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RESPEITAR E TRANSGREDIR LIMITES NA VIDA E NA ESCOLA.

 

28/05/2010

Autor e Coautor(es)
Fátima Rezende Naves Dias
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Gláucia Costa Abdala Diniz, Liliane dos Guimarães Alvim Nunes, Lucianna Ribeiro de Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ética Respeito mútuo
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Expressar os próprios sentimentos em relação à colocação de limites por outras pessoas.
  2. Reconhecer que alguns comportamentos apresentados pelos alunos em sala de aula revelam a dificuldade em aceitar a colocação de limites para as próprias ações.
  3. Identificar as estratégias de transgressão utilizadas por si mesmo e pelos colegas para lidar com o limite.
  4. Compreender que razão e emoção estão presentes na vivência do limite.
Duração das atividades
Duas ou mais aulas de 50 minutos.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Caro Professor! Para o desenvolvimento desta aula, é necessário trabalhar com os alunos os conceitos de limite, respeito e transgressão. Para isto, produzimos este pequeno texto que poderá subsidiar os momentos de reflexão com os alunos, nas atividades propostas.

De acordo com o Dicionário Aurélio, Limite é “linha de demarcação, raia, divisa, fronteira, ponto que não se deve ou não se pode ultrapassar (...)”. Também entendemos que limite significa aprender a respeitar a si mesmo e ao outro, aprender a conviver com as regras sociais, aprender a viver em grupo, aprender os valores morais e éticos de uma cultura, aprender a lidar com a frustração, aprender a exercitar a liberdade e a criatividade com responsabilidade, aprender as lições de cidadania! A aprendizagem do limite é um processo contínuo e necessário ao desenvolvimento psicossocial saudável de todas as pessoas.

Novamente, de acordo com o “Aurélio”, Respeitar é “tratar com reverência ou acatamento, venerar, honrar, considerar, atender a (...)”. Muitas vezes nossas atitudes de respeito visam o bem-comum, a ética, a cidadania, os valores, a moral... e isso nos faz sentir muito bem! Outras vezes, respeitamos para obter prestígio e benefícios. Respeitamos por medo de perder o amor do outro, por medo da autoridade e das consequências advindas de comportamentos que rompem com os limites.

Ainda segundo o Dicionário Aurélio, Transgredir significa “passar além de, atravessar”, mas também “desobedecer a, deixar de cumprir, infringir regras (...)”. Neste sentido, o termo transgressão revela diferentes dimensões, às vezes até contraditórias. De certa forma, todos nós já transgredimos alguma regra, algum limite, num determinado tempo e lugar. Assim, não devemos nos assustar quando percebemos e reconhecemos os comportamentos de transgressão dos alunos. Devemos educá-los para que tomem consciência de seus atos e assumam a responsabilidade e as consequências de suas escolhas! Transgredimos para romper com a ordem estabelecida, para possibilitar fluir o novo, a novidade. Nesse sentido, a transgressão gera mudanças. Mudanças pessoais, sociais, políticas, educacionais... mudanças no campo das artes, da religião, da moda, da cultura em geral. A transgressão também pode produzir efeitos desastrosos na vida das pessoas, de seus grupos de convivência e na sociedade em geral. Exemplo disso é quando ultrapassamos os limites de velocidade colocando em risco a nossa vida e a vida de outras pessoas, quando não respeitamos as proibições de censura, e outros.

Estratégias e recursos da aula

1ª atividade: O professor deverá iniciar a aula propondo aos alunos um “aquecimento” sobre o tema Limite: O que sentem quando as pessoas proíbem vocês de fazer alguma coisa? De comprar algo? De comer o que desejam? De ir a algum lugar que gostariam muito? De estar com algum amigo (a)? É fácil, é “gostoso” acatar a regra, o limite colocado pelo outro? (Professor, outras questões formuladas por você poderão enriquecer este momento de reflexão com os alunos).

Após ouvir atentamente os alunos, o professor deverá organizá-los em círculo. No centro da roda, colocará revistas variadas, gravuras diversas, papel craft, giz de cera, lápis de cor, tesouras, tubos de cola e outros. A tarefa dos alunos será a de representar, através de imagens e/ou desenhos, os sentimentos relacionados à colocação de limites pelos outros.

Em seguida, por proximidade, os alunos deverão formar duplas para conversar sobre as suas produções - os sentimentos associados aos limites representados por imagens ou desenhos. As duplas poderão socializar as suas produções [Professor, neste momento é importante trabalhar com os alunos os aspectos da razão e da emoção presentes na vivência dos limites, como por exemplo: Quero muito tomar um sorvete. Fico com raiva quando colocam o limite, dizendo que estou gripado, com dor de garganta e que, por isso, não devo tomá-lo. Apesar da raiva e de ainda desejar o sorvete (emoção), compreendo que nesse momento é melhor deixar de fazê-lo para me curar (razão)].

Os trabalhos produzidos pelos alunos poderão ser expostos em um painel da sala de aula. 

2ª atividade: Em seguida, cada aluno receberá um texto para fazer a leitura silenciosa e completar as lacunas com palavras escritas na lousa pelo professor: pais, avós, amigos, professores.   

Texto:   

Só sei que o papel de __________ é deseducar.   

Aos ___________ cabe ser chatos. Impor regras. Definir Limites. Dar castigos. Proibir tudo o que é gostoso. Obrigar a comer verduras. Fazer estudar. Não deixar brincar com os amigos.   

Aos _____________ também cabe ser chatos. Não deixar falar enquanto o outro fala. Obrigar a ficar quieto. Fazer se comportar educadamente. Fazer perguntas e questionar. Fazer pensar.   

Aos _____________ cabe o sabor da vida. Levar para tomar banho de chuva. Fazer boneco de lama. Deixar se lambuzar de bala e sorvete. Contar histórias.   

Aos______________ cabe incentivar a transgressão. Matar aula para jogar. Roubar frutas do vizinho. Ouvir música alta. Não fazer o trabalho escolar.     

Fonte: http://www.luamansa.com/morrodobacobaco/?tag=transgressao (Texto adaptado).   

Prosseguindo, o professor solicitará aos alunos que façam a leitura em voz alta de seus textos. Após a leitura, poderão conversar sobre as semelhanças e diferenças relacionadas às palavras escolhidas por eles para preencher as lacunas do texto. O professor poderá incentivá-los a rememorar e a relatar fatos, histórias e experiências vividas pelos alunos, relacionadas ao respeito e à transgressão de limites na escola e fora dela (Professor, este é um momento rico que permite aos alunos ampliar a percepção acerca da influência do papel de cada pessoa na construção de sua identidade. Também possibilita compreender que o respeito e a transgressão dos limites podem ocorrer devido a modelos que são imitados, a comportamentos aprendidos no processo de socialização de cada um, nos encontros e na convivência social com os outros).  

3ª atividade: O professor deverá convidar os alunos para assistir ao vídeo da fábula Festa no Céu acessando os sítios

http://www.youtube.com/watch?v=stLkFXtAhcE&feature=related Festa no Céu – parte 1

http://www.youtube.com/watch?v=GLA7TD8pRYM&feature=fvsr Festa no Céu - parte 2.   

   

Em seguida, abrirá um debate sobre a transgressão de regras e de limites, colocando algumas questões para desafiar o pensamento dos alunos, partindo da seguinte afirmação: “A festa no céu é só para bicho que voa e o sapo, que não tem asas para voar, foi para a festa na viola do urubu”. O que vocês pensam acerca desse comportamento do sapo? O que o motivou a agir dessa forma? Quais foram as consequências desse ato?  (Professor, de acordo com esta fábula, toda transgressão leva a uma punição, a um castigo. Dessa forma, a transgressão é vista somente sob um aspecto – o de manter a ordem das coisas. Você deverá, então, trabalhar o outro lado da questão, incluindo o aspecto desejável da transgressão, por exemplo, o da criatividade e ousadia). Para isto, você poderá formular outras questões para os alunos: Seria possível pensar que a atitude do sapo foi criativa ao ir para a festa na viola do urubu?  Vocês se lembram de algum comportamento - em casa ou na escola -, em que também transgrediram os limites? O que os levou a se comportar assim? O que aconteceu com vocês? Como se sentiram? Ao final do debate, o professor poderá fazer uma síntese oral das principais idéias do grupo.

Recursos Complementares

Professor, como recurso complementar para esta aula, sugerimos a leitura do texto de Rosely Sayão “Falta de limites na educação familiar afeta ambiente escolar” disponível no sítio http://www.brasilwiki.com.br/noticia.php?id_noticia=11763    

Ao acessar o sítio http://www.anped.org.br/reunioes/32ra/arquivos/posteres/GT07-5334--Int.pdf você encontrará o texto de Elaine de Paula – UFSC, intitulado “Conformação ou transgressão: as relações das crianças no interior da creche” que poderá contribuir para a reflexão sobre o tema da aula. 

Avaliação

A avaliação deverá ser contínua, processual, diagnóstica.   

Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação individual e grupal nos momentos da aula propostos pelo professor.   

Avaliação dos alunos pelo professor: Respeito aos momentos de fala e de escuta e às opiniões dos colegas. Envolvimento e participação dos alunos nas atividades propostas. O professor deverá verificar se os alunos conseguiram: expressar de forma criativa os próprios sentimentos em relação à colocação de limites pelos outros; identificar as estratégias de transgressão utilizadas para lidar com o limite; compreender que razão e emoção estão presentes na vivência do limite.

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