a) Expressar suas curiosidades e dúvidas relacionadas ao tema “de onde viemos”.
b) Identificar dúvidas semelhantes vividas por colegas de mesma faixa etária.
c) Esclarecer mitos e fantasias que envolvem o tema “de onde viemos”.

Não há necessidade de se trabalhar conhecimentos prévios.

Comentário ao professor:

Professor/a, é comum no contexto escolar nos depararmos com uma demanda de ações relacionadas ao tema da sexualidade voltadas para crianças da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental. Em contrapartida, sabemos que muitos/as professores/as encontram dificuldades em trabalhar tal conteúdo, e por desconhecerem outras maneiras mais adequadas de abordar o assunto, geralmente omitem informações quando as crianças o iniciam ou mesmo negam que estão vendo a manifestação de seus comportamentos em situações como: masturbação, carícias entre colegas e beijos. Outras vezes, propõem-se a trabalhar apenas em uma perspectiva biológica da sexualidade, em detrimento de abordar as dúvidas expressas pelos alunos. Essa aula tem o objetivo de auxiliar os/as professores/as em situações dessa natureza, através de histórias e músicas buscando, de forma objetiva e cuidadosa, acolher as falas das crianças, auxiliando-as a encontrar algumas respostas às dúvidas em torno da temática “de onde viemos”. Entendemos que a sexualidade e a curiosidade por descobri-la são inerentes ao desenvolvimento humano, e que, portanto, não devem ser desconsideradas. Nesse sentido, professor/a, ao trabalhar esse tema, deve-se priorizar o direito das crianças em: falar sobre o assunto, expressar suas dúvidas e curiosidades, para que elas consigam viver sua sexualidade de forma saudável e feliz, evitando que a excessiva exposição a qual estão submetidas atualmente prejudique seu desenvolvimento e suas vivências na infância. Professor/a, você poderá utilizar as aulas intituladas “QUANDO AS CRIANÇAS QUEREM FALAR DE SEXO”  e "COMO O BEBÊ VAI PARAR NA BARRIGA DA MAMÃE" para complementar sua aula.

Atividade 1: (1º aula de 50 minutos)

1º Momento: Professor/a, convide os/as alunos/as para se sentarem em círculo e ouvirem a história “Mamãe botou um ovo”

BABETTE, C. Mamãe botou um ovo. São Paulo: Editora Ática, 2006.

Resumo da história:  Os pais decidem falar sobre sexualidade e de onde vêm os bebês para seus filhos e, para isso, vão apresentando uma série de informações fantasiosas, mas se surpreendem quando as crianças apresentam explicações corretas sobre o tema.

2º Momento: Após a leitura do livro, pergunte às crianças: O que vocês acharam da história contada pelos pais?! Por que vocês acham que os adultos criam essas histórias? O que vocês conhecem sobre “de onde vêm os bebês”? Vocês também já ouviram essas coisas que constam nesse livro? Vocês já ouviram dizer que os bebês são trazidos por cegonhas? O que pensaram a respeito? Acreditaram? Ficaram em dúvida? Acharam engraçado ou estranho? Professor, faz-se imprescindível combinar com a turma que tudo o que for conversado deve ser tratado com respeito e discrição e, caso haja desabafos de situações pessoais, as histórias devem ser mantidas em sigilo pelo grupo e cuidadas pelo/a professor/a.

3º Momento: O/a professor/a deverá disponibilizar aos/as alunos/as: revistas, papel colorido, canetinha, lápis de cor, cola e tesoura. Solicitar aos/as alunos/as que montem um painel coletivo com uma seqüência de imagens de acordo com o seguinte título: De onde vêm os bebês?

4º Momento: Expor as produções dos/das alunos/as na lousa e confrontar as informações contidas nas produções com as informações contidas no livro.

Atividade 2 (2ª Aula de 50 minutos)

1º Momento: Trabalhar a audição da música: “Olha eu aqui!” composição de autoria de Thelma Chan do CD “Dos pés á cabeça”. Editora Irmãos Vitale.

Trata-se de um álbum contendo canções da renomada compositora e educadora Thelma Chan. Através de uma viagem musical pelo corpo humano, a autora conduz as crianças à conscientizaçã o das partes do seu corpo utilizando músicas alegres que sugerem exercícios físicos com os pés, tornozelos, joelhos, braços, etc. Trata-se de um excelente material para professores de educação infantil e iniciação musical. Acompanha CD com gravações das composições e play back para trabalho em sala de aula.

NA BARRIGA TEM UMBIGO E ATRÁS É O POPÔ
BEM NA FRENTE O MEU SEXO, VIDA, AMOR.
NA BARRIGA TEM UMBIGO E ATRÁS É O POPÔ
BEM NA FRENTE O MEU SEXO, VIDA, AMOR.

PIPI PIRILAMPO POPÔ
TODO MUNDO FAZ AMOR
DESDE O TEMPO DO VOVÔ
POPÔ PIRILAMPO PIPI
TODO MUNDO FAZ AMOR
E POR ISSO ESTOU AQUI

Professor/a, caso você não tenha acesso à música, pode trabalhar com a letra da mesma apresentando-a como se fosse uma parlenda, pois as rimas e o ritmo dessa canção favorecem essa estratégia. Recite, pausadamente, frase por frase da canção em voz alta para o grupo, que você conseguirá ter efeito similar à audição da música nesse contexto. Além disso, você pode escrever a letra da música na lousa ou em uma cartolina para que, à medida que for recitando, os/as alunos/as possam acompanhá-la pela leitura.

2º momento: Explorar o conteúdo da música, perguntando aos/as alunos/as: Do que trata essa música? O que a compositora quis dizer com as palavras: popô, sexo, amor, vida? Na última estrofe da música está escrito: “Todo mundo faz amor”. Qual o significado dessa frase para você? Quem fez amor para que você estivesse aqui? Nesse momento, professor/a, é importante que todas as crianças que queiram falar tenham seu direito garantido e, da mesma forma, aquelas que se mostrarem acanhadas deverão ser preservadas.

Professor/a, observe se houve envolvimento e interesse dos/das alunos/as tanto nas discussões, quanto nas produções e se houve respeito à fala dos colegas e expressão de suas curiosidades. Procure identificar se as dúvidas das crianças em torno do tema “de onde viemos” foram esclarecidas e os sentimentos expressos pelas mesmas após o esclarecimento. Aproveite para diagnosticar como está o nível de interesse da turma em torno do tema sexualidade: quais são as principais dúvidas? Observe os comentários das crianças durante as discussões e reflexões em aula e tente identificar indícios de abuso sexual, dentre outras violências dessa ordem. Após esse levantamento, faz-se necessário propor novas formas de intervir em aulas posteriores, garantindo um diálogo permanente sobre a temática.