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Para quê o carrapicho gruda?

 

15/12/2009

Autor e Coautor(es)
MARIA ANTONIETA GONZAGA SILVA
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Lízia Maria Porto Ramos; Marina Silva Rocha; Priscila Barbosa Peixoto.

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ciências Naturais Ambiente
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Entender como acontece a dispersão de frutos pelos animais.

Duração das atividades
2 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Os alunos deverão ter conhecimento sobre a associação entre os seres vivos (uns dependem dos outros, competição entre os seres vivos), além de entenderem o que são frutos e sementes.

Estratégias e recursos da aula

Introdução

O estudo da dispersão nas fanerógamas é a análise dos mecanismos e meios utilizados pelas plantas para que suas sementes alcancem os locais onde novas gerações podem ser estabelecidas. Uma vez maduras, as sementes precisam ser libertadas da planta-mãe e disseminadas de modo eficiente, para garantir a sobrevivência da espécie, evitando que haja acúmulo de descendentes em pequenas áreas (competição). Além disso, se as sementes se dispersarem por uma área mais ampla, aumentará a chance de que algumas caiam em terreno favorável à sua germinação.
A dispersão é realizada através das unidades de dispersão ou diásporos (do grego “diáspora” = dispersão) que podem ser as sementes, os frutos, a planta inteira ou parte dela, ou a combinação desses. A disseminação pode ser natural ou artificial. Esta última é um processo muito eficiente, realizada pelo homem, como por exemplo, no plantio das sementes de plantas cultivadas e/ou ornamentais.
De acordo com a maneira com que a dispersão é realizada, a mesma pode ser classificada de várias formas, dentre elas a Zoocoria: dispersão realizada por animais, sendo que a Epizoocoria é a zoocoria que acontece quando os diásporos são carregados acidentalmente. O termo é usado para diásporos com mecanismos adesivos (espinhos, ganchos ou exsudatos viscosos) que se soltam facilmente da planta-mãe e são geralmente depositados perto do nível do solo.

Adaptado de: http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/pdf-recursos-didaticos/morfvegetalorgaDISPERSAO.pdf (consultado em 25/11/09 as 18:02)

Estratégia

Nesta aula, os alunos farão uma simulação da situação de dispersão dos frutos do carrapicho, de forma que compreendam os motivos de isso ocorrer. Abaixo seguem alguns nomes científicos e famílias de espécies de carrapichos conhecidas.

Capim-carrapicho: Cenchrus echinatus (Família Poaceae)

Carrapichão: Xantium strumarium (Família Asteraceae)

Picão-branco: Galinsoga parviflora (Família Asteraceae)

Picão-preto: Bidens pilosa (Família Asteraceae)

Picão-roxo: Ageratum conyzoides (Família Asteraceae)

Atividade prática – Entendendo a dispersão do carrapicho

Professor, monte um modelo para explicar o modo de dispersão do carrapicho, utilizando os seguintes materiais:
Material necessário:
- 1 metro de velcro de espessura aproximada 1cm
- 2 m² de flanela
- Tesoura
- Fita crepe

Como montar a atividade:
Corte o velcro em pedaços de 5 cm de comprimento, separe o lado que gruda mais e enrole cada pedaço. Reserve 1 m² da flanela e corte em pedaços de 20cmX10cm. Entregue a cada aluno uma tira de flanela e peça que enrolem em volta do pulso, prendendo com fita crepe. Com a outra metade da flanela, recorte em 4 pedaços quadrados de 50cmX50cm. Prenda com fita crepe estes pedaços em locais da parede ou das carteiras dos alunos. Grude os velcros enrolados alternadamente nos pedaços de flanela e peça que os alunos passem os pulsos onde colocaram a tira do tecido por estes locais, de forma que os velcros grudem nos alunos.

Fotos: Priscila Barbosa Peixoto e Marina Silva Rocha

Professor, após esta atividade, converse com seus alunos sobre o que observaram. Pergunte se eles conhecem alguma coisa que grude em nossa roupa como o velcro grudou na flanela.

Pessoal, o que aconteceu em nossa atividade?
- O velcro passou da flanela que estava na cadeira/parede para a flanela que estava em nosso braço.
Vocês conhecem alguma outra coisa na natureza que também grude em outras coisas? Vocês já ouviram falar em carrapicho? Eles já grudaram em sua roupa ou meias?
Ouvir os alunos. Verificar se conhecem a planta com outro nome popular, por exemplo, picão.
Pois então, carrapicho é o fruto de uma planta que gruda em animais, podendo grudar em nossas roupas ou meias, sendo levado para outros lugares.

Mas para quê isso acontece?
Por que o carrapicho não é como outros frutos, como o abacate ou laranja, que simplesmente caem do pé no chão, próximos à planta?

Ouvir os alunos. Sugestão de respostas:
- Acho que quando as frutas caem do pé é porque estão maduras, e o carrapicho então não deve estar maduro.
- Cada fruto ou semente tem o seu jeito de cair e espalhar.
Na verdade, o carrapicho, quando gruda na gente ou em outros animais, já está maduro também. Quando ele gruda em animais, este fruto, que abriga uma semente, tem a chance de ir para outros locais, às vezes longe dali, já que os animais conseguem se locomover. Desta forma, as sementes são levadas para longe, e nestes novos locais novas plantas podem germinar, tendo às vezes melhores chances de sobrevivência.
- Por que vocês acham que estas chances aumentam quando as sementes germinam em outros lugares?

Ouvir novamente os alunos.
- Acho que se uma nova planta germinar em outro local, ela não vai precisar competir com a outra.
- Vai espalhar a planta para outros lugares.
Isso mesmo! Esta forma de dispersão, ou seja, uma semente é levada para outro local, é muito boa, pois esta planta evita de competir com a mãe, além de ter a chance de conquistar novos ambientes, que podem ser até melhores do que o ambiente anterior.

Professor, caso você tenha condições de coletar alguns exemplares das plantas, mostre-os aos alunos, para ilustrar sua aula. Do contrário, mostre a eles algumas fotos de carrapichos conhecidos.

Retirado de: http://universoemequilibrio.blogspot.com/2008/04/resumo-para-p2-dinmica-das-populaes.html (consultado em 01/12/09, às 21h02min).

Retirado de: http://www.flickr.com/photos/guilherme_borges/368897968/ (consultado em 01/12/09, às 21h04min).

Após a atividade, entregue para a turma o texto abaixo, para discussão e interpretação:

Carrapicho e o velcro

Nas férias então, nem se fala. Eu ia para a fazenda em que uns parentes trabalhavam como colonos (não eram fazendeiros não!!!) e, junto com meu irmão e o "cachorro do meu tio" (só o cachorro - o tio não), sumíamos de manhã até a noite no meio dos pastos e das plantações. Quando voltávamos para a colônia onde moravam os trabalhadores da fazenda, além dos carrapatos grudados ao corpo, trazíamos grudados nas roupas, um amontoado de carrap ichos.
E tome bronca da minha mãe e tome deboche da meninada da fazenda. E a mãe dizia: "Vocês não entram em casa enquanto não tirarem todos esses carrapichos da roupa". E para quem não conhece, carrapicho não é coisa que se tire com tapinhas na roupa não - ele gruda mesmo. Você tem de arrancar um de cada vez. Dá um trabalhão danado e, obviamente, sobra tempo para pensar: "Meu Deus, para que serve carrapicho?" E aí eu e meu irmão chegamos à uma conclusão fantástica: o carrapicho não serve para nada! Também concluímos que, pela quantidade desta praga grudada à nossa roupa, o Brasil é o maior produtor de carrapicho do mundo! Quanta inutilidade, vocês concordam? Pois é, mas aí é que entra a discussão sobre a criatividade.
Um cientista suíço, após longas horas sobre o microscópio em que estudava arduamente para comprovar e defender a sua tese resolve descansar um pouco e, para tanto, saiu caminhando por um lindo bosque europeu. O Brasil é o maior produtor mundial de carrapichos, o que não significa que eles não existam em outras partes do mundo. Pois bem, o cientista suíço, após seu merecido descanso, retornou ao laboratório onde realizava suas pesquisas e percebeu que algo estava grudado na manga de seu paletó. Eram dois carrapichos! Nem dez, nem cinqüenta - apenas dois.
O cientista tentou desgrudar os carrapichos com um, dois, três tapas na manga de seu paletó e nada. E aí surgiu o estalo da criatividade: "Ué, não tem cola na minha roupa, não tem cola no carrapicho, como é que isso gruda tanto?" Ele aproveitou o microscópio que estava à sua disposição, colocou os dois sob as lentes e descobriu como eram as garras dos carrapichos. É importante frisar que isso não tinha nada a ver com a pesquisa original desse cientista - esse é o tal insight, o estalo criativo. E sabem o que ele inventou? O velcro. E assim esse homem enriqueceu a partir do acaso.

Retirado de: http://www.sebrae-sc.com.br/newart/default.asp?materia=13167
(consultado em 25/11/09 as 17:39)

Avaliação

Avaliar numa perspectiva formativa implica estar atento à construção de conhecimentos conceituais, comportamentais e atitudinais de nossos alunos. Por isso é importante estar atento a todo o percurso do aluno enquanto aprende: suas ideias iniciais, aquelas apresentadas durante a investigação, à maneira que relaciona com os colegas, sua atitude investigativa e crítica, no decorrer da aula. Feitas estas considerações, propomos mais um momento para que os alunos sejam avaliados.

Peça os alunos que, de acordo com o que observaram na atividade prática e leram no texto, montem uma história em quadrinhos, relatando algum episódio em que um animal ficou todo cheio de carrapichos e quis saber para quê eles grudavam em seu corpo. Podem usar a criatividade!

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 5 classificações

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Opiniões

  • julia alves, n sei , Minas Gerais - disse:
    julia-alves252011@hotmail.com

    18/08/2013

    Uma estrela

    muito interessante


  • luanna, sao paulo , São Paulo - disse:
    luannasennaloyolla@yahoo.com.br

    07/06/2011

    Cinco estrelas

    eu adorei a aula. eu queria que meu professor desse aula assim. se ele desse aulas dessas nem eu e nem meus colegas iriam cabular aula ! rsrsrsrsrsrsrsrs.


  • Day, Colegio adventista do setimo dia lapa , São Paulo - disse:
    dayane.carolina01@gmail.com

    28/02/2011

    Cinco estrelas

    Adorei a aula entendi pq essa chatixe gruda na gente(valeo, graças a essa aula me adiantei na materia)rsrsrs


  • thassiane layse, colégio adventista da cohab em são luis , Maranhão - disse:
    tacik_linda@hotmail.com

    17/02/2011

    Cinco estrelas

    estudo na colégio adventista de são luis muito boa a aula obrigada um abraço


  • alexandre, colégio adventista de itajai , Santa Catarina - disse:
    u_msn_do_xandi@hotmail.com

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    achei muito legal essa idéia


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