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Discutindo Gênero: conceito, discriminação e movimento feminista

 

12/05/2010

Autor e Coautor(es)
SANDRO PRADO SANTOS
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M. G. Fernandes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Biologia Identidade dos seres vivos
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Relações de gênero
Ensino Fundamental Final História Cidadania e cultura no mundo contemporâneo
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Educando e o lugar de vivência
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cidadania e participação
Ensino Fundamental Final História Relações sociais, a natureza e a terra
Ensino Médio Biologia Qualidade de vida das populações humanas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Os/as alunos/as aprenderão o conceito de gênero e a relação do movimento feminista na superação das discriminações de gênero, bem como sua associação aos “atributos” masculinos e femininos socialmente construídos. Além disso, esta aula pode contribuir para aprimorar a capacidade crítica, analítica e argumentativa dos/as alunos/as relacionados às temáticas de gênero.

Duração das atividades
De 2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios sejam trabalhados para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

Estratégias utilizadas: 

Aula interativa.

Socialização das produções dos/as alunos/as.

Uso do laboratório de informática ou sala de vídeo.  

 ATIVIDADE 1: Sentindo na pele: Pessoas e Coisas – técnica reproduzida e adaptada da publicação Guia para capacitadores e capacitadoras em Saúde Reprodutiva. New York: IPPF, 1998.   

Professor/a como atividade inicial da aula propomos essa dinâmica que tem como objetivo facilitar o reconhecimento da existência de relações de poder, especificamente nas relações de gênero, e seu impacto sobre os indivíduos e seus relacionamentos.     

Inicialmente divida o grupo (os/as alunos/as) em dois com uma linha imaginária. Cada lado deve ter um número mais ou menos homogêneo de participantes. Informe que o nome da atividade é “Sentindo na pele: Pessoas e Coisas. Escolha, aleatoriamente, um grupo para ser as “coisas” e o outro as “pessoas”. Posteriormente leia as regras para cada grupo:   

COISAS: As coisas não podem pensar, não sentem, não podem tomar decisões, não têm sexualidade, têm de fazer aquilo que as pessoas lhes ordenem. Se uma coisa quer se mover ou fazer algo, tem de pedir permissão à pessoa.  

 PESSOAS: As pessoas pensam, podem tomar decisões, têm sexualidade, sentem e, além disso, podem pegar as coisas que queiram.   

Peça para o grupo das “pessoas” pegar “coisas” e fazerem com elas o que quiserem. Poderão ordenar que façam quaisquer atividades. Dê ao grupo de 15 a 20 minutos para que as “coisas” realizem as atividades impostas pelas “pessoas” dentro do espaço da sala. Finalizado esse momento, solicite aos grupos que regressem aos seus lugares.   

Pontos para discussão:   

  1. Em nossa vida cotidiana, nós somos tratados como coisas? Quem nos trata assim? Por quê?
  2. Nós tratamos outras pessoas como coisas? Quem? Por quê?
  3. Na vida cotidiana, nós somos observadores de situações em que algumas pessoas tratam outras como coisas? Nós interferimos? Por que sim? Por que não?
  4. Se você tivesse a chance de escolher entre os 2 grupos, o que você teria escolhido ser? Por quê?
  5. Por que as pessoas tratam os outros dessa maneira?
  6. Na sua comunidade, as mulheres costumam, pertencer a um desses 2 grupos? A qual? Por quê? E os homens costumam pertencer a um desses 2 grupos? Qual?
  7. Por quê em nossa sociedade, geralmente, as mulheres são tratadas como coisas?
  8. Como a sociedade/cultura perpetua ou apóia esse tipo de relacionamento?
  9. Quais os desdobramentos de um relacionamento em que uma pessoa trata a outra como coisa?
  10. O que você aprendeu com essa atividade?
  11. Você aprendeu alguma coisa que poderia ser aplicada na sua própria vida ou em seus relacionamentos?
  12. Como podemos associar essa dinâmica com os relacionamentos entre o homem e a mulher em nossa sociedade?   

Professor/a como fechamento da atividade, não deixe de mencionar:   O poder desigual entre homens e mulheres em relacionamentos pode ter uma séria repercussão para a vulnerabilidade em relação às DSTs, HIV/AIDS e gravidez não-planejada. E, além disso, engendra uma série de discriminações e preconceitos sociais relacionados à mulher.

ATIVIDADE 2: O que é isso chamado Gênero – atividade adaptada do Manual M: trabalhando com mulheres jovens. Disponível em: http://www.promundo.org.br/wp-content/uploads/2010/03/trabalhando-com-mulheres-jovens.pdf      

Essa atividade tem como objetivo estimular a compreensão sobre a diferença entre o sexo e o gênero e refletir sobre como as normais sociais de gênero influenciam a vida e os relacionamentos de homens e mulheres. Acreditamos que quando nos tornamos mais conscientes de como os estereótipos de gênero podem influenciar negativamente nossas vidas e nossa comunidade, podemos pensar de forma construtiva sobre como combatê-los e como promover papéis de gênero e relacionamentos mais positivos em nossas vidas e em nossa sociedade.   

Materiais necessários:  

Cartolinas; Canetas;

 Fitas adesivas.   

Atenção Professor/a:   

Antes de desenvolver esta atividade, os/as alunos/as devem compreender a diferença entre gênero e sexo. Definições gerais sobre estes conceitos estão incluídas aqui. Sexo é biológico – isto é, nós nascemos com hormônios ou órgão sexual feminino ou masculino. Gênero diz respeito à forma como somos socializadas – isto é, como atitudes, comportamentos e expectativas são formados com base no que a sociedade atribui ao que é ser homem ou o que é ser mulher. Estas características podem ser aprendidas de membros da família, amigos, instituições culturais e religiosas e no espaço de trabalho.   Professor/a como forma de esclarecimento de tais conceitos, sugerimos a leitura de um texto disponível em: http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=8&id_subtema=7       

 Procedimento   

  1. Divida a sala em grupos de até 6 alunos/as . Em seguida solicite que façam duas colunas em uma cartolina.
  2. Na primeira coluna escreva “mulher”. Na segunda coluna escreva “homem”.
  3. Peça às/os participantes para falarem o nome de coisas associadas à ideia de “ser mulher”. Escreva os nomes na primeira coluna. As respostas podem ter características positivas ou negativas. Auxilie as participantes a nomearem atributos tanto sociais como biológicos.
  4. Repita a mesma atividade para a coluna “homem”.
  5. Cite brevemente, de cada grupo, algumas das características listadas em cada coluna para reforçar o que as/os participantes disseram.
  6. Troque, de todos os grupos, os títulos de cada coluna, isto é, substitua a palavra mulher pela palavra homem na primeira coluna e vice-versa em relação à terceira. Pergunte às/os participantes se as características listadas para as mulheres poderiam ser atribuídas aos homens e vice-versa.
  7. Use as questões abaixo para facilitar a discussão sobre quais características as/os participantes pensam não poder ser atribuídas a ambos, homens e mulheres, e por quê. Entretanto, é importante que as categorias de sexo e gênero não sejam apresentadas como sendo rígidas ou uma estrita dicotomia.   

Perguntas para discussão   

• O que significa ser uma mulher?

• O que significa ser um homem?

• Vocês acham que homens e mulheres são criados da mesma forma? Por quê?

• Que características atribuídas ao homem ou a mulher são avaliadas como positivas ou negativas em nossa sociedade?

 • Como seria para uma mulher assumir características atribuídas tradicionalmente ao homem? Seria fácil ou difícil? Como seria para um homem assumir características relacionadas tradicionalmente a uma mulher?

• Qual a influência que as nossas famílias e amigos exercem sobre percepções do significado de ser homem ou mulher?

• Quais os efeitos que os meios de comunicação (televisão, revistas, rádio, etc.) têm sobre as nossas percepções do que significa ser homem ou ser mulher? Como é que a mídia mostra o que é ser mulher? E ser homem?

• Existe alguma relação entre gênero e poder? Explique.

• Como essas diferenças entre o significado de ser mulher ou homem afetam o nosso dia-a-dia? E as nossas relações com a família? E as nossas relações com parceiros íntimos?

• Como podemos, em nossas próprias vidas, mudar algumas expectativas negativas ou não-eqüitativas de como um homem deve agir? Como poderíamos mudar algumas expectativas negativas ou não-equitativas sobre como uma mulher deve agir?

• O que aprendemos durante esta atividade? Existe algo que poderia ser aplicado em nossas próprias vidas e relacionamentos?   

Professor/a deixe bem claro que ao longo de suas vidas, mulheres e homens recebem mensagens da família, da mídia e da sociedade sobre como devem agir e como devem se relacionar com os outros. É importante entender que, embora haja diferenças entre homens e mulheres, muitas dessas diferenças são construídas pela sociedade e não são parte de nossa natureza ou de nossa constituição biológica.  

ATIVIDADE 3: Movimentos Feministas: conquistas e minimização da violência contra a mulher  

 Professor/a, como atividade final das aulas sugerimos que apresente um vídeo com duração de dois minutos e quarenta e oito segundos, intitulado “Movimento Feminista” (Figura1). Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=nbS31uSsj0k&feature=player_embedded      

                Figura 1: Cena do vídeo "Movimento Feminista"

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=nbS31uSsj0k&feature=player_embedded      

Esta atividade tem como objetivo discutir o papel dos movimentos feministas na luta contra  violência de gênero e a conquista dos direitos da mulher.   

Após assistirem o filme faça uma socialização com os alunos, principais pontos para discussão:

  1. Quais as conquistas das mulheres em nossa sociedade?
  2. Como as mulheres começaram a superar as discriminações de gênero?
  3. Como as discriminações afetam a qualidade de vida das mulheres?
  4. Qual a importância do movimento feminista na conquista dos direitos da mulher?
  5. Qual o tipo de violência mais comum usado contra as mulheres?
  6. Você acha que o homem pode ter algum papel na prevenção da violência contra a mulher? Explique.
  7. O vídeo faz uma defesa de direitos iguais para mulheres?
  8.  O vídeo apresenta uma denúncia contra a discriminação da mulher?
  9. Como você se sente ao saber que uma amiga ou alguma pessoa que você conhece está sofrendo violência?   

Professor/a enfatize que as desigualdades de gênero puderam ser questionadas, discutidas e transformadas na sociedade, precisamos conhecer a contribuição dada pelo movimento feminista. Caso o/a professor/a precisa informar mais sobre o movimento feminista consulte o Centro Feminista de Estudos e Assessoria (CFEMEA). Disponível em: http://www.cfemea.org.br    

Recursos Complementares

Materiais para consulta   

Manual M: trabalhando com mulheres jovens. Um manual com introduções teóricas e uma série de atividades participativas para o trabalho em grupo com mulheres jovens, de 15 a 25 anos. Questões como sexualidade, saúde reprodutiva, violência, trabalho e participação comunitária são elaboradas. Disponível em: http://www.promundo.org.br/wp-content/uploads/2010/03/trabalhando-com-mulheres-jovens.pdf      

Sexualidade e Saúde Reprodutiva – O manual ajuda profissionais que trabalham com homens jovens a abordarem questões relativas à sexualidade e saúde reprodutiva, a partir de uma perspectiva de gênero e relacional. Coordenação: ECOS – Comunicação em Sexualidade. Disponível em: http://www.promundo.org.br/wp-content/uploads/2010/04/SexualidadeeSaudeRep.pdf    

A avaliação poderá ser feita em todos os momentos das atividades propostas, sendo considerado a participação e o envolvimento dos alunos nos debates e na realização das atividades solicitadas. - uma organização não-governamental (ONG) brasileira que busca promover a igualdade de gênero e o fim da violência contra mulheres, crianças e jovens. http://www.promundo.org.br/o-promundo/apresentacao/      

Avaliação

A avaliação poderá ser feita em todos os momentos das atividades propostas, sendo considerado a participação e o envolvimento dos alunos nos debates e na realização das atividades solicitadas.

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