- Criar um figurino, coreografia e movimentos para produção da dança do jacaré.

- Apresentar a dança para escola e para os pais.

- Conhecer o gênero textual cordel.

- Brincar com as palavras fazendo rimas.

- Produzir um folheto de cordel com os conhecimentos adquiridos sobre o jacaré.  

Para que esta aula faça mais sentido para as crianças, elas devem ter conhecimentos sobre os jacarés, como cor e  forma de seu corpo e ter ouvido músicas sobre estes animais como por exemplo, as propostas na aula "jacaré, larga do meu pé, deixa de ser chato": o jacaré na literatura, apresentada neste portal.

Além das músicas propostas e trabalhadas na aula anteriormente citada, a professora deve propor às crianças trabalhar com a música Jacaré Poió, disponível em:

http://www.kboing.com.br/cantigas-de-roda/2-600598/# 

1º Momento: Apreciando uma música sobre jacarés: trabalhar a letra e melodia até que as crianças se apropriem destes dois elementos da música. Para isto, é necessário que o grupo assista à vídeos de pessoas dançando a música do Jacaré Poió; apreciem  arranjos, movimentos, disposição dos dançarinos etc. A partir daí, o grupo deve ser estimulado a fazer sugestões de movimentos e a professora vai propondo a experimentação na prática. É necessário que a definição dos passos da dança tenha o máximo de contribuição das crianças, para que possam dançar dentro de suas possibilidades e capacidades de expressão corporal. Além do mais, faz mais sentido realizar movimentos que foram criados pelo grupo, do que imitar os criados por outras pessoas. Quando a professora estiver segura quanto à apropriação e internalização dos passos da dança pelas crianças, sugerir que apresentem-na para a escola.

2º Momento: Criar um figurino para usar na apresentação da dança: a professora deve discutir com as crianças como estas desejam se apresentar. Ouvir as sugestões e avaliar junto com o grupo, quais as mais viáveis e possíveis. O grupo pode confeccionar máscaras do tipo gregas (com um pauzinho de um lado, para segurar e colocar na frente do rosto), com a cara de um jacaré. Pode, ainda, confeccionar um rabo de jacaré para usar durante a dança, já que um trecho desta, diz: "sacode o rabo jacaré, sacode o rabo jacaré..." O rabo pode ser feito de tecido do tipo tnt, que será pintado pelas crianças de verde mais claro com pintas verdes escuras, ou nas mesmas nuances na cor marrom.  A professora contrói, junto com elas, um molde de rabo, cortam o tecido e se houver na família de alguma criança, alguém que saiba costurar, este é um bom momento para estabelecer parceria com as famílias, convidando esta pessoa para vir à sala costurar os rabos ou receber as instruções e levar para costurar em casa. Caso contrário, a própria professora pode costurar ou colar com cola as bordas. Depois, as crianças fazem o enchimento dos rabos com bolinhas de papel ou outro material disponível e estão prontos os rabos de jacaré para a apresentação.

Crianças pintando o tecido, enchendo os rabos de jacarés e rastejando como jacarés. Fonte: arquivos da autora

3º Momento: Convidando e apresentando a dança do Jacaré Poió para a escola e para os pais da turma. A professora, junto com as crianças, deve escrever um bilhete convidando os pais e as outras turmas da escola para assistir a apresentação. No dia marcado, deve ser feito um último ensaio com as crianças. Estas, devem colocar os rabos que serão amarrados com duas tiras em suas cinturas e segurar a máscara que será usada na hora da dança. Ao som da música do Jacaré Poió, as crianças dançam e fazem a coreografia por elas criadas durante os momentos de planejamento da dança. Vale salientar que, mesmo esta sendo uma atividade coletiva, pensada e refletida junta, cada criaça vai executar o movimento de acordo com suas possibilidades e capacidades de expressão, sendo estes também elementos de avaliação pelo professor. Terminada a dança, todos se reúnem e com a mediação da professora, avaliam o desempenho de todo o grupo.

Crianças dançando e platéia. Fonte: arquivos da autora

4º Momento: Conhecendo um folheto de cordel: a professora deve levar para a roda inicial, um folheto de cordel- gênero literário bastante presente na cultura nordestina-, ler para as crianças e explorar a estrututa e características deste gênero textual. Em seguida, propor ao grupo, brincar de fazer rimas com os nomes das crianças e outras palavras como jacaré. Pedir para as crianças dizerem palavras que rimem com jacaré e listar no caderno. A professora pode, ainda, explorar a terminação das palavras (para rimar tem que terminar igual), para que as crianças possam perceber esta particularidade nas palavras que rimam.

 5º Momento: Produzir um folheto de cordel com os conhecimentos adquiridos sobre o jacaré. A professora, que já trabalhou as características do texto de cordel na aula anterior, deve explorar as caracterísitcas deste portador de texto, o folheto de cordel: capa, imagem da capa, que geralmente é uma xilogravura, páginas, ilustrações etc. Depois, lançar o desafio para as crianças de produzirem juntos, um folheto de cordel. Para isto, a professora deve retomar as leituras e descobertas feitas no estudo do jacaré e, em momentos diferentes, ir construindo rimas com as crianças e escrevendo as estrofes do folheto de cordel. Esta é uma atividade impossível de ser feita numa aula só, devendo a professora retomar quantas vezes sejam necessárias, até que o grupo decida que o folheto está concluído.

 6º Momento: Criando uma capa e lançando o folheto de cordel da turma. Depois do texto pronto é hora das crianças aprenderem como fazer uma xilogravura de forma alternativa. Para tanto, a professora deve pedir inicialmente que as crianças desenhem numa folha de ofício, a ilustração que deseja colocar na capa de seu folheto. Depois entregar lápis grafite, uma bandejinha de isopor(daquelas que se compra nos supermercados com gêneros alimentícios, como carne, frango, legumes, verduras etc), que a professora deve ter pedido previamente às famílias; fazer uma demonstração de como passar o desenho para o isopor, fazendo sulcos neste, com o lápis grafite. As crianças devem ser orientadas a não escrever no isopor para a escrita não ficar espelhada e depois que todas elas realizarem seus desenhos no isopor, a professora coloca tinta preta numa vasilha de fundo plano, entrega um rolinho para pintura que as crianças passam tinta e depois por cima do desenho no fundo da bandeja e carimba, segurando nas bordas da bandeja de isopor, sobre a folha de papel. Estão prontas as capas dos folhetos de cordel, de forma que cada criança terá sua própria capa. A professora leva as crianças para sala de fotocópias da escola para apreciarem a reprodução das páginas do folheto. De volta à sala, a professora organiza com elas o folheto de cada um, grampeando em seguida. No dia seguinte faz o lançamento com a presença dos pais da turma. Os folhetos devem ser expostos em um varal e as crianças podem dar autógrafos aos pais, em seus folhetos.Com esta aula as crianças podem aprender que é possível produzir material para publicação, que esta tarefa não cabe apenas aos grandes autores de livros e similares.

Sugestão de folhetos de literatura de cordel para mostrar e ler para as crianças:

http://www.google.com.br/images?hl=pt-BR&q=literatura+de+cordel&um=1&ie=UTF-8&source=univ&ei=IRr1S86BM4ynuAfvgaG8CA&sa=X&oi=image_result_group&ct=title&resnum=4&ved= 0CD0QsAQwAw  

 Com esta aula é possível avaliar:

-  A capacidade das crianças em criar movimentos para compor uma coreografia e apresentá-la para uma platéia,

-  a criatividade e originalidade na produção de um figurino e adereços para a dança;

- se conhecem o gênero textual cordel, conseguem fazer  rimas e produzir um folheto de cordel com os conhecimentos adquiridos sobre o jacaré.