16/08/2010
BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO
Luiz Prazeres
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Educação Infantil | Linguagem oral e escrita | Falar e escutar |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua oral: gêneros discursivos |
Educação Infantil | Linguagem oral e escrita | Práticas de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua escrita: prática de leitura |
Ensino Fundamental Inicial | Língua Portuguesa | Língua escrita: prática de produção de textos |
- Identificar os elementos organizacionais e estruturais de narrativas curtas e sua finalidade.
- Identificar finalidades e funções da leitura em função do reconhecimento do suporte, do gênero e da contextualização do texto.
- Interpretar texto que conjugam a linguagem verbal e não verbal, percebendo a contribuição específica de cada uma dessas linguagens.
Verificar se os alunos conhecem: os elementos da narrativa (espaço, tempo, personagem, narrador, enredo); as diferentes maneiras de se estruturar as narrativas (apenas por imagem; mesclando-se imagens e pequenos enunciados; apenas por linguagem verbal, sem ilustrações, entre outras).
A narrativa curta é um gênero textual no qual se observa, na sua forma de apresentação, uma relação estreita entre a imagem e o texto escrito. Dada essa característica, muitos a indicam a pré-leitores, ou seja, a crianças recém-alfabetizadas e àquelas com pouca experiência de escrita.
Os enredos das narrativas curtas comumente são simples, se passam em um espaço único, em um curto período de tempo e apresentam poucas personagens. Os temas giram em torno de episódios do mundo infantil ou de episódios envolvendo animais. As ilustrações ocupam quase toda a página e auxiliam a criança a identificar, ma narrativa, as características externas das personagens, as ações vividas por elas e os espaços onde ocorrem as cenas. A linguagem é simples, sem muitos elos frasais. A história se constrói, quase sempre, por meio de diálogos. A presença do narrador é bastante pequena.
Ainda sob o nome de narrativa curta, estão situadas obras que apresentam uma trama um pouco mais complexa, que ocorre em diversos espaços e em uma temporalidade que pode ser de vários dias, semanas ou meses. Entretanto a função das ilustrações continua as mesmas, são complementares à história e contribuem para sua compreensão. Os temas relacionam-se a vivência infantis (brincadeiras, passeios, pequenas aventuras), a aspectos ligados à interioridade das personagens (busca de identidade, insegurança, medos) ou a relações interpessoais (desentendimentos familiares, entre amigos, solidariedade).
“Narrativas infantis”, de Luiza Vilma Pires Vale. Fonte: SARAIVA, J. A. (Org.) Literatura e alfabetização: do plano do choro ao plano da ação. Porto Alegre: Artmed, 2001. (Adaptado)
ATIVIDADE 1:
Formar pequenos grupos de alunos e distribuir, para cada grupo, diferentes tipos de livros. Pedir que os alunos agrupem os livros de acordo com a quantidade de ilustração e de texto escrito que possuem ou não possuem. Em seguida, discuta com eles a função da ilustração nos livros. Leia/mostre pequenos fragmentos dos livros e inquira os alunos:
- As ilustrações auxiliam o entendimento do texto escrito?
- Conseguimos entender o texto que só tem ilustração?
- E o livro que não tem uma ilustração sequer?
- Por que tem livros que possuem ilustração e outros não?
- Qual desses livros eles acham que são para crianças? E para jovens? E para adultos?
Problematizar essa questão com os alunos, mostrando que geralmente as editoras utilizam esse critério: quanto mais novo o público, maior a proporção de ilustrações, mas que quem decide qual livro é o adequado para cada idade é o leitor.
Para guiar a discussão, veja a classificação esquemática que Ricardo Azevedo faz dos livros a partir da relação entre texto verbal e texto não verbal:
1) livros texto: livros sem imagens a não ser, eventualmente, uma ilustração de capa. Sua característica preponderante, no ângulo em que estou querendo pensar, é que neles o texto escrito funciona e atua como uma espécie de artista–solo que brilha sozinho e ocupa todos os lugares do livro. Muitas e muitas obras se enquadram nessa categoria e são, em geral, dirigidas ao público adulto.
2) livros texto-imagem: livros em que o texto vem acompanhado de imagens, mas essas são nitidamente secundárias. Neles o protagonista principal é, sem dúvida, o texto escrito. Aqui, as imagens, em geral, pequenas ilustrações e vinhetas, atuam como atores coadjuvantes. Em tese, se fossem publicados sem as ilustrações, não haveria grande perda no que diz respeito ao universo significativo do livro pois, no caso, tal universo está predominantemente concentrado no texto escrito.
3) livros mistos: casos em que texto escrito e imagens dividem em pé de igualdade essa espécie de palco que é o livro. Aqui, ambos são protagonistas e atores principais. Nesse tipo de livro, texto e imagem estão nivelados, são absolutamente complementares e atuam sinérgica e dialógicamente. Pode-se dizer que o “texto” do livro é constituído pela soma do texto escrito e das imagens. Num caso assim, não faz sentido pensar no livro publicado sem o texto ou sem as imagens. Cito dois ótimos exemplos: O menino maluquinho de Ziraldo e Where the wild things are? de Maurice Sendak. Muitos livros da literatura infantil se enquadram nessa categoria.
4) livros imagem-texto: livros em que as imagens vem acompanhadas de textos escritos mas estes são nitidamente secundários. Nessas obras, o conjunto das imagens é, sem dúvida, o protagonista principal. Em livros assim, os textos atuam como atores coadjuvantes. Em tese, se fossem publicados sem os textos, não haveria grande perda no que diz respeito ao universo significativo em questão, pois o mesmo está predominantemente concentrado nas imagens.
5) livros imagem: livros de imagem, sem texto escrito, cujo enredo é criado e construído exclusivamente através de imagens. Sua característica, no ângulo em que estou querendo pensar, é que neles o conjunto de imagens é o próprio texto da obra, o artista–solo que brilha sozinho e ocupa todos os lugares do livro. Refiro-me portanto a um texto visual. Como comentário, é preciso dizer que tais livros são muitas vezes considerados exclusivamente infantis, destinados a crianças que não sabem ler. Trata-se de um equívoco: os livros de imagem trabalham com uma linguagem riquíssima e podem, inclusive, ser dirigidos especificamente ao público adulto. |
Disponível em: <http://www.ricardoazevedo.com.br/artnew02mfim.htm>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Conversar com as crianças sobre os tipos de livros que existem. Há livros que só têm imagens, há livros que apresentam muitas imagens, mas que apresentam também linguagem verbal, e há livros que só têm texto escrito, que não apresentam sequer uma ilustração. As narrativas curtas são livros imagem-texto, em que as imagens desempenham função essencial, ou seja, permitem ao aluno, que ainda não domina a leitura, compreenda a história que está sendo contada.
ATIVIDADE 2:
Após explorar os diversos livros, o professor deve selecionar algum livro de narrativa curta. Como sugestão, há os da coleção Gato e Rato, de Mary e Eliardo França, como: O rabo do gato, A bota do bode, Dia e noite, Fantasia, entre outros. Sempre que for trabalhar com algum livro, o professor deve contextualizar o livro, fornecendo informações aos alunos sobre o autor, e propiciar que os alunos levantem hipóteses, a partir dos elementos presentes na capa do livro, sobre o conteúdo do texto.
Caso o professor não consiga ter acesso a algum desses livros, pode trabalhar com a história a seguir:
Disponível em: <http://2.bp.blogspot.com/_DcORUCUR9kg/SfdoCc4HB4I/AAAAAAAAANg/IW1U0OhT-xk/s320/1.png>. Acesso em 05 de abril de 2010.
Após a leitura do texto, explorar com as crianças a relação entre texto e imagem, levando-as a perceber o quanto um complementa o outro. Muitas vezes, sem a imagem, o texto não faria tanto sentido. Isso fica claro na última página do livro, quando mostra o porquê é importante ter uma casa para morar: para se proteger da chuva. O professor deve tentar perceber essa questão no livro que escolher trabalhar com sua turma.
ATIVIDADE 3:
Em uma outra aula, seria interessante que o professor disponibilizasse uma série de imagens para os alunos e pedisse para eles que criassem, em grupos, pequenos enunciados para cada imagem, de forma que o conjunto imagens-enunciados forme um todo significativo.
O professor pode encontrar diversas narrativas por imagem no seguinte endereço eletrônico:
http://sitededicas.uol.com.br/ctsem.htm
ATIVIDADE 4:
Em outra aula, solicitar que os alunos apresentem para a turma as histórias que criaram. O professor pode dar as seguintes orientações:
- Ouvir atentamente a história que os colegas contam;
- Observar em que medida os enunciados complementam ou não as imagens;
- Ordenadamente, dizer se achou pertinente e coerente as histórias criadas pelos colegas.
- Justificar seus apontamentos.
O professor que quiser se aprofundar na discussão sobre narrativas curtas, pode ler:
Disponível em: <http://www.dobrasdaleitura.com/vitrine/200x/510mef.html>. Acesso em 05 de abril de 2010.
O professor deve avaliar os alunos durante todo o processo de ensino e de aprendizagem e, caso perceba que eles não estão compreendendo a atividade, deve adaptá-la. Entretanto, para uma avaliação mais pontual, o professor pode distribuir para grupos de alunos diferentes livros imagem-texto e pedir que eles escolham um e contem com suas palavras a história para os colegas. O professor pode em seguida ler essa história e perguntar sobre quais informações não estão escritas, mas estão presentes nas ilustrações e são importantes para a narrativa.
Outra sugestão é que o professor, em uma outra aula, peça que os alunos criem, em grupos, histórias que conjuguem enunciados e imagens, de forma que o conjunto forme um todo significativo. Coletivamente, ele pode pedir que os alunos avaliem as narrativas produzidas pelos colegas, mas que também avalie a narrativa produzida por seu próprio grupo. Algumas perguntas que podem nortear essa avaliação/auto-avaliação são:
- As narrativas presentam começo meio e fim?
- Os enunciados estão de acordo com as imagens?
- Os enunciados contam tudo o que se passa na imagem ou exigem que os leitores também observem a ilustração?
- Algo não ficou bem entendido?
Em seguida, o professor pode solicitar que os alunos digam se acharam pertinentes ou não as observações dos colegas e apresentem o porquê de concordarem ou não com elas.
Cinco estrelas 1 classificações
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04/03/2011
Cinco estrelasGOSTEI,ESSA ERA O QUE EU ESTAVA PROCURANDO