula mais interativa e que faça sentido para o estudante é fundamental.

JP – Quais as atividades mais importantes para o aprendizado de língua portuguesa no ensino básico?

DCT – A organização de um bom projeto didático é importante em qualquer nível. Atividades de leitura, escrita e oralidade proporcionam o desenvolvimento de significativas habilidades linguísticas e levam o indivíduo a circular com desenvoltura por diferentes situações de interação. Afinal, a escola deve preparar o indivíduo para o mundo (e não apenas para o vestibular, por exemplo).

JP – Qual é a importância da leitura para a aprendizagem da língua portuguesa?

DCT – Considerando os aspectos já discutidos, sem dúvida, a prática de leitura desponta como primordial para o ensino, não só de língua portuguesa. As atividades de leitura e compreensão de um texto extrapolam a sala de aula de língua portuguesa, extrapolam os limites da escola, que é a responsável por proporcionar a seus alunos diferentes níveis de letramento(s). É importante, como professores/educadores, considerarmos o impacto social da escrita, do texto, na vida do indivíduo.

JP – De que maneira os professores podem estimular a leitura entre os estudantes?

DCT – Com a inserção cada vez maior do aluno no “mundo tecnológico”, penso que essa ferramenta pode ser bastante útil/produtiva. Não a única. Se considerarmos as dificuldades que boa parte dos professores tem em usar a tecnologia disponível e, ainda, a carência de muitas escolas públicas nesse sentido (conheço várias escolas públicas do interior que ainda usam mimeógrafo), porque não envolver o aluno com o que temos disponível nas escolas? O material disponibilizado pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) (http://www.fnde.gov.br/index.php/programas-biblioteca-da-escola), por exemplo, pode ser uma saída interessante. Mas esse material precisa chegar ao aluno, e não apenas na escola. É diferente. O aluno precisa manusear esse material, que é riquíssimo, basta que o professor conheça o item a sua disposição e o “apresente” a seus alunos.

JP – Em sua opinião, a grande utilização das redes sociais pelos jovens tem contribuído para piorar ou para melhorar a utilização da língua portuguesa?

DCT – Nosso aluno lê e escreve muito mais por meio de redes sociais! Acho que a variação linguística que ele experimenta é uma excelente ferramenta para se chegar a práticas sociais que requerem uma variedade mais formal. Temos, aí, uma ótima oportunidade de ampliar as habilidades linguísticas dos nossos alunos, seja qual for o artefato mediador. Além disso, pelas redes sociais (e não só) circulam textos de diferentes gêneros, vinculados a diferentes práticas sociais. E isso é muito bom!

JP – Quais os aspectos mais importantes na formação dos futuros professores de língua portuguesa que não devem ser esquecidos pelas instituições de ensino superior?

DCT – Os cursos de formação não podem deixar de considerar que a sociedade mudou e que essa transformação é um processo contínuo. O futuro professor deve, obviamente, conhecer a língua com a qual vai trabalhar, mas não pode perder de vista as transformações sócio-históricas e culturais. A língua não é homogênea, assim como não temos uma sociedade homogênea. Preparar para a diversidade e para as adversidades, cada vez mais comuns no contexto escolar, é importante. Os cursos estão preparando um profissional que, além de desenvolver práticas pedagógicas inovadoras, está habilitado a lidar com textos multimodais, por exemplo? Com novas tecnologias? Com projetos de inclusão? Com os excluídos dentro da escola? Com questões de sexualidade? Com problemas de drogadição? Com o diferente? Enfim...

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