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Movimento feminista: problematizando o espaço da mulher na sociedade

 

09/12/2009

Autor e Coautor(es)
PAULO RENNES MARÇAL RIBEIRO
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SAO PAULO - SP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Andreza Marques de Castro Leão; Andréa Marques Leão Doescher, Erwin Doescher

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cidadania e participação
Ensino Médio Sociologia Movimentos sociais / direitos / cidadania
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Relações de gênero
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno entenderá como surgiu o movimento feminista e seus efeitos na vida das mulheres. Além disso, esta aula poderá contribuir para aprimorar a capacidade crítica, analítica, argumentativa e reflexiva dos alunos.

Duração das atividades
Aproximadamente 100 minutos; 2 aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Que os alunos sejam alfabetizados.
Estratégias e recursos da aula

As estratégias utilizadas serão:
- Aula interativa;
- Uso do Laboratório de Informática ou Sala de Vídeo.

Motivação:
O professor deverá iniciar as aulas perguntando aos alunos se eles já ouviram falar sobre o movimento feminista e o que sabem deste movimento. Após os alunos se manifestarem, o professor deverá dizer que o intuito da presente aula é abordar esta temática, a fim de que eles ampliem o conhecimento que apresentam sobre o mesmo.
Portanto, como início da discussão, o professor mostrará a eles três figuras (Figs. 1, 2 e 3), como seguem abaixo.

Figura 1- Pressão da mulher para realizar as atividades domésticas
http://http://www.cella.com.br/blog/wp-content/uploads/2009/09/feminista2.jpg .Acesso em 26 Nov. 2009.

Figura 2- Função doméstica considerada da mulher
http://cadernosociologia.blogspot.com/2009_03_01_archive.html. Acesso em 26 Nov. 2009.

Figura 3- Dias da opressão da mulher
http://1.bp.blogspot.com/_zNIgiXbggys/SbJ85I7Ik1I/AAAAAAAAAOk/k0CkLmdVpRU/s400/autodukexj0.jpg .Acesso em 2 dez. 2009

Os alunos serão questionados de quais são suas impressões de cada uma das figuras, o que elas expressam.
O objetivo disso é iniciar a problematização do tema da aula, bem como, instigar o debate, a reflexão, e, sobretudo, a crítica dos alunos.
Cabe ao professor incentivar que eles participem.

ATIVIDADE 1
Dando início as atividades, o professor solicitará que os alunos formem grupos de quatro três pessoas. Cada grupo receberá uma parte do texto intitulado “Feminismo” (Fig. 2), disponível em: http://http://www.renascebrasil.com.br/f_feminismo2.htm .Acesso em 26 Nov. 2009.

Figura 4- Movimento feminista
http://1.bp.blogspot.com/_rrjvF2q6qn4/R_tfcr_NICI/AAAAAAAAAB8/8V3Ri8nFwhY/s320/MOVIMENTO+FEMINISTA+c%C3%B3pia.jpg .Acesso em 26 Nov. 2009.

Feminismo

Feminismo é o movimento social que defende igualdade de direitos e status entre homens e mulheres em todos os campos.
Embora ao longo da história diversas correntes filosóficas e religiosas tenham defendido a dignidade e os direitos da mulher em muitas e diferentes situações, o movimento feminista remonta mais propriamente à revolução francesa.
A convulsão desencadeada em 1789, além de pôr em cheque o sistema político e social, então vigente na França e no resto do Ocidente, encorajou algumas mulheres a denunciar a sujeição em que eram mantidas e que se manifestava em todas as esferas da existência: jurídica, política, econômica, educacional etc.
Enquanto os revolucionários proclamavam uma declaração dos direitos do homem e do cidadão, a escritora e militante Olympe de Gouges redigia um projeto de declaração dos direitos da mulher, inspirada nas idéias poéticas e filosó ficas do marquês de Condorcet.
Desde o início da revolução, as francesas participaram ativamente da vida política e criaram inúmeros clubes de ativistas femininas. Em 1792, uma delegação encabeçada por Etta Palm foi até a Assembléia para exigir que as mulheres tivessem acesso ao serviço público e às forças armadas. Essa exigência não foi atendida e o movimento feminino foi suprimido pelo Terror. Robespierre proibiu que as mulheres se associassem a clubes, e o projeto de igualdade política de ambos os sexos foi arquivado.
Em 1848, a França conheceu nova revolução e, como a anterior, sacudiu as bases da ordem estabelecida. Mais uma vez os clubes femininos proliferaram no país. As mulheres agora reivindicavam não só a igualdade jurídica e o direito a voto, mas também a equiparação de salários. Essas novas exigências se explicavam pelas transformações da sociedade européia da época. Com a crescente industrialização, as mulheres dos meados do século XIX foram cada vez mais abandonando seus lares para empregar-se como assalariadas nas indústrias e oficinas. Entraram, assim, em contato com as duras realidades do mercado de trabalho: se os operários da época já eram mal pagos, elas recebiam menos ainda. Conseqüentemente, era mais vantajoso dar emprego às mulheres que aos homens, e, assim, estes últimos viram-se envolvidos em uma penosa concorrência com o outro sexo. Irromperam até mesmo movimentos de oposição ao trabalho feminino.
Nesse confuso panorama, emergiram dois fenômenos significativos. A partir do momento em que as mulheres se mostraram capazes de contribuir para o sustento de suas famílias, não foi mais possível tratá-las apenas como donas-de-casa ou objetos de prazer. As difíceis condições de trabalho impostas às mulheres conduziram-nas a reivindicações que coincidiam com as da classe operária em geral. É, pois, dessa época que data a estreita relação do feminismo com os movimentos de esquerda.

Feminismo nos Estados Unidos e no Reino Unido:

Os Estados Unidos e o Reino Unido também se notabilizaram por vigorosos movimentos feministas, surgidos já em princípios do século XIX. Em 1837, fundou-se nos Estados Unidos a universidade feminina de Holyoke e, nesse mesmo ano, realizou-se em Nova York uma convenção de mulheres que se opunham à escravidão. O abolicionismo foi, efetivamente, um dos temas centrais do desenvolvimento e consolidação do movimento feminista americano.
No Reino Unido, Mary Wollstonecraft publicou A Vindication of the Rights of Women (1792; Reivindicação dos direitos das mulheres), obra em que exigia para as mulheres as mesmas oportunidades de que gozavam os homens na educação, no trabalho e na política. Mas foi somente em meados do século XIX, graças aos esforços conjuntos de Barbara Leigh Smith e do filósofo e economista John Stuart Mill, que se criou um comitê do sufrágio feminino. Em 1866, esse comitê apresentou ao Parlamento um projeto igualitário, que foi rejeitado.
Apesar dos êxitos parciais alcançados, o movimento sufragista britânico teve de esperar também o século XX para ver coroados seus esforços.
O movimento feminista brasileiro teve como sua principal líder a bióloga e zoóloga Berta Lutz, que fundou, em 1922, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. Essa organização tinha entre suas reivindicações o direito de voto, o de escolha de domicílio e o de trabalho, independentemente da autorização do marido. Outra líder feminina, Nuta Bartlett James, participou das lutas políticas do país na década de 1930 e foi uma das fundadoras da União Democrática Nacional (UDN).


Feminismo no século XX:

 Desde o início do século XX, a situação mudou rapidamente pelo mundo inteiro. A revolução russa de 1917 concedeu o direito de voto às mulheres e, em 1930, elas já votavam na Nova Zelândia (1893), na Austrália (1902), na Finlândia (1906), na Noruega (1913) e no Equador (1929). Por volta de 1950, a lista compreendia m ais de cem nações. < br />Após a segunda guerra mundial, o feminismo ressurgiu com vigor redobrado, sob a influência de obras como Le Deuxième Sexe (1949; O segundo sexo), da francesa Simone de Beauvoir, e The Feminine Mystique (1963; A mística feminina), da americana Betty Friedan. No Reino Unido destacou-se Germaine Greer, australiana de nascimento, autora de The Female Eunuch (1971; A mulher eunuco), considerado o manifesto mais realista do women's liberation movimento (movimento de libertação da mulher), mundialmente conhecido como women's lib. Agora já não se tratava mais de conquistar direitos civis para as mulheres, mas antes de descrever sua condição de oprimida pela cultura masculina, de revelar os mecanismos psicológicos e psicossociais dessa marginalização e de projetar estratégias capazes de proporcionar às mulheres uma liberação integral, que incluísse também o corpo e os desejos. Além disso, contam-se entre as reivindicações do moderno movimento feminista a interrupção voluntária da gravidez, a radical igualdade nos salários e o acesso a postos de responsabilidade.
O objetivo de plena igualdade, nunca radicalmente alcançado, realizou-se de forma muito desigual nos diversos países. Entre os principais obstáculos, os de índole cultural são de grande importância. Assim, por exemplo, sobrevivem em grande parte do continente africano resíduos da organização tribal. Em outra esfera, as peculiaridades culturais do mundo islâmico redundam em dificuldades e atrasos na consecução das reivindicações feministas.

Os grupos terão como atividade ler, discutir e analisar este texto, extraindo do mesmo os aspectos mais relevantes.
Baseado neste texto, os grupos deverão fazer um pequeno texto abordando a questão do movimento feminista, mencionando, sobretudo, o que é este movimento, quando surgiu e quais os motivos que desencadearam seu surgimento.
Finalizada esta confecção, os grupos deverão ler oralmente seus textos para os demais alunos da sala.

ATIVIDADE 2
Buscando promover um aprofundamento do assunto, e visando que os alunos percebam a importância deste movimento na conquista de espaços e de direitos para as mulheres, os grupos deverão discutir e listar as maiores conquistas que o sexo feminino alcançou no século XX em termos de: trabalho, remuneração salarial, vida familiar, participação na vida política, escolarização, vestimentas, contracepção, entre outros.
Assim que os alunos elencarem estes aspectos, eles serão convidados a formarem um círculo a fim de compartilharem os aspectos que elencaram como conquistas das mulheres. Após as manifestações dos grupos, cabe ao professor fazer a relação entre os itens que mais aparecerem, bem como complementar dizendo outras conquistas que talvez não tenha sido listada pelos alunos.
Um exemplo de conquistas que ele poderá mencionar :
• Direito de voto;
• Direito do divórcio;
• Direito de dirigir;
• Poder matricular-se no Ensino Superior;
• Direito de ocupar cargos executivos;
• Direito de optar ou não pelo uso do sobrenome do marido;
• Direito de realizar atividades profissionais como os homens. Ex. motorista, taxista, pedreira, juiz, entre outros.

ATIVIDADE 3

Com os alunos ainda em círculos o professor deverá lançar uma pergunta problematizadora para eles discutirem, as quais sugerimos a seguir:
O que falta as mulheres conquistarem?

O intuito da pergunta é instigar a manifestação e participação dos estudantes, bem como, que eles possam perceber que há muito a ser conquistado. Durante a discussão seria interessante o professor dizer justamente isso para os alunos, explicando que a maioria das mulheres que desempenham as mesmas funções que os homens no trabalho ganham menos que eles. Portanto, uma vez que desempenham as mesmas atividades era de se esperar que recebessem os mesmos salários.

Outro aspecto que o professor poderá apontar é que as mulheres têm mais dificuldade para alcançar cargos executivos nas empresas, pois ainda existe o preconceito de que elas não vão “agüentar as pressões e as cobranças”.  No trânsito ainda são tachadas como apresentando direção perigosa, exemplo disso é a frase “mulher no volante perigo constante”.

Há a pressão social para que casem e cuidem da casa, pressão esta que na maioria das vezes elas internalizam, passando a se cobrar, sendo que muitas mulheres tem de exercer uma dupla jornada: trabalhar fora e ainda cuidar da casa (limpar, cozinhar, cuidar dos filhos, entre outros).
Compete ao professor enfatizar que as mulheres têm direitos e voz para reverter a situação social que as marginalizam.

Recursos Complementares

Para melhor aprofundamento no assunto, sugerimos que o professor assista um vídeo de 4 minutos e 16 segundos denominado “Manifesto feminista”, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=bVwb3Lg6gjo&feature=related . Acesso em 26 Nov. 2009.

Avaliação

A avaliação deverá recair sobre o envolvimento dos alunos em todo o processo da aula, começando pelo  debate, exploração do recurso e leitura do texto. O professor deverá avaliar não só a apropriação no conteúdo, referente ao movimento feminista, como também a capacidade individual e coletiva dos alunos de argumentar e
discutir um tema.

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 4 classificações

  • Cinco estrelas 2/4 - 50%
  • Quatro estrelas 1/4 - 25%
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