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A Dinâmica do Ouro

 

20/11/2009

Autor e Coautor(es)
CLAUDIA MATOS PEREIRA
imagem do usuário

JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Nelson Vieira da Fonseca Faria

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Artes Arte Visual: Arte visual como produção cultural e histórica
Ensino Fundamental Final Artes Arte Visual: Produção do aluno em arte visual
Ensino Fundamental Final História Relações sociais, a natureza e a terra
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno entrará em contato com temas relacionados ao ciclo do ouro no sistema colonial, em um pensar histórico sobre a importância deste metal nas regiões mineradoras, como, por exemplo, o Estado de Minas Gerais, o que provocou o desenvolvimento de vilas e cidades e a cobrança de impostos que culminaram na Inconfidência Mineira. Época influenciada pela arte européia, mas que também propiciou o florescimento do barroco mineiro, com traços tão peculiares revelados pelas igrejas mineiras do séc. XVIII.

Em breves pinceladas da história nesta temática, poderão conhecer nos vídeos apresentados, o interior de duas minas de ouro desativadas e também o interior de uma igreja mineira barroca, revestida com detalhes em ouro.

O movimento de saída do ouro das Terras Latinas na direção do enriquecimento europeu se faz marcante pela engrenagem econômica decorrente desta exploração. Para trabalhar esta abordagem, os alunos poderão utilizar a pintura e materiais reciclados representando o brilho deste metal tão cobiçado.

Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há pré-requisitos para a realização desta aula, que foi aplicada na turma de 8º ano do Ensino Fundamental. Pode ser adaptada a outras séries conforme as expectativas, critérios e proposta do professor.

Este tema permite uma abertura para se trabalhar de forma interdisciplinar com o professor de História que estiver abordando conteúdos relacionados ao sistema colonial, ciclo do ouro, Inconfidência Mineira, etc. Seria muito proveitoso para o aluno esta complementaridade entre as duas disciplinas em um repensar histórico e artístico de um período áureo não somente economicamente, mas culturalmente rico e repleto de contrastes.

Estratégias e recursos da aula

Aula 01: Introdução ao tema

As primeiras descobertas de ouro estão ligadas  à expansão bandeirante e datam do final do século XVII, quando a produção e a comercialização do açúcar enfrentavam séria crise.

O Ciclo do Ouro foi o mais rico período da história do século XVIII. O metal amarelo e tão cobiçado revolucionou o mundo. Em todos os municípios, o patrimônio arquitetônico é testemunha desse passado histórico-cultural.

Compõem este percurso os municípios de: Barão de Cocais, Belo Vale, Bom Jesus do Amparo, Caeté, Catas Altas, Congonhas, Itabira, Itabirito, Mariana, Nova Lima, Ouro Branco, Ouro Preto, Piranga, Raposos, Rio Acima, Sabará, Santa Bárbara, Santa Luzia e São Gonçalo do Rio Abaixo.

O Circuito do Ouro teve seu acesso facilitado ao ser desbravado pelos bandeirantes, devido à presença do Rio das Velhas, utilizado como caminho natural de penetração pelo interior. Em suas margens, foram encontradas as primeiras pepitas de ouro da região, em local denominado Sabarabuçu, onde, nos fins do século XVII, se formou o arraial de Sabará.

O Circuito do Ouro foi palco, ainda, dos primeiros conflitos ocorridos na zona mineradora. O conflito que mais destacamos denomina-se "Guerra dos Emboabas", cuja luta baseou-se na disputa do controle do sistema de mineração pelos paulistas que se julgavam no direito de possuí-las, já que as haviam descoberto, conquistando assim privilégios econômicos e políticos.

A Igreja, nesta época, representou um papel relevante no processo de colonização e organização da sociedade do Circuito do Ouro. No momento em que o ouro era detectado em determinada região, iniciava-se o processo de ocupação da área. Uma das primeiras providências tomadas pelos povoadores era a construção de uma capela. Sua construção era feita em local estratégico, ou seja, à beira dos caminhos, funcionando como ponto de atração das populações diversas que, construíam suas moradias em torno do santuário, formando, assim, os primeiros núcleos urbanos.

O papel da Igreja, e mais especificamente dos clérigos, foi da maior importância, já que eram as únicas autoridades capazes de pôr freio aos abusos cometidos pela população, na sua maioria composta de aventureiros ávidos de riqueza fácil.

Inicialmente, a capela era de construção muito pobre, mas à medida que o arraial progredia, a capela era reconstruída com material de melhor qualidade e ampliava seu tamanho. Com sua reforma, a capela era alçada à categoria de Igreja Matriz.

As sociedades locais se dividiam em Irmandades, compostas geralmente pelos homens mais categorizados do arraial. Desta maneira, formou-se a Irmandade do Santíssimo Sacramento e das Ordens Terceiras de Nossa Senhora do Carmo e de São Francisco, ocupadas pelos homens brancos. Os homens de cor, em geral escravos, ocupando a base inferior da sociedade, formaram as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e Nossa Senhora das Mercês; os mestiços e mulatos ficaram, por sua vez, associados às Irmandades de São José, Cordão de São Francisco e Nossa Senhora do Amparo. Esta divisão justifica o número excessivo de construções religiosas nas cidades que compõem o Circuito do Ouro.

Como exemplo desta manifestação para visitar, admirar e se exaltar, citamos a Igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição e Igreja do Carmo de Sabará, a matriz de Santo Antônio de Santa Bárbara, a matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso de Caeté, a matriz de Nossa Senhora da Conceição de Catas Altas, e muitas outras irmandades mais pobres como as do Ro sário dos Pretos, es palhadas pelas diver sas cidades que compõem o Circuito do Ouro.

A cidade de Ouro Preto é considerada o foco central desse Circuito, dada à grandeza de seu legado histórico, artístico e arquitetônico. Patrimônio Universal da Humanidade, tem como marco inicial a Igreja de Nossa Senhora de Conceição de Antônio Dias (172 7), projeto de Manoel Francisco Lisboa.

(Trecho disponível em: http://www.piranga.com.br/ciclo/index.htm)

Logo após a leitura do texto, o professor deverá passar os vídeos abaixo relacionados:

O aluno poderá conhecer o interior de duas minas de ouro, o que desperta muito interesse ao tema.

Vídeo: Mina de Ouro Jeje - Ouro Preto, Minas Gerais

http://www.youtube.com/watch?v=Zbetowabvvw

Vídeo: Mina de ouro

http://www.youtube.com/watch?v=HkR90aDikpY&feature=related

Dialogar com os alunos a respeito das minas de ouro e ouvir deles quais foram as impressões sobre este tipo de ofício.

O vídeo abaixo é importante por seu caráter histórico e por expressar de forma clara, algumas características do barroco mineiro, revelando beleza e esplendor do ouro na arte.

Vídeo: Igreja de Nossa Senhora do Ó de Sabará, MG Brasil

http://www.youtube.com/watch?v=X6eb0pwnjm4&feature=related

Questionar os alunos sobre a temática do barroco, quais  detalhes foram percebidos na igreja, verificando quais características acharam mais impactantes.

O professor deverá dividir a turma em grupos e solicitar que os alunos tragam materiais que tiverem em suas residências, como garrafas plásticas, galões de 5 litros de água mineral vazias, caixas e restos de papel dourado, qualquer tipo de embalagem ou material dourado que encontrarem, para realizarem painéis em grupo, papéis de bala ou de bombons dourados, etc. 

Aula 02 e 03: Painel sobre a exploração do ouro das Terras Latinas

O professor deve previamente providenciar suportes para a pintura e colagem, em MDF, ou eucatex para esta aula.

Os alunos deverão pintar o fundo do painel em tinta acrílica preta e depois de seca, passar uma camada com rolinho de espuma, fazendo uns movimentos aleatórios com este rolinho e tinta acrílica dourada.

Logo após, o grupo deverá verificar quais os materiais dourados que trouxeram para elaborar uma idéia criativa sobre o tema proposto e montar uma colagem dourada sobre o fundo escuro.

Neste painel abaixo, os alunos tiveram a idéia de colar umas barras de ouro, com o papelão dourado, reaproveitado de uma caixa de presentes. Cortaram em forma de trapézios e colaram com cola branca líquida sobre o fundo do painel, já seco.

Veja: a imagem abaixo é um detalhe do lado esquerdo do painel

No centro do painel, colaram papéis dourados amassados, provenientes de bombons de uma caixa de trufas. Representaram o formato América Latina e colaram estes pequenos papéis com cola quente, simulando uma América Latina repleta de ouro. As setas douradas foram desenhadas e recortadas de uma caixa de presentes dourada. Estas setas saindo pelo litoral em diversas direções revelam a exploração e saída do ouro para a Europa.

As setas vão caminhando na direção do giro de uma engrenagem dourada, qu e simboliza o poderio dos colonizado res europ eus e a engrenag em econômica que o ouro representou no período colonial. Esta peça foi colada com cola quente sobre o painel e foi reaproveitada do interior da caixa de trufas.

Painel pronto abaixo - Título do painel: Dinâmica do ouro

Para a aula seguinte, solicitar aos alunos que tragam garrafas plásticas transparentes PET ou de água de 5 litros.

Aula 04: Montando os cálices de "ouro"

Corta-se cada garrafa de forma que a tampa, o gargalo e a parte superior da garrafa sejam mantidos e aproveitados, ficando do tamanho de uma metade de um cálice. Com duas garrafas cortadas desta forma, é possível unir os gargalos fechados pelas tampas com cola quente, formando um cálice completo conforme as figuras a seguir.

O mesmo procedimento poderá ser aplicado a garrafas transparentes PET, formando cálices menores.

garrafas para argolas e suporte do mobile

Aula 05: Jato dourado sobre os cálices

O professor deve providenciar uma tinta spray dourada e levar a turma para lançar o jato sobre as peças ao ar livre, pois estas tintas possuem aroma muito forte.

Verifique abaixo os cálices antes de se iniciar a pintura, como ficam montados.

Iniciando a pintura nas peças

Cálices prontos

Sugestão: o professor deverá organizar uma exposição sobre este tema, com a ajuda e participação dos alunos, valorizando seus trabalhos, além de divulgar na escola, práticas de reaproveitamento de materiais geralmente jogados no lixo pelos alunos e suas famílias.

Recursos Complementares

Alguns sites para pesquisa:

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/ciclo_ouro.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciclo_do_ouro

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/500br/br_ouro.htm

http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/ult1689u7.jhtm

Alguns livros para a pesquisa do professor:

BARBOSA, Ana Mae (org.) Ensino da Arte: memória e história. São Paulo: Perspectiva, 2008. p.335.

MARTINS, Miriam Celeste; GUERRA, M. Terezinha T.; PICOSQUE, Gisa. Didática do Ensino de Arte: poetizar, fruir e conhecer arte. São Paulo: FTD, 1998.

VICENTINO, Cláudio; DORIGO, Gianpaolo. História para o Ensino Médio - História Geral e do Brasil. São Paulo: Scipione, 2005. p. 196-200.

Avaliação

• O professor deve estabelecer os critérios de avaliação de forma clara e evidente ao apresentar a proposta de trabalho aos alunos, para que tenham conhecimento do que necessitam desenvolver durante as aulas e consigam atingir os objetivos almejados.
• As reflexões diante do texto e dos vídeos apresentados, bem como o desenvolvimento de cada idéia do grupo devem ser incentivadas pelo professor, com o intuito de que os alunos expressem através de seu trabalho, uma idéia original, que leve em conta o consenso da equipe e que demonstrem coerência na linha de pensamento em relação à proposta da aula.
• O professor deve também ser um incentivador em todas as fases do processo e avaliar o interesse, participação e questionamentos apresentados pelos alunos nas reflexões sobre os aspectos desenvolvidos sobre o tema.
• Deverá acompanhá-los para analisar até que ponto eles se envolveram com a proposta chegando contribuir com o desenvolvimento de um trabalho coletivo, bem como, verificar a participação dos mesmos na organização, montagem e colagem dos painéis e pintura dos cálices.
• Será muito importante analisar o comprometimento do grupo acerca dos materiais recicláveis solicitados para a realização dos trabalhos.
• Deverá avaliar o envolvimento, participação e organização dos grupos durante as aulas, sua criatividade, imaginação e contribuições com o processo da Abordagem Triangular de Ana Mae e suas seis possibilidades de articulações nas dinâmicas do Apreciar, Contextualizar e Fazer.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 3 classificações

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Opiniões

  • lucymar mendes dos santos, E.E.Anita Ramos , Minas Gerais - disse:
    lucymarmendes_1966@hotmail.com

    07/07/2011

    Cinco estrelas

    Amei,esse mundo não seria nada sem a historia,nossos alunos precisam enxergar essa beleza historica no cotidiano,Parabéns...


  • Daniele Crespo, E.M. Visconde de Porto Seguro / Faculdades Integradas Simonsen , Rio de Janeiro - disse:
    danielercrespo@yahoo.com.br

    10/08/2010

    Quatro estrelas

    A sugestão das atividades assim como os vídeos sugeridos foram muito bons. Complementaria a atividade propondo que os alunos a aprtir do material reciclado fizessem outras representações barrocas, como vista nas igrejas.


  • Iltamara, ESCOLA ESTADUAL ARCELINO FRANCISCO DO NASCIMENTO , Tocantins - disse:
    iltandrade@hotmail.com

    24/03/2010

    Três estrelas

    FOI MUITO BOA A SUGESTÃO DA AULA


Sem classificação.
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