21/05/2010
BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO
Luiz Prazeres
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Educação Infantil | Linguagem oral e escrita | Falar e escutar |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua oral: gêneros discursivos |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua oral: valores, normas e atitudes |
Podem ser feitas perguntas gerais sobre as histórias que os alunos conhecem, como, por exemplo: Quais histórias vocês conhecem? De quais histórias vocês mais gostam? Por quê?
Aula 1:
Leia e discuta com seus alunos um fragmento do texto de Marisa Lajolo intitulado “A narrativa na literatura para crianças e jovens”. O objetivo dessa atividade é levar os alunos a refletirem sobre as diferentes formas de narrativas, sobre suas características, sobre presença em nossa cultura desde tempos remotos.
A narrativa na literatura para crianças e jovens
Algo comum, entre os vários povos da terra, é o gosto pelas histórias. Parece que todo mundo gosta e sempre gostou de inventar, modificar, contar e ouvir histórias. As histórias abordam os mais variados assuntos. Explicam a origem da humanidade, como se deu a criação do céu e da terra, quais as diferenças entre o homem e a mulher... Essas histórias podem ser verdadeiras ou inventadas.
Histórias são narrativas, isto é, contam uma série de ações que se passam em diferentes lugares e em diferentes épocas. Existem várias maneiras de se fazer uma narrativa. Algumas são feitas na forma de poemas, em versos, outras em prosa. Há narrativas longas, como romances, ou curtinhas, como piadas. Algumas têm muitos diálogos, outras são contadas de uma vez só, como num diário de viagem. Algumas são construídas para parecerem verdadeiras como as notícias de jornal, outras já mostram, desde o começo, que são inventadas, como as que começam assim: era uma vez num reino muito distante...
Antes de inventarem a escrita, os homens já gostavam de contar histórias. Os desenhos gravados por nossos antepassados no interior de cavernas são, às vezes, interpretados como relatando cenas de caça ou de guerra. Essas seriam as primeiras histórias escritas de que temos notícia.
Dos desenhos nas cavernas aos blogs de hoje, o caso é que – com perdão do trocadilho – histórias têm uma longa história na cultura humana. E exatamente porque são tão importantes chegaram à escola, e lá convivem com a poesia, com o teatro e com vários textos que passam pela sala de aula.
Olhando mais de perto para como são organizadas as histórias, observamos que elas narram ações que acontecem com as personagens, mostram uma série de acontecimentos. Ou seja, narrativas levantam e respondem questões do tipo o que aconteceu?
Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2005/nl/meio.htm>. Acesso em 05 de abril de 2010. (Adaptado)
Após a leitura do texto, discutir com os alunos, acerca das histórias:
Aula 2:
Colocar, para que os alunos escutem, a narrativa Bom dia, Todas as Cores, de Ruth Rocha. O professor também tem a opção de ler a história para os alunos.
Meu amigo Camaleão acordou de bom humor.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
bom dia, todas as cores!
Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho, mudou sua cor
Para a cor-de-rosa, que ele achava
A mais bonita de todas, e saiu para
O sol, contente da vida.
Meu amigo Camaleão estava feliz
Porque tinha chegado a primavera.
E o sol, finalmente, depois de
Um inverno longo e frio, brilhava,
Alegre, no céu.
- Eu hoje estou de bem com a vida
- Ele disse. - quero ser bonzinho
Pra todo mundo...
Logo que saiu de casa,
O Camaleão encontrou
O professor pernilongo.
O professor pernilongo toca
Violino na orquestra
Do Teatro Florestal.
- Bom dia, professor!
Como vai o senhor?
- Bom dia, Camaleão!
Mas o que é isso, meu irmão?
Por que é que mudou de cor?
Essa cor não lhe cai bem...
Olhe para o azul do céu.
Por que não fica azul também?
O Camaleão, Amável como ele era,
Resolveu ficar azul
Como o céu da primavera...
Até que numa clareira
O Camaleão encontrou
O sabiá-laranjeira:
- Meu amigo Camaleão,
Muito bom dia e você!
Mas que cor é essa agora?
O amigo está azul por quê?
E o sabiá explicou
Que a cor mais linda do mundo
Era a cor alaranjada,
Cor de laranja, dourada.
Nosso amigo, bem depressa,
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo alaranjado,
Louro, laranja, dourado.
E cantando, alegremente,
Lá se foi, ainda contente...
Na pracinha da floresta,
Saindo da capelinha,
Vinha o senhor louva-a-deus,
Mais a família inteirinha.
Ele é um senhor muito sério,
Que não gosta de gracinha.
- bom dia, Camaleão!
Que cor mais escandalosa!
Parece até fantasia
Pra baile de carnaval...
Você devia arranjar
Uma cor mais natural...
Veja o verde da folhagem...
Veja o verde da campina...
Você devia fazer
O que a natureza ensina.
É claro que o nosso amigo
Resolveu mudar de cor.
Ficou logo bem verdinho.
E foi pelo seu caminho...
Vocês agora já sabem como era o Camaleão.
Bastava que alguém falasse, mudava de opinião.
Ficava roxo, amarelo, ficava cor-de-pavão.
Ficava de toda cor. Não sabia dizer NÃO.
Por isso, naquele dia, cada vez que
Se encontrava com algum de seus amigos,
E que o amigo estranhava a cor com que ele estava...
Adivinha o que fazia o nosso Camaleão.
Pois ele logo mudava, mudava para outro tom...
Mudou de rosa para azul.
De azul para alaranjado.
De laranja para verde.
De verde para encarnado.
Mudou de preto para branco.
De branco virou roxinho.
De roxo para amarelo.
E até para cor de vinho...
Quando o sol começou a se pôr no horizonte,
Camaleão resolveu voltar para casa.
Estava cansado do longo passeio
E mais cansado ainda de tanto mudar de cor.
Entrou na sua casinha.
Deitou para descansar.
E lá ficou a pensar:
- Por mais que a gente se esforce,
Não pode agradar a todos.
Alguns gostam de farofa.
Outros preferem farelo...
Uns querem comer maçã.
Outros preferem marmelo...
Tem quem goste de sapato.
Tem quem goste de chinelo...
E se não fossem os gostos,
Que seria do amarelo?
Por isso, no outro dia, Camaleão levantou-se
Bem cedinho.
- Bom dia, sol, bom dia, flores,
Bom dia, todas as cores!
Lavou o rosto numa folha
Cheia de orvalho,
Mudou sua cor para
A cor-de-rosa, que ele
Achava a mais bonita
De todas, e saiu para
O sol, contente
Da vida.
Logo que saiu, Camaleão encontrou o sapo cururu,
Que é cantor de sucesso na Rádio Jovem Floresta.
- Bom dia, meu caro sapo! Que dia mais lindo, não?
- Muito bom dia, amigo Camaleão!
Mais que cor mais engraçada,
Antiga, tão desbotada...
Por que é que você não usa
Uma cor mais avançada?
O Camaleão sorriu e disse para o seu amigo:
- Eu uso as cores que eu gosto,
E com isso faço bem.
Eu gosto dos bons conselhos,
Mas faço o que me convém.
Quem não agrada a si mesmo,
Não pode agradar ninguém...
E assim aconteceu
O que acabei de contar.
Se gostaram, muito bem!
Se não gostaram, AZAR!
Áudio: (Disponível em: <http://app.uol.com.br/radiouol/linklista.php?nomeplaylist=004312-6%3C@%3EMil_P%E1ssaros_-_Sete_Hist%F3rias_de_Ruth_Rocha&opcao=umcd#>. Acesso em 05 de abril de 2010).
Texto: Disponível em: <http://www2.uol.com.br/ruthrocha/historias_15.htm>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Após a audição ou a leitura da narrativa, o professor deve conversar com os alunos sobre a história, verificando se houve entendimento de todas as partes, dos principais acontecimentos. Se necessário, repita a história. Se possível, o professor deve levar o livro de Ruth Rocha para que os alunos o manuseiem ou, pelo menos, mostrar a capa e apresentar sua autora.
Informações sobre a autora disponíveis em: <http://www2.uol.com.br/ruthrocha/historiadaruth.htm>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/_BhkYkZxJ-6k/SsYfrRbh2AI/AAAAAAAAAy4/YK0cQAkDkfw/s320/Bom+dia+todas+as+cores.jpg>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Em seguida, o professor deve tentar identificar com os alunos os elementos da narrativa por meio de perguntas:
- Espaço: Onde acontece a história ou o fato narrado? Que pistas se tem para poder identificar o espaço? (Identificar com os alunos o cenário da floresta por meio de pistas textuais: flores, folha cheia de orvalho, Teatro Florestal, etc.)
- Tempo: Quando acontece a história do Camaleão? (Identificar com os alunos que o Camaleão saiu de casa de manhã e voltou “Quando o sol começou a se pôr no horizonte”, mas que no dia seguinte saiu novamente...).
- Personagem: Quem participou da história? Quem o Camaleão encontrou? (Identificar todos as personagens: pernilongo, sabiá, louva-a-deus...)
- Narrador: Quem contou a história? Foi o camaleão? (Levar os alunos a identificarem a voz do narrador. Se o professor optar por levar o áudio da história, esse reconhecimento se fará de maneira mais clara devido à alternância de vozes).
- Enredo: O que foi contado? Sobre o que se falou? (Identificar as principais ações: conselhos recebidos pelo camaleão, como ele reagiu, mudança de postura etc.)
Aula 3:
Pedir que os alunos lembrem-se de narrativas contadas por seus pais ou avós, narrativas que tenham lido e gostado e as relatem. Perguntar se há histórias na família, um caso engraçado ou curioso que aconteceu com o pai, com a mãe, com os irmãos, com os tios...
Tentar identificar com os alunos os elementos da narrativa presentes nas narrativas socializadas por meio de perguntas:
- Espaço: Onde acontece a história ou o fato narrado? Que pistas se tem para poder identificar o espaço?
- Tempo: Quando acontece a história ou o fato narrado?
- Personagem: Quem participou da história? Quem desempenhou as ações?
- Narrador: Quem contou a história?
- Enredo: O que foi contado? Sobre o que se falou?
Observação: Não se visa, com essa atividade, levar o aluno a decorar a nomenclatura dos elementos da narrativa, mas que ele compreenda o funcionamento do texto narrativo e suas características.
Para se preparar melhor para a aula, o professor poderá assistir aos vídeos:
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=1pyojtilb4Y>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=2czWvybvTAk>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Poderá também ler mais sobre os elementos da narrativa nos seguintes endereços:
O professor deve avaliar os alunos durante todo o processo de ensino-aprendizagem e, caso perceba que eles não estão compreendendo a atividade, deve adaptá-la. Entretanto, para uma avaliação mais pontual, o professor pode tomar a terceira aula. Essa aula funciona como uma atividade avaliativa à medida que permite que o professor perceba, por meio dela, se os alunos reconhecem, nas narrativas contadas pelos colegas, os elementos da narrativa (tempo, espaço, narrador, personagem, enredo). Avalie as observações elaboradas pelos alunos, bem como as respostas por eles formuladas.
O professor pode ainda pedir que os alunos em pequenos grupos, inventem uma história com começo, meio e fim. Em seguida, pedir que eles mesmos explicitem se as histórias por eles inventadas apresentam todos os elementos estudados (tempo, espaço, personagens, narrador, enredo). Avalie a participação em sala, o envolvimento no trabalho em grupo, a responsabilidade e a organização.
Por fim, analise as produções textuais, considerando a sua pertinência e a observação da proposta, das características do gênero escolhido, a presença ou não dos elementos da narrativa.
Uma estrela 1 classificações
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16/06/2012
Uma estrelaEu esperava uma aula mais dinâmica que pudesse me esclarecer as dúvidas sobre a narrativa e como entender um romance histórico, mais ficou um pouco confusa a elaboração principalmente das atividades, um tanto quanto incopreensivel.