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Desequilíbrios ecológicos e epidemias

 

04/11/2010

Autor e Coautor(es)
Alline Braga Silva
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SAO CARLOS - SP Universidade Federal de São Carlos

Ivã de Haro Moreno

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Biologia Qualidade de vida das populações humanas
Ensino Médio Biologia Interação entre os seres vivos
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Nesta aula o aluno poderá aprender que os desequilíbrios ecológicos causados pelo ser humano podem acarretar no aparecimento de epidemias.

Duração das atividades
4 aulas de 50 min cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Para esta aula, não é necessário que haja conhecimentos prévios.

Estratégias e recursos da aula

1ª PARTE: COMPLEXIDADE DA NATUREZA E INTERAÇÕES ECOLÓGICAS 

Professor, aqui você pode diferenciar o equilíbrio dinâmico do estático na natureza, mostrar que o equilíbrio dinâmico é importante na manutenção das funções ambientais e evidenciar que a conservação dos ecossistemas e as interações ecológicas são importantes no controle de pragas.

Para estimular a participação dos alunos, pode aproveitar seus conhecimentos prévios, questionando-lhes sobre o equilíbrio da natureza e sobre os benefícios que a mesma proporciona a todos os seres vivos.

A natureza é complexa e dinâmica, está constantemente mudando. Mas se ela sofre mudanças, onde está o equilíbrio da natureza que é tão mencionado? Na verdade, ela possui um equilíbrio dinâmico, em que os processos ecológicos se mantêm (tais como as interações ecológicas, ciclos de energia e matéria), mas sua estrutura não é necessariamente a mesma (Begon, 2007). Isso também significa que, ainda que ocorram mudanças na estrutura do ecossistema, as funções ambientais são mantidas. E o que são essas funções ambientais? São bens e serviços que os ecossistemas naturais oferecem, tais como alimentos, matéria-prima, água, ou ainda, prevenção da erosão, regulação do clima, da composição química da atmosfera e dos oceanos, entre outras (De Groot, 1992).

Uma importante função ambiental é o controle natural de pragas. E isso ocorre devido às interações ecológicas entre os seres vivos. Mas, antes de entendermos como isso ocorre, veremos quais são os tipos de interações ecológicas.

Interações Ecológicas (definições retiradas de Begon, 2007)

Professor, aqui você pode pedir aos alunos que o ajudem a definir esses conceitos. As palavras (competição, predação, decompositores, mutualismo, etc) são frequentes no cotidiano e por isso, alguns erros conceituais podem estar implícitos na definição que cada aluno possui. Dessa forma, você também pode realizar alguns questionamentos que vão de encontro a esses erros conceituais. Por exemplo: "Uma vaca é um predador?"

Além disso, é interessante que exemplifique cada tipo de relação, para que os alunos possam compreender melhor.

1) Competição: é uma interação em que um organismo consome um recurso que estaria disponível para o consumo de outro organismo. Um organismo priva um outro e, como conseqüência, este cresce mais lentamente, tem menos descendentes e tem maior risco de morte.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Hirschkampf.jpg 

2) Predação: é o consumo de um organismo (a presa) por outro organismo (o predador), em que a presa está viva quando o predador a ataca pela primeira vez.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Hawk_eating_prey.jpg 

Os predadores podem ser classificados em quatro tipos:

        a) Predadores verdadeiros: matam sua presa quase imediatamente após atacá-la;

        b) Pastadores: atacam um grande número de presas durante sua vida, mas retiram para o consumo apenas uma parte de cada indivíduo-presa;

        c) Parasitoide: os adultos são de vida livre mas ovopositam sobre hospedeiros. O parasitoide se desenvolve no interior do hospedeiro, consumindo-o;

        d) Parasitos: consomem partes de suas presas e são tipicamente nocivos, embora raramente letais a curto prazo. Seus ataques são concentrados em um ou poucos indivíduos.

3) Saprótrofos: organismos que utilizam matéria orgânica morta.  Diferentemente dos predadores, não controlam a taxa com que alguma outra força libera o recurso do qual vivem. Podem ser subdivididos em decompositores (fungos e bactérias) ou detritívoros (animais consumidores de matéria morta).

Aqui pode questionar a diferença entre saprótrofos e predadores, enfatizando que os primeiros utilizam a matéria morta, enquanto que os outros encontram a presa viva.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Ants_cleaning_dead_snake.jpg 

4) Mutualismo: organismos de espécies diferentes interagem em seu benefício mútuo. A simbiose é um tipo de associação física fechada entre espécies nas quais existe ao menos um indício de mutualismo.

Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:European_honey_bee_extracts_nectar.jpg  

Para maior aprofundamento, vá para a aula "Natureza e interação: relações ecológicas"

(http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1530)

Agora que já entendemos as definições dos diferentes tipos de interações ecológicas, podemos pensar em como algumas interações controlam a população de pragas.

Imagine que, se um grupo de predadores (espécie A) de uma determinada espécie B é retirado do ambiente, a espécie (B) pode ter um crescimento populacional exarcebado, já que estão livres de serem predadas. Esse fato pode ocasionar um descontrole sobre outras populações também, por exemplo, como a das presas (espécie C) da espécie B. A curto prazo, o tamanho populacional do grupo de presas irá diminuir, já que estão sendo predadas por mais indivíduos. Quando isso ocorre, podemos ter várias consequências. A princípio, os indivíduos da espécie B passarão a competir mais pelo alimento (espécie C), já que esse se tornou escasso. Como nem todos conseguirão o alimento, o tamanho da população irá diminuir. E isso poderá ocorrer por dois motivos: ou os indivíduos que não conseguiram se alimentar morrem e não se reproduzem, ou eles migram para outros locais a procura de alimento. Muitas vezes, a quantidade de indivíduos que migram é elevada, e como estão em busca de alimentos, podem causar danos às atividades agropecuárias e à saúde humana.

Mas esse caso pode se iniciar de outra forma também, não apenas pelo desequilíbrio de predadores. Imagine que em uma comunidade existam espécies competidoras A e B.  Como as espécies A e B competem (pode ser por território, por exemplo), suas populações estão controladas, pois elas gastam energia competindo, diminuindo seu potencial reprodutivo. Porém, se uma dessas espécies for retirada do ambiente, a população que permaneceu crescerá e poderá não haver alimentos para todos os indivíduos. Dessa forma, também poderá ocorrer a migração desses indivíduos para áreas indesejadas (ou áreas que foram invadidas pelos seres humanos).

Além disso, quando destruímos o ambiente natural, vários indivíduos de diversas espécies migram a procura de novos habitats, alimentos, etc. E, na ausência de ambientes naturais, estabelecem-se nas áreas urbanas. Algumas dessas espécies podem provocar doenças em gados, culturas agrícolas e em humanos.

Professor, agora que os alunos entenderam a importância das interações ecológicas, eles podem realizar a atividade sobre cadeia alimentar a seguir, aproveitando para discutir sobre os desequilíbrios causados caso algum nível trófico seja afetado.

Experimento: Cadeia alimentar

(http://www.cdcc.usp.br/exper/fundamental/roteiros/caop1.pdf)

2ª PARTE: SER HUMANO E DESEQUILÍBRIOS AMBIENTAIS

Como já vimos, a natureza possui equilíbrio dinâmico, ou seja, está em constante mudança. mas isso não significa que é capaz de suportar todas as perturbações, principalmente aquelas causadas pelo ser humano. Muitas vezes, quando a mudança é exagerada, os processos ecológicos também são afetados. Vários casos podem ser exemplificados, como os três textos que se seguem.

Nesta aula são apresentados três textos para serem trabalhados com os alunos. Ambos falam de desequilíbrios ecológicos causados pelo ser humano e suas consequências. Pode-se pedir para que os alunos os leiam em grupo, discutam entre seus colegas de grupo e depois que exponham suas conclusões para os demais. Caso os alunos não abordem questões como a importância das interações ecológicas, você pode relembrá-los. 

Ainda, nesse momento da aula, cabe a reflexão sobre quem são as pessoas mais afetadas com os desequilíbrios ecológicos. Será que a devastação de grandes florestas é comandada por habitantes da mesma? Muitas vezes, o impacto ambiental é causado por pessoas que vivem em grandes centros urbanos, distantes da zona impactada. Essas pessoas disfrutam dos benefícios da devastação (como os lucros com a madeira, suprimento de energia, etc), mas não sofrem as consequências imediatas da degradação ambiental. Os lucros são privados, mas os prejuízos socializados!

Texto: Pesquisa relaciona malária com o desmatamento 

(http://www.oeco.com.br/blog-trajetoriafumaca/24081-pesquisa-relaciona-altos-indices-de-malaria-com-o-desmatamento-na-amazonia) 

Texto: Amigos, mas não para sempre

(http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/ecologia-e-meio-ambiente/amigos-mas-nao-para-sempre/)

Texto: Questões ambientais e sociais estão por trás das doenças emergentes e reemergentes

(http://www.fiocruz.br/ccs/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=1004&sid=12) 

3ª PARTE: DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA 

O texto a seguir aborda as principais doenças relacionadas com a água, indicando as causas imediatas e a profilaxia. Ao abordar o assunto com os alunos, é importante lembrá-los que as questões ambientais e sociais também são causas da proliferação dessas doenças.

Texto: Doenças relacionadas com a água

(http://www.dmae.mg.gov.br/midia/documentos/dmae/doencas_Agua.pdf)

A seguir, encontram-se animações que podem ser utilizadas para explicar ou recaptular explicações já dadas a respeito das doenças tropicais

Nesta animação (Dengue), repare que o mosquito se desloca para o centro urbano após o desmatamento de uma floresta. Isso deve ser discutido com os alunos.

Dengue 

Malaria mosquito cycle 

 

Malaria human cycle 

Malária

Ascaridíase 1: ciclo de vida 

Recursos Educacionais
Nome Tipo
Ascaridíase 1: ciclo de vida Animação/simulação
Dengue Animação/simulação
Malaria human cycle Animação/simulação
Malária Animação/simulação
Malaria mosquito cycle Animação/simulação
Recursos Complementares
  • De Groot, R.S. (1992). Functions of Nature: Evaluation of nature in environmental planning, management and decision making. Groningen, the Netherlands: Wolters Noordhoff BV.
  • BEGON, Michael; TOWNSEND, Colin R.; HARPER, John L. Ecologia: de indivíduos a ecossistemas. 4 ed. Porto Alegre: ArtMed, 2007. 740 p.
  • RICKLEFS, Robert E. A economia da natureza: um livro-texto em ecologia básica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,1996. 470 p.
  • Aula no Portal do Professor - Natureza e interação: relações ecológicas. Acesso em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1530>
Avaliação

A avaliação pode se basear nas atividades já realizadas em sala de aula (atividade prática da cadeia alimentar e discussão dos textos de desequilíbrios ecológicos) e também ser complementada por um questionário que, mais do que avaliar, ajude a fixar o aprendizado. Uma questão importante para estar contida no questionário é: "Quais as causas das doenças emergentes?" Com isso, objetiva-se abordar não só as causas imediatas, como água parada no caso da dengue, mas também as causas ambientais e sociais.

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