• Ampliar a habilidade de interpretar e revisar um texto;
• Ampliar a capacidade de leitura e análise textual;
•  Compreender algumas diferenças entre o modo de falar e o modo de escrever existente na nossa língua.

Crianças que já estejam em fase de sistematização e consolidação da base alfabética.

Nesta aula serão abordadas as diferenças do modo de falar, da linguagem regional frente a escrita da língua portuguesa. É fundamental que as crianças compreendam durante o processo que é necessário o respeito ao modo de falar de cada pessoa, de cada região, porém que existe um padrão da nossa língua que precisa ser respeitado em situações formais de escrita.

Atividade 1– Lendo tirinhas

 Professor (a) Comece a atividade apresentando ao grupo tirinhas do Chico Bento para toda a turma. Peça às crianças que leiam em duplas e depois apresentem a tirinha para toda a turma fazendo comentários. Você pode orientar as observações chamando a atenção das crianças para a fala dos personagens desta história, fazendo com que as crianças observem a fala das personagens e reflitam quanto à forma que elas mesmas falam e escrevem.

Atividade 2 – A linguagem que usamos no nosso dia a dia:   

  Após essa primeira exploração exposta acima, as crianças trabalharão a leitura e a linguagem escrita nas tirinhas que representam a linguagem oral dos personagens do Maurício de Souza. Faça-os refletir sobre a linguagem dos personagens que são do interior frente à linguagem dos personagens que são da cidade (garoto no 5º quadrinho) e a professora do Chico Bento. Quais as diferenças que as crianças percebem.  Você pode fazer uma atividade escrita com perguntas que visem estimular a reflexão:

Atividade de Português

Observando a tirinha que a professora lhe entregou, responda as perguntas abaixo:

   a)     O Chico Bento fala como todo mundo que nós conhecemos? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________

b)     O que tem na fala do Chico bento que chama a nossa atenção? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________  

c)     Você conhece alguém que fala de forma parecida com a dele? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________  

 d)     Você percebe no ouvindo na televisão ou no rádio, formas diferentes das pessoas falarem?

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e)     O que você pensa dessas formas diferentes de falar? Por que as pessoas falam de formas diferentes? _____________________________________________________________________________________________________________________________________________

Corrija esta atividade fazendo com a turma reflexões e dando exemplos, comentando sobre a linguagem que elas utilizam no dia a dia, se mudam a forma que falam com um professor (a), com a família, com os amigos, se percebem diferenças na linguagem dos programas de rádio locais,  nos programas de televisão, da escrita dos livros, jornais etc. Procure sistematizar/ organizar as conclusões do grupo, registrando no quadro e voltando aos aspectos que quer ensinar. Aqui é importante que você ajude as crianças a  compreender à idéia inicial a respeito das diferenças entre falar e escrever e das diferenças da oralidade nas diversas situações discursivas.     Nos “Recursos educacionais adicionados a aula” existe um texto para ajudar na compreensão das Diferenças dialetais.

Atividade 3 – Trabalhando as diferenças dialetais.

   Façam agora uma análise da própria linguagem, observe as palavras como são escritas na língua formal e como ela é pronunciada na região em que vivem. Cabe a professora auxiliar neste processo fazendo uma leitura de palavras e frases comuns à sua região na forma local e depois na linguagem formal.   Você pode dar exemplos de diferentes expressões e gírias utilizadas em nosso país, seguem alguns exemplos abaixo.  

Ex: Gírias Cearenses  

 ·        Butar buneco!: Se divertir!

 ·        Diabéisso?: O que é isso?

 ·        Deixe de arrudei! - Pare de enrolar!

 ·        É bem pixototim! - É bem pequeno!

·        Ele é chei do leriado!: Ele é conversador!

Girias Fluminenses

 ·        Ficou na pista: Deu mole em alguma coisa, passou vergonha

 ·        Vacilou: Marcou bobeira

 ·        Zoar ou Zueira:Fazer bagunça

 ·        Fita forte: Produto de roubo

 ·        Dar um rolê: Passear, sair

·        Ei tá preula: Ficar impressionado Gírias Gaúchas

 ·        Acolherar; Acolherar-se: Unir, juntar, juntar-se, associa-se.

 ·        Alambrado: aramado; cerca feita de fios de arame.

 ·        Amargo: Chimarrão, mate amargo.

 ·        Apear: Descer; apear-se do cavalo.

 ·        Bergamota: tangerina, mexerica

 ·        Bochinche: Desordem, briga; baile de ínfima classe.

   Gírias Baianas

  ·        Calunga:rato pequeno

·        Carpina: carpinteiro

 ·        Castelo: casa suspeita

 ·        Charro: comum demais

 ·        Chué: ordinário

·        Consumição: aborrecimento

 ·        Consumido: preocupado Gírias Mineiras

 ·        Laquera: agitação, inquietação infantil

·        Miçangueiro: aquele que leva ao mercado consumidor o produto de sua própria horta ou lavoura

 ·        Negrinha: suporte para coador de café.

 Muitas outras gírias e expressões são encontradas na página: http://www.jorwiki.usp.br/gdnot07/index.php/Exemplos_de_g%C3%ADrias_e_express%C3%B5es_regionais 

É extremamente importante que você lembre as crianças a todo o momento que nosso país é muito grande, que a grande diversidade cultural permite a uma grande variação na forma como falamos nossa língua.   Porém há uma necessidade de convenção social, a forma escrita precisa seguir  a norma culta da língua bem como em eventos solenes e determinadas profissões como jornalista, advogado, juiz, professor etc.  

Atividade 4 – Trabalhando a escrita de outras formas da oralidade (diferenças dialetais)  

 Aqui proporemos a reflexão e a escrita de outras formas  de expressão da linguagem oral. No caso, a fala de alguém do meio  urbano/ letrado representa a expressão mais próxima daquilo que chamamos de norma culta/ linguagem padrão, visto que se aproxima mais da escrita. As comparações com a fala do Chico devem servir para discutir as diferenças dialetais. Caso contrário, ficamos sujeitos a expressar o preconceito lingüístico  de que há uma fala mais correta que outra.  Peça as crianças que escrevam palavras da forma que elas falam e em frente escrevam da forma correta.

Ex: ocê - você*

* ( Expressão oral comum no estado de Minas Gerais)

 Atividade 5

 A proposta é a de que os aprendizes adaptem a escrita dos balões, modificando-as de linguagem coloquial para a norma culta.  

Atividade de Português

 1)     Reescreva as frases dos balões como se fosse uma criança da cidade grande falando:

1º Balão; _____________________________________________________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2º Balão: _____________________________________________________________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________

 3º Balão: _____________________________________________________________________________________________________________________________________

4º Balão: _____________________________________________________________________________________________________________________________________

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1º Balão; _____________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2º Balão: _____________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________  

3º Balão: _____________________________________________________________________________________________________________________________________

1)     Foi preciso fazer alguma alteração na frase da professora? _________________________________________________________________________________________

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 2)     O seu modo de falar se parece com o da professora, do Chico Bento ou se parece  com o modo de falar das pessoas de outra região? Por que você acha que isto acontece? ____________________________________________________________________________________________________________________________________

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Tirinhas retiradas do site: http://www.turmadamonica.com.br/index.htm

 Avalie a leitura,  a interpretação e  a correção que as crianças fizerem das tirinhas, comente o que apresentarem no coletivo, destacando que há formas diferentes de se falar a mesma coisa e que o lugar em que residimos e a situação de uso da língua definem isso.   

 Boa aula!

Professor (a) sugiro a leitura do texto “A linguagem na escola: a valorização das diferenças dialetais para uma real democratização do ensino”. PILOTO, Maria C. e GORSKI, Edair. Iniciação Científica Cesumar, Vol. 5, No 2 (2003),  para ampliar a discussão sobre a temática.

 Disponível no link: http://www.cesumar.br/pesquisa/periodicos/index.php/iccesumar/article/viewArticle/75   

Observe como foi leitura das tirinhas e a produção dos textos:

1)      Se as crianças perceberam as alterações na fala dos personagens e se perceberam que as pessoas falam de maneira diferente de acordo com a região que habitam, de acordo com a situação ou o contexto de uso da língua etc. 

 2)      Se depois das discussões as crianças releram e revisaram o texto.

3)      Durante a realização das atividades e discussões, você pode observar como as crianças compreendem algumas diferenças entre o modo de falar e o modo de escrever existente na nossa língua.