02/12/2009
Maria Cristina Weitzel Tavela
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Língua oral e escrita: prática de produção de textos orais e escritos |
Esta aula tem o objetivo de fazer o aluno conhecer o gênero textual “artigo de opinião” tanto nas habilidades de leitura quando na de produção e, principalmente, conduzi-lo à reflexão e formação de opinião.
O aluno já deve possuir habilidades básicas de leitura e escrita da tipologia argumentar.
A) Essa aula inclui a atividade de assistir a um vídeo.
B) Leve os alunos para a sala de vídeo ou sala com Internet. Assista à apresentação “Carta de um bebê para sua mãe”, sobre a temática do aborto.
http://www.vidchili.com/video/o3E00oOwE8g/Carta_de_um_Beb%C3%AA_para_sua_m%C3%A3e_Aborto/
C) Após a apresentação do vídeo, retorne com os alunos para a sala de aula e peça a eles que façam um círculo.
D) Oralmente, questione os alunos sobre o vídeo que assistiram: se gostaram ou não e por quê? O vídeo provoca que tipo de reflexão? O que mais chama a atenção e por quê? Há partes que emocionam, que chocam? Que sensações você teve ao assistir ao vídeo?
A) Após a discussão oral sobre o vídeo “Carta de um bebê para sua mãe”, e com a turma ainda em círculo, entregue aos alunos uma cópia do texto abaixo. Este texto apresenta uma série de opiniões sobre a temática do aborto.
Aborto: um direito da mulher?O que se pode dizer sobre direito ou por um crime? Aborto provocado é um assasinato! Entretanto, muitos tomam como direito. Para mim é um crime como outro qualquer, mas onde a vítima não tem como se defender. É indefesa! Alguém já assistiu a um filme de aborto? Pois bem, eu já. O bebê sabe que está em perigo e tenta desdiar da máquina que o ameaça. Agora, mulher, pense se é um direito ou um crime. Não importa a situação, ou mesmo como se foiconcebido, é uma vida que ninguém pode impedir de florescer. (Ale Oliveira).
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Um direito sim.
Se você acha um crime abortar, você não pode reclamar se uma mãe coloca o filho no mundo e depois abandona numa igreja, na casa dos outros, nos hospitais, não é? Ela deixou nascer, mas e se ela não quiser ter filhos naquele momento? Só porque aconteceu um acidente ou ela foi estuprada, ela é obrigada a ter a criança? Acho melhor cuidar daqueles que já temos vivos, não precisamos de mais crianças jogadas na rua, pedindo esmola. Eu acho que toda pessoa que acha que aborto é um crime, deveria por obrigação, cuidar dessas crianças rejeitadas pelo mundo? Porque falar que é crime é fácil, mas ajudar a quem tem filho, mas não tem condições, é bem diferente. Nessas horas, vocês que falam em crime, enchem a boca pra dizer: Teve o filho? Agora se vira e sustenta.
Fácil, não? (Verônica 27).
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Cara colega, vi q vc está confusa e tomou o partido errado. Concordo com vc quando fala das consequências de uma gravidez mal planeja e o que ela acarreta, então seu lema deveria ser: planejem, usem preservativos, sejam responsáveis e não promiscuos, mas não defender o aborto com tanto afinco, essa não é a forma de melhorar as coisas, afinal, VC ACHA Q MATAR É MELHOR DO QUE DOAR? VAMOS CELEBRAR A VIDA E NÃO A MORTE OK? Pense melhor a respeito gatinha! (Verônica 37)
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Com relação ao aborto, acho que a mulher só tem direito à não ter relação, ou a não engravidar! Depois disso, tudo passa ser somente consequencia do ato cometido, e portanto, cada um que arque com o seu!!!! (Lu).
http://comunidade.homeandhealthbrasil.com/eve/forums/a/tpc/f/619109062/m/185105503
B) Peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa.
C) Após essa leitura silenciosa, peça a quatro alunos que leiam as opiniões apresentadas. (cada um lê uma opinião). Chame a atenção dos alunos para os nomes que aparecem entre parêntes es no fim de cada comentário. Diga que são apelidos dados às pessoas que opinaram no site e que cada opinião é de uma pessoa diferente.
D) Em seguida, abra um espaço, na sala, para debate. Pergunte aos alunos se são contra ou a favor do aborto e por quê.
E) Ouça o que todos os alunos têm para dizer.
F) Em seguida, entregue a eles uma cópia do texto abaixo:
Aborto – Uma questão de opinião
por Carlos — Última modificação 04/03/2009 13:18
Questão ainda divide as opiniões de brasileiros de todas as idades
De um lado, uma parcela da sociedade conservadora e defensora da vida desde a sua concepção, aliada aos valores da igreja e seus ideais. De outro, mulheres que se dizem incompreendidas pela lei perante o direito de liberdade do próprio corpo e indivíduos que acreditam cada um tem direito ao livre-arbítrio. O aborto no Brasil é uma questão polêmica, conturbada e ainda que muita gente comente é tratada pelo governo com muita superficialidade, dando a impressão de que movimentos, campanhas e contestações são sempre ignoradas.
O aborto é a interrupção da vida intra-uterina, provocada pela própria gestante ou por terceiros. Os artigos 124 a 128 do Código Penal brasileiro prevêem o aborto como crime, mas com duas exceções advindas de situações: quando a gravidez oferece risco de morte para a mãe (aborto necessário) e em caso de gravidez derivada de um estupro (aborto humanitário). Segundo estimativa da Organização Mundial da Saúde, no Brasil, 31% das gravidezes terminam em abortamento, de modo que, a cada ano, ocorrem cerca de 1,4 milhão de abortamentos espontâneos e inseguros, com uma taxa de 3,7 abortos para 100 mulheres entre 15 e 49 anos, fazendo desta prática a quarta causa de óbito materno no país.
Realizam-se no Brasil, por ano, mais de um milhão de abortos clandestinos. São mulheres que buscam em “clínicas” de fundo de quintal, com agulhas inadequadas e médicos que na grande maioria das vezes não são habilitados para esse fim. É neste ponto que alguns defensores da legalização desta prática argumentam, usando-se da questão da saúde pública, afirmando que com a legalização do aborto as mortes causadas nesses casos serão amplamente subtraídas, podendo-se fazer um aborto de forma segura, com um médico habilitado, uma sala de cirurgia com equipamentos adequados e medicamentos indicados corretamente. Sem contar o argumento de que aborto quando não legalizado só deixa mais amplo o apartheid social brasileiro: quem tem dinheiro, paga por um aborto seguro que é um crime pelo qual geralmente ninguém vai preso. Quem não tem arrisca sua vida em qualquer beco sem a menor higienização e com qualquer pessoa.
O que enfrenta hoje uma mulher que decide abortar? A farmacêutica Clara Santos – nome fictício -, de 28 anos, já abortou e diz que não se arrepende: “Todos os dias antes de dormir, eu lembro e reavalio toda minha decisão de ter abortado. Lembro de toda dificuldade de conseguir os comprimidos, assim como a busca por informações coerentes. Ao olhar para trás, eu consigo sentir a angústia das noites em claro, as dúvidas martelando em minha cabeça. Hoje me reergui e decidi que nenhuma pessoa poderia passar pelos mesmos sentimentos e sofrimentos, então me joguei na luta contra a criminalização do aborto, me tornei uma pró-escolha, e passei a enfrentar a constituição e ajudar de todas as formas as pessoas que se decidiram por fazer, assim como eu”. Clara é extremamente tranqüila ao falar do assunto e dedica boa parte de seu tempo ao movimento pela legalização do aborto.
Por outro lado temos aqueles que resistem a qualquer argumento e/ou depoimento e não aceitam de forma alguma o ato do aborto. Para o estudante de medicina Danillo Barros a legalização do aborto iria banalizar o ato, pois se hoje muita gente deixa de usar camisinha, com o aborto liberado ninguém mais iria se preocupar. Há quem discorde de Danillo e parte para argumentos mais consistentes. E el es existem. Apesar da religião ser um ponto que conte muito para a criminalização do aborto, existem idéias que balançam até os mais convictos. Um destes argumentos é o que analisa a formação do sistema cognitivo humano e diz que até a décima oitava semana de gestação o ser humano ainda não tem neurônios. Se matamos animais irracionais como vacas e galinhas, porque não abortar um ser que nem sequer sabe que é um ser e que em nada se difere dos bichos, que não passa de um corpo sem a mínimo consciência de ser? A estudante de jornalismo, Fabiane Paza, concorda dizendo que este é um argumento forte e bom, e não acha justo atitudes exageradas de quem é contra, pois um aborto é algo muito precoce para ser citado como assassinato.
Realmente o aborto é um dos assuntos que mais divergem opiniões. O fato é que uma mulher morre a cada 3 minutos por conta de aborto clandestino e só isso, dizem os entrevistados que defendem a legalização, já seria um excelente dado para que o governo tratasse de forma mais séria o assunto, não apenas mudando normas, mas falando sobre a legalização, ouvindo os depoimentos, os debates, levando em consideração o que a sociedade pensa e dando um esclarecimento consistente sobre o assunto. O estudante Gustavo Farezin diz que o governo deveria dar mais atenção a esta questão, trabalhando com projetos relacionados diretamente na educação e fazendo a informação chegar até as pessoas, na universidade por exemplo, e mais tarde levar em consideração esses debates para tomar decisões mais convincentes e objetivas.
http://200.18.45.42:8080/dahora/geral/aborto-2013-uma-questao-de-opiniao/
G) Peça aos alunos que façam uma leitura silenciosa do texto acima.
H) Após essa tarefa, mostre a eles que se trata de um texto argumentativo em que é abordado um assunto (aborto) e apresentado uma série de argumentos para as ideias defendidas. Trabalhe com eles a estrutura do texto: seus aspectos discursivos e sua função comunicativa.
H) Logo em seguida, pergunte a eles se o texto que leram mudou em algum aspecto a opinião que eles tinham sobre o assunto. Discuta com eles os dois casos em que se permite o aborto: quando a gravidez oferece risco de morte para a mãe (aborto necessário) e em caso de gravidez derivada de um estupro (aborto humanitário). Questione se eles concordam com o aborto nesses casos ou se acham essa restrição crime também.
I) Continue a discussão, agora focalizando as consequências de um aborto, segundo o texto.
A) Após esse breve debate sobre o assunto, divida a sala em dois grandes grupos: os que concordam com o aborto e os que são contra esta prática.
B) Peça a cada grupo que enumere os motivos pelos quais são a favor ou contra a prática abortiva.
C) Após a enumeração desses dados, partiremos para a atividade avaliativa.
Peça a cada um dos grupos (os que são a favor e os que são contra o aborto) que imaginem a seguinte situação: uma jovem, de 18 anos, está grávida e está em dúvida se deve ou não ter o filho. Neste caso, os dois grupos terão que escrever um texto dando a opinião deles: aqueles que são a favor do aborto devem defender essa ideia de modo a convencer a garota a abortar; já os que são contra a prática abortiva devem orientar a garota a não tirar o filho, apontando, em sua defesa, argumentos que a convençam.
Esta atividade deverá ser feita em grupo e entregue ao professor ao final da aula.
Cinco estrelas 3 classificações
Denuncie opiniões ou materiais indevidos!
13/01/2012
Cinco estrelasParabéns! Com estas sugestões de atividades o aluno aprenderá a dissertar muito melhor porque parte de um trabalho de expressão oral primeiro. Eu acredito que é a melhor forma de levar os alunos a produzirem textos melhores.
09/11/2010
Cinco estrelasOque este professor fez e muito bom pra gente entender mais sobre o conteudo que esta falando!!!
04/09/2010
Cinco estrelasEste site possibilitou aos professores o fortalecimento de sua pratica pedagogica em sala de aula.