Propiciar ao aluno:

* Desinibir-se.

* Desenvolver a linguagem oral, apropriando-se dos seus recursos característicos: gestual, entonação e tom de voz, postura corporal.

* Estabelecer uma análise linguística comparativa entre a forma oral e a escrita da língua.

* Interagir com os colegas para a produção de trabalhos em grupos.

* Tornar-se um leitor de jornal.

* Experimentar uma atividade linguística similar à realidade.

Estar inserido no processo de alfabetização e letramento.

Ter trabalhado com a leitura e a escrita de jornal na sala de aula.

      O trabalho de linguagem oral como conteúdo escolar deve ser um objeto de destaque no ensino de Língua Portuguesa, uma vez que, socialmente, salvas as exceções, mais falamos do que escrevemos. Assim sendo, o planejamento da ação pedagógica deve garantir atividades sistemáticas que possam se converter em situações de aprendizagem sobre os usos e formas próprios da oralidade, propiciando oportunidades reais de fala, escuta e reflexão línguística.

      Sob esse aspecto, os jornais televisivos aparecem como recursos eficientes, por vários motivos: imitam a realidade, colocam o aluno no centro da cena de comunicação, oportunizam o contato com uma variedade de tipos de textos, abrigam atividades que envolvem planejamento, pesquisa, trabalhos em grupos, divisão de tarefas e valorização de resultados, possibilitam uma análise da língua, gerada a partir da observação e comparação entre a forma oral e a escrita.

Atividades

1ª etapa

a) Solicitar aos alunos que tragam jornais para serem trabalhados na escola ou, na impossibilidade de eles mesmos trazerem, a professora poderá providenciá-los.

b) Sessão de leitura em que os alunos farão uma exploração do jornal orientada pela professora, observando suas diversas seções: classificados, notícias locais, internacionais, lazer e cultura, passatempo, horóscopo e outros.

c) A professora pedirá aos alunos que, como tarefa de casa, assistam a um jornal televisivo de sua preferência, observando: o assunto, o horário, a duração aproximada, o modo como o jornalista o apresenta: gestual, entonação de voz, postura corporal, vestuário.

2ª etapa

d) A professora promoverá uma discussão oral, levando os alunos a estabelecerem comparações entre o jornal falado e o escrito, deixando as opiniões fluírem livremente. Eles poderão chegar às seguintes conclusões:

      Jornal escrito

     *  As notícias são maiores, mais detalhadas.

     *  É mais interativo que o jornal falado.

     * O leitor pode segmentar a leitura de acordo com a sua disponibilidade de tempo ou interesse.

     * O leitor pode voltar à leitura sempre que sentir necessidade e refletir com mais tempo sobre a matéria lida, o que lhe permite uma post ura mais reflexiva e crítica.

       Jornal falado

     * As notícias são resumidas, devido ao alto custo do horário televisivo, e por ele estar preso a uma programação restritiva.

     * As informações televisivas são complementadas por gestos, entonações de voz, imagens ao vivo.

     * No jornal televisivo o leitor é mais passivo, tem pouco ou nenhum tempo para refletir sobre as informações. E, por mais incoerente que possa parecer, esse é um dos motivos que o tornam tão atraente para o grande público.

   (Todas essas discussões são riquíssimas e devem acontecer em um grau compatível com a realidade dos alunos).

3ª etapa

   f) A professora combinará com seus alunos a apresentação de um jornal televisivo. Eles deverão formar grupos de três, eleger os apresentadores, escolher a matéria a ser apresentada: notícias locais e internacionais, receitas, horóscopos, meteorologia, lazer, cultura, etc. A matéria a ser apresentada deverá ser escrita e entregue à professora para ser corrigida e passada a limpo de maneira organizada e caprichada. Os apresentadores, por sua vez, deverão ensaiar os gestos, o tom de voz, o texto, auxiliados  pelos demais elementos do grupo.

    g)  A professora deverá separar algumas aulas para a preparação dos textos que irão ao ar.  

    h) A professora poderá motivar seus alunos a prepararem também textos de propagandas bem animados e inserir no programa jornalístico.

    i)  Os alunos se entusiasmam facilmente com o jornal televisivo. Então a professora poderá fazer um concurso para eleger o nome do jornal. Cada grupo poderá, também, criar nomes para os seus apresentadores. Eles se empolgarão e inventarão sugestões muito interessantes.

4ª etapa

   j)  No dia e local combinados, a professora fará a abertura solene do jornal já nomeado pelos alunos, dando-lhe um toque de realidade e imprimindo seriedade ao trabalho.

      Bibliografia:

     * Aprendendo a Ler com o Jornal e 100 Fichas Práticas para Explorar o Jornal na Sala de Aula, Nicole Herr.

     * Mídia, Escola e Leitura Crítica do Mundo, Graça Caldas.

     * Para Ler e Fazer o Jornal na Sala de Aula, Maria Alice Faria e Juvenal Zanchetta Jr.

     * Parâmetros Curriculares Nacionais.

      Durante todo o desenvolvimento do projeto do Jornal Televisivo, a professora auxiliará seus alunos, observando se:

·        Estão aprendendo a se apresentar em público, vencendo os limites da timidez;

·        utilizam os recursos próprios da modalidade oral da língua;

·        entendem as diferenças entre as modalidades oral e escrita da língua;

·        trabalham cooperativamente em grupos;

·        demonstram interesse pela atividade;

·        liberam sua imaginação em trabalhos criativos.