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Letramento Matemático na EJA: Bingo do Catapimba

 

17/12/2009

Autor e Coautor(es)
Ana Paula Campos Cavalcanti Soares
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Matemática Números e operações
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

·         Analisar, interpretar, formular e resolver situações-problema compreendendo diferentes significados da adição e da subtração.

·         Reconhecer que diferentes situações-problema podem ser resolvidas por uma única operação e que diferentes operações podem resolver uma mesma situação-problema.

·         Estabelecer relações entre a adição e a subtração.

·         Construir, organizar e representar os fatos fundamentais da adição e da subtração, ampliando o repertório básico para o desenvolvimento do cálculo mental.

·         Analisar e comparar diferentes estratégias de cálculo.

·         Utilizar o cálculo mental exato ou aproximado como previsão e avaliação da adequação dos resultados.

Duração das atividades
Aproximadamente 2 horas ou 01 encontro.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Os alunos, para a resolução das atividades desta aula, precisam reconhecer números no contexto diário, além de saber utilizar estratégias para quantificar: contagem, estimativa, emparelhamento, comparação entre agrupamentos etc.

Estratégias e recursos da aula

As estratégias a serem utilizadas são:
- aula interativa;

- trabalho em dupla;

- texto impresso

Desenvolvimento

1º passo:

- Inicialmente o professor explicará que nesta aula serão trabalhados os fatos fundamentais da matemática de uma forma diferente: a partir de textos. Desta forma, ele deverá entregar para cada aluno a cópia do texto abaixo, solicitando a sua leitura.

Como se fosse dinheiro

Todos os dias Catapimba levava dinheiro para escola para comprar o lanche.

Chegava no bar, comprava um sanduíche e pagava seu Lucas.
Mas seu Lucas nunca tinha troco.

Um dia, Catapimba reclamou de seu Lucas:
- Seu Lucas, eu não quero bala, quero meu troco em dinheiro.
- Ora, menino, eu não tenho troco. Que é que eu posso fazer?
- Ah, eu não sei! Só sei que quero meu troco em dinheiro!
- Ora, bala é como se fosse dinheiro, menino? Ora essa...
Catapimba ainda insistiu umas duas ou três vezes.
A resposta era sempre a mesma:
- Ora, menino, bala é como se fosse dinheiro... Então, leve um chiclete, se não gosta de bala.

Aí, Catapimba resolveu dar um jeito.
No dia seguinte, apareceu com um embrulhão de baixo do braço. Os colegas queriam saber o que era. Catapimba ria e respondia;
- Na hora do recreio, vocês vão ver...

E, na hora do recreio, todo mundo viu.
Catapimba comprou o seu lanche. Na hora de pagar, abriu o embrulho. E tirou de dentro... uma galinha.
Botou a galinha em cima do balcão.
- Que é isso, menino? - perguntou seu Lucas.
- É pra pagar o sanduíche, seu Lucas. Galinha é como se fosse dinheiro... o senhor pode me dar troco, por favor?
Os meninos estavam esperando para ver o que seu Lucas ia fazer.
Seu Lucas ficou um tempão parado, pensando...
Aí colocou uma moedas no balcão:
- Está aí seu troco, menino!
E pegou a galinha, para acabar com a confusão.

No dia seguinte, todas as crianças apareceram com embrulhos debaixo do braço.
No recreio, todo mundo foi comprar lanche.
Na hora de pagar...
Teve gente que queria pagar com raquete de pingue-pongue, com papagaio de papel, com vidro de cola, com geléia de jabuticaba...

O Armandinho quis pagar um sanduíche de mortadela com o sanduíche de goia bada que ele tinha levado...

Teve gente que também levou galinha, pato, peru...
E, quando seu Lucas reclamava, a resposta era sempre a mesma;
- Ué, seu Lucas, é como se fosse dinheiro...

Mas seu Lucas ficou chateado mesmo quando apareceu o Caloca puxando um bode.
Aí, seu Lucas correu e chamou a diretora.

Dona Júlia veio e contaram pra ela o que estava acontecendo.
E sabe o que ela achou?
Pois achou que as crianças tinham razão.
- Sabe, seu Lucas - ela falou -, bode não é como se fosse dinheiro. Galinha também não é. Até aí o senhor tem razão. Mas bala também não é como se fosse dinheiro muito menos chiclete.
Seu Lucas se desculpava:
- É, mas eu não tive troco?
- Aí, o senhor anota, e no outro dia paga.

Os meninos fizeram uma festa, deram pique-pique pra dona Júlia e tudo.
Naquele dia, nem houve mais aula.
Mas o melhor de tudo é que todos do bairro ficaram sabendo do caso.

E, agora, seu Pedro da farmácia não dá mais compridos de troco, seu Ângelo do mercado não dá mais mercadoria como se fosse dinheiro.
Afinal, ninguém quer receber um bode em pagamento, como se fosse dinheiro. É, ou não é?


ROCHA, Ruth. Como se fosse dinheiro. Ilustrações Ivan Zigg e Rogério Borges. São Paulo: FTD, 1992.

2º passo:

- O professor poderá discutir com a turma a respeito da atitude de Seu Lucas, debatendo se balas e dinheiro é de fato a mesma coisa.

- A partir disto o professor poderá propor simulações de compra e venda com troco. Sugerimos que o professor leve para sala de aula alguns produtos encontrados no supermercado, além de dinheiro de “brinquedo” de nosso sistema monetário.

- O professor realizará com os alunos uma situação de compra e venda e os alunos deverão, a partir de cálculos mentais descobri o troco que deverá ser dado.

3º passo:

- Feito isso, é hora de “brincar” de bingo, mas de um bingo bem diferente e desafiador. O professor sorteará do saco as situações-problema abaixo:

BINGO DO CATAPIMBA

1 – Fui ao supermercado e comprei 10 balas com R$ 0,50; voltei e comprei mais R$ 2,00. Quantas balas comprei?

2 - Estava andando na rua e resolvi comprar um pacote de bala com 250 unidades, vieram 50 crianças e me pediram as balas. Quantas balas dei para cada criança?

3 – Maria tem R$ 10,00. Resolveu comprar R$ 5,50 de balas a R$ 0,05. Quantas balas comprou?

4 – Uma galinha custa R$ 22,00. Quantas galinhas podemos comprar com R$ 154,00?

5 – Um bode tem 4 patas. No sítio do meu pai tem 12 cabeças de bode. Qual o total de patas?

6 – Catapimba comprou 10 balas e recebeu mais 20 de seu Lucas. Em seguida dividiu para 15 colegas. Quantas balas deu para cada um?

7 – Sabendo que uma galinha custa R$ 7,00 e uma balinha custa R$ 0,07, quantas balinhas comprarei com o valor da galinha?

8 -  Um bode custa R$ 50,00. Na fazenda do seu Lucas há 5 bodes à venda. Sabendo que uma galinha custa R$ 10,00, quantas galinhas comprarei com a venda dos bodes?

9. Catapimba comprou 12 lanches durante a semana e dividiu a metade entre três amigos da escola. Quantos lanches recebeu cada um?

10 – A Diretora Dona Júlia comprou no bar de seu Lucas 3 pacotes contendo em cada um 100 pirulitos para dividir entre os alunos da escola. Cada pirulito custa R$ 0,05. Quanto Dona Júlia pagou pelos pacotes de pirulitos

- Cada aluno receberá cartelas com números que poderão ser ou não resultados das situações-problemas descritas anteriormente.

- Sugerimos que as situações-problema sejam ditadas e após isso seja oferecido um tempo para que os alunos calculem mentalmente e possa encontrar ou não o resultado em sua cartela.

- O aluno deverá estar bem atento a resolução dos problemas, t endo a oportunidad e de fazer cálculos mentais ou registros.

- Será o vencedor, o aluno que conseguir finalizar a cartela.  O professor deverá verificar a cartela atentamente, pois o aluno pode ter cometido erro no cálculo e marcado o número errado na cartela.

Recursos Educacionais

- Para esta aula, o professor deverá organizar previamente a cartela do bingo, preenchendo-a com números resultantes dos cálculos das situações-problema e números que não correspondem a esse resultado, mas que aproximam-se.

Recursos Complementares

Integrar literatura nas aulas de matemática representa uma substancial mudança no ensino tradicional da matemática, pois em atividades deste tipo, os alunos não aprendem primeiro a matemática para depois aplicar na história, mas exploram a matemática e a história ao mesmo tempo.

Interrogado pelo texto o leitor volta a ele muitas vezes para acrescentar outras expectativas, percepções e experiências, desta forma, a história contribui para que os alunos aprendam e façam matemática, assim como exploram lugares, características e acontecimentos na história, o que permite que habilidades matemáticas e de linguagem desenvolvam-se juntas, enquanto os alunos lêem, escrevem e conversam sobre as idéias matemáticas que vão aparecendo ao longo da leitura. É neste contexto que a conexão da matemática com a literatura infantil aparece.

Através da conexão entre a literatura e matemática, o professor pode criar situações na sala de aula que encorajem os alunos a compreenderem e se familiarizarem  mais com a linguagem matemática.

Todos os dias nos jornais, nas revistas, na televisão e em outras situações comuns à vida das pessoas, usa-se uma linguagem mista.

Referências bibliográficas para o professor:

DANTE, Luis Roberto – Didática da resolução de problemas, São Paulo, Ática, 1998. DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 1992.

GRANDO, Regina Célia. O jogo e a matemática no contexto da sala de aula. São Paulo: Paulus, 2004. (Coleção Pedagogia e Educação).

IMENES, Luiz Márcio. Problemas Curiosos.5ª ed. São Paulo: Scipione, 1994.

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada  oral e coletivamente,  enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades.

O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas,as observações e intervenções do professor, a auto - avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos.

O letramento matemático vem sido constantemente abordado nos cursos de formação de professores, como sendo uma condição importantíssima para o uso social da matemática no cotidiano. Com a proposta da aula, o professor deverá avaliar o uso pelos alunos de nosso sistema monetário, além da agilidade em realizar cálculos mentais envolvendo as operações.

Opinião de quem acessou

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