28/04/2010
Eziquiel Menta
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | Sociologia | Estudo das sociedades humanas |
Ensino Médio | Sociologia | Estrutura e estratificação social: a questão das desigualdades sociais |
Ensino Médio | Filosofia | Ética |
Noções de capitalismo e classes sociais
Os procedimentos metodológicos propostos nestas atividades foram baseados nos estudos da Prof. Neusi Aparecida Navas Berbel sobre a Metodologia da Problematização.
Sugerimos que o Professor leve seus alunos para uma atividade de campo: visita a um Shopping Center, programando a atividade coletiva com um roteiro de observações a serem realizadas pelos estudantes. Não se esqueça de solicitar autorização dos pais para esta atividade.
O que poderemos observar no Shopping Center?
*Observe a classificação em categorias sugerida pela Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Shopping_center acessado em 27/03/2010:
Shopping tradicional: estabelecimento construído especificamente para abrigar um centro de compras e que apresenta mercado diversificado, praça de alimentação, área de lazer, estacionamento e elevado nível de conforto: ar condicionado, escadas rolantes, elevadores, segurança etc. O número de lojas-âncora, a quantidade de lojas e o fato de haver lojas próprias junto com lojas alugadas também caracterisam essa categoria.
Shopping outlet: estabelecimento que concentra lojas de fábricantes dos produtos, com alguns poucos ramos comerciais e de serviços considerados de apoio.
Shopping temático: estabelecimento cujas lojas estão voltadas preferencialmente a um segmento básico do mercado.
Shopping rotativo: estabelecimento com índice de conforto menor que o dos shoppings tradicionais, geralmente com lojas de tamanho reduzido e onde não se pratica a obrigatoriedade da permanência do lojista no shopping. Nele, a locação é feita por períodos diversos e mais curtos que nos shoppings tradicionais. O comércio habitualmente praticado no shopping rotativo está voltado a produtos de baixo valor. Também podem ser considerados como shoppings de desconto.
Shopping de atacado: estabelecimento cujas lojas operam exclusivamente com vendas no atacado. Atuam, basicamente, nos ramos de confecção, acessórios e calçados.
Outra opção é um tour virtual, os disponíveis nos sites a seguir:
Após este levantamento de infornações, inicie uma discussão com turma sobre os dados, diagnosticando as situações comuns a várias cidades. Solicite que os alunos registrem em seu caderno as discussões.
Levantados os dados com a turma, procurar identificar a problema central, junto com os alunos, que nortearão as próximas aulas. Nossa sugestão é a seguinte:
Faça o registro das discussões.
Propomos o registro das atividades através da escrita colaborativa. Neste sentido vamos organizar uma a pesquisa orientada na internet, nos livros didáticos, das observações e discussões e fazer o registro em um servidor de escrita colaborativa, como por exemplo, o pbwiki, o wikispace, entre outros.
O professor poderá criar uma página no servidor wiki, onde os estudantes poderão acompanhar o roteiro de pesquisa e postar suas contribuições.
Se observarmos a nossa comunidade, vamos perceber como as pessoas estão mais preocupadas com o ter do que com o ser. Um exemplo clássico são as festas de final de ano. Observe em sua volta, veja como os meios de comunicação, a organização do calendário anual em feriados e recessos, os costumes de presentear os amigos e familiares no natal, nas festas de encerramento de ano, como os amigos secretos, assim como em adquirir novos móveis e equipamentos modernos para sua residência, a estar na moda com roupas e acessórios que o identificam com determinada cultura nos tornam mercadoria.
O estudo da “Indústria Cultural”, desenvolvido originalmente na denominada Escola de Frankfurt, tem sido importante para fundamentar a crítica à sociedade de consumo, associando-a na ilusão de felicidade e identidade ao se consumir mercadorias de determinada classe social.
Um estudo realizado por Valquíria Padilha, sobre a “Sociologia vai ao Shopping” demonstra que a “idéia de fetichismo das mercadorias vem igualmente de Karl Marx, que via as mercadorias revestidas de um caráter misterioso, por duas razões. Primeiramente porque as mercadorias escondem nelas o trabalho humano, o que significa que o sapato ou bolsa que compramos carregam todas as relações sociais que se estabelecem no trabalho. Outra razão é que as pessoas trocam mercadorias e, nessa troca, tornam-se elas mesmas mercadorias sem perceber.” (SUGIMOTO, 2008).
Diante destas questões é importante levar o estudante a refletir sobre o ambiente do Shopping Center, tão endeusado na sociedade atual e objeto de desejo de muitos adolescentes. Não se trata de negar o acesso, mas de se ter consciência sobre como somos considerados mercadoria pela sociedade capitalista, através do Shopping Center.
Vejamos como surgiu o Shopping Center pelo site BrasilEscola.com, onde Tiago Dantas (2008) relata brevemente a sua história.
Os primeiros grandes centros comerciais surgiram por volta do século X a.C. e tem seu início com o Grande Bazaar.
Localizado no atual Irã, o Grande Bazaar é uma estrutura comercial de dez quilômetros de estrutura coberta. Outro importante centro de compras foi o Oxford Covered Market (Mercado Coberto de Oxford), aberto oficialmente na Inglaterra em 1 de novembro de 1774, e existe até os dias atuais. Em 1828, o primeiro shopping centers foram criados nos Estados Unidos da América, no estado de Rhode Island. O Galleria Vittorio Emanuele II em Milão, cujo nome homenageou o então rei da Itália, foi criado na década de 1860.
Atualmente, a disputa é de quem faz o shopping maior. O South China Mall em Dongguan (a norte de Hong Kong), China, é o maior do mundo atualmente, porém deverá ser superado por outros atualmente em construção na própria China, e nos Emirados Árabes Unidos.
Nos Estados Unidos o shopping Center tinha o objetivo de criar uma nova cidade sem os problemas urbanos e acabou por propagar um modo americano de viver.
“ O shopping center é o local mágico da troca de mercadorias. Tudo se converte em mercadoria, mesmo que alguém vá lá e não compre nada. Tudo que se olha tem um preço. As pessoas que se relacionam no shopping em meio às mercadorias acabam perdendo o que têm de humano – que a gente nem sabe mais o que é” (PADILHA, 2008)
Podemos observar que existem muitas intenções por traz desta sociedade de consumo, organizada para uma determinada classe social.
Com base nas observações realizadas durante as atividades 1 e 2, procure estabelecer relações com as primeiras idéias dos estudantes, a origem do shopping center e a cultura de consumo. Sugerimos os seguintes recursos para fundamentar o estudo:
Leitura complementar:
ANDRADE, Marli Tereza Michelsen de. O Shopping Center na sociedade globalizada e sua complexidade. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2007. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/12016/000619727.pdf?sequence=1 acessado em 27/03/2010.
Indicação de Livro:
A Sociologia vai ao Shopping Center: reflexões sobre a catedral das mercadorias. Leia a resenha em http://www.boitempo.com/livro_completo.php?isbn=85-7559-077-4 acessado em 27/03/2010 ou em http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/imp44art09.pdf acessado em 27/03/2010.
Vida para consumo
A transformação das pessoas em mercadorias. Leio o artigo em http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESFI/edicoes/26/artigo101763-1.asp?Email= acessado em 27/03/2010.
Portal do MEC:
São Paulo: parte 1 [Momento Brasil]: Episódio do Programa Momento Brasil, da TV Escola, que fala sobre o Estado de São Paulo e das características paulistanas. Além disso, relata aspectos históricos, como sua fundação por Jesuítas e o fato de ser o principal centro financeiro e econômico do Brasil.
Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=20420 acessado em 27/03/2010.
Vamos discutir o vídeo:
Considerando as questões levantadas na problematização, vamos em grupos, levantar que soluções podem ser tomadas para que os cidadãos sejam considerados co-participantes da sociedade e não meramente mercadorias. Que reflexões temos a respeito sobre:
Proponha aos alunos a formação de grupos de 4 a 5 pessoas para elaborarem propostas de superação do problema central em estudo. Publique as propostas no wiki. Passe no quadro o seguinte roteiro proposto pela Prof. Neusi Berbel:
Aplicação à realidade
Condições objetivas
Apresentar um texto coletivo no servidor de wiki, com argumentos que fundamentem as questões levantadas e proposta de ação junto à comunidade. As propostas serão posteriormente discutidas com a turma e selecionadas para publicação no site da escola.
Toda a atividade deve ser acompanhada, no sentido de percebermos o nível de aprendizagem e de elaboração mental diante do tema proposto. Sugerimos que o professor durante o decorrer das atividades propostas oriente os estudantes a registrarem em seus cadernos as suas observações, como por exemplo, um diário, onde o poderá analisar o percurso teórico do presente estudo, comparando com suas idéias iniciais.
BERBEL, Neusi Aparecida Navas. A metodologia da problematização no ensino superior e sua contribuição para o plano da práxis. Revista Semina. Londrina. V. 17. Edição especial. p. 7 a 12. nov. 1996.
DANTAS, Tiago. História do Shopping Center. In: BrasilEscola. Disponível em: http://www.brasilescola.com/historia/historia-shopping-center.htm acessado em 27/03/2010.
SUGIMOTO, Luiz. A sociologia vai ao shopping Center. Disponível em: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/maio2006/ju324pag11.html acessado em 27/03/2010.
VIANA, Nildo. A vida nas cidades. In: CIÊNCIA & VIDA. As cidades e as sociedades. Ano 1, n. 1, São Paulo: Editora Escala, s.d. Revista Sociologia Especial.
Sugerimos a aula “Consumo Consciente - Precisamos realmente de tudo que queremos?” Disponível neste site no seguinte endereço: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/showLesson.action?lessonId=180 acessado em 27/03/2010, do Prof. Nilton Goulart de Sousa
A avaliação será realizada no decorrer das atividades, inicialmente observando a formação de conceitos dos estudantes, analisando seus questionamentos e intervenções, procurando, através do diálogo, perceber se houve apropriação dos conteúdos propostos e uma mudança de postura frente aos problemas levantados, no que se refere à superação de idéias do senso comum para a dimensão sociológica. O professor acompanhará fazendo leitura das produções dos estudantes, sugerindo as intervenções necessárias, incentivando leituras e a retomada de conteúdos, se necessário.
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28/08/2010
Cinco estrelasGostei muito, uma excelente aula, reflexiva, atual. E que pode ser explorada de diversas formas pelo professor.