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Conhecendo os Fungos

 

15/05/2010

Autor e Coautor(es)
Marina Silva Rocha
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Lizia Maria Porto Ramos, Maria Antonieta Gonzaga Silva, Priscila Barbosa Peixoto

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ciências Naturais Ambiente
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Compreender as características do grupo dos Fungos; diferenciar este grupo do grupo das plantas.

Duração das atividades
2 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Os alunos deverão ser capazes de reconhecer características do grupo das plantas.

Estratégias e recursos da aula

Introdução: uma abordagem para o professor

     Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte.

     Os fungos crescem sobre todos os substratos imagináveis e ambientes, desde as rochas, seres vivos, materiais em processo de decomposição, em slides, instrumentos ópticos, papelão, parede, sapatos, roupas, etc. Possuem uma grande facilidade em crescer sob todas as condições ambientais e de maneira ampla, desde que haja umidade e temperatura adequada ou propícia. Muitos fungos são específicos, como por exemplo, a formação de micorriza e fungos liquenizados. Mais de 8.000 gêneros e 150.000 espécies já foram descritas.

     Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila, não tem celulose na sua parede celular, exceto alguns fungos aquáticos, e não armazenam amido como substância de reserva.

     Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores. Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso.

     São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos; ou viva - fungos parasitários.

     Suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros.

     Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veículo de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa.

     Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos:

- leveduriformes;

- filamentosas.

     As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por micro-organismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas.

     As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo - as hifas.

     Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se desenvolve no interior do substrato, funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo.O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo.

Adaptado de:

http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2003/const_microorg/fungos.htm &     http://ambientes.ambientebrasil.com.br/biotecnologia/artigos_de_biotecnologia/fungos:_caracteristicas_e_importancias.html (consultado em 03/04/10, às 15h31min).    

Estratégia

Como os alunos poderão atingir os objetivos propostos:

Os alunos poderão atingir os objetivos propostos através de reconhecimento de diversos espécimes de fungos, relacionando este reconhecimento com o dia-a-dia.

Como o professor irá ativar esse processo:

O professor vai ativar este processo através da atividade abaixo, em que instigará os alunos a investigarem sobre os fungos que conhecem, compreendendo sua importância para o ambiente e para o ser humano.

Atividade investigativa: Reconhecendo os fungos

Professor, num primeiro momento da aula, proponha a seguinte atividade prática:

Leve para a sala de aula algumas cascas de frutas como mamão, banana, maçã, dentre outras. Coloque-as em um prato ou vasilha transparente com tampa que possibilite os alunos observarem o que está em seu interior e umedeça.

Pergunte aos alunos o que eles acham que iria acontecer com as cascas após alguns dias.

Observe o experimento diariamente, se possível, e peça para os alunos anotarem as mudanças ocorridas na casca das frutas.   

Respostas esperadas:   

- Elas irão sumir!

- Elas vão mofar?

- Elas irão apodrecer/ estragar!

Inicie perguntando para a turma que seres vivos serão responsáveis por esta transformação. Instigue a turma a pensar nos processos de decomposição e os organismos envolvidos. Sonde os conhecimentos prévios dos alunos sobre fungos.   

Após esta sondagem, leve a turma para o jardim e peça para que eles achem alguns tipos de fungos.   

ATENÇÃO: Avise aos alunos para não pegarem os fungos, pois alguns podem ser tóxicos.   

Abaixo seguem fotografias de fungos mais comuns em jardim, para seu reconhecimento:

Retirado de: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/fungos/imagens/fungos-65.jpg (consultado em 03/04/10, às 15h39min).   

Ferrugem em folhas, causado por um tipo de fungo.

Retirado de: http://www.jardinagem-paisagismo.net/wp-content/uploads/2009/08/O-que-s%C3%A3o-fungos-Como-cultivar.jpg (consultado em 03/04/10, às 15h40min). 

Retirado de: http://sylvie-stuff.blogspot.com/2009_11_01_archive.html (consultado em 03/04/10, às 15h41min). 

Retirado de: http://sylvie-stuff.blogspot.com/2009_11_01_archive.html (consultado em 03/04/10, às 15h42min). 

Caso a escola não conte com a estrutura de um jardim ou local onde possam aparecer fungos como os mostrados em fotografias, leve para a sala exemplares de fungos, ou fotografias como as apresentadas anteriormente, juntamente com exemplares de plantas, para que os alunos tentem visualizar diferenças morfológicas entre o grupo dos fungos e o das plantas.

Discuta com os alunos as diferenças entre as plantas e os fungos, falando um pouco da descoberta de que estes seres vivos não eram plantas.

Pessoal, vimos agora alguns exemplares de fungos. Mas quem sabe dizer-me sobre este grupo?

- Eu me lembro da aula sobre os micro-organismos, e nós estudamos os fungos lá.

- Eu acho que são os cogumelos.

É, os fungos são estudados também quando estamos falando dos micro-organismos, pois algumas espécies são bem pequenas, não podendo ser vistas a olho nu. Mas há outras espécies, como as que vimos hoje, que são visíveis. São, por exemplo, os cogumelos, orelhas-de-pau, dentre outros. Vocês puderam também comparar os fungos com algumas plantas. Estes dois organismos são parecidos ou diferentes?

- Eles são parecidos em algumas coisas, e diferentes em outras.

- Eles são menores que as plantas, e não costumam ser verdes como elas.

- Mas eles podem viver no solo, fixos como as plantas, e alguns a gente pode até comer.

É isso mesmo. Alguns fungos são até confundidos com plantas, pois suas características externas, como fixação ao solo, tem a ver com as plantas. Mas, na verdade, eles são muito diferentes das plantas, pois não fabricam seu próprio alimento através da fotossíntese, como as plantas fazem, alguns são microscópicos, e só podemos ver com a ajuda do microscópio.

Além dos cogumelos, alguém conhece outro tipo de fungo?

- Eu não conheço.

- Tem aqueles minúsculos, mas não sei como chamam.

Isso, aqueles fungos pequenos, que não vemos a olho nu, são as leveduras. Muitas espécies são usadas na fabricação de bebidas alcoólicas, massas, dentre outros alimentos.

Antes de começarem a estudar os fungos, muitos achavam que eram plantas por apresentarem estruturas parecidas com raízes e caule, e ficavam na dúvida daqueles fungos, os bolores, que mofam alimentos e as paredes de nossa casa. Só depois de muito pesquisarem chegaram à conclusão de que eram seres vivos bem diferentes de plantas e animais, e os colocaram em um reino diferente.

Texto para os alunos: sistematizando o assunto trabalhado

Professor, após a apresentação e discussão da atividade investigativa, entregue para os alunos o texto abaixo, para sistematizar os conhecimentos construídos nesta aula. Faça uma leitura minuciosa e tire as dúvidas dos alunos a respeito do assunto.

A IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS

     Nem bichos, nem vegetais, os fungos são tão esquisitos que formam um reino à parte na natureza. Versáteis, entram tanto na fabricação de queijos quanto no controle de qualidade de produtos industriais.

     Eles mofam pães, estragam sapatos e tingem paredes com manchas verdes. Ao mesmo tempo fontes de remédios — sobretudo antibióticos — e provocadores de doenças, também são mundialmente consumidos na forma de pratos nobres, como as raríssimas e caras trufas e o champignon. Pioneiros entre as formas de vida na Terra, são tão diversos entre si e diferentes de todos os outros seres do planeta que, depois de muita controvérsia sobre sua classificação, acabaram considerados um reino à parte na natureza. Os fungos, essas esquisitas criaturas que crescem tanto em organismos vivos como nos mortos, começam a ser cobiçados para ajudar empresas brasileiras no controle de qualidade de produtos industrializados.

     De inconvenientes, os bolores e mofos tornaram-se mais um instrumento dos cientistas nas pesquisas com medicamentos, desinfetantes, inseticidas e, mais recentemente, anticorrosivos e simplificadores dos mecanismos de produção de álcool. Isso fez crescer o interesse de várias indústrias pelos fungos, fato que está causando furor nas micotecas, os laboratórios que os criam; armazenam e distribuem, classificando-os segundo sua origem e características peculiares.

     Na busca de seu principal alimento, o carbono, alguns fungos são odiados porque degradam materiais largamente utilizados pela indústria, como plásticos e metais. Para saber se seus produtos vão durar além das portas da fábrica, os responsáveis pelo controle de qualidade das empresas colocam-nos em contato com os fungos existentes lá fora.

     As leveduras também são empregadas na fabricação de cerveja, vinhos e fermento para pães e bolos. Alguns fungos são ainda a peça fundamental de queijos finos.

     Dizer que um queijo está embolorado não significa necessariamente que ele esteja estragado. Pelo contrário: o sabor dos queijos roquefort, gorgonzola e camembert dependem do trabalho dos fungos. Nos dois primeiros tipos, o gosto picante e o forte aroma, somente são obtidos por meio da perfuração de suas massas já prontas, onde são introduzidos bolores que ali se desenvolvem com a presença de ar.

     Os queijos camembert passam por um banho de imersão numa solução de mofo para chegarem à textura cremosa característica. Crescendo de fora para dentro de cada queijo, os fungos formam na parte externa aquela fina superfície dura e branca. Os bolores, como o Penicillium citrino, secretam substâncias potencialmente tóxicas que atacam células do fígado. Antes que cheguem à mesa, vários alimentos podem tomar contato com fungos ainda na lavoura.

     Só na década de 60 se chegou a um acordo sobre a identidade desses organismos. "Fungo não é vegetal nem animal, apesar de ter características de plantas e de animais", afirma Pedrina Cunha Oliveira, farmacêutica e bioquímica que estuda esses seres desde 1964. Responsável pelo departamento de micologia da Fiocruz, ela ensina que "o fungo é considerado animal porque seu alimento de reserva é o glicogênio, e não o amido, como em todas as plantas". Mas também era considerado planta, pela sua própria morfologia: "Se olhado num microscópio, o fungo parece uma flor. Mesmo assim, eles não produzem cloroplastos, portanto não fazem fotossíntese".

     Esta diferença em relação aos outros seres é que levou à criação do reino Fungi, um dos cinco reinos da natureza. Os outros quatros são o Animalia, dos animais; Plantae, dos vegetais; Monera, de organismos unicelulares como as bactérias; e Protista, dos organismos unicelulares como os protozoários. Saber com exatidão quais são esses seres que jogam ora contra, ora a favor do homem foi só o começo: "A história dos fungos é linda e foi pouco estudada", diz Pedrina.

Adaptado de: http://www.tonyhomem.com/Fungos.php (consultado em 03/04/10, às 16h14min).   

Retome o experimento inicial após cerca de uma semana e discuta com alunos.

Discuta com os alunos as diferenças das colônias presentes na casca e explique que essas diferenças indicam diferentes espécies de fungos. Algumas colônias podem apresentar aspecto cremoso, granuloso ou filamentosa (semelhante a algodão), além de apresentarem cores e tamanhos variados. Peça para que eles elaborem uma sequencia de acontecimentos pelos quais as cascas passaram e escreva-os no quadro.   

Ao final da observação e discussão monte com os alunos desenhos dos diferentes fungos, de acordo com o que viram na aula de hoje (experimento e da observação no jardim). Exponha seus desenhos no mural da sala, de forma que os alunos possam ver os desenhos uns dos outros e dar sugestões, trocando assim conhecimentos.  

Ferramentas e/ou recursos tecnológicos:

Professor, após a leitura e interpretação do texto acima, apresente para os alunos o vídeo abaixo, em que eles poderão revisar o que foi estudado sobre os fungos:

http://www.youtube.com/watch?v=OE7YrqtR_Gw&feature=related  (consultado em 10/04/2010 às 19h35min/ duração 7 min / dublado) – vídeo exibido pela BBC relatando a vida dos fungos no solo de uma floresta tropical.

Recursos Complementares

Professor, abaixo seguem alguns links de atividades e textos sobre o assunto, para que você possa se informar mais a respeito dos fungos.

http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/ (consultado em 03/04/10, às 16h21min). Clicar em Temas > Doenças de Plantas e o Clima > Cultivando mofo.

http://chc.cienciahoje.uol.com.br/revista/revista-chc-2003/134/com-o-prazo-de-validade-vencido/algumas-praticas-de-conservacao-de-alimentos/fungos-em-crescimento/?searchterm=None  (consultado em 03/04/10, às 16h23min) – experimento prático com materiais acessíveis para definir as melhores condições para o crescimento dos fungos. 

Avaliação

Avaliar numa perspectiva formativa implica estar atento à construção de conhecimentos conceituais, comportamentais e atitudinais de nossos alunos. Por isso é importante estar atento a todo o percurso do aluno enquanto aprende: suas ideias iniciais, aquelas apresentadas durante a investigação, à maneira que relaciona com os colegas, sua atitude investigativa e crítica, no decorrer da aula. Feitas estas considerações, propomos mais um momento para que os alunos sejam avaliados.

Depois, peça aos alunos para levarem de casa alguns materiais recicláveis, como garrafas PET, caixinhas de leite e de fósforo, revistas velhas e jornais, retalhos de tecidos, dentre outros que eles julgarem interessantes para a confecção de modelos. Na sala de aula, reúna os alunos em grupos, para que discutam entre eles e montem modelos de fungos usando os materiais recicláveis que trouxeram. Eles poderão montar estes modelos de acordo com a criatividade de cada um, e farão uma exposição na escola, em que apresentarão seus modelos e explicarão para outros alunos. Desta forma, pode-se usar a interdisciplinaridade com a Educação Artística, além de estimular a reciclagem de materiais.

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