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Atitudes supersticiosas interferem na vida das pessoas?

 

01/12/2009

Autor e Coautor(es)
Gláucia Costa Abdala Diniz
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Fátima Rezende Naves Dias; Marta Regina Alves Pereira; Lucianna Ribeiro de Lima; Liliane dos Guimarães Alvim Nunes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ética Respeito mútuo
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

1. Compreender o que são as superstições e como elas podem interferir nas relações entre as pessoas em diferentes espaços sociais.
2. Identificar superstições apresentadas em uma história infantil, discutindo-as de maneira crítica e reflexiva.
3. Reconhecer e refletir sobre atitudes supersticiosas que têm interferido nas relações entre alunos e professores no contexto escolar.

Duração das atividades
Duas aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Não há necessidade de conhecimentos prévios.
Estratégias e recursos da aula
                   

Comentários para o professor: Professor, a escolha deste tema para o desenvolvimento da aula se faz importante uma vez que, em nossa sociedade, existem diversos costumes, aceitos e praticados com muita frequência sem sofrer qualquer tipo de contestação e que são, em última instância, resultantes de superstições que podem muitas vezes atrapalhar a vida das pessoas. Podemos citar como exemplo o caso de uma pessoa que deixa de fazer determinadas coisas num dia de sexta-feira 13. Não há nenhuma explicação científica que prevê que este dia atrai azar, porém muitos indivíduos acreditam nisso como se fosse uma verdade. Isto é uma superstição que acaba interferindo na vida da pessoa.
Também há uma grande quantidade de superstições relacionadas a formas de obter aquilo que queremos (ex: cruzar os dedos ao fazer um pedido; dar três pulos quando encontra algo que estava perdido). Estas e outras atitudes supersticiosas utilizadas indiscriminadamente, de maneira rotineira e sem questionamento, podem se tornar obstáculos para as relações interpessoais, porém, raramente se discute sobre elas e as suas consequências para o convívio social, uma vez que interferem na forma de pensar, de agir e de relacionar das pessoas.


Maiores esclarecimentos sobre o que são as superstições:

Superstições

Superstição é uma espécie de crendice popular que não possui explicação científica. As superstições são criadas pelo povo e costumam passar de geração para geração. Têm origem remota, incluem história do tempo das nossas avós e provérbios populares, assim como métodos para garantir boa sorte e evitar o azar. Por sua origem popular, as crendices e superstições também integram o folclore de um povo. Sofrem alterações ao longo do tempo, por serem repassadas oralmente e receberem a impressão e interpretação daqueles que a propagam. São crenças infundadas, baseadas em fatos isolados e fortuitos. Além disso, a superstição leva a práticas, gestos, rituais, contrários à razão e cujo caráter claramente defensivo está baseado em sentimentos de temor e medo do desconhecido. Atualmente, o conceito tem sido utilizado com frequência como resultado de processos derivados do preconceito em relação a certas práticas quando estas não estão de acordo com as opiniões e/ou princípios religiosos de uma determinada pessoa ou cultura.
São muitas as superstições e crendices do folclore brasileiro, sendo que no Brasil, as mais populares são: Se sua orelha esquentar de repente, é porque alguém está falando mal de você; quebrar um espelho provoca sete anos de azar na vida de quem quebrou; pé de coelho traz sorte; deixar um sapato ou chinelo de cabeça para baixo pode provocar a morte da mãe; abrir guarda-chuva dentro de casa pode atrair morte; toda sexta-feira 13 é um dia perigoso e podem ocorrer fatos ruins para as pessoas; jogar moedas numa fonte de água pode realizar um desejo da pessoa que jogou; bater três vezes numa madeira pode evitar eventos ruins; colocar atrás da porta de entrada uma vassoura com o intuito de livrar-se de uma visita indesejável; quem passar por debaixo do arco-íris muda de sexo: o homem vira mulher e a mulher vira homem.

Fonte: http://www.suapesquisa.com/religiaosociais/supersticao.htm

Para maiores informações a respeito do tema, o professor poderá ainda encontrar artigos, acessando os sítios:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Supersti%C3%A7%C3%A3o  "Superstição" e http://educacao.uol.com.br/cultura-brasileira/ult1687u10.jhtm "Superstições e crendices - Origem está na visão mágica do mundo".

Momentos da aula:

1º Momento: O professor in icia a aula com uma atividade de aquecimento para a discussão do tema, apresentando aos alunos um vídeo breve intitulado “Superstições”, acessando o sítio http://www.youtube.com/watch?v=JFygnhDl_lg&feature=PlayList&p=92006684A69BCF84&index=1

 Video suprestições

Após assistirem ao vídeo, o professor pergunta: Vocês já vivenciaram alguma situação parecida com as que foram mostradas no vídeo? Como aconteceu e o que sentiram? O que vocês entendem por superstição? Vocês acreditam em superstição? Será que todas as pessoas têm superstições? As superstições podem atrapalhar a vida das pessoas? Como? Além das superstições apresentadas, vocês se lembram de outras?
Em seguida, o professor deverá ampliar a discussão com novas informações sobre o significado das superstições e, caso seja necessário, retomar e comentar sobre as superstições mostradas no vídeo e as reações das pessoas a elas: passar debaixo de uma escada e cruzar na rua com um gato preto (dão azar!).

Professor, em relação às superstições abordadas no vídeo, seguem informações interessantes sobre os seus significados:
a) Escada
Não passar debaixo de uma escada é superstição espalhadíssima no Brasil, especialmente nas cidades do litoral.
“Joaquim Nabuco não era supersticioso. Mas não passava por debaixo de uma escada”.
(Afonso Lopes de Almeida, O Gênio Revelado, 27, Rio de Janeiro, 1923).
Ademar Nóbrega (“Superstições e Simpatias”, Revista da Semana, 8-VI-1946, Rio de Janeiro) registra a crendice numa boa reportagem. A escada é a imagem da subida, da elevação, do acesso social, econômico, financeiro. Passar por debaixo de quem se eleva é simbolicamente renunciar, afastar-se de quem sobe, progride, vence. Decorrentemente perde a boa sorte quem passa debaixo de uma escada.
Luís da Câmara Cascudo (Superstições e Costumes, “Passar Embaixo da Escada”, 201-205, Rio de Janeiro, 1958): “estudei o motivo, idêntico na França, Bélgica, Holanda, Itália, Espanha, Portugal. Na Espanha acresce a ameaça para as moças que si pasan por debajo de uma escalera no se casarán y tendrán mala suerte” (José A. Sanchez Pérez, Supersticiones Españolas, 120, Madrid, 1948).

b)Gato
Dizem-no o mais resistente dos animais, tendo sete fôlegos, e como cada fôlego é uma vida, o gato tem sete vidas, demorando a morrer, resistindo à morte sete vezes mais tempo que outro animal qualquer.
Quem mata um gato tem sete anos de atraso, de infelicidades.
É uma reminiscência do gato mascotte, porte-bonheur, entidade sagrada, protetora do baixo Egito, onde simbolizava o calor fecundante do sol, deusa em Behi Hassan e Budapeste, onde a chamam Bast ou Bastit, com um focinho felino em vez da fisionomia humana, a Grande Gata do Céu, vencedora da serpente Apopi. Oelerus, deus da raça, possuía templo e colégio sacerdotal. As estatuetas em bronze ou madeira dourada, representando gatos, são abundantes nos túmulos, assim como as incontáveis múmias, ricamente enfaixadas. O deus Ra, de Heliópolis, tomava, comumente, a forma de gato. Desse cerimonial resta, esvaecida, a proibição de matar-se o gato e dizê-lo portador de felicidades.
Há no Brasil, vinda de Portugal, a superstição do gato transmitir asma e provocar a c oqueluche, curáveis com a carne do gato assada.
Pereira da Costa (Folclore Pernambucano, 46-48) reuniu notas curiosas relativas ao gato:
- Gato preto dá felicidade, embora o diabo tome essa forma constantemente;
- O gato ama a casa e não seus donos. Quando há mudança na residência, levam o gato dentro de um saco, tendo lhe passado azeite no focinho, para perder o faro e não saber encontrar o caminho da casa anterior;
- Quem pisa um rabo de um gato, não casa no ano em que isto ocorre.

Dicionário do Folclore Brasileiro - Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro Publicações S.A. sem data

Fonte: http://www.terrabrasileira.net/folclore/manifesto/superst.html

2º Momento: Dando continuidade, o professor deverá organizar os alunos em roda, para que ouçam com atenção a história que será lida por ele em voz alta: "A porquinha de rabo esticadinho", de Rubem Alves.

A porquinha de rabo esticadinho

Após a leitura, o professor deverá abrir espaço para que os alunos reflitam sobre a história lida, perguntando: o que esta história nos leva a pensar? Em seguida, o professor dirá que nesta história, o autor também utilizou algumas superstições/crendices, que deverão ser identificadas e comentadas pelos alunos (por exemplo: para o rabo ficar enrolado, besuntá-lo com suco de cipó misturado com banha de sucuri derretida, enrolado em pau torto e amarrado com barbante trançado; se o corpo é feito com as coisas que comemos, então se comermos coisas enroladas e que dêem voltas é certo que o rabo se enrolará...).

3º Momento: Na sequência, o professor solicitará aos alunos que identifiquem também atitudes supersticiosas que podem atrapalhar as relações da turma no cotidiano escolar, seguidas de um posicionamento crítico e reflexivo por parte deles.

4º Momento: Para a próxima aula, o professor deverá propor aos alunos que realizem entrevistas com os professores, os demais profissionais da escola, os alunos e pais, a fim de investigar sobre as superstições que consideram mais populares, as que são utilizadas por eles no dia a dia e se elas atrapalham a sua rotina diária. As respostas dadas pelas pessoas entrevistadas deverão ser registradas.

5º Momento: Professor e alunos deverão organizar as respostas coletadas, utilizando sínteses, tabelas, gráficos e/ou outros recursos criativos escolhidos pelo grupo. Em seguida, poderão elaborar um painel sobre a pesquisa realizada contendo: título, autores, objetivos, metodologia, desenvolvimento, resultados obtidos, imagens ilustrativas... Para a apresentação deste painel, professor e alunos poderão solicitar um espaço da escola e decorá-lo com objetos, cartazes, fotos, imagens relacionados ao tema superstição. Deverão ainda convidar as pessoas entrevistadas para esta apresentação, a fim de ter acesso aos resultados da pesquisa e obter os devidos esclarecimentos acerca do tema investigado.

Recursos Complementares

Como complemento para as discussões acerca da temática desenvolvida na aula, o professor poderá acessar o sítio http://www.youtube.com/watch?v=xFGcL7_sD9o&NR=1 onde encontrará o curta-metragem “100 superstições”. Outra possibilidade refere-se à utilização deste vídeo no momento da apresentação do painel.

Referência Bibliográfica

ALVES, R. A porquinha de rabo esticadinho. São Paulo: Loyola, 2004.

Avaliação

A avaliação deverá ser contínua, processual, diagnóstica.


Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação nas discussões e na realização da pesquisa.


Avaliação dos alunos pelo professor: Envolvimento e participação dos alunos nos debates e nas diferentes etapas da pesquisa. Respeito aos momentos de fala e escuta e às opiniões dos colegas. Verificar em relação aos alunos a capacidade de compreender e identificar superstições que interferem na vida das pessoas e, de maneira específica, reconhecer e refletir criticamente sobre atitudes supersticiosas que podem atrapalhar as relações da turma no contexto escolar.

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