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Alterações ocorridas na exploração da língua literária no Brasil e em Portugal

 

30/05/2010

Autor e Coautor(es)
MARTA PONTES PINTO
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Eliana Dias

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Literatura Estudos literários: análise e reflexão
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  • Conceituar literatura.
  • Reconhecer a influência de toda a Europa na literatura portuguesa e a influência dessa na literatura brasileira.
  • Analisar textos escritos de autoria portuguesa e brasileira.
  • Explorar a matéria-prima usada na literatura.
  • Conhecer as principais figuras de linguagem.
Duração das atividades
4 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

  • Relações históricas entre Espanha e Portugal, Portugal e Brasil.
  • Soneto e sua estrutura.
  • As figuras literárias: metáfora, sinestesia, antítese, paradoxo, hipérbole, hipérbato.
  • O significado das palavras ou expressões: sentimento nativista, antropocentrismo e teocentrismo, dualidade, trocadilho, neologismos; descritivismo, hermetismo, raciocínios engenhosos.
  • Conhecimentos básicos de computação (navegação na Internet).
Estratégias e recursos da aula
  • Atividades em grupos.
  • Discussões coletivas.
  • Roteiro de estudo.
  • Sala de computação com acesso à Internet.     

AULAS 1, 2 e 3   

ATIVIDADE 1 

Todas as atividades desta unidade serão desenvolvidas em grupo. O professor deverá, como forma de motivação, apresentar em power point os seguintes conceitos sobre o que é literatura, pedir que procedam a uma discussão sobre estes conceitos e que formulem uma definição própria do grupo para o que é literatura.

O que é literatura?           

“A Literatura, como toda arte, é uma transfiguração do real, é a realidade recriada através do espírito do artista e retransmitida através da língua para as formas, que são os gêneros, e com os quais ela toma corpo e nova realidade. Passa, então, a viver outra vida, autônoma, independente do autor e da experiência de realidade de onde proveio. Os fatos que lhe deram às vezes origem perderam a realidade primitiva e adquiriram outra, graças à imaginação do artista. São agora fatos de outra natureza, diferentes dos fatos naturais objetivados pela ciência ou pela história ou pelo social. O artista literário cria ou recria um mundo de verdades que não são mensuráveis pelos mesmos padrões das verdades fatuais. Os fatos que manipula não têm comparação com os da realidade concreta. São as verdades humanas, gerais, que traduzem antes um sentimento de experiência, uma compreensão e um julgamento das coisas humanas, um sentido da vida, e que fornecem um retrato vivo e insinuante da vida, o qual sugere antes que esgota o quadro. A Literatura é, assim, a vida, parte da vida, não se admitindo possa haver conflito entre uma e outra. Através das obras literárias, tomamos contato com a vida, nas suas verdades eternas, comuns a todos os homens e lugares, porque são as verdades da  mesma condição humana.” Afrânio Coutinho

Fonte: www.portrasdasletras.com.br  

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/literatura/literatura-2.php

"A distinção entre Literatura e as demais artes vai operar-se nos seus elementos intrínsecos, a matéria e a forma do verbo."

(LIMA, Alceu Amoroso. A estética literária e o crítico. 2. ed. Rio de Janeiro, AGIR, 1954. p 54-5.)

http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/278085 

Roteiro para discussão:

1- O que significa transfiguração do real?

2- Quais são os gêneros literários?

3- Vocâ pensa que os personagens dos livros são criações dos autores ou recriação? Explique isso.

4- Para você a literatura tem que corresponder ao real?

5- O que você entendeu do pensamento de Aristóteles sobre arte?

ATIVIDADE 2

O professor deverá entregar aos alunos xerox de pequenos textos transcritos abaixo, para que, após a leitura de cada um e discussão sobre eles, sejam capazes de compreender e interpretar um texto escrito sobre o barroco.

  • Professor, o objetivo desta aula não é a memorização das características da escola literária, mas trabalhar com elas nas análises de textos e reconhecer influências de toda a Europa na literatura portuguesa e, consequentemente, na do Brasil. A escolha pelo Barroco para mostrar estas influências deu-se por neste período as marcas serem muito evidentes.
  • Professor, caso os estudante não se lembrem das figuras literárias já trabalhadas em aulas anteriores, indique a eles que façam uma pesquisa. No site abaixo indicado, o aluno clica no nome figura de linguagem que quer e vem o resultado. 

http://www.brazilianportugues.com/index.php?idcanal=304

 

TEXTO 1

O barroco

O tempo barroco denomina genericamente todas as manifestações artísticas dos anos 1600 e início dos anos 1700. Além da literatura, estende-se à música, pintura, escultura e arquitetura da época. Em Portugal, o Barroco ou Seiscentismo teve seu início em 1580 com a unificação da Península Ibérica, o que acarretou um forte domínio espanhol em todas as atividades.   

Alfredo Bosi afirma, "No Brasil houve ecos do Barroco europeu durante os séculos XVII e XVIII: Gregório de Matos, Botelho de Oliveira, Frei Itaparica repetiram motivos e formas do barroquismo ibérico e italiano". Os dois principais autores  Pe. Antônio Vieira (português que vivia no Brasil) e Gregório de Matos tiveram suas vidas divididas entre Portugal e Brasil.

Gregório de Matos foi o primeiro poeta efetivamente brasileiro, com sentimento nativista manifesto.  

Texto adaptado de http://www.algosobre.com.br/literatura/barroco.html

TEXTO 2 

O que se entende por Barroco?   

A palavra barroco significa pérola de forma irregular. Esse nome foi atribuído às produções artísticas datadas do século XVI até o início do XVII. Ao contrário da poesia clássica, anterior a esse período e que buscava equilíbrio entre razão e emoção, no Barroco, eram encontradas, nos textos escritos, predominantemente as seguintes características:  

1-desequilíbrio entre razão e emoção, por sentir-se abalado pelo pessimismo;

2-uso de expressão de dilemas insolúveis;

3-jogos dos contrários, pelos paradoxos;  

4-oposição entre os ideais antropocêntricos e teocêntricos (Itália, Espanha e Portugal);

5-divisão entre razão e fé, entre a nova e a velha mentalidade;   

6-pessimismo;

7-dualidade: contradição;

8-tendência à ilusão (fuga à realidade objetiva);

9-tendência à alusão (descrição indireta);

10-predomínio de figuras como metáforas, sinestesias antíteses, paradoxos, hipérboles, hipérbatos, trocadilhos, neologismos;

11-descritivismo rebuscado, rico e tortuoso,

12-cultismo que levava a obra literária,`as vezes, ao hermetismo;

13-conceptismo: raciocínios engenhosos, jogo intelectual de paradoxos e sutilezas lógicas.   

TEXTO 3

Desenganos da vida humana, metaforicamente

Gregório de Matos

É a vaidade, Fábio, nesta vida,

Rosa, que da manhã lisonjeada,

Púrpuras mil, com ambição dourada,

Airosa rompe, arrasta presumida.

É planta, que de abril favorecida,

Por mares de soberba desatada,

Florida galeota empavesada,

Sulca ufana, navega destemida.

É nau enfim, que em breve ligeireza

Com presunção de Fênix generosa,

Galhardias apresta, alentos preza:

Mas ser planta, ser rosa, nau vistosa

De que importa, se aguarda sem defesa

Penha a nau, ferro a planta, tarde a rosa?

http://poesiacontraaguerra.blogspot.com/2009/09/desenganos-da-vida-humana.html 

TEXTO 4

Fermoso Tejo meu, quão diferente

Te vejo e vi, me vês agora e viste:

Turvo te vejo a ti, tu a mim triste,

Claro te vi eu já, tu a mim contente.

A ti foi-te trocando a grossa enchente

A quem teu largo campo não resiste;

A mim trocou-me a vista em que consiste

O meu viver contente ou descontente!

Já que somos no mal participantes,

Sejamo-lo no bem.

Oh, quem me dera

Que fôramos em tudo semelhantes!

Mas lá virá a fresca Primavera:

Tu tornarás a ser quem eras dantes,

Eu não sei se serei quem dantes era.

Francisco Rodrigues Lobo, Poesias

http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/lobo.htm  

 AULA 4    

ATIVIDADE  1 

1- Nesta parte, os alunos e o professor vão interpretar o texto 3 acima (Desenganos da vida humana, metaforicamente). O professor pedirá aos alunos que, ao terminarem a atividade, entreguem um só texto do grupo para correção. As perguntas abaixo orientarão a discussão.

a- Observe que a linguagem utilizada pelo eu lírico é clara. Isso não significa que ele não seja essencialmente conceptista, pois ele ainda valoriza muito as imagens. Mas não é um texto que as valorize a ponto de tornar hermética a idéia. Nele cultismo e conceptismo convivem lado a lado.Após estas conciderações, passe à análise.

b- Análise do título, o texto vai tratar das desenganos da vida humana. Qual das treze características do Barroco pode ser encontrada neste título?

c- Ordenando o texto de forma direta, percebe-se que no primeiro verso, o eu lírico se dirige a um receptor, um Fábio (as vírgulas destacam o nome, como fazemos com os vocativos). Na ordem direta ficará assim: Fábio, nesta vida a vaidade é...Qual figura de linguagem utilizada nesse verso?

d- Observando as metáforas do texto, tem-se o que o eu lírico pensa sobre a vaidade. "A vaidade é"...Quais as metáforas usadas? (Resposta: rosa (1ª estrofe), planta (2ª estrofe) e nau (3ª estrofe).

e- A vaidade é uma planta e uma nau, pois navega destemida. É uma embarcação florida, enfeita, é ligeira, e tem a presunção generosa da Fênix: se acha imortal. Pesquise sobre Fênix e depois explique. Por que a nau tem presunção de Fênix?

f- Na chave de ouro, (último verso dos sonetos) o poeta esclarece o que pensa sobre a vaidade: de que importa a vaidade (a planta, a rosa, a nau vistosa) se sem defesa cada coisa aguarda seu fim? O navio baterá no rochedo (penha), a planta será cortada por um instrumento de ferro, a rosa murchará no fim da tarde.Essa chave de ouro combina com o título? Explique.

g- O homem barroco, em sua angústia existencial, conhece suas limitações e se debate com elas, arrasta púlpuras mil (solta a cor l). Essa é mais uma figura de linguagem. Qual?

h- Observe o emprego de ferro em lugar de machado. Qual a figura usada? 

i- Que outras características podemos encontrar no poema 3?

2- Resuma o texto com suas palavras.

3- Analise as características do Barroco no texto 4.

Releia o poema 4 confrontando-o com o texto 2. Faça um levantamento das figuras de linguagem usadas pelo autor.

ATIVIDADE 2

O professor faz a correção oral logo em seguida. Neste momento, poderá tirar todas as dúvidas que surgirem.

Recursos Complementares
Avaliação

A avaliação desta aula consistirá na observação do professor em relação ao desempenho do aluno quanto à:

  • capacidade de entender os possíveis sentidos ou possíveis leituras que os textos poderão suscitar.  
  • participação ativa nas discussões em sala.
  • produção de textos.      
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