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Poesia portuguesa: poetas representativos

 

23/11/2009

Autor e Coautor(es)
MARTA PONTES PINTO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Literatura Literatura de outras nacionalidades
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Ler textos poéticos, com expressividade;
  • interpretar poemas;
  • conhecer poetas representativos da boa poesia lusitana.
Duração das atividades
03 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • Conhecer a estrutura formal de poemas;
  • conhecer função poética.
Estratégias e recursos da aula
  •  Uso da mídia som / vídeo;
  • utilização da internet no laboratório de informática.

AULA 1
ATIVIDADE 1

Para motivar os alunos, o professor deverá levá-los à sala de informática para que assistam a vídeos com duas declamações. O "Mostrego" de Fernando Pessoa e "Cântico Negro" de José Régio. Deverá dizer que ambos os poetas são portugueses muito conhecidos no Brasil e que os intérpretes das poesias selecionadas são brasileiros, talvez também desconhecidos pela turma. Para assistirem aos vídeos, acessar:
 

http://www.youtube.com/watch?v=CrNO84cI_lM


http://www.youtube.com/watch?v=XV_iXZFPBCk


ATIVIDADE 2

O professor deverá pedir que os alunos façam uma leitura silenciosa atenta dos textos abaixo, para que depois possam lê- los em voz alta para a turma. Esses textos foram retirados de sites da Internet e poderão ser xerocopiados pelo professor e entregues aos alunos.

O MOSTRENGO

Fernando Pessoa

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar,

E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:

«El-Rei D. João Segundo!»
«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,

Três vezes rodou imundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»

E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-Rei D. João Segundo!»
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,

E disse no fim de tremer três vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme

E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!»

http://linguaportuguesapartilhada.blogspot.com/2008/02/o-mostrengo-de-fernando-pessoa.html

Cântico negro

José Régio


"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, te ndes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Le vanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

http://www.releituras.com/jregio_cantico.asp

Os alunos deverão levar cópia de um dos textos para casa, a fim de prepararem a leitura com expressão corporal correta para apresentarem aos colegas na próxima aula.

Aula 2
Atividade 1

O professor deverá colocar a classe em grupo para que todos os alunos possam fazer a leitura em voz alta. Poderá inclusive espalhar os recitadores por vários espaços da escola.

Atividade 2

Na sala de informática, o professor deverá solicitar aos alunos que pesquisem sobre José Régio, Fernando Pessoa e Paulo Autran.

Informações sobre Paulo Autran, Fernando Pessoa e José Régio nos sites:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Autran

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_pessoa

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_R%C3%A9gio

Para essa pesquisa, poderão seguir o seguinte roteiro:
1- Qual a importância de José Régio na literatura portuguesa?
2- Quais os temas preferidos por esse autor?
3- Qual a importância de Fernando Pessoa na literatura portuguesa?
4- Por que razão ele assumiu heterônimos? O que você entendeu por heterônimos?
5- Quem foi Paulo Autran?


Depois, o professor deverá reagrupá-los por texto para que, em grupo, possam fazer discussão sobre o tema e responderem às questões seguintes. 

Grupo 1-O Mostrengo

1- Descreva o mostrengo.
2- O que motivava o homem que estava ao leme?
3- Podemos afirmar que trara-se de um poema épico? Justifique sua resposta.
4- Quem foi El-Rei D. João Segundo? Qual sua importância histórica?
5- Análise crítica do texto. Gostou? Sim. Não. Por quê?

Grupo 2-O Cântico Negro
1- O que diz o eu lírico?
2- O que podemos entender por:
a- Quem são aqueles que têm os olhos doces?
b-Por que ele quer criar desumanidades?
c-Quem é que esse eu lírico representa? Descreva-o.
d-O que representam o Longe e a Margem. E por que estão escritos em maiúsculas:
3- Análise crítica do texto. Gostou? Sim. Não. Por quê?

Avaliação
A avaliação ocorrerá durante o processo. O professor deverá observar a participação dos alunos,  principalmente na leitura expressiva e na discussão das respostas das questões.
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