08/06/2010
Claudia Helena Azevedo Alvarenga
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
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Ensino Fundamental Final | Artes | Música: Compreensão da música como produto cultural e histórico |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Artes | Música: desenvolvimento da linguagem musical |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Estudo da Sociedade e da Natureza | Seres humanos e o meio ambiente |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Estudo da Sociedade e da Natureza | Corpo humano e suas necessidades |
Ensino Médio | Artes | Música: Estruturas sintáticas |
Ensino Fundamental Final | Artes | Música: Expressão e comunicação em música: improvisação, composição e interpretação |
Ensino Médio | Artes | Música: Canal |
Ensino Médio | Artes | Música: Estruturas morfológicas |
Ensino Fundamental Final | Artes | Música: Apreciação significativa em música: escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical |
Ensino Médio | Artes | Música: Contextualização |
Caro(a) professor(a), esta série de aulas é destinada a discutir por meio de experiências práticas a serem desenvolvidas em sala de aula, os conceitos de música identificados nos sensos comuns cotidianos. Sugerimos para aprofundamento da noção de 'sensos comuns' a leitura do artigo do professor Luís Carlos Lopes (vide link 1 em Recursos Complementares).
Ao mapear ‘preconceitos’ sonoros, buscamos transpor a visão de música limitada à noção de ‘gosto estético’ para uma perspectiva crítica do fenômeno sonoro, que é anterior às categorizações e aos gêneros musicais historicamente estabelecidos. É essencial que antes da aula o professor possa aprofundar a reflexão sobre os seus próprios conceitos do que considera música ou não. Neste processo pessoal recomendamos experimentar outros olhares sobre padrões históricos e de sensos comuns para absorver e compreender também as manifestações musicais difundidas nas mais diversas mídias presentes no cotidiano de seus alunos.
Como base teórica de apoio, sugerimos a leitura do texto do livro “O ouvido pensante” de R.Murray Schafer (vide link 2 em Recursos Complementares), especialmente as páginas 25 a 36 e 119 a 124. Este material constitui uma rica fonte de insights para desdobramentos posteriores em sala de aula.
Reúna os alunos em círculos e peça que definam a palavra ritmo. Problematize as definições e acrescente: “Para pensarmos em ritmo, podemos partir do próprio corpo. Há algo rítmico acontecendo neste momento em nossos corpos?" Ao tentar responder esta pergunta, percebemos que há o ritmo da respiração que acontece involuntariamente e o ritmo dos batimentos cardíacos que seguem uma pulsação constante, mesmo que em andamentos variados. Ao corrermos, as batidas do coração ficam aceleradas. Ao ficarmos parados, as batidas tendem a ser mais lentas.
Proponha as seguintes ações para explicar o assunto na prática:
a) Peça aos alunos que pressionem levemente o próprio pulso (com a palma da mão virada para cima) com os dedos indicador e médio e que sintam os seus batimentos cardíacos.
b) Proponha aos alunos que, em duplas, sintam o batimento cardíaco uns dos outros.
c) Agora, afaste as carteiras cuidadosamente com a ajuda dos alunos e crie um espaço vazio pelo qual se possa caminhar. Se a turma for muito grande, faça grupos menores. Toque em algum instrumento de percussão ou objeto da sala (mesa, por exemplo) ou com palmas, produza um som grave e outro agudo de modo regular. Este será o pulso. Os alunos devem caminhar pelo espaço seguindo o pulso com os passos. Varie este pulso experimentando andamentos rápidos e lentos, e observe como os alunos reagem. Crie variações de sonoridade e proponha que, a cada mudança de timbre, os alunos alternem entre andar para frente e para trás. A partir desta experiência, identificamos um conceito básico de rítmica: pulso constante. É a partir desta base regular que a grande maioria das músicas são construídas. Vale frisar que chamamos isto de música métrica – pulsação constante.
Antes ou depois da atividade descrita acima, mostre os Recursos Educacionais sobre Respiração pulmonar e Coração humano:
Observe a respiração em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=11107
Observe os batimentos cardíacos em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnica.html?id=10110
Elevador sonoro - Reúna o grupo de pé e em círculos, e proponha uma investigação sobre como podemos movimentar a voz. Apresente os conceitos de grave (com os braços apontando para baixo) e agudo (com os braços apontando para cima). Para exemplificar, peça aos alunos para imaginar que a nossa voz funciona como um 'elevador' sonoro. Seja o regente e comece do 'andar térreo' com todos produzindo ao mesmo tempo um som bem grave (braços apontando para baixo), sem uma altura específica definida. Ao movimentarmos os braços continuamente para cima, os alunos devem tentar acompanhar com a voz este movimento ascendente (do grave para o agudo). Em seguida, o 'elevador' inicia sua descida com a voz acompanhando novamente o movimento dos braços, agora para baixo (do agudo para o grave).
Sugerimos as seguintes variações do exercício:
Este jogo de alturas é um exercício que possibilita a pesquisa de diversos 'contornos melódicos', a partir do movimento ascendente ou descendente da voz.
Proponha agora uma outra experiência:
a) Peça ao grupo uma sugestão de uma canção ou um trecho musical simples que todos saibam cantar.
b) Proponha que cantem apenas utilizando como letra a expressão 'hum' com a boca fechada. Ainda assim identificamos a música? O que é isso que cantamos e que nos permite identificar a música mesmo com a boca fechada?
c) Agora, ao invés de suprimir a letra, modifique os 'movimentos da voz' (alturas) de modo a soar com um desenho melódico diferente do que foi cantado inicialmente. O que mudou agora? Ainda reconhecemos a música?
d) Experimente cantar com a turma em outro ritmo. Peça que os alunos proponham ritmos diferentes. Constate com o grupo que nesta música que cantaram está presente um ritmo, mas também uma melodia que, quando modificada, já não nos permite reconhecer a música original.
Exemplo de música que pode ser utilizada na atividade: Peixe vivo
http://www.krafta.info/search/Milton-Nascimento-Peixe-Vivo/1/mp3
Vamos agora experimentar uma atividade sobre o princípio de sobreposição de alturas, um aspecto do conceito de harmonia.
Proponha um jogo da seguinte forma:
a) Sugira a cada aluno que escolha um som vocal que possa sustentar. Com um sinal de regência, faça com que todos produzam o seu som ao mesmo tempo e percebam o efeito. Certamente soará algo um tanto caótico, nada parecido com o que tradicionalmente é considerado música. Pergunte aos alunos se estes sons produzidos simultaneamente poderiam compor a trilha sonora de algum filme. De que cena poderia ser? E sendo esta uma trilha sonora poderia ser considerada música?
b) Divida a turma em grupos de 4 a 6 alunos e peça para escolherem um som vocal que possam sustentar por algum tempo. Faça com que cada grupo ensaie o seu som e memorize a altura escolhida. Em seguida, peça que executem simultaneamente os seus sons e ouçam o efeito produzido. Mostre que para manter a continuidade do som, devem respirar quando necessário, de preferência, em momentos diferentes uns dos outros, retomando o som inicial a cada respiração. Pode-se ‘desligar’ um grupo, aumentar o volume, propor um ritmo, utilizando os sinais de regência. Convide alunos de cada grupo para reger. O aluno-regente pode propor modificações nas alturas dos sons dos grupos de modo a obter diferentes resultados harmônicos.
Após a realização das atividades e a partir das performances e instigações, promova um debate com a turma considerando algumas questões:
Obs.: Para maiores informações sobre os conceitos de ritmo, melodia e harmonia, veja os links 3, 4 e 5 em Recursos Complementares.
Link 1 - Artigo: A espiral da opinião comum: a televisão aberta do Brasil, argumentos e culturas - Luís Carlos Lopes
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=3071
Link 2 - O Ouvido Pensante - R.Murray Schafer
Link 3 - Leia sobre Ritmo:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ritmo
Link 4 - Leia sobre Melodia:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Melodia
Link 5 - Leia sobre Harmonia:
Ao final da atividade os alunos devem ser capazes de flexibilizar seu conceito de música. Avalie:
Cinco estrelas 8 classificações
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13/04/2015
Cinco estrelasExcelente!
21/08/2013
Cinco estrelasAmeiiiiiiiii!
01/05/2012
Cinco estrelasMuito bom mesmo, vai ser muito util
26/03/2012
Cinco estrelasMuito bom, gostei mesmo!! Cada professor apresenta de várias formas diferentes; entretanto com as inovações do ritmo e harmonia, enfim todos levam ao mesmo objetivo. Estou começando a dar aulas, as 1ªs e sempre estudei em livros sem acompanhamento de professores e ak eu tive a noção maior da introdução da teoria musical.
07/11/2011
Cinco estrelasExcelente! Assim como toda aula de qualquer disciplina deve ser: com conteudo, leve sem delongas nem rodeios. Prático e eficaz, ou seja, no ponto certo.
04/03/2011
Cinco estrelasEssas aulas são ótimas! Estão me ajudando muito no estágio que estou iniciando em educação musical. Parabéns!!!!
19/10/2010
Cinco estrelasAchei a aula muito interessante e esclarecedora.Sou leiga do assunto e gostaria de aprender mais. Como posso esse conhecimento? Quero sugestões, por favor! Não sou formada em Artes, nem sou profissional da música, mas trabalho com artes nos anos intermediários e finais do Ensino Fundamental.
08/09/2010
Cinco estrelasEssa sugestão foi bastante válida para minha aula, não tenho nenhuma formação em artes e sempre busco na internet sugestões.