10/05/2010
Eliana Dias
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Língua Portuguesa | Linguagem escrita: leitura e produção de textos |
Ensino Fundamental Final | Língua Portuguesa | Análise linguística: processos de construção de significação |
Educação Escolar Indígena | Línguas | Análise linguística e sociolinguística |
Os alunos terão de saber que na língua a construção de novos textos pode ser baseada na existência de textos (verbais ou não) que já circulam socialmente.
Aula 1
Atividade 1
O professor disporá os alunos em círculo, de preferência em um laboratório de informática ou uma sala com recurso de data show e internet, e levará a música “Fico assim sem você”, de Adriana Calcanhoto, para que os alunos ouçam. Se quiser, o professor também pode mostrar o videoclipe da música. Para isso, basta acessar o link:
http://www.youtube.com/watch?v=BwF9G3-XhBc
Ou ver a letra em: http://vagalume.uol.com.br/adriana-calcanhoto/fico-assim-sem-voce.html (letra)
Atividade 2
Em seguida, o professor mostrará aos alunos o seguinte videoclipe:
http://www.youtube.com/watch?v=0Iajmjnlz9g: (videoclipe feito por Bárbara Beznosai em homenagem ao personagem Severo Snape – série Harry Potter).
Seguidamente, o professor questionará oralmente com os alunos:
Espera-se que os alunos consigam identificar: a mesma melodia com temáticas diferentes e, por conseguinte, letras distintas. Ao mesmo tempo, é interessante que os alunos percebam que embora a letra seja diferente nos videoclipes assistidos, há algumas orações ou parte delas que se mantêm, por exemplo: “Sou eu assim sem você”, “As ...estão de mal comigo.... Por quê?”. Além disso, os discentes devem perceber que o arranjo linguístico é organizado conforme temática. No videoclipe oficial da música de Calcanhoto, o tema é sobre relacionamento amoroso, em que existe uma declaração constante de um locutor para um interlocutor. Já no videoclipe, a temática é uma homenagem ao personagem Severo Snape criado na série Harry Poter. Assim, neste último, a escolha lexical é baseada na trilha de Harry Poter.
Depois da discussão oral, o professor apresentará formalmente aos alunos a paródia. Com isso, dirá “O que vocês acabaram de assistir é uma paródia, que consiste em uma imitação que pode acontecer tanto por meio da palavra e sua sintaxe (linguagem verbal), quanto por meio da linguagem não verbal (imagens, sons, gestos, cores)”.
Conceito para embasar o professor acerca do conceito de paródia: “A paródia é uma forma de contestar ou ridicularizar outros textos, há uma ruptura com as ideologias impostas e por isso é objeto de interesse para os estudiosos da língua e das artes. Ocorre, aqui, um choque de interpretação, a voz do texto original é retomada para transformar seu sentido, leva o leitor a uma reflexão crítica de suas verdades incontestadas anteriormente, com esse processo há uma indagação sobre os dogmas estabelecidos e uma busca pela verdade real, concebida através do raciocínio e da crítica. Os programas humorísticos fazem uso contínuo dessa arte, frequentemente os discursos de políticos são abordados de maneira cômica e contestadora, provocando risos e também reflexão a respeito da demagogia praticada pela classe dominante. Com o mesmo texto utilizado anteriormente, teremos, agora, uma paródia”. Retirado de: http://www.infoescola.com/portugues/intertextualidade-parafrase-e-parodia/
Importante: Embora o conceito em geral de paródia conste de um tipo de imitação jocosa, isso nem sempre acontece. Como visto, a paródia da música “Fico assim sem você”, não constitui uma espécie de contestação ou ridicularização. Por isso, é necessário o professor ter ciência de que não há conceito rígido em se tratando de língua.
Atividade 3
O professor apresentará aos alunos mais exemplos de paródia e discutirá com toda classe os efeitos de sentido produzidos:
Texto Original
Minha terra tem palmeiras
Onde canta o sabiá,
As aves que aqui gorjeiam
Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias, “Canção do exílio”).
Paródia
Minha terra tem palmares
onde gorjeia o mar
os passarinhos daqui
não cantam como os de lá.
(Oswald de Andrade, “Canto de regresso à pátria”).
“O nome Palmares, escrito com letra minúscula, substitui a palavra palmeiras, há um contexto histórico, social e racial neste texto, Palmares é o quilombo liderado por Zumbi, foi dizimado em 1695, há uma inversão do sentido do texto primitivo que foi substituído pela crítica à escravidão existente no Brasil.” Outro exemplo de paródia é a propaganda que faz referência à obra prima de Leonardo Da Vinci, Mona Lisa:
Estes exemplos foram retirados do site: http://www.infoescola.com/portugues/intertextualidade-parafrase-e-parodia/
Importante: o professor tem de ter clareza que a paródia é um tipo de intertextualidade. Intertextualidade é considerada como o resgate de textos já existentes e um diálogo com estes textos; alusão a obras existentes de forma implícita ou explícita.
Atividade 4
Depois, o professor concentrará a atenção na paródia abaixo para analisar com os alunos os efeitos de sentido produzidos e a posição ideológica sustentada:
Perguntas:
Aula 2
Atividade 1
Os alunos estarão no laboratório de informática para pesquisar mais paródias cantadas, pois o próximo objetivo é que eles se organizem em grupos para criarem paródias com um tema determinado pelo professor (daí pode-se trabalhar interdisciplinarmente. Por exemplo, se o professor de história estiver trabalhando a matéria sobre escravidão no Brasil, os alunos aproveitam o tema para criar uma paródia) ou ainda com temas preferenciais dos alunos. Sugestão de sites:
http://www.humorafaol.kit.net/parodias.htm (paródias musicais)
http://www2.uol.com.br/cante/pparodia.htm (site sobre paródias - dicas, músicas, publicação)
Atividade 2
Os alunos acessarão o site para obter dicas para criar uma paródia:
http://www2.uol.com.br/cante/pcomopub.htm
Depois, em grupos produzirão a paródia.
Importante: o professor deve sempre incentivar os alunos a produzir paródias “inteligentes”, “bem boladas” que dispensem o uso de termos chulos ou inadequados.
Aula 3
Atividade
Esta aula destina-se à organização de uma gincana de paródias. Os alunos treinarão sua performance a fim de apresentarem-se em uma gincana realizada pelo professor no horário do recreio, por exemplo. Ainda há a possibilidade de a gincana de paródias acontecer na rádio da escola.
Para os professores ampliarem o conhecimento sobre paródia:
CANO, José Ricardo. O riso sério: um estudo sobre a paródia. In: Cad. de Pós-Graduação em Letras São Paulo, v. 3, n. 1, p. 83-89, 2004. Disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Pos_Graduacao/Doutorado/Letras/Cadernos/Volume_4/009.pdf
Acesso em 20/04/2010.
A avaliação desta aula consistirá na apreensão do aluno quanto à noção de paródia. Ele deve ser capaz de identificar o que caracteriza uma paródia e deve, além disso, esboçar, mesmo que minimamente, os possíveis sentidos ou possíveis leituras que uma paródia pode suscitar. Para isso, tanto as discussões em sala conduzidas pelo professor quanto a criação de uma gincana de paródias revelarão a noção que o aluno obteve quanto ao tratamento textual e discursivo de paródias.
Cinco estrelas 4 classificações
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12/03/2013
Cinco estrelasAchei fantática as sugestões de paródias, qualquer novidade mande p meu e-mail. Parabéns!
23/09/2012
Cinco estrelasPARABÉNS! ESTA AULA É PERFEITA.
30/09/2010
Cinco estrelasadorei a aula;foi o máximo, me imaginei participando da mesma
07/06/2010
Cinco estrelasmuito bom!