15/05/2010
Eliana Dias
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | Língua Portuguesa | Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens |
Utilização do laboratório de informática;
leitura e exercícios individuais e em grupo.
Aula 1
Atividade 1
Para motivar os alunos a estudarem o tema, o professor deverá colocá-los em grupo para que discutam as seguintes questões:
1- Se cada um dos componentes do grupo fosse à selva e se perdesse e fosse encontrado cada qual por uma tribo indígena diferente, como cada um faria para se comunicar com os habitantes dali? Como pensam que seriam as primeiras comunicações?
2- Como essas comunicações seriam depois de seis meses?
3- E depois de seis anos, quando vocês se encontrassem novamente, como seria a língua de cada um dos membros do grupo?
Ao final da discussão, o professor deverá solicitar a cada grupo que socialize com a turma as respostas dadas.
Atividade 2
Para essa atividade, o professor deverá propor aos alunos que permaneçam em grupo para novo debate, se eles não souberem as respostas, pedir que levantem hipóteses:
1- Que língua falavam os primeiros homens que invadiram o Brasil? Fomos invadidos somente por esse povo? Quais as consequências?
2- Que língua falavam os homens que invadiram Portugal? E eles, foram invadidos somente por esse povo? Quais as consequências dessa invasão?
Ao final dos trabalhos, cada grupo deverá socializar as respostas e hipóteses.
Atividade 3
O professor entregará aos alunos cópia do texto abaixo (que propositalmente está no português de Portugal) para leitura e discussão:
História e evolução da língua portuguesa
O surgimento da Língua Portuguesa está profunda e inseparavelmente ligado ao processo de constituição da Nação Portuguesa. Na região central da actual Itália, o Lácio, vivia um povo que falava latim. Nessa região, foi posteriormente fundada a cidade de Roma. Esse povo foi crescendo e anexando novas terras ao seu domínio. Os romanos chegaram a possuir um grande império e, a cada conquista, impunham aos vencidos os seus hábitos, as suas instituições, os seus padrões de vida e a sua língua. Existiam duas modalidades de latim: o latim vulgar (sermo vulgaris, rusticus, plebeius) e o latim clássico (sermo litterarius, eruditus, urbanus).
O latim vulgar era somente falado. Era a língua do quotidiano, usada pelo povo analfabeto da região central da actual Itália e das províncias: soldados, marinheiros, artífices, agricultores, barbeiros, escravos, etc. Era a língua coloquial, viva, sujeita a alterações frequentes e por isso apresentava diversas variações.
O latim clássico era a língua falada e escrita, apurada, artificial, rígida; era o instrumento literário usado pelos grandes poetas, prosadores, filósofos, retóricos. A modalidade do latim que os romanos acabavam por impor aos povos vencidos era a vulgar; estes povos eram muito diversificados e falavam línguas muito diferentes, por isso em cada região o latim vulgar sofreu alterações distintas, o que resultou no surgimento dos diferentes romanços (do latim romanice, que significa "falar à maneira dos romanos"), que deram posteriormente origem às diferentes línguas neolatinas.
Seja como for, será errado considerar Latim Urbanus e Latim Vulgaris como duas línguas diferentes. Do mesmo modo que não será correcto estabelecer-se entre estas duas denominações uma diferenciação assente na oposição entre língua escrita e língua falada, uma vez que ambas eram utilizadas quer por escrito, quer oralmente. Os próprios Romanos distinguiam já sermo urbanus (linguagem culta) de sermo vulgaris ou sermo plebeius (linguagem popular ou corrente). Cícero, nas suas Cartas, além de empregar certos vulgarismos, comprazia-se com o uso da linguagem da vida quotidiana (cotidianis verbis). E também Catulo e Petrónio deram foros de literário ao latim vulgar.
Texto disponível em:
http://esjmlima.prof2000.pt/hist_evol_lingua/R_GRU-B.HTM Acesso em 18/04/2010.
Depois de lido e discutido o texto, os alunos deverão responder às questões propostas abaixo:
1- Quem vivia no Lácio? Onde fica? Que língua falavam?
2- Por qual razão apareceram as duas modalidades do Português (a língua culta e a popular)?
Aula 2
Atividade 1
Nesta aula, o professor entregará os pequenos e diferentes exercícios e textos xerocados para leitura em grupo. Após a leitura, cada um dos grupos apresentará para a turma o que foi discutido e as conclusões a que o grupo chegou (conforme orientação contida em cada um). O professor, ao final, recolherá os exercícios.
1- Observem algumas palavras retiradas do latim que sofreram alterações até chegarem ao português. O exercício que o grupo deve fazer será completar as sequências com palavras que também ficaram no português, conforme exemplo, da forma antiga do latim. (Usem o dicionário)
Latim clássico Pós-clássico Português Português atual derivado do latim
feles cattus gato felino, felinamente, felídeo
sidus stella estrela
magnus grandis grande
equus caballus cavalo
ludere jocare jogar
ígnis focus fogo
hortus gardinus jardim
2. Império Romano
A expansão do Império Romano espalhou o latim por toda a Europa e o latim vulgar terminou por dialetar-se, com base no lugar em que se encontrava o falante. O latim vulgar evoluiu gradualmente de modo a tornar-se cada uma das distintas línguas românicas, um processo que continuou pelo menos até o século IX. Tais idiomas mantiveram-se por muitos séculos como línguas orais apenas, pois o latim ainda era usado para escrever. Por exemplo, o latim foi a língua oficial de Portugal até 1296, quando foi substituído pelo português. Estas línguas derivadas, como o italiano, o francês, o espanhol, o português, o catalão e o romeno, floresceram e afastaram-se umas das outras com o tempo. (adaptação) Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
3 - Línguas românicas
Ademais do português, outras línguas românicas surgidas a partir do latim incluem o espanhol, o francês, o sardo, o italiano, o romeno, o galego, o occitano, o rético, o catalão e o dalmático - este, já extinto. Estas línguas derivadas floresceram e afastaram-se umas das outras com o tempo.Dentre as línguas românicas, o italiano é a que mais conserva o latim em seu vocabulário, enquanto que o sardo é o que mais preserva a fonologia latina. O espanhol e o português, conservam apenas o acento tônico; e no francês, a quantidade vocálica e o acento tônico já não são distintos. Embora não seja uma língua românica, o inglês sofreu forte influência do latim. Sessenta por cento do seu vocabulário são de origem latina, em geral por intermédio do francês. (adaptação) Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
4- Uso moderno
Atualmente, a terminologia latina é amplamente usada nas áreas de filosofia, medicina, biologia e direito, dentre outras, em termos e abreviações como lato sensu, etc., i.e., inter alia e outros. As palavras latinas são empregadas isoladamente, como termos técnicos. A maior organização hoje a usar o latim num contexto oficial é a Igreja Católica Apostólica Romana. Nos casos em que é importante empregar uma língua neutra, como em nomes científicos de organismos, costuma-se usar o latim. Alguns filmes, como A Paixão de Cristo, apresentam diálogos em latim. Muitas organizações ainda hoje ostentam lemas em latim, como o estado brasileiro de Minas Gerais (libertas quæ sera tamen). Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
5- Latim vulgar
Paralelamente ao desenvolvimento do latim literário, seguiu seu curso o latim dito vulgar, modalidade basicamente coloquial que, como tal, estava pouco sujeita às normas dos gramáticos e evoluía livremente. Nenhum autor escreveu em latim vulgar, embora em certos momentos históricos a língua dos escritores estivesse mais próxima dele. Assim ocorria nos autores do período arcaico (Plauto), quando a língua ainda não havia sido completamente polida para seu uso literário; em escritores isolados como Petrônio e Apuleio, e nos do baixo Império Romano, época em que ocorreu uma decadência da cultura, e a defasagem entre a língua literária e a cultural havia adquirido dimensão excessiva. Outras fontes para o estudo do latim vulgar são as inscrições, os testemunhos de alguns gramáticos e o testemunho indireto das línguas românicas, já que procedem dele. (Adaptação do texto de Beatriz Helena Patrocínio) Disponível em: http://www.coladaweb.com/cultura/latim
Após a leitura dos trechos acima, os componentes do grupo apresentarão para a turma o que leram e as conclusões a que chegaram.
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Atividade 2
Sobre o diminutivo, o professor deverá pedir aos alunos que leiam o trecho abaixo (xerocar para cada um) para depois atender à proposta de exercício.
O uso do diminutivo
No Latim Vulgar manifestou-se a tendência para o emprego de palavras mais populares e preferência pelo uso de sufixos diminutivos. Houve utilização de termos pejorativos, mas com sentido afetivo, carinhoso: canalha, para designar crianças pequenas; doidinha, tontinha etc. No português persiste ainda essa mesma noção de carinho associada aos diminutivos: mulherzinha, filhinho, segredinho, pastorinho, criancinha etc. (Texto da autora)
Aula 3
Atividade
O professor deverá entregar xerox e solicitar aos alunos que façam a leitura individual do texto intitulado: A penísula Ibérica
No século III a.C., os romanos invadiram a região da península ibérica, iniciando-se assim um longo processo de romanização da península. O domínio não era apenas territorial, mas também cultural. No decorrer dos séculos, os romanos abriram estradas, ligando a colónia à metrópole, fundaram escolas, organizaram o comércio, levaram o cristianismo aos nativos. A ligação com a metrópole sustentava a unidade da língua, evitando a expansão das tendências dialectais. A pouco e pouco foram sendo anexadas palavras e expressões das línguas dos nativos à língua latina.
No século V, com as invasões de povos bárbaros germânicos (vândalos, suevos e visigodos) e a queda do Império Romano no Ocidente, intensificou-se o aparecimento desses vários dialectos. No final de um processo evolutivo, constituíram-se as línguas modernas, conhecidas como neolatinas. No caso particular da Península Ibérica, várias línguas e dialectos se formaram, entre eles o catalão (língua de cultura da região da Catalunha, a nordeste da Espanha), o castelhano (da região de Castela, onde se situa Madrid) e o galego-português. As invasões não pararam por aí, uma vez que no século VIII a península foi tomada pelos árabes. O domínio mouro foi mais intenso no sul da península. Formou-se então a cultura moçárabe, que serviu por longo tempo de intermediária entre o mundo cristão e o mundo muçulmano.
Apesar de possuírem uma cultura muito desenvolvida, esta era muito diferente da cultura local, o que gerou resistência por parte do povo. A sua religião, língua e os seus hábitos eram completamente diferentes. O árabe foi falado ao mesmo tempo que o latim (romanço).
As influências linguísticas árabes acabaram por limitar-se ao léxico, em que os empréstimos são geralmente reconhecíveis pela sílaba inicial al- correspondente ao artigo árabe: alface, álcool, Alcorão, álgebra, alfândega, Alcácer, Alcântara, Algarve, tendo também ficado outros vocábulos de origem árabe, por exemplo: bairro, berinjela, café, califa, garrafa, quintal, sofá, xarope.
Embora bárbaros e árabes tenham permanecido muito tempo na península, a influência que exerceram na língua foi pequena, tendo esta ficado restrita ao léxico, pois o processo de romanização tinha sido muito intenso. Os cristãos, principalmente do norte, nunca aceitaram o domínio muçulmano. Organizaram um movimento de expulsão dos árabes (a Reconquista).
A língua falada nessa parte ocidental da Península era o galego-português que, com o tempo, se foi diferenciando: no sul, português, e no norte, galego, que foi sofrendo cada vez maior influência do castelhano. Em 1290, o rei D. Diniz fundou a Escola de Direitos Gerais e obrigou, por decreto, que se tornasse oficial o uso da Língua Portuguesa. O galego-português era um falar geograficamente limitado à faixa ocidental da Península, que corresponde aos actuais territórios da Galiza e do norte de Portugal. Cronologicamente, esse dialecto restringiu-se ao período compreendido entre os séculos XII e XIV, coincidindo com a época das lutas da Reconquista. Em meados do século XIV houve uma maior influência dos falares do sul, principalmente da região de Lisboa, aumentando assim as diferenças entre o galego e o português.
No século VIII a península foi tomada pelos árabes. O domínio mouro foi mais intenso no sul da península. Formou-se então a cultura moçárabe, que serviu por longo tempo de intermediária entre o mundo cristão e o mundo muçulmano. Apesar de possuírem uma cultura muito desenvolvida, esta era muito diferente da cultura local, o que gerou resistência por parte do povo. A sua religião, língua e os seus hábitos eram completamente diferentes. O árabe foi falado ao mesmo tempo que o latim (romanço). As influências linguísticas árabes acabaram por limitar-se ao léxico, em que os empréstimos são geralmente reconhecíveis pela sílaba inicial al- correspondente ao artigo árabe: alface, álcool, Alcorão, álgebra, alfândega, Alcácer, Alcântara, Algarve, tendo também ficado outros vocábulos de origem árabe, por exemplo: bairro, berinjela, café, califa, garrafa, quintal, sofá, xarope.
Embora bárbaros e árabes tenham permanecido muito tempo na península, a influência que exerceram na língua foi pequena, tendo esta ficado restrita ao léxico, pois o processo de romanização tinha sido muito intenso. Os cristãos, principalmente do norte, nunca aceitaram o domínio muçulmano. Organizaram um movimento de expulsão dos árabes (a Reconquista).
A partir do século XVI, quando a língua portuguesa se uniformiza e adquire as características do português actual. A rica literatura renascentista portuguesa, nomeadamente a produzida por Camões, desempenhou papel fundamental nesse processo de uniformização. As primeiras gramáticas e os primeiros dicionários da língua portuguesa também datam do século XVI.
Texto disponível em:
Logo após a leitura do texto, o professor deverá solicitar que o aluno responda às seguintes questões:
1- O que se entende por "um longo processo de romanização da península".
2- Levante as contribuições ao território da península deixada pelos:
a- romanos b- moçárabes
3- A língua portuguesa é um idioma novo? velho? Justifique.
Após a leitura e interpretação do texto, o professor deverá promover uma discussão sobre todos os temas trabalhados nas aulas como forma de fixar e ampliar as informações apresentadas até o presente momento.
Aula 4
Atividade
O professor deverá levar os alunos ao laboratório de informática para analisarem mapas que mostram a Penísula Ibérica durante os períodos citados no texto. Sugerir que acessem o site:
http://peninsulaiberica.blogs.sapo
O que vamos encontrar neste site?
Aula 5
Atividade
Nesta aula, o professor deverá solicitar que os alunos trabalhem individualmente.
Pedirá que, com base nas discussões das aulas anteriores, façam a análise do soneto entregue xerocado a cada aluno.
ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO - Olavo Bilac
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
- Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
- Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
- Em que da voz materna ouvi: "Meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
(Disponível em:)
http://www.infoescola.com/literatura/analise-do-poema-lingua-portuguesa/
Depois de lido e discutido o poema, o professor deverá solicitar aos alunos que respondam às questões abaixo:
1- Quem é a última flor do Lácio? Por quê?
2- Qual o nome da figura literária criada nesse verso?
3- Como Bilac descreve seu objeto?
Depois de respondidas as questões, solicitar aos alunos que acessem o site proposto abaixo para entenderem melhor o verso "E em que Camões chorou, no exílio amargo"
http://www.vidaslusofonas.pt/luis_de_camoes.htm
Os alunos poderão conhecer mais sobre o assunto assistindo ao filme: "A queda do Império Romano" que pode ser encontrado em locadoras.
O desempenho do aluno durante as atividades propostas deverá ser verificado por meio da observação de sua participação. O professor poderá também, por meio de uma conversa informal, ao final das atividades, tentar perceber quais conhecimentos os alunos puderam apreender das atividades propostas.
Quatro estrelas 5 classificações
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27/03/2015
Quatro estrelasAjudou muito no meu desempenho em sala.
09/04/2014
Cinco estrelasExcelente, me ajudou muito. Parabéns!!
07/03/2013
Cinco estrelasÓtimo plano de aulas e ótimas atividades. Parabéns.
21/02/2012
Cinco estrelasExcelentes os textos e as atividades propostas, com certeza meus alunos vão aumentar seus conehecimentos sobre o tema. Parabéns aos autores.
27/09/2010
Quatro estrelasUma breve retrospectiva sobre a história da língua portuguesa para alunos de 1ª série se faz necessário para ampliar o entendimento sobre o porquê de estudar a língua materna.