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Poesia: Canção do exílio e suas muitas inspirações

 

08/12/2009

Autor e Coautor(es)
Mirian Chaves Carneiro
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

• Conhecer e valorizar a diversidade cultural brasileira, respeitar diferenças de gênero.
• Reconhecer e valorizar os conhecimentos científicos e históricos, assim como a produção literária e artística como patrimônios culturais da humanidade.
• Ler e analisar oral e coletivamente esses textos, atentando para a linguagem figurada, observando que essa linguagem pode sugerir interpretações diversas.

Duração das atividades
Aproximadamente 100 minutos; 02 aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Gênero textual poesia: forma composicional, estilo, função, contexto de circulação.
- Ter lido poesias mais curtas reconhecendo versos e estrofes.
- Ter conhecimento de como se organiza e se realiza um jogral.

Estratégias e recursos da aula

As estratégias a serem utilizadas são:
- aula interativa;
- Cartazes com as poesias:
1. Canção do exílio de Gonçalves Dias,
2. Canção do exílio de Casimiro de Abreu,
3. Uma Canção de Mário Quintana,
4. Nova Canção do Exílio de Carlos Drummond de Andrade,
5. Sabiá de Antônio Carlos Jobim e Chico Buarque de Holanda ,
6. Canção do Exílio às Avessas de Jô Soares.
- Poderá ser reproduzida para cada aluno a coletânea de poesias.

1º passo:
- A sala será dividida em 6 grupos e cada um receberá uma poesia diferente que deverá ser lida.

1. Canção do exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Primeiros cantos (1847)

http://www.horizonte.unam.mx/brasil/gdias.html

Gonçalves Dias (1823 - 1864)
Para saber sobre o autor:
http://www.mundocultural.com.br/index.asp?url=http://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/gdias.htm


2. Canção do Exílio
Casimiro de Abreu
(Por ser muito grande, esta poesia poderá ser diminuída, retirando alguns versos na hora da apresentação)

Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Meu Deus, eu sinto e tu bem vês que eu morro
Respirando este ar;
Faz que eu viva, Senhor! dá-me de novo
Os gozos do meu lar!

O país estrangeiro mais belezas
Do que a pátria não tem;
E este mundo não vale um só dos beijos
Tão doces duma mãe!

Dá-me os sítios gentis onde eu brincava
Lá na quadra infantil;
Dá que eu veja uma vez o céu da pátria,
O céu do meu Brasil!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos
Meu Deus! não seja já!
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!

Quero ver esse céu da minha terra
Tão lindo e tão azul!
E a nuvem cor-de-rosa que passava
Correndo lá do sul!

Quero dormir à sombra dos coqueiros,
As folhas por dossel;
E ver se apanho a borboleta branca,
Que voa no vergel!

Quero sentar-me à beira do riacho
Das tardes ao cair,
E sozinho cismando no crepúsculo
Os sonhos do porvir!


Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
A voz do sabiá!


Quero morrer cercado dos perfumes
Dum clima tropical,
E sentir, expirando, as harmonias
Do meu berço natal!

Minha campa será entre as mangueiras,
Banhada do luar,
E eu contente dormirei tranqüilo
À sombra do meu lar!

As cachoeiras chorarão sentidas
Porque cedo morri,
E eu sonho no sepulcro os meus amores
Na terra onde nasci!

Se eu tenho de morrer na flor dos anos,
Meu Deus! não seja já;
Eu quero ouvir na laranjeira, à tarde,
Cantar o sabiá!
http://www.mundocultural.com.b r/index.asp?url=http ://www.mundocultural.com.br/literatura1/romantismo/casimiro.htm


3. UMA CANÇÃO
Mário Quintana

Minha terra não tem palmeiras...
E em vez de um mero sabiá,
Cantam aves invisíveis
Nas palmeiras que não há.

Minha terra tem relógios,
Cada qual com sua hora
Nos mais diversos instantes...
Mas onde o instante de agora?

Mas onde a palavra "onde"?
Terra ingrata, ingrato filho,
Sob os céus da minha terra
Eu canto a Canção do Exílio!
http://bluesepoesia.spaceblog.com.br/218884/Uma-cancao-Mario-Quintana

4. Nova Canção do Exílio
Carlos Drummond de Andrade

Um sabiá na
palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre flores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde tudo é belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde tudo é belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
http://www.ufrgs.br/proin/versao_1/exilio/index07.html

5. SABIÁ
Antônio Carlos Jobin e Chico Buarque de Holanda

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De um palmeira
Que já não há
Colher a flor
Que já não dá
E algum amor Talvez possa espantar
As noites que eu não queira
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Não sou mais triste
E a nova vida já vai chegar
E a solidão vai se acabar
E a solidão vai se acabar.
http://letras.terra.com.br/chico-buarque/86043/
Ouvir a apresentação como música vencedora no festival da TVRecord em: http://www.youtube.com/watch?v=U9epAdaRXCk

6. Canção do Exílio às Avessas
Jô Soares

Minha Dinda tem cascatas
Onde canta o curió
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem coqueiros
Da Ilha de Marajó
As aves, aqui, gorjeiam
Nào fazem cocoricó.
O meu céu tem mais estrelas
Minha várzea tem mais cores.
Este bosque reduzido
deve ter custado horrores.
E depois de tanta planta,
Orquídea, fruta e cipó,
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Minha Dinda tem piscina,
Heliporto e tem jardim
feito pela Brasil's Garden:
Não foram pagos por mim.
Em cismar sozinho à noite
sem gravata e paletó
Olho aquelas cachoeiras
Onde canta o curió.
No meio daquelas plantas
Eu jamais me sinto só.
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Pois no meu jardim tem lagos
Onde canta o curió
E as aves que lá gorjeiam
São tão pobres que dão dó.
Minha Dinda tem primores
De floresta tropical.
Tudo ali foi transplantado,
Nem parece natural.
Olho a jabuticabeira
dos tempos da minha avó.
Não permita Deus que eu tenha
De voltar pra Maceió.
Até os lagos das carpas
São de água mineral.
Da janela do meu quarto
Redescubro o Pantanal.
Também adoro as palmeiras
Onde canta o curió.
Nào permit a Deus que eu tenhaDe voltar pra Maceió.
Finalmente, aqui na Dinda,
Sou tartado a pão-de-ló.
Só faltava envolver tudo
Numa nuvem de ouro em pó.
E depoies de ser cuidado
Pelo PC, com xodó,
Não permita Deus que eu tenha
De acabar no xilindró.
http://amorecultura.vilabol.uol.com.br/exilioav.htm


- Após a leitura da poesia pelo grupo, esse deverá planejar a apresentação de um jogral e para tal é necessário, com a ajuda do professor, fazer a divisão de versos e seleção das vozes.

2º Passo:
Apresentação do jogral.

3º passo:
Após a apresentação do jogral pela turma, o professor discutirá:
O que todas esta poesias tem em comum?
O que significa a palavra Exílio? ( ver em recursos complementares)

Recursos Complementares

Jogral é como se fosse um coral, só que ao invés de cânticos, é um coral falado, mas falado dentro de uma ordem, o que confere uma musicalidade e ritmo à declamação. Pega-se o texto ou a poesia e divide em versos, que serão declamados por 1, 2, 3, ou quantas vozes quiser. O conjunto fica harmonioso e deve ser bem ensaiado e falado em voz bem forte. Nesta aula não se deseja discutir cada poesia, mas apresentar um momento de muitas poesias em forma de jogral, para que os alunos possam apreciar e gostar, em momentos de puro lirismo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jogral

O exílio (do latim exilium banimento, degredo) é o estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser definido como a expatriação, voluntária ou forçada de um indivíduo. Também pode-se utilizar as palavras, banimento, desterro ou degredo. Alguns autores utilizam o termo exilado no sentido de refugiado.
Em 25.09.2009: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ex%C3%ADlio

O professor poderá ler para os alunos, uma parte cada dia, do livro Gonçalves Dias, de Amélia Lacombe, Editora Agir; biografia e Gonçalves Dias retratada de forma romanceada, com linguagem clara e delicada.
Livro: Gonçalves Dias. Amélia Lacombe. RJ: Editora Agir, 1996.

http://www1.fapa.com.br/cadernosfapa/artigos/1edicao/educacao/trabalhando.pdf

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades.
O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e intervenções do professor, a auto - avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.

A apresentação de cada poesia pelos grupos poderá ajudar o progessor a avaliar a participação de cada aluno nele: envolvimento no grupo e resultado final de cada jogral.

Opinião de quem acessou

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