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Os Jogos Olímpicos da Era Antiga e o Atletismo

 

14/05/2010

Autor e Coautor(es)
Rodrigo Barros Rispoli
imagem do usuário

JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Agostinho Beethoven Macedo Beghelli Filho

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Educação Física Conhecimentos sobre o corpo
Ensino Fundamental Inicial Educação Física Esportes, jogos, lutas e ginásticas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Identificar a origem do Atletismo assim como dos Jogos Olímpicos relevando os seus objetivos (religioso, estético e de supremacia);

Vivenciar as modalidades existentes nas primeiras competições do Atletismo através de jogos e brincadeiras

Duração das atividades
5 aulas / 250 min
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há conhecimentos prévios trabalhados pelo professor.

Estratégias e recursos da aula

Atividade 1:

Reunir a turma e perguntar o que significa Jogos Olímpicos, direcionando a discussão apresentando questionamentos como: o que acontece nos Jogos Olímpicos, quem pratica e qual o seu objetivo. Em seguida, realizar a seguinte pergunta: E a sua origem? Alguém sabe qual é? Após as respostas dos alunos, apresentar as fotos em seguida explanando as razões do surgimento dos Jogos.

foto 1 - http://filosofiaevertigem.files.wordpress.com/2009/03/grecia.jpg (acesso em 12/04/10) 

foto 2 - http://www.sitedecuriosidades.com/im/g/4D9E8.jpg (acesso em 12/04/10) 

foto 3 - http://www.historianet.com.br/imagens/olimpiadas1.jpg (acesso em 12/04/10) 

foto 4 - http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagens/educacao_fisica/disco.jpg (acesso em 12/04/10) 

foto 5 - http://olimpiadas.uol.com.br/2008/historia/grecia/lancamento-dardo.jhtm (acesso em 12/04/10)  

foto 6 - http://www.enciclopedia.com.pt/images/0045-pancracio-001.jpg (acesso em 12/04/10) 

foto 7 - http://portuguese.cri.cn/mmsource/images/2006/09/04/aoyungu10.jpg (acesso em 12/04/10)    

foto 8 - http://mondointerativo.files.wordpress.com/2007/08/olimpia.jpg (acesso em 12/04/10) 

foto 9 - http://www.vidafantasia.com.br/adminfantasia/upload/grego.jpg (acesso em 12/04/10) 

Segue o texto para orientação:   

“A Grécia Antiga deixou para toda humanidade, principalmente para o mundo ocidental, um dos mais expressivos legados culturais da história, com destaque para filosofia e dramaturgia, pois essas manifestações não eram conhecidas entre as civilizações que antecederam os gregos na história. A história das civilizações inicia-se por volta do quarto milênio a C. no Oriente Médio com as sociedades hidráulicas nos vales do Tigre e Eufrates, estendendo-se pelo Oriente Próximo, Egito, Índia e China. Culturalmente esses povos conheciam a pintura, escultura, literatura, música e arquitetura, mas não conheciam o teatro nem a filosofia. Essas manifestações nascem apenas com os gregos. Outro aspecto que se desenvolve somente com os gregos é o esporte. Até então, os exercícios executados pelo homem eram involuntários, em busca da caça para sobrevivência. O lema do atletismo "mais rápido, mais alto e mais forte" ("citius, altius e fortius"), representado pela trilogia correr, pular e arremessar, foi criado pelo padre Dére Didon em 1896, mas surgiu bem anteriormente, por volta de 776 a C. entre os jovens e soldados gregos, para desenvolver as habilidades físicas e criar competições. Os gregos iniciaram o culto ao corpo e em homenagem ao deus supremo inauguraram os Jogos Olímpicos. Para os gregos cada idade tinha a sua própria beleza e a juventude tinha a posse de um corpo capaz de resistir a todas as formas de competição, seja na pista de corridas ou na força física. A estética, o físico e o intelecto faziam parte de sua busca para perfeição, sendo que um belo corpo era tão importante quanto uma mente brilhante. Apesar de falarem a mesma língua e de terem unidade cultural, os gregos antigos não tinham unidade política, encontrando-se divididos em 160 cidades-estado, ou seja, cidades com governos soberanos, que a cada quatro anos se reuniam num festival religioso na cidade de Olímpia, deixando de lado suas divergências.   

ORIGEM DOS JOGOS   

Os antigos gregos não tinham fim de semana de lazer, eles trabalhavam todos os dias, exceto nos mais de 50 feriados religiosos e eventos esportivos, onde destacavam-se os Jogos Olímpicos ou Olimpíadas. Originalmente conhecidas como Festival Olímpico, faziam parte dos quatro grandes festivais religiosos pan-helênicos celebrados na Grécia Antiga e eram assistidos por visitantes vindos de todas as cidades-estado que formavam o mundo grego. Os demais festivais eram o Pítico, O Ístmico e o Nemeu. Sediado na cidade de Olímpia, em homenagem a Zeus (deus supremo da mitologia grega), o festival Olímpico era muito antigo, mas foi a partir de 776 a C. (data da fundação dos jogos) passou a ser feito um registro ininterrupto dos vencedores. Sabe-se que no dia marcado para o evento, uma forte chuva desabou sobre Olímpia, limitando as competições a uma corrida pelo estádio. Registrou-se assim, a primeira notícia de um campeão olímpico. Tratava-se do cozinheiro Coroebus de Elis, vencedor da corrida de 192,27 metros. Alguns historiadores, contudo, acreditam que as primeiras olimpíadas tenham sido bem anteriores ao feito do cozinheiro-atleta. Apesar de inicialmente possuírem um caráter apenas local, já no final do século VIII a C. os jogos passaram a contar com participantes de todas as partes da região grega do Peloponeso. Eram realizados a cada quatro anos na cidade de Olímpia, durante o verão, época em que se iniciava a contagem da "Olimpíada", o período cronológico de quatro anos utilizado para datar eventos históricos.    

AS MODALIDADES   

Os primeiros jogos limitavam-se a uma única corrida com cerca de 192 metros. Em 724 a C. introduziu-se uma nova modalidade semelhante aos atuais 400 metros rasos. Em 708 a C., acrescentou-se o pentatlo (competição formada por cinco modalidades atléticas incluindo luta livre, salto de distância, corrida, lançamento de disco e lançamento de dardo) e posteriormente o pancrácio (luta similar ao boxe). Os atletas do salto à distância carregavam pesos que eram impulsionados para frente e que eram largados antes da sua aterrissagem. Dessa maneira eles acresciam mais de 30 cm em cada salto. Em 680 a C. foi incluída a corrida de carros. Com formato arredondado na frente e abertos atrás, os veículos corriam sobre rodas baixas, sendo puxados por dois ou quatro cavalos alinhados horizontalmente. Outras competições com animais foram incluídas, como uma corrida de cavalos montados e outra de charretes puxadas a mulas. Em 600 a C., foi erguido o templo de Hera (esposa de Zeus), onde passaram a ser depositadas coroas de louros para os campeões. O estádio ganhou tribunas de honra e a cidade um reservatório de água. Existiam também hotéis para as pessoas importantes, sendo que o mais conhecido da época foi construído ao redor de uma elegante fonte, onde no final se formava uma espécie de nações unidas entre as cidades-estado gregas. Até 472 a C. as provas eram realizadas num único dia, sendo que apenas os cidadãos livres poderiam competir, além de a participação feminina ser proibida. Originalmente os atletas competiam nus e as mulheres eram excluídas dos jogos. Certa ocasião, uma mulher decidida a ver seu filho competir, disfarçou-se de treinador. No término da competição com a vitória do filho, a mulher pulou a cerca entusiasmada e tudo foi descoberto. A partir desse dia até aos treinadores foi exigida a nudez. Os atletas que infringiam as regras estabelecidas, eram multados rigorosamente, sendo que da receita das multas eram erigidas estátuas de bronze a Zeus. Os vencedores recebiam uma palma ou coroa de oliveira, além de outras recompensas de sua cidade, para a qual a vitória representava grande glória. De volta à terra natal eram triunfalmente acolhidos, podendo inclusive, receber alimentação gratuita pelo resto de suas vidas. A homenagem podia consistir até na ereção de uma estátua do vencedor, além de poemas que poderiam ser escritos por Píndaro, poeta lírico que produziu diversas obras, destacando-se hinos em louvor às vitórias de atletas gregos. É interessante observar que já naquela época existiam torcidas com lugares definidos nos estádios. Há alguns anos, uma expedição de arqueólogos europeus e norte-americanos encontrou em Neméia, evidências de grandes concentrações de moedas de Argos bem atrás do lugar onde ficavam os juízes. Como os jogos de Neméia eram controlados por Argos, a torcida escolhia esse local do estádio, para forçar que as decisões dos juízes fossem favoráveis a Argos. O caráter festivo dos jogos foi alterado a partir da segunda metade do século V a C., quando a rivalidade entre as cidades, principalmente entre Esparta e Atenas, resultou numa guerra civil conhecida na história como Guerra do Peloponeso. Originalmente sem unidade, o mundo grego estava mais do que nunca esfacelado e enfraquecido, abrindo caminho para o domínio macedônio e dois séculos após para o imperialismo romano. Durante o Império Romano, as modalidades de combate foram mais valorizadas e apesar da sobrevida, os Jogos Olímpicos acabaram juntamente com a antiga cultura grega, tendo sido banidos em 393 pelo imperador cristão Teodósio, possivelmente por suas práticas pagãs.   

UMA OCASIÃO RELIGIOSA   

Caso as cidades gregas estivessem envolvidas em guerras durante a realização dos jogos, proclamava-se uma trégua sagrada (ekekheiria), que concedia uma espécie de salvo-conduto aos viajantes a caminho de Olímpia. Na verdade, esses viajantes não iam à Olímpia apenas para os jogos. Iam para o festival religioso, para conversar com outras pessoas vindas de Argos, Esparta, Atenas, Tebas ou outras cidades. Nessa ocasião, poetas e oradores aproveitavam-se do grande afluxo de pessoas para tornarem-se mais conhecidos através da declamação de suas obras. Outros ainda aproveitavam o momento, para diversificar seus negócios, realizados numa grande feira. Pode-se fazer uma idéia aproximada do número de pessoas presentes no festival, considerando o fato de o estádio de Olímpia comportar 40 mil pessoas sentadas. Na entrada de Olímpia estava o ginásio, onde os atletas podiam treinar. Mente e corpo estavam juntos no ginásio, que era o lugar para conversação e para o aprendizado, tanto como para o exercício e a luta romana. Apesar do espírito de competição, não podemos nos esquecer que o Festival Olímpico era antes de tudo uma ocasião religiosa, onde o centro de tudo era o grande templo de Zeus. Mais de cem bois eram sacrificados no altar em frente ao templo e seu interior era dominado por uma estátua do deus coberta de ouro. Em frente a ela cada atleta tinha que fazer um sacrifício e orar antes do começo. Existia um comitê organizador que decidia se a moral do atleta lhe dava o direito de competir.”

Adaptado de: http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=210 

Após a fala do professor, perguntar qual das modalidades citadas remetem ao Atletismo e o por quê. (O saltar, correr e lançar, ao contrário dos homens da pré-história, neste momento apresenta outro significado que não o de sobrevivência, caça ou defesa, sendo, portanto, caracterizado como início da atividade esportiva. Os atletas competiam sobre um mesmo conjunto de regras e visavam objetivos como supremacia de uma cidade-estado, mérito pessoal e semi divindade, uma vez que o caráter religioso nesta época era grande.) No momento seguinte, explicar que eles irão vivenciar algumas dessas provas do Atletismo de forma adaptada.

Atividade 2:

Os Drómos (Corridas a pé): Montar uma situação imaginativa onde os atletas gregos percorriam uma distância de 192 metros em forma de ferradura. Pode-se determinar uma distância que não seja em uma linha reta e pedir que eles determinem uma linha de saída e chegada. Os alunos se posicionam na saída e têm que chegar o mais rápido possível na linha de chegada ao sinal do professor.   

Corrida com armas ou “hoplitodromía”: Essa prova era disputada por corredores armados com a hopla, isto é, o armamento do hoplita (soldado de infantaria pesada), que se equipava de escudo, capacete e perneiras. Determina-se um percurso e, segurando uma bola e um cabo de vassoura, os alunos deverão chegar o mais rápido na linha de chegada.   

Corrida com tocha ou “lampadedromía”: Era uma prova de corrida com revezamento, disputada por cinco grupos de 40 cidadãos cada um. Em Atenas os corredores percorriam um caminho de 1000 metros, da muralha da acrópole ao altar de Prometeu na periferia da cidade. Postados a uma distância de 25 metros um do outro, o desafio era correr com uma tocha acesa e passá-la ao companheiro de revezamento sem que ela se apagasse. A vitória pertencia ao grupo cujo último corredor chegasse primeiro ao altar com a tocha acesa. Pode-se adaptar essa situação segurando uma vela acesa (com um suporte para não queimar as mãos dos alunos) ou uma bolinha de ping-pong em cima de uma colher que deverá ser equilibrada pelas mãos dos alunos. Determinam-se equipes e cada uma delas ficam em uma parte do trajeto para realizar o revezamento do material. O primeiro aluno de uma equipe que atravessar a linha de chegada é determinado vencedor assim como a equipe que representa.   

Atividade 3:

“Dískos” ou Lançamento de Disco: Nas primeiras competições, o peso do disco variava conforme a categoria, cujos critérios de classificação eram a força e o peso dos atletas. Os discos, inicialmente de pedra e depois de metal, eram redondos, chatos e bem polidos. Pesavam em média 5 quilos e tinham 21 cm de diâmetro. O lançamento era feito de um ponto determinado e o local onde o disco caía era marcado com uma estaca, para confrontar-se os diferentes resultados. Vencia a competição quem lançasse mais longe. Adaptando para o espaço escolar, podemos utilizar o suporte plástico de vasos de flores como o disco e, em um espaço amplo, demarca-se um ponto comum a todos os participantes. Os alunos, de posse de um disco adaptado, irão lançá-lo o mais distante possível. Para marcar, podemos utilizar pequenos papéis com os seus nomes escritos para que, ao final de 3 rodadas, eles possam verificar o seu lançamento mais longo.   

Atividade 4:

“Ákon” ou Lançamento de Dardo: O dardo, arma corrente na caça e na guerra, media aproximadamente 1,70 m e era da grossura de um dedo, mas o usado nas práticas esportivas e nas competições não tinha ponta, a fim de evitarem-se acidentes. Além disso, o dardo possuía um lastro na extremidade e, no seu centro de gravidade, um propulsor em forma de cordão de couro de aproximadamente quarenta centímetros. Esse cordão era enrolado ao longo do cabo e terminava por um anel, no qual o atleta introduzia o dedo indicador. Ao ser ativado, o propulsor imprimia ao dardo um movimento de rotação, potencializando seu alcance. Algumas pinturas de vasos sugerem também que o dardo podia ser usado numa prática de “tiro ao alvo”: traçava-se um círculo, à distância desejada, devendo o atleta fazer o dardo cair dentro dele. Para esta atividade, utilizaremos cabos de vassouras para os lançamentos e arcos (bambolês) como alvos a serem atingidos. Importante nesta atividade é o aspecto de segurança onde os alunos deverão ficar em um espaço seguro, longe da área possível de queda do dardo. Pode-se combinar a maneira de determinar um vencedor como maior número de vezes em que se atinge o alvo em 5 tentativas, o alvo se distanciará a cada vez que é atingido, por equipes e etc.  

Atividade 5: 

“Pédema” ou Salto em extensão: Os atletas, para conseguir impulso, usavam peças de ferro ou de chumbo, cujo peso variava de 1 a 5 quilos que era projetada para frente na fase aérea do salto. Utilizaremos Medicine Ball de 1 quilo ou bolas de handebol para representarmos os pesos que os atletas utilizam. Em um espaço amplo, com solo macio, os alunos, de posse da bola, ficarão dispostos em um corredor. Ao sinal do professor, um aluno percorrerá o corredor e, a partir de uma marca, ele deverá saltar o mais longe possível. O professor mostrará onde foi a queda do aluno e, com o auxílio de um barbante, mostrará o tamanho do seu salto. Poderá ser recortado este barbante para que, ao final de todos os saltos, os alunos possam comparar com seus colegas.   

Atividade 6:

“Pále” ou Luta: Na luta, o atleta visava a levar o adversário a tocar os dois ombros no chão. Era proibido dar pontapés e socos, devendo os lutadores atuar com as mãos abertas. Em dupla, os alunos deverão agachar e, ao sinal do professor, empurrar o seu companheiro para que ele se desequilibre e encoste outra parte do corpo que não os pés no solo. Ganha aquele aluno que conseguir este objetivo primeiro.

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Recursos Complementares

Site sobre o Atletismo na Grécia antiga: http://olimpia776.warj.med.br/txt05.html (acesso em 12/04/10)

 

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