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Brincando de detetive

 

01/12/2009

Autor e Coautor(es)
Vanessa Salum Cabral Galvão
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UBERLANDIA - MG Universidade Federal de Uberlândia

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação Infantil Linguagem oral e escrita Falar e escutar
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

● Desenvolver a criticidade;
● Perceber que há vários caminhos possíveis para a explicação do mesmo objeto;
● Adquirir postura sensível diante das questões de convivência, de divergência de opinião e construção coletiva do conhecimento;
● Levar ao reconhecimento da necessidade de reflexão diante de questões postas e, mesmo da aceitação da reconstrução do conhecimento discutido;
● Reconhecer que o resultado pode não ser o esperado e, que mesmo assim é útil.

Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Possibilitar a exposição por parte das crianças do que é Ciência. Dialogar com as crianças sobre o que é um cientista. Se necessário, esclarecer alguns esteriótipos que circundam esse personagem (ex: cientistas são gênios; vivem em laboratório; são homens etc). Viabilizar o questionamento sobre a necessidade de ter/ser um (a) cientista. Em seguida, apresentar algumas consequências do trabalho do (a) cientista, tais como a descoberta de medicamentos, o desenvolvimento tecnológico de alguns equipamentos e, por outro lado, das consequências negativas, como a criação de bombas e armas.

Estratégias e recursos da aula

1º momento: Roda da conversa: quem é o cientista?

● O que faz um (a) cientista? Onde estão? Quem pode ser um? Alguém já viu um cientista pessoalmente, na TV, filme ou desenho animado?
● Mostrar algumas imagens de cientistas sem a tradicional caracterização (como jaleco branco; óculos; laboratório). Assim, divulgar a ideia de que cientistas são pessoas comuns, mas que desempenham atividades importantes;
● O que podemos citar como fruto do desenvolvimento da ciência;
● Refletir a partir da perspectiva histórica o caminho do desenvolvimento tecnológico observando o que não existia no tempo de criança dos adultos e ainda, o que deixou de existir no tempo presente;


HORA DE PRATICAR

✔ Na roda da conversa, comentar com as crianças sobre possíveis desenhos animados e filmes que tenham assistido onde aparece a ciência e o cientista. Exemplo: o desenho “As meninas super poderosas”. Nesse desenho o cientista cria três filhas com super poderes. Assim, pode-se questionar, é possível fazer crianças com ingredientes em um laboratório? Há ainda, o desenho “O laboratório de Dexter”, que pode ser levantada a questão quanto a possibilidade de uma criança ser um cientistas. Existem livros que podem ser abordados num momento anterior. Da mesma forma, os desenhos podem ser apresentados;
✔ Em seguida, a partir dos questionamentos propostos acerca do que faz um (a) cientista, onde estão e quem pode ser um, pode-se apresentar através de imagens alguns resultados de pesquisas, como a descoberta de medicamentos, a invenção de equipamentos eletrônicos, e importante também, as pesquisas no campo social e humano, como o recenseamento (contagem da população);
✔ A partir do reconhecimento da interação da criança no contexto da Ciência, Tecnologia e Sociedade, é necessário fazer uma abordagem histórica, possibilitando o aprendizado para além do tempo contemporâneo. Assim, nessa perspectiva, pode-se levar a criança a refletir sobre a realidade em que vivemos a partir do caminho percorrido pela ciência. Logo, nessa etapa, é recomendo que as crianças tenham contato com equipamentos e realidades passadas (através de visitas a museus, filmes, livros, revistas). No entanto, é necessário isentar-se de uma postura glorificadora do passado, ou ainda, de uma sobreposição do presente como melhor e evoluído;
✔ Ainda na perspectiva histórica, pode-se ampliar o conceito de tecnologia, bem como do seu uso. Assim, tecnologia seria apresentada como ferramenta desenvolvida para auxiliar o homem, ou seja, não está estritamente ligada a chips e computadores. Pode-se inclusive, apresentar tecnologias utilizadas por povos primitivos;

2º momento: a turma investigadora

● Para esse momento, o objetivo será iniciar as crianças numa investigação a partir da contação da história: Oliveira Filho, Milton Célio de. (2006), “O caso do pote quebrado” Brinque-Book, São Paulo;
● Sinopse do livro:
✔ “Dona Coruja não dispensa um mistério. Ela irá auxiliar o desolado Marreco a desvendar 'O caso do pote quebrado'. Uma história cheia de suspense. Que envolverá todos os bichos da floresta num detalhado interrogatório. De suspeito em suspeito, acompanhe dona Coruja até o culpado”;
● Durante a história, a personagem Dona Coruja através de seu método de investigação percorre a trama de bicho em bicho procurando não o culpado, mas evidências que levem ao esclarecimento do caso. A cada entrevista, a dona Coruja recolhe elementos necessários para a próxima incursão. Isso, até a solução do caso;
● A história proposta já de início apresenta questões problematizadoras. Na história, aparece no mesmo cenário, animais naturais da nossa região como o tamanduá, mas também de regiões distantes como o rinoceronte. Onde moram as girafas e os rinocerontes? Onde seria possível ver todos os animais? - no zoológico, talvez;
● A dona Coruja na sua empreita da utiliza-se de um método, que é o da e ntrevista. Em nenhum momento ela acusa ou inocenta qualquer animal. Nesse sentido, é possível abordar a questão do respeito, da responsabilidade e da persistência;
● No desfecho da trama, outro elemento pode ser ressaltado, o da refutação (recusa) da hipótese inicial. Ou seja, ao final da história a dona Coruja chegou a conclusão que não poderia ter sido nenhum animal a ter quebrado o pote do marreco. Por fim, o culpado foi o inesperado “vento” que segundo o autor entrou de repente e que quando viu já tinha quebrado o pote... Mesmo assim, o vento auto declarado culpado, pediu desculpas e tudo foi resolvido;
● No final desse segundo momento, pode retomar quais eram as expectativas das crianças em saber quem era o culpado em quebrar o pote do Marreco. Retomadas as hipóteses, é interessante abordar a relevância do papel da dona Coruja em investigar o caso, inclusive relacionando o fato com ocorrências em sala de aula, originais da relação no cotidiano e dos problemas que poderiam ser resolvidos de forma racional.

3º momento: minha pesquisa

● Nesse momento, as crianças serão orientadas a perguntarem aos adultos dentro da própria escola sobre objetos que eles já tiveram ou viram e que não existem mais. Não necessariamente deve ser uma resposta para cada criança. Como o registro será mental o indicado é a entrevista a três ou quatro pessoas;
● Com as respostas, já em sala, o professor registrará no quadro os objetos indicados. É importante que alguns desses objetos não sejam conhecidos pelas crianças.
✔ Exemplo: se dito máquina de escrever: em casa a criança perguntará ao pai se ele conhece ou conheceu uma máquina de escrever descrevendo sua forma e sua utilidade;
✔ No retorno à sala de aula, as respostas serão apresentadas na roda da conversa. O professor trará imagens ou ainda, se possível uma máquina de escrever;
✔ A partir daí as crianças serão desafiadas a fazer relação desse objeto com outros conhecidos. Exemplo: a máquina de escrever tem um teclado similar ao do computador;
✔ Com essas informações, o professor apresentará a familiaridade do objeto estudado com o mencionado pelas crianças. Será que a máquina de escrever é um modelo anterior de computador? Será que o computador é uma máquina de escrever com uma tela/monitor? Ainda se usa máquina de escrever? Quais as diferenças e semelhanças entre os dois objetos?
● Mais uma vez é importante destacar a necessidade de não favorecer um ou outro, é importante para a criança compreender que cada objeto foi/é importante no seu tempo e por isso, não há um melhor ou pior, o que há é uma atualização de tecnologia para as novas necessidades;

4º momento: experimentando a investigação

● Retomando a história do “O caso do pote quebrado”. (Os fragmentos a seguir não fazem parte do conteúdo da obra);
✔ A dona Coruja depois de solucionado o caso e de ver o pote colado graças a ajuda daquela bicharada achou algo muito estranho... reparou bem o pote e percebeu uma diferença que pela emoção o marreco nem deu bola. O pote que o marreco reclamara ter sido quebrado era marrom e de barro. Curiosidade, aquele que se apresentava remontado era branco e de porcelana. O que aconteceu então?
✔ Parece que o trabalho da dona Coruja não se encerrou;
✔ O que pode ter acontecido? Será que o Marreco não reconheceria seu pote? Ou será que esse é mais um mistério a ser resolvido?
✔ O pote do Marreco era segundo ele marrom e de barro. Com certeza não poderia estar errado, pois, dorme todos os dias no mesmo pote que faz de cama.
✔ Será então que o pote foi trocado?
✔ Dona Coruja parece ter faro para a solução desse e de qualquer problema. Não é de ver que enquanto pensava sobre o ocorrido não encontrou ali mesmo pistas que poderiam elucidar o caso.
✔ O que dona Coruja encontrou? O que são pistas? Nesse momento, são apresentados em folhas pretas com impressões de uma pata, um plástico com um pel o e um outro plástico com um pouco de terra;
✔ Com as respostas das crianças a história pode ser direcionada ou segue-se o roteiro;
✔ A partir daí inicia-se uma nova investigação. Será que foi um animal que trocou o pote? Que animal poderia querer o pote do Marreco?
✔ A impressão é um desenho da pata do tatu que pode ser feita com óleo de soja e deixada secar. Para revelar a impressão, usa-se talco ou pó de giz. É importante que o papel seja escuro. Caso contrário o pó utilizado para a revelação deve ser escuro;
✔ Depois de levantas as hipóteses acerca da troca do pote o professor revelará que deve ser mesmo um animal pelas evidências apresentadas pelas pistas. Logo, o professor pode oferecer ilustrações de diversos animais e por refutação eliminar os menos prováveis.
✔ Na ilustração do tatu, pode ser colocado no fundo um pote branco, ou então, o tatu em forma de concha (encolhido sugerindo entrar no pote);
✔ Por fim, como justificativas possíveis: 1) o tatu pode ter trocado o pote pois já não cabia no seu; ou, 2) por ter passado pela casa do Marreco quebrou acidentalmente o pote e repôs outro no lugar, então o vento o quebrou;

5º momento: uma outra história

● A partir do resultado desta retomada à história contada, as crianças podem criar recontar essa história que ainda não foi publicada, que ainda não está nos livros e, assim, concluir mais uma etapa da investigação, a divulgação. A atividade pode ser através de desenho, pintura ou outra acessível.

Sugestão:

Leitura do texto: Cerri, Y.L.N.S and Tomazello, M.G.C. (2008), Crianças aprendem melhor ciências por meio da experimentação? In. Pavão, A. C. and Freitas, D de. “Quanta ciência há no ensino de Ciências” EdUFSCar, São Carlos.

Recursos Complementares

● papel;
● lápis de cor ou tinta;
● um plástico de pasta classificatória;
● uma colher de terra;
● um pelo de pelúcia ou fiapo de lã;
● folhas de papel preto;
● pó de giz ou talco, ou ainda amido;
● lupa para demonstração;

Avaliação

A avaliação segue as referências estabelecidas como ideais para o estágio de desenvolvimento envolvido no qual tem a avaliação como processo da ação educativa e, que eleva o ensino-aprendizagem ao requisito de avaliação. Assim, a participação e o envolvimento das crianças na atividade são pontuadores principalmente da avaliação da ação docente, sempre buscando repensar atitudes e procedimentos

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