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O gênero autobiografia: primeiras noções

 

20/12/2009

Autor e Coautor(es)
Daniela Braga de Paula
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Língua oral e escrita: processos de interlocução
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá aprender

  • quem pode escrever uma autobiografia;
  • onde circulam as autobiografias;
  • características da autobiografia;
  • quem lê ou se interessa por autobiografias;
  • produzir uma autobiografia.
Duração das atividades
3 aulas de 50 minutos cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
  • saber que a autobiografia é uma narrativa permeada de narração e descrição.
Estratégias e recursos da aula
  • Xerox;
  • trabalho em grupos;
  • uso da internet.

Aula 1

Atividade

Como forma de motivação, o professor deverá levar para a sala cópias dos dois textos sugeridos abaixo. Para conhecimento dos alunos, o professor deverá separar os alunos em grupos e solicitar que leiam  os dois textos apontando:

  • Quem escreve?
  • Qual o propósito do texto?
  • Características do texto: narrativo? descritivo?

Na sequência, o professor deverá levar os alunos para a sala de Informática e solicitar que acessem o site abaixo para fazerem uma pesquisa sobre autobiografia.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Autobiografia

Depois, os alunos deverão anotar o que consideram mais importante em relação ao gênero autobiografia.

  • Definição
  • Características

AULA 2

ATIVIDADE

O professor deverá solicitar aos alunos que leiam novamente os textos entregues na primeira aula.

TEXTO 1

Autobiografia

...das saudades que não tenho

Nasci com 57 anos. Meu pai me legou seus 34, vividos com duvidosos amores, desejos escondidos. Minha mãe me destinou seus 23, marcados com traições e perdas. Assim, somados, o que herdei foi a capacidade de associar amor ao sofrimento...
Morava numa cidade pequena do interior de Minas, enfeitada de rezas, procissões, novenas e pecados. Cidade com sabor de laranja-serra-d’água, onde minha solidão já pressentida era tomada pelo vigário, professora, padrinho, beata, como exemplo de perfeição.
(...) Meu pai não passeou comigo montado em seus ombros, nem minha mãe cantou cantigas de ninar para me trazer o sono. Mesmo nascendo com 57 anos estava aos 60 obrigado ainda a ser criança. E ser menino era honrar pai com seus amores ocultos. Gostar da mãe e seus suspiros de desventuras.
(...) Tive uma educação primorosa. Minha primeira cartilha foi o olhar do meu pai, que me autorizava a comer ou não mais um doce nas festas de aniversário. Comer com a boca fechada, é claro, para ficar mais bonito e meu pai receber elogios pelo filho contido que ele tinha. E cada dia eu era visto como a mais exemplar das crianças, naquela cidade onde a liberdade nunca tinha aberto as asas sobre nós.
Mas a originalidade de minha mãe ninguém poderá desconhecer. Ela era capaz de dizer coisas que nenhuma mãe do mundo dizia, como por exemplo: – Você, quando crescer vai ter um filho igual a você. Deus há de me atender, para você passar pelo que eu estou passando. – Mãe é uma só. (...)


Fonte: CAMPOS Queiroz, Bartolomeu . O mito da infância feliz. FANNY Abramovich (org.), São Paulo: Summus, 1983.

TEXTO 2

Autobiografia

Pequena autobiografia totalmente autorizada
(versão do diretor)

Dá pra repetir o título?

Ah... começo por onde, meu Deus? Contar desde o dia que eu nasci é muito tempo. O que eu faço? Vou cortar umas partes. Na primeira série eu ganhei uma medalha de honra ao mérito da minha mãe. Tá... mas isso é importante? Não sei como fazer autobiografias. Bem que alguém podia me dar uma listinha de fatos da minha vida. Mãe, me ajuda? Posso entregar depois? É muita pressão. Muita pressão! Eu nem lembro de muita coisa. Quem sabe fica para uma outra vez? Ou só se faço um texto sem preocupação e depois alguém organiza, ok? Fechado... ah é mesmo? Não... sei lá... é que pensei que não dava. Droga. Como eu começo um texto sem preocupação? Como é a vida sem preocupação? Tá! Já sei, já sei. Vou pegar alguns detalhes, algumas histórias pitorescas, posso? Beleza! Então... então... meu deu um branco. Respira, respi ra G ejfin. Vamo lá: Quando eu... qu ando o Gejfin... Opa, será que conto na primeira pessoa ou faço mesmo uma coisa meio pós-moderna e conto de mim na terceira pessoa? Saco... por que diabos eu fui dizer que topava?

Prazer, vou te deixar o meu cartão.

Nasci em 31 de maio de 1978. Eu não acredito nessas coisas aí de anjos, mas dizem que 31 de maio é um dos quatro dias dos gênios da humanidade. Isso é legal. Sou geminiano e adoro. É o melhor de todos os signos. E como se não bastasse, sou gêmeos com ascendente em gêmeos, o que dá muita gente. Acho bobagem ficar contando aqui histórias, ainda mais de quando eu era pequeno. Era bobo, tímido, quieto. Mas não sou mais não. Diz qualquer coisa aí e vê se não te convenço do contrário? É 8 ou 80, meu caro. Tá bom, posso não convencer, mas tento. E se não convencer, também e daí? Problema teu se queres continuar errado. Vamos falar do futuro? Vou fazer muitas coisas. Sai da frente! Alguns segredos? Trabalhar, abrir portas. Relevar o que incomoda. Sem atritos. Dizer não na hora certa. Aliás, vou indo. Tenho uma porção de coisas importantes para fazer. E é preciso terminar tudo para dar conta de mais um pouco. Não há tempo a perder. Pessoas paradas demais me irritam. Muita coisa me irrita, na verdade. Me liga um dia. Até mais.

"Mão direita. Mão esquerda. Nossa, então isso é que são dedos! Lá embaixo tem mais. E mais um no meio. Só não entendo porque são quatro séries de cinco e aquele ali está sozinho. Se bem que alguma coisa me diz que eu vou gostar mais de usar ele do que todos os outros vinte."

Foi assim que imaginei ter me descrito antes de nascer. Gosto do apelido Geva e atenderei sim por ele quando me chamarem. Acho que é um boa forma de começar a contar minha história. Na verdade nem sei bem onde ela começa. Não é fácil falar da gente. Precisa mesmo? Precisar é chato. Bom é querer. Bom é sair caminhando e acontecendo ao mesmo tempo em que tudo acontece na gente. E, sei lá, assim ir tocando. Ainda ontem me dei conta de que se completo hoje 27 anos, é porque entro no 28º ano. Que será que pode acontecer? Muita coisa. Mesmo que seja bem pouquinho. Muita coisa acontece... tanto que fico com medo de não dar conta. São tantas histórias, e tantas assim tão perto. Não acho que tenho muita coisa a dizer para as pessoas, mas me emociono toda vez que vejo alguém se desligar de tudo assim do nada, para um olhar diferente. E se suspirar então, juro que desmorono. Vou ficar sem palavras. Beretear parece uma coisa boba, mas e a graça do que não é? Essa gente toda correndo - meta, objetivo, espera, esperança - para que mesmo? Passam lotado. Andam se colecionando pouco, se vendo pouco, fantasiando pouco. Bom é flutuar a dois centímetros do chão. Uma Polar, por favor. Quem me acompanha?

Auto.bio.grafia. Posso chamar de outra coisa?

Gejfin, vem de Gejfinbein, que é judeu ucraniano. Parte de pai só, o que me desclassifica perante a lei religiosa. No fundo, então, sou só um cara qualquer com sobrenome difícil pra caramba. Até chegar no segundo grau era um idiota. Eu acho, pelo menos. Depois as coisas mudaram. E mudaram de novo depois na faculdade. E vem mudando sempre agora, e acho que cada vez mais rápido. Terminando de escrever esse texto já mudou tudo. E isso que vou terminá-lo bem antes de publicar, que é quando alguém vai ler. Alguém vai ler? Quem vai ler? Ah! Queria conhecer todo mundo que passa por aqui. Uma vida pode ter se passado enquanto eu pensava em escrever uma frase dizendo isso, sabia? Tudo é muito louco. Se tem duas coisas que gosto de acreditar é que 1) o tempo não existe; 2) tudo é uma grande mentira. Junta isso e fica realmente difícil saber que diabos a gente faz aqui, ou pra que serve qualquer coisa. E daí é que a gente acerta: porque sim, nada faz mesmo sentido. Então vamos relaxar. A gente está nessa coisa de vida é por esporte. Difícil viver sem sentido? Ah pára! Desfaça porquês, desfaça. Ou refaça. Divida o tempo em momentos, embaralhe e sort eie. Cada fração tem a duração que quisermos, seja a instantaneidade ou a eternidade. Claro que posso não estar certo, mas são limitados também os argumentos possíveis para tentar provar o contrário. Serão argumentos sólidos. E quanto mais insistir em argumentar, mais sólido será, provando que estou certo. Tem muito mundo aí para ser mudado, amigos. É muita coisa. Está tudo errado. Mas por outro lado, é divertido pra caralho. Vem. Dá aqui a mão que quero te mostrar. E é agora!

Agradecimentos: aos meus pais, Marize e Golmir, porque é óbvio que se não fossem eles, eu nunca estaria fazendo hoje 27 anos.

Texto disponível em:

http://www.verbeat.org/blogs/gejfin/2005/05/pequena-autobio.html

Depois da leitura dos textos, diferentemente da primeira aula, desta vez, o professor deverá:

  • Comparar os dois textos: semelhanças? diferenças? linguagem coloquial? linguagem culta? Frases curtas? etc.
  • Destacar que a autobiografia é uma biografia redigida pelo próprio autor que narra, na primeira pessoa, acontecimentos que seleciona da sua própria vida,
    em geral, para caracterizar a sua personalidade.

Importante: Professor, chamar a atenção do aluno para as partes dos dois textos em que aparecem a primeira pessoa, a narração e outras características importantes dos textos lidos.

Aula 3

Atividade

Produção de Texto

O professor deverá solicitar aos estudantes que escrevam sua autobiografia. Para tanto, poderá sugerir um roteiro que os orientará em sua produção.

  • Meu nome
  • Minha idade
  • Fatos que aconteceram comigo - em casa - na escola - com amigos (as)
  • Atividades de que participo
  • Coisas de que eu mais gosto/não gosto

              de fazer

              de comer

              de assistir

              de ouvir

  • Coisas que não vivo sem....
Avaliação

A avaliação deverá ser processual, ou seja, efetivada por meio da observação da participação dos alunos nas aulas. Na produção do texto escrito, o professor deverá verificar a pertinência dos textos produzidos pelas crianças em relação à sua função social, à sua forma e aos seus aspectos linguísticos.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 1 classificações

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Opiniões

  • Mariângela, Marista Diocesano , Minas Gerais - disse:
    mastejon@yahoo.com.br

    28/05/2012

    Quatro estrelas

    Muito bom o planejamento e distribuição das atividades!!!


Sem classificação.
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