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Onde estão as relações de gênero no cotidiano escolar?

 

15/05/2010

Autor e Coautor(es)
SANDRO PRADO SANTOS
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M. G. Fernandes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Meio Ambiente Sociedade e meio ambiente
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Ciências Naturais Visões de mundo
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Relações de gênero
Ensino Fundamental Final Ciências Naturais Vida e ambiente
Ensino Médio Biologia Identidade dos seres vivos
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Outros Conquista do lugar como conquista da cidadania
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Refletir sobre certas situações de diferenças de gênero que ocorrem em seu entorno e como ele/a se comporta em relação a essas situações.
  2. Analisar a ocorrência de atitudes discriminatórias no seu dia-a-dia, e como resolveria certas situações relacionadas a essas diferenças de gênero.
  3. Analisar e refletir sobre suas ações a esse respeito com os/as colegas e, se está agindo de forma inadequada nas atitudes que toma diariamente.
  4. Evitar discriminações ou preconceitos relacionados às diferenças de gênero no estabelecimento escolar.
  5. Perceber se existem, no espaço escolar, discriminações ou preconceitos relacionados às diferenças de gênero.
Duração das atividades
De 2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios sejam trabalhados para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

Estratégias utilizadas:

  1. Aula interativa.
  2. Socialização das produções dos/as alunos/as.
  3. Uso da sala de video e/ou informática.   

ATIVIDADE 1: Diferenças de gênero na música   

Professor/a para se começar a elaborar conceitos sobre diferenças de gêneros, passemos a refletir sobre a letra da música abaixo. Tendo em vista trabalhar de forma mais descontraída esta temática, e, buscando, sobretudo instigar o senso crítico e a reflexão dos/as alunos/as, o/a professor/a entregará a cada aluno/a letra da música “Ela é bamba” – Ana Carolina – Compositor: Totonho Villeroy a fim de que eles/as possam acompanhar juntamente com a veiculação de um vídeo. Este esta disponível em: http://letras.terra.com.br/ana-carolina/44122/

Letra da música

Ela é Bamba

Ana Carolina

Composição: Totonho Villeroy

 "Então vamo lá!: Ana, Rita, Joana, Iracema, Carolina" Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba!...(2x) Ela é bamba! Essa preta do pontal Cinco filhos pequenos pra criar Passa o dia no trampo pau a pau E ainda arranja um tempinho pra sambar Quando cai na avenida Ela é demais Todo mundo de olho Ela nem aí Fantasia bonita Ela mesmo faz Manda todas Não erra a mira... Mãe, passista, atleta Manicure, diplomata Dona da boutique Enfermeira, acrobata... (Bailábailá) Bamba! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bambá! (Bailábailá) Bamba! (Bailábailá)...hei hei heei! Ela é bamba Essa índia da central Vai no ombro Um cestinho com neném Oito quilos de roupa no varal Ainda vende cocada nesse trem Toda sexta Ela fica mais feliz Vai dançar numa boate do Jaú Faz um jeito E já pensa que é atriz Cada dia inventa um nome Dora, Isaura, Emília Terezinha e Marina Ana, Rita, Joana Iracema e Carolina... Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bamba!...(2x) Dora, Isaura, Emília Terezinha e Marina Ana, Rita, Joana Iracema e Carolina Laura, Lígia, Luma Lucineide, Luciana Quer seu nome escrito Numa letra bem bacana... Ela é bala A mestiça é todo gás Cada braço é uma viga do país Abre o olho com ela meu rapaz Ela é quase tudo que se diz... Quando compra uma briga Ela é demais Vai no groove E não deixa desandar Ela é pop, ela é rap Ela é blues e jazz E no samba é primeira linha... "Vamo lá!: Laura, Ligia, Luma Lucineide, Luciana Quer seu nome escrito Numa letra bem bacana... Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bambá! Ela é bamba! Ela é bamba! Ela é bambá!...(2x)

Após ouvir a música, o/a professor deverá fazer uma discussão a partir dos assuntos evidenciados na música, tais como:

  1. Quais os papéis ocupados pela mulher segunda a letra da música?
  2. A música mostra a mulher trabalhando fora do ambiente doméstico, isso é visto de forma discriminada pelo imaginário social?   
  3. A música retrata que a mulher apresenta também a responsabilidade dentro de casa, essas atividades restritas ao espaço privado são exclusivas do feminino?   
  4. Em sua opinião, as diferenças entre masculino e feminino devem ser baseadas somente no funcionamento do cérebro e dos hormônios, ou existe algo a mais interferindo nesse processo?   
  5. De quem é a responsabilidade da criação dos/as filhos/as? Quais as vantagens da paternidade e maternidade exercidas cooperativamente?   
  6. Por meio da música, podemos inferir que a mulher ainda continua marginalizada em nossa sociedade atual? Argumente.   

Atenção:

Professor/a não deixe de discutir e problematizar sobre o trabalho doméstico ser considerada obrigação do sexo feminino, e certas profissões serem exercidas somente pelas mulheres.  

ATIVIDADE 2: Refletindo as relações de gênero   

Professor/as para essa atividade propomos separar os/as aluno/as em grupo de quatro a cinco pessoas, no qual serão discutidas as questões que seguem. Após isso, cada grupo fará uma síntese por escrito, em forma de um texto, sobre as discussões realizadas no grupo. Ao terminarem a síntese abriremos para as discussões, que serão realizadas por um representante eleito de cada grupo, o qual abordará as reflexões formuladas pelo grupo, abrindo, assim, para as discussões do que propuseram ao grande grupo.   -

  1. Por que os meninos têm que gostar de luta de boxe e não de balé?
  2. Eles podem gostar de balé e não ser gays?
  3. Por que privilegiar, em sua formação, o ensino de gestos agressivos ao invés de afetivos, como se faz com as meninas?
  4. Por que elas brincam de bonecas e “panelinha” e não são estimuladas a subir em árvores, rolar, cair, brincar de bola, como fazem os meninos?
  5. Por que “homens não podem chorar”?   
  6. Por que o gosto pela música e pela dança não deve ser cultivado pelos homens?  
  7. Por que há poucas meninas nas aulas de futebol, capoeira ou judô, o que vocês pensam a respeito dessa questão?
  8. O que pensam a respeito de se estimular os meninos a arrumar seus quartos, a auxiliar nas mais diversas tarefas domésticas, a cuidar dos irmãos menores, a ler, a desenhar e a criar histórias?
  9. O que acham a respeito de estimular a prática conjunta de esportes de meninos e meninas? Ou em alguns dias elas jogam, e em outros, eles?
  10. Como podemos fazer para tornar a escola um espaço de promoção da cidadania e da equidade de gênero?
  11. Você já parou para pensar se são mais de meninos ou de meninas os comportamentos e os desempenhos considerados inadequados?
  12. No livro de Ciências aparecem imagens de corpos femininos ou masculinos? Esses corpos são também de negros/as e de índios, ou apenas de brancos?
  13. Os livros de Ciências falam sobre questões relacionadas ao gênero em outros locais, além de quando tratam sobre DSTS e AIDS?  
  14. Você acha suficiente apenas trabalhar ou comemorar o “Dia da Mulher” e não se falar mais nada a respeito? Ou se deve trabalhar esse assunto inserido em conteúdos como abordagem de assunto de gênero?
  15. Você parou para pensar quais são os cargos ocupados exclusivamente por homens? E por mulheres?
  16. Você acha que ser mãe é uma coisa natural da mulher, ou esse papel foi desenvolvido pela sociedade?   

Professor/a estimule ao longo das questões sugestões que os grupos dariam para se trabalhar a desconstrução dos estereótipos de gênero, e os preconceitos e as discriminações, em seu espaço escolar ou em sua sala de aula?

ATIVIDADE 3: Pesquisando as relações generificadas no espaço escolar  

 Professor/a essa atividade tem como objetivo fazer o levantamento das atividades, relacionadas ao gênero, que acontecem no ambiente escolar.

  O que irá precisar:

Sala ampla e confortável que permita a formação de grupos, folhas de papel-sulfite e folhas com situações de pesquisa referentes ao cotidiano escolar.

O que o/a professor poderá fazer:

  1. Dividir a turma em grupos de cinco participantes.
  2. Entregar para cada grupo uma descrição das situações de pesquisa, para que o grupo discuta, reflita e descreva as concepções compartilhadas e as não consensuais
  3. Solicite o grupo a desenvolver as seguintes atividades na folha de papel-sulfite.

Situações de pesquisa – questões adaptadas do curso Gênero e diversidade na escola: Formação de professores/as em gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnico-raciais. (Vide referência nos recursos complementares).

  1. Vocês verificam alguma situação de preconceito ou discriminação relacionado às diferenças de gênero em seu ambiente escolar? Se vocês observam cite algumas delas.
  2. Em seu bairro vocês já perceberam ou notaram algum tipo de discriminação relacionada às questões de gênero?
  3. Observem o recreio, a saída e a entrada; ou seja, observem os intervalos de sua escola e veja de que brincam e o que jogam meninas e meninos. Queimada? Futebol? “Menino pega meninas”? “Passa anel”?
  4. Quais atividades os meninos e as meninas realizam juntos, e quais em separado?
  5. Observem, sob uma perspectiva de gênero, se nesses jogos e nessas brincadeiras estão presentes violências, preconceitos, homofobia etc.
  6. No horário do recreio, quem quase sempre ocupa a quadra esportiva, meninas ou meninos?
  7. Como o/a professor/a de Educação Física conduz os jogos? São jogos em que as meninas jogam com os meninos?
  8. Em sua escola percebem-se muito o uso de uma linguagem sexista, em que não se dá visibilidade à presença das mulheres e não se reconhece sua contribuição social?   

Após a exposição dos grupos, o/a professor/a solicitará que os grupos criem e/ou construam situações estratégicas para serem realizadas diante dessas situações discriminatórias e de preconceitos de gênero no espaço escolar ou em sua sala de aula.   

Lembre-se:   As situações estratégicas devem ser socializadas perante toda a turma.

Dica interdisciplinar: Estratégias e apontamentos para promoção de diálogo da temática com outras áreas do saber 

Professor/a devido o caráter interdisciplinar da temática da aula, acreditamos que é  possível um diálogo entre as disciplinas de História, Geografia, Língua Portuguesa, Educação Física, Educação Artística e Ciências podem contribuir na qualificação do debate. Dessa forma, apontamos algumas contribuições e (inter)relações entre áreas do saber com a temática relações de gênero, tais como:

• Em Língua Portuguesa e Literatura, as relações de gênero podem ser percebidas por meio da análise de personagens de textos literários e da descrição de suas características. Também é interessante discutir as próprias regras do idioma, que estabelecem, por exemplo, que o plural no masculino inclui as mulheres, mas o plural no feminino exclui os homens.

• É possível trabalhar as discriminações em Educação Artística, uma vez que os atributos relacionados à sensibilidade artística costumam ser associados ao feminino. No caso de dança (balé, especialmente), a discriminação dos meninos que se interessam por sua prática é muito evidente e merece ser debatida.

 • Em Geografia, podem-se incluir as perspectivas de gênero no estudo dos movimentos migratórios, analisando os efeitos das migrações em arranjos familiares, ocupações profissionais e de espaços.

• E, ainda, em um projeto conjunto, um possível tema de estudo para História e Geografia é a história das mulheres, suas lutas pela conquista de direitos e as enormes diferenças que podem ser encontradas ainda hoje nas diversas partes do globo.

• Em Educação Física também podem persistir antigos estereótipos ligados ao gênero, como a separação rígida entre práticas esportivas e de lazer dirigidas a meninos e a meninas. (Sugestões interdisciplinares retiradas e adaptadas do texto de Yara Sayão e Silvio Duarte Bock, 2002), disponível em: http://www.educarede.org.br

Recursos Complementares
  1. PEREIRA, M. E. (Org.). et al. Gênero e diversidade na escola: Formação de professores/as em gênero, sexualidade, orientação sexual e relações étnico-raciais. Rio de Janeiro: CEPESC. 2007.1 CD ROM.

Para saber mais:

• ECOS: Comunicação em Sexualidade – http://www.ecos.org.br. Site de informações, produtos, jornais, vídeos sobre os temas da sexualidade e gênero entre jovens, também voltado para educadores/as e a profissionais que lidam com a temática em estudo.  

• EducarRede – http://www.educarede.org.br. Portal educativo, totalmente gratuito e aberto, dirigido a educadores/as e a alunos/as do Ensino Fundamental e do Ensino Médio da rede pública e a outras instituições educativas.  

• Unidade na diversidade: tudo começa na escola - http://www.unidadenadiversidade.org.br/ – oferece artigos, imagens e práticas educacionais sobre diversidade de gênero e raça.    

• Projeto Bem-Me-Quer: http://www.projetobemmequer.org.br/

• Curta-metragem: A boneca na mochila – Tem por tema a sexualidade na infância e adolescência, com destaque especial aos medos e fantasias que permeiam a questão da homossexualidade. Indicado para educadores. Produtora: Ecos. Direção: Reinaldo Bianco. Descrição do filme e forma de adquiri-lo acesso: http://www.ecos.org.br/videos/boneca.asp

 Seleção de algumas aulas relacionadas com tal temática e publicadas no portal do professor MEC: 

  • Respeito às diferenças na escola: Diferentes, mas não desiguais;
  • Explorando o filme Shrek 1: representações do masculino e do feminino
  • Rompendo as tradicionais fronteiras entre masculinidades e feminilidades
  •  Feminino? Masculino? Que pergunta é essa?
  • Violência contra a mulher
  • Diferentes, mas não desiguais

Texto como fonte de consulta:

BIAGIO, Rita de. Meninas de azul, meninos de rosa. Revista da Criança/MEC. São Paulo: SP, 2005, p.33-37. Fazer a consulta de tal artigo pelo google (www.google.com.br). 

Avaliação

Em uma avaliação é sempre fundamental refletir previamente quais são os seus objetivos, bem como qual será sua utilidade para você professor/a. Pensando nisso, seguem sugestões de alguns critérios que podem ser usados em sua avaliação:

• A contribuição individual e nas discussões coletivas.

• Envolvimento nas atividades necessárias.

• Auto-avaliação com seriedade no tratamento das questões abordadas.

• A habilidade de relacionar as discussões feitas em aula com as atividades propostas.

Lembre-se de que o resultado das avaliações lhe deve ser sempre de algum modo útil afim de que você possa traçar novas estratégias métodos e caminhos para que suas aulas alcancem sempre objetivos pretendidos.

Opinião de quem acessou

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Opiniões

  • Rose Salviano, Faculdade anhanguera São Bernardo , São Paulo - disse:
    conexao556@gmail.com

    12/04/2014

    Cinco estrelas

    Excelente, já tinha lido vários artigos, mas ainda me restavam dúvidas, este artigo veio sanar todas elas. Parabéns.


  • Ângela, ASN , Bahia - disse:
    asn_san@hotmail.com

    04/12/2010

    Cinco estrelas

    Gostei da elaboração da aula.


Sem classificação.
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