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DA IMAGINAÇÃO A CONSCIENTIZAÇÃO

 

25/02/2009

Autor e Coautor(es)
ADRIANA FRANCISCA DE MEDEIROS
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NATAL - RN ESC MUL PROFA FRANCISCA DE OLIVEIRA

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de produção de textos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
O nosso objetivo foi o de promover uma leitura que vinculasse o aspecto lúdico a reflexão sobre o preconceito racial.
Duração das atividades
A atividade durou 6 horas. No primeiro momento li a história e em seguida, suscitei algumas reflexões a respeito das diferenças pessoais, como cor, sexo e classe social. Após a reflexão, sugeri a reescrita da história com outra versão. Segundo Zilberman (2003) “ A obra de arte literária não se reduz a determinado conteúdo reificado, mas depende da assimilação individual da realidade que recria”. Então, depois da avalanche de perguntas e dúvidas as produções escritas fluíram. É mister lembrar que uma obra literária é aquela que mostra a realidade de forma nova e criativa, deixando espaços para que o leitor descubra o que está nas entrelinhas do texto e tenha oportunidade de recriar.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
aspectos culturais, raciais e estéticos.
Estratégias e recursos da aula

Da imaginação a conscientização


Adriana Francisca de Medeiros


Ouvir histórias é ingressar em um mundo fascinante, cheio ou não de segredos e surpresas, mas sempre muito interessante, curioso, que diverte e ensina. De acordo com Abramovich(1994)” como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias...escutá-las é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo..” É na relação lúdica e prazerosa da criança com a obra literária que temos uma das ricas possibilidades de formarmos o leitores e também escritores, porque é na exploração da fantasia e da imaginação que se estimula a criatividade e nos tornamos aprendentes e ensinantes da linguagem.
Pensando nesses aspectos e com o objetivo de promover uma leitura que vinculasse o aspecto lúdico a reflexão sobre o preconceito racial, decidi apresentar as turmas do 4º ano da Escola Municipal Francisca de Oliveira a história Menina bonita do laço de fita de Ana Maria Machado. No primeiro momento li a história e em seguida, suscitei algumas reflexões a respeito das diferenças pessoais, como cor, sexo e classe social. Após a reflexão, sugeri a reescrita da história com outra versão. Segundo Zilberman (2003) “ A obra de arte literária não se reduz a determinado conteúdo reificado, mas depende da assimilação individual da realidade que recria”. Então, depois da avalanche de perguntas e dúvidas as produções escritas fluíram. É mister lembrar que uma obra literária é aquela que mostra a realidade de forma nova e criativa, deixando espaços para que o leitor descubra o que está nas entrelinhas do texto e tenha oportunidade de recriar.
A historia fascinante da Menina bonita do laço de fita —, começa com a magia do “era uma vez”, a escritora nos apresenta traços da beleza negra: “uma menina linda”, de olhos brilhantes como “duas azeitonas pretas”, “cabelos enroladinhos”, “pele escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva”. Tudo isso na ótica de “um coelho branco” que morava ao lado da tal menina. Em vários momentos da trama, observa-se a insistência do coelhinho para que esta revelasse o segredo de sua linda cor: “Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?” Após algumas tentativas frustradas do coelho, para se tornar pretinho como aquela menina, e de justificativas infundadas da menina, “a mãe dela, que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter”, dizendo tratar-se de “Artes de uma avó preta que ela tinha...” Então, o coelho branco se apaixonou por “uma coelhinha escura como a noite”; namoraram, casaram-se e tiveram uma ninhada de filhotes de toda cor, “e até uma coelha bem pretinha” (...), que se tornou afilhada daquela Menina bonita do laço de fita. Até o desfecho da história, apesar dos argumentos não convincentes da menina bonita, há uma construção progressiva de um sentido positivo, cujo efeito, indiscutivelmente, projeta a valorização da raça negra.
Apresentarei algumas das produções escritas dos alunos do 4 º ano, crianças na faixa etária de 8 a 11anos.
A COELHA DO LAÇO DE FITA
Existia uma coelha que era muito bonitinha e pretinha com café e usava laços de fita nas orelhas e no pescoço e tinha uma menina que era branca como a neve, ela queria ser pretinha igual à coelhinha e um dia ela perguntou: qual o seu segredo para ser pretinha e bonitinha? Ela disse; quando eu era pequena, eu comia muito bolo pé de moleque e a menina comeu bastante pé de moleque, mas a menina não ficou pretinha, e lá se foi à menina de novo e perguntou: qual o seu segredo de ser pretinha? E sua mãe e o seu pai que estavam perto se meteram e disseram: ela é pretinha tem uma avó que é preta.
Wiliana nairi da Silva Melo (10anos)

A FELICIDADE DA MENINA PRETINHA
A menina pretinha tinha uma cor que chamava atenção do coelhinho dela, ele queria ter a mesma cor, porque lhe chamava atenção e ele adorava aquela cor.
O coelho perguntou a menina:
- você gosta de sua cor?
- Sim , toda pessoa gosta, acha minha cor bonita, e eu também, respondeu a menina.
- Você me dizer alguma coisa, que eu quero ter a sua cor.
- Ah! Na verdade eu tenho esta cor, porque me pareço com meu pai.
Gilmara Lima da Silva ( 10 anos)


A MENINA DOS OLHOS AZUIS
Era uma vez uma menina que tinha os olhos muitos azuis e um hamster que queria que os filhos dele tivessem os olhos azuis, então o hamster procurou ela e perguntou:
- como que você faz para ficar com os olhos tão azuis?
E ela disse:
- Deve ser porque eu fico olhando muito o azul do céu.
E ele ficou um mês olhando pro céu, e não ficou nada azul, então ele foi à casa da mãe dela e perguntou:
- Como sua filha fica com os olhos assim?
E ela disse : eu me casei com um homem dos olhos azuis e .... ele se casou com uma coelha e teve filho de olhos azuis.
Alex da silva Teixeira B. Rocha( 8 anos)

 

A MENINA BONITA DE OLHOS AZUIS
Era uma vez uma menina chamada Bia, ela era bem branquinha e tinha um coelhinho bem pretinho, então o coelho perguntou para Bia:
- Bia como você fez para ficar bem branquinha?
Bia respondeu: é só você se jogar em um balde de tinta branca, então o coelho se jogou, mas veio a chuva e ele se molhou todinho. Foi mais uma vez lá em Bia.
- Bia não deu certo, eu quero saber como você tem a pele bem branquinha e os olhos bem azulzinhos, eu não consigo, você me ajuda?
Bia respondeu: mesmo você sendo bem pretinho e com os olhos castanhos, não importa a cor dos seus pêlos e dos seus olhos, importa que você é meu coelho mais fofinho. O coelho respondeu:
- Estou muito feliz, obrigada, mas tenho que ter uma companheira.
Um belo dia o coelho viu uma coelha bem branquinha com os olhos bem azulzinhos. Veio Bia e lhe disse:
- Eu comprei essa coelha para você.
- Obrigado, disse o coelho. Estou muito feliz quando os meus filhotinhos nascerem eu lhe dou um coelho de presente para você com muito amor e carinho.
Cayre Claudiane Bezerra de Lima (9 anos)

 


Ao ler as produções das crianças pudemos perceber a imersão das mesmas no mundo da fantasia, aspecto inerente ao mundo infantil e a literatura e como lembra Abramovich(1994): “ não devíamos esquecer nunca que o destino da narração de contos é o de ensinar a criança a escutar,a pensar e a ver com os olhos da imaginação”. É indispensável à prática e o incentivo a literatura como vem sendo realizado nesta escola, uma vez que ouvir,ler e criar histórias envolve imaginação algo que vai além de simples entretenimento auxiliando o leitor a comprometer-se com uma experiência de vida, ajudando-o a lidar com suas emoções e desenvolver sua capacidade cognitiva.

 

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Referencias
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura infantil. Gostosuras e bobices. Scipione, 1994.
ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil na escola. São Paulo: Global,2003


 

Recursos Complementares
o livro Menina Bonita do laço de fita de Ana Maria Machado.
Avaliação
A avaliação foi realizada na aula seguinte pedindo que os alunos relessem suas produções e em seguida procurassem corrigir os possiveis erros de concordancia, ortografia e outros e apresentassem para os demais colegas.
Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Adelia Maria , xxx , Rio Grande do Norte - disse:
    luheloa@hotmail.com

    10/09/2010

    Cinco estrelas

    foi otima a aula, devemos está sempre atento as questões sobre preconceito, e porque não permitir a discussão a partir da literatura?


  • Sandra maria, E.E. Walfredo Gurgel , Rio Grande do Norte - disse:
    adeli@bol.com.br

    24/03/2010

    Cinco estrelas

    sempre é muito bom trabalhar com a literatura infantil, essa permiti a criança viajar por mundos desconhecidos, além de propiciar a discussão de tema tão relevantes como este trabalhado pela professora Adriana.


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