16/07/2009
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Inicial | Pluralidade Cultural | Cidadania: diferenças e desigualdades |
Orientações ao professor:
Esta proposta de trabalho tem como base duas considerações: 1) desde o pré-escolar, a criança começa a internalizar o mundo que a cerca e; 2) a importância do autoconhecimento para uma boa escolha profissional, no futuro.
Não se pretende promover uma certeza da criança com relação a sua futura profissão, mas apresentar a ela as diferentes profissões de forma lúdica, visando, dentre outras coisas, que a criança se desvincule de possíveis preconceitos. São propostas atividades que buscam desenvolver a curiosidade sobre si e sobre o mundo e estimular a busca independente do próprio conhecimento. Dessa forma, considera-se que a orientação vocacional profissional nas séries iniciais serve bem à educação integral da criança, ajudando a prepará-la para as etapas educacionais posteriores.
Objetivos específicos: promover contatos diretos e/ ou indiretos entre as crianças e as diversas profissões e ocupações. Promover a interação da turma durante as atividades de modo a favorecer o reconhecimento e valorização da diversidade de características pessoais e de pensamentos.
Estratégias/ aulas:
De onde veio isso? – instigar nas crianças a curiosidade sobre as coisas que a cercam e o interesse em saber como os objetos são feitos e por quem.
• Pode-se começar esta atividade fazendo uma brincadeira de adivinhação. Usando vendas, as crianças tateiam objetos (separados previamente pelo professor) e devem dizer suas características e, por fim, o que elas acham que é. Depois que a criança desvendar os olhos, a turma opina sobre de onde acha que veio ou de quê é feito e quem fez. O professor vai anotando no quadro os itens com as respectivas respostas. O professor pode mostrar de onde veio, do que é feito e qual profissional fez, pode dizer que não sabe a resposta de alguns itens para que as crianças perguntem em casa se alguém sabe. É bom para promover a curiosidade e para que os alunos saibam que eles podem produzir respostas e perguntas, não só a escola.
Quem sou eu? – Fazer com que a criança possa brincar com a própria imagem para estimular a percepção corporal. Fazer perguntas sobre a personalidade do aluno para que ele se interesse em saber quem é. O uso de espelhos não é direcionado nesta atividade.
• O professor distribui em cada mesa, cartões com perguntas sobre a personalidade de cada estudante. Cada criança pega um cartão, responde a pergunta e passa para outra que também responderá a mesma questão. Durante esta atividade, se possível, utilize espelhos espalhados pela sala. Podem ser espelhos grandes, pequenos, ou mesmo daqueles que deformam a imagem para que os alunos olhem e vejam a própria imagem aumentando e diminuindo. Pode ser usada também maquiagem para que os alunos brinquem de colorir os rostos uns dos outros, pode-se dizer para as crianças “deixe o seu amigo o mais engraçado que puder”.
• Exemplos de perguntas para esta atividade: Qual a sua cor preferida? De que desenho você gosta mais? Qual o personagem mais legal? E também perguntas que envolvam escolhas: você gosta mais de abacaxi ou de banana? Gosta mais quando chove ou quando faz sol? Importante fazer perguntas relacionadas a como o aluno aprende. Quais as matérias que mais gosta, se prefere fazer os trabalhos sozinho ou em grupo, o que mais gosta e o que menos gosta na escola, etc. E sempre perguntar o porquê das respostas.
Você escolhe! – a idéia é fazer com que a criança reflita sobre a importância de poder escolher algo. Não objetiva sanar todas as dúvidas dos alunos, mas, ao contrário, gerar mais dúvidas para que eles investiguem depois.
• Colocam-se vários brinquedos numa caixa. O professor vai entregando um brinquedo para cada criança, de forma aleatória (pode ser por sorteio) e deixa claro que elas não podem trocar de brinquedo. Depois que todos estiverem com um brinquedo, o professor promove a troca. Cada aluno levanta e diz qual brinquedo tem e se gostou ou não, se quer trocar ou não e por qual. Quem escolher trocar de brinquedo, deixa-o em um lugar da sala onde todos possam ver. Assim, ao final, todos terão feito escolhas e negociado a troca.
• Outra atividade proposta: pede-se que cada criança escreva num papel um personagem de que gosta muito. Pode ser de filme, de desenho ou mesmo uma celebridade, não importa, desde que a criança goste muito. Pede-se que a criança dobre e coloque o papel num saquinho. O professor sacode bem e redistribui os papéis aleatoriamente como num sorteio. E pede que cada um fale sobre o nome no papel como se fosse o personagem preferido. Depois de todos falarem, pede-se que contem qual era o personagem preferido e ocorrem as trocas e cada um fala sobre o seu personagem, dessa vez o que cada um escolheu mesmo.
• Durante um jogo qualquer em que quem perde um ponto tem que pagar uma prenda, também dá pra trabalhar a escolha. Na hora da prenda, o aluno pode escolher o que vai fazer ou deixar que o grupo adversário escolha. Poder escolher ou não pode ser decidido por sorteio ou por outro critério de caráter aleatório. A escolha pode ser livre ou dentro de um conjunto pré-determinado. O importante é que a criança perceba bem a diferença entre poder e não poder escolher que prenda vai pagar.
O que as pessoas fazem?
• Pede-se que a criança pergunte para as pessoas qual a profissão delas ou o que elas fazem no trabalho. E que se perguntem quem fez as coisas com as quais elas têm contato (pré-requisito: atividade “De onde veio isso?”). Na aula seguinte, cada um diz o que conseguiu descobrir, como num trabalho de detetive. Diante das respostas dos alunos, o professor faz a sua fala de forma breve sobre como o homem muda a paisagem, cita exemplos trazidos pelos alunos, fala da sua profissão, etc. Nesta atividade, deve-se promover o conhecimento sobre várias profissões. Para tal, podem-se usar cartões com a imagem do profissional e sua descrição no verso. Podem ser usadas fotos de revistas, em que a criança recorta fotos de pessoas e cria uma profissão para elas; neste caso, sempre perguntar por que a criança pensou em tal profissão para tal pessoa e trabalhar os possíveis estereótipos. Podem ser usadas revistas para que as crianças montem uma cidade numa cartolina, ou uma empresa, ou digam o que elas acham que foi feito pelo homem e o que elas acham que não. Sair para conhecer a escola, os profissionais que atuam nela também é interessante nesta atividade. O importante é promover o maior contato possível com as profissões e o que as pessoas fazem para mudar o mundo.
• traBrincar: Esta série de atividades termina numa grande brincadeira. O professor coloca os brinquedos no chão da sala e diz que cada um poderá escolher o brinquedo que quiser para ser o que quiser. E deixa a criançada brincando livremente. O professor vai passando e perguntando o que cada um é, o porquê da escolha e o que ele faz nessa profissão que ele escolheu. É importante o professor promover a troca de profissões e entrar na brincadeira também, além de propor sempre uma nova profissão, profissões diferentes.
Como sugestão, de acordo com a receptividade da turma, o educador pode desenvolver uma pequena peça ou encenação teatral. Os personagens podem exercer as profissões com as quais as crianças tiveram contato.
Outras atividades podem ser criadas pelo professor desde que envolva a mistura entre o conceito de trabalho humano e o de brincar.
Visitas a empresas podem ser úteis, mas só entram no grupo traBrincar se as crianças puderem brincar durante a visita (por exemplo, plantar uma árvore de forma lúdica durante a visita a um parque florestal para conhecer o trabalho que é feito no local). Caso isso não seja possível, tal atividade pode ser encaixada no grupo “o que as pessoas fazem?”.
Outro modo pode ser apenas deixar que as crianças brinquem livremente, sem direcioná-las. O simples ato de brincar, geralmente, envolve a interpretação de papéis, como a criança teve contato com conhecimentos ligados a trabalho e profissão, boa parte de sua brincadeira será direcionada naturalmente para este tema.
Observação: traBrincar é um termo que eu criei para designar uma atividade em que a criança pode brincar sobre o trabalho humano e trabalhar sobre o brincar. A letra “B” é maiúscula para evidenciar que o brincar está mais presente no conceito do que o trabalho. Além de ser uma brincadeira com a palavra, já que não existe palavra com letra maiúscula no meio.
Quatro estrelas 2 classificações
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05/02/2011
Cinco estrelasEssa proposta é interessante e promissora se implantada.
01/06/2010
Quatro estrelasMuito boa esta forma de trabalhar com as crianças! Pricipalmente esta sugestao de nunca dar todas as respostas para os alunos durantes os questionamentos. Dessa forma os pais podem está participando das atividades escolares de seus filhos. Também, não fazer perguntas muito soltas, sempre mostrando as opçoes de esclhas para as respostas