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Como as samambaias se reproduzem?

 

31/05/2010

Autor e Coautor(es)
MARIA ANTONIETA GONZAGA SILVA
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Lízia Maria Porto Ramos, Priscila Barbosa Peixoto e Marina Silva Rocha

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ciências Naturais Ambiente
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Compreender como acontece a reprodução das samambaias, representantes do grupo das pteridófitas.

Duração das atividades
2 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Os alunos deverão conhecer o grupo das Briófitas e seu ciclo reprodutivo, além de compreenderem as características gerais das pteridófitas.

Estratégias e recursos da aula

Introdução: uma abordagem para o professor   

Reprodução das Pteridófitas 

   Da mesma maneira que as briófitas, as pteridófitas se reproduzem num ciclo que apresenta uma fase sexuada e outra assexuada. Para descrever a reprodução nas pteridófitas, vamos tomar como exemplo uma samambaia comumente cultivada (Polypodium vulgare).

   A samambaia é uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a fase chamada esporófito.

   Em certas épocas, na superfície inferior das folhas das samambaias formam-se pontinhos escuros chamados soros. O surgimento dos soros indica que a samambaia está em época de reprodução - em cada soro são produzidos inúmeros esporos. Quando os esporos amadurecem, os soros se abrem. Então os esporos caem no solo úmido; cada esporo pode germinar e originar um protalo, uma plantinha em forma de coração. O protalo é uma planta sexuada, produtora de gametas; por isso, ele representa a fase chamada de gametófito.

   O protalo das samambaias contém estruturas onde se formam anterozóides e oosferas (gametas masculinos e femininos, respectivamente). No interior do protalo existe água em quantidade suficiente para que o anterozóide se desloque em meio líquido e "nade" em direção à oosfera, fecundado-a. Surge então o zigoto, que se desenvolve e forma o embrião. O embrião, por sua vez, se desenvolve e forma uma nova samambaia, isto é, um novo esporófito. Quando adulta, a samambaia forma soros, iniciando novo ciclo de reprodução. Como você pode perceber, tanto as briófitas como as pteridófitas dependem da água para a fecundação. Mas nas briófitas, o gametófito é a fase duradoura e o esporófito, a fase passageira. Nas pteridófitas ocorre o contrário: o gametófito é passageiro - morre após a produção de gametas e a ocorrência da fecundação - e o esporófito é duradouro, pois se mantém vivo após a produção de esporos.

Retirado de: http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos4/biopteridofitas2.php (consultado em 20/04/10, às 18h25min)  

Estratégia 

Como os alunos poderão atingir os objetivos propostos:

Os alunos poderão atingir os objetivos propostos através de atividade experimental, onde observarão soros de samambaias e o desenvolvimento de novos indivíduos através do cultivo dos esporos. Além disso, farão uma leitura atenciosa de texto explicativo e assistirão vídeos.   

Como o professor irá ativar esse processo: 

O professor ativará o processo de ensino-aprendizagem através de discussões entre os alunos, conclusões a respeito das observações dos espécimes e cultivo de novos indivíduos, além de apresentação de vídeos educativos sobre o assunto.   

Texto para os alunos:

Professor, antes de iniciar a aula pergunte aos alunos se é possível uma planta nascer sem ter sementes. Possivelmente os alunos ficarão espantados, e dirão que não, pois a maioria as plantas que conhecem possue sementes. A partir disso, inicie uma discussão, relembrando-os dos mecanismos de reprodução das briófitas (musgos). Faça uma revisão, caso os alunos não recordem. Pergunte como eles imaginam que acontece a reprodução das samambaias, já que os musgos não possuem sementes: será que as samambaias são como os musgos, com reprodução sem sementes? Ou será que elas possuem sementes?

Após essa discussão inicial, entregue o texto abaixo e discuta com a turma.   

Por que algumas plantas não têm sementes?               

   Não faça cara de espanto. É verdade: algumas plantas não têm sementes mesmo! Samambaias e musgos são exemplos de vegetais desprovidos dessa parte que é responsável pela reprodução das plantas. Como é que vegetais sem sementes deixam descendentes? Por meio dos esporos.             

   Repare num pozinho marrom que fica, geralmente, debaixo das folhas das samambaias. Esse pó é constituído por centenas – às vezes, milhares – de esporos, estruturas minúsculas que nessas plantas cumprem função parecida com a das sementes: reprodução.             

   É a partir da germinação dos esporos – geralmente levados pelo vento -, que samambaias e outras plantas, como os musgos, deixam descendentes. No caso da samambaia, os esporos, ao caírem na terra, germinam e surge uma estrutura de cor esverdeada, muitas vezes em forma de coração e de tamanho muito reduzido, menor do que uma unha: é o gametófito. É preciso ter os olhos bem treinados para poder vê-lo.             

   O gametófito produz, como o próprio nome lembra, os gametas masculinos e femininos. Quando se juntam, esses gametas dão origem ao embrião, que fica no interior do gametófito e não dentro da semente. O embrião se desenvolve numa segunda estrutura, o esporófito, que nós estamos mais acostumados a observar. Ele é formado por caule, folhas e raízes – a planta propriamente dita. As folhas do esporófito vão crescer, produzir esporos, que vão cair no solo, germinar, fazendo todo o ciclo recomeçar.             

   Já os musgos não possuem um sistema vascular, isto é, células que conduzem água, sais minerais e açúcares por seu interior, como é comum nos vegetais. Por isso, são plantas pequenas e restritas a lugares úmidos. Sua reprodução é feita por meio da água, que espalha seus esporos.   

Mito da Semente             

   A ausência de sementes nas samambaias estimulou a imaginação do homem, principalmente durante a Idade Média, na Europa. Surgiu uma série de lendas em torno dessas plantas. Eles acreditavam que as samambaias produziam, sim, sementes, mas que só podiam ser vistas em noites especiais do ano. Quem conseguisse coletar uma semente de samambaia teria poderes de invisibilidade e proteção contra o mal. Esse é mais um mito que a ciência tratou de explicar!   

Retirado de: Marcelo Guerra Santos. Revista Ciência Hoje das Crianças, ano 23, nº 209. Janeiro/Fevereiro 2010.   

Atividade prática: Observando os Soros da samambaia   

Após a leitura atenciosa do texto e retirada das dúvidas dos alunos, leve-os ao laboratório ou outro espaço da escola em que possa realizar a atividade prática. Caso não possua este espaço, organize a sala de aula para isso. Apresente aos alunos exemplares férteis de samambaia e com as informações do texto, peça aos alunos que identifiquem as estruturas reprodutivas: soros. Abaixo seguem algumas fotografias de folhas de samambaias, caso você não consiga realizar a atividade com os exemplares vivos de samambaia.

Fotos de soros

  

Folhas de samambaias com soros maduros.

  

Soro visto na lupa.

Fotos: Priscila Barbosa Peixoto

  

Soros de avencas   

Retirado de: http://farm3.static.flickr.com/2101/1571721163_ce55cac06f.jpg?v=0 (consultado em 03/05/10, às 08h17min).    

Fotos de Protalos

  

Retirado de: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/pteridofitas/imagens/piteridofitas-15.jpg (consultado em 03/05/10, às 08h20min). 

  

Retirado de: http://www.kalipedia.com/kalipediamedia/cienciasnaturales/media/200704/17/delavida/20070417klpcnavid_305.Ies.SCO.jpg (consultado em 03/05/10, às 08h25min). 

  

Retirado de: http://www.fazfacil.com.br/jardim/images%20jardim/protalo.jpg (consultado em 03/05/10, às 08h30min).    

Atividade experimental: Cultivando Samambaias 

Professor, após a observação dos soros de samambaias e compreensão de que estas plantas se reproduzem através destas estruturas, proponha aos alunos um cultivo de samambaias, em que eles mesmos plantarão os vegetais a partir dos soros que observaram. Este processo poderá durar cerca de três meses, durante o qual os alunos deverão observar o desenvolvimento com frequência.

Num cultivo de samambaias a partir dos esporos, você pode distinguir claramente as duas fases que compõem o ciclo de vida da planta. A melhor época para realizar a experiência é entre o fim da primavera e fim do verão, quando o professor poderá recordar com a turma as características dessas duas estações que favorecem o desenvolvimento da futura planta.   

Material   

- Folhagem de samambaia com esporos maduros (pequenos grãos escuros que se desprendem quando a folha é sacudida);

- Vaso ou outro vasilhame;

- Terra vegetal   

Procedimentos   

Os esporos das espécies de clima tropical amadurecem no final do verão. Pegue a folha fértil e deixe-a em um lugar seco e quente por algumas horas, cerca de 24 horas, para que os esporos comecem a se desprender, assumindo uma coloração marrom quando maduros, de aparência veludosa.

Para conseguir fazer a propagação, coloque embaixo da folha um papel ou pedaço de tecido. Sacuda a folha e junto irão cair partes das estruturas secas que não deverão ser usadas.

Procure transferir para um papel limpo, não deixando cair os resíduos que poderão contaminar e propiciar o desenvolvimento de fungos, comprometendo o sucesso do trabalho.

Passe os esporos numa solução de hipoclorito de sódio (água sanitária), depois lave com água pura morna, quase quente. Coloque sobre papel filtro e semeie após secagem. Encha um pequeno vaso com a terra. Faça a desinfecção do composto com água fervendo, misturada com hipoclorito de sódio. Cubra com plástico para evitar a contaminação e deixe esfriar.  Sacuda o papel com os esporos sobre o vaso para que caiam na terra. Não cubra os esporos.

Deixe o vaso em lugar quente e úmido, à sombra (sem luz direta e sem escuridão total). O substrato deverá ser mantido levemente úmido, mas não encharcado.

Os esporos demoram de 9 a 20 dias, em média, para germinarem. Quando os esporos germinarem, haverá na superfície do substrato o aparecimento de uma camada verde aveludada que são os protalos jovens.

Para surgirem os gametas leva cerca de 40 a 70 dias, posteriormente a fecundação para o surgimento do esporófito leva cerca de mais 10 a 15 dias. Assim que a samambaia surgir mude o vaso para um local claro.   

Peça aos alunos, neste tempo de observação do experimento, que anotem:

- que o protalo é verde;

- a formação de rizóides no protalo;

- o crescimento do esporófito sobre o protalo;

- o tempo de duração de um ciclo de vida das samambaias;

- dentre outros aspectos relevantes.   

Adaptado de: http://www.fazfacil.com.br/jardim/planta_samambaia_reproducao.html (consultado em 03/05/10, às 08h35min).    

Após todo o processo terminado e observações dos alunos, faça uma discussão na turma sobre o ciclo de vida das pteridófitas. Explique que quando a samambaia está desenvolvida, ela é um esporófito (por que produz esporos). Em outro estágio, recebe o nome de protalo ou gametófito (por que produz gametas).

Então, o ciclo fica assim:   Esporófito – esporos – protalo – protalo com samambaia em formação – esporófito

 

Retirado de: http://cienciasemeioambiente7.zip.net/images/pteridofitas2.jpg (consultado em 03/05/10, às 08h40min).      

Vídeo: o desenvolvimento dos esporos de pteridófitas 

Professor, após as discussões sobre a reprodução das samambaias, relembre aos alunos que existe uma outra planta do mesmo grupo das pteridófitas, as avencas, que apresentam desenvolvimento semelhante. Nos vídeos abaixo, a reprodução das avencas é explicada de forma clara, e os alunos poderão fazer uma reflexão sobre os conhecimentos que construíram do assunto.   

http://www.youtube.com/watch?v=rva03D6dFsQ&feature=related (consultado em 03/05/10, às 08h42min).  

http://www.youtube.com/watch?v=S-rw2Nzsk9U&feature=related (consultado em 03/05/10, às 08h58min). 

Recursos Complementares

Professor, seguem alguns links de mais alguns vídeos que poderão ser apresentados aos alunos, para finalização do assunto trabalhado. Apesar de estarem em outra língua, é fácil o entendimento, e mostra muito claramente todo o processo de reprodução das pteridófitas.  

http://www.youtube.com/watch?v=GFsYessBD7A (consultado em 03/05/10, às 09h).    

http://www.youtube.com/watch?v=-xF83pHEx6Q&feature=related (consultado em 03/05/10, às 09h10min). 

Avaliação

Avaliar numa perspectiva formativa implica estar atento à construção de conhecimentos conceituais, comportamentais e atitudinais de nossos alunos. Por isso é importante estar atento a todo o percurso do aluno enquanto aprende: suas ideias iniciais, aquelas apresentadas durante a investigação, à maneira que relaciona com os colegas, sua atitude investigativa e crítica, no decorrer da aula. Feitas estas considerações, propomos mais um momento para que os alunos sejam avaliados.

Peça que os alunos façam uma representação do ciclo de vida das pteridófitas, através da confecção de cartazes, utilizando fotografias de samambaias ou desenhos. Peça que os alunos representem no cartaz uma tabela comparativa entre os ciclos reprodutivos das samambaias e de outros vegetais já estudados (como briófitas). Estes cartazes poderão ser expostos na escola ou em murais na sala de aula, fazendo assim com que haja divulgação dos conhecimentos dos alunos. Abaixo segue modelo de tabela para ser colocada no cartaz:

Nome do grupo vegetal 

Tamanho dos exemplares

Reprodução

Briófitas 

Pequenos

Gametas

Pteridófitas 

Médios a grandes

Esporos

Opinião de quem acessou

Quatro estrelas 5 classificações

  • Cinco estrelas 3/5 - 60%
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Opiniões

  • ana luiza , opinoa , Bahia - disse:
    luiza._.ana@hotmail.com

    20/08/2014

    Cinco estrelas

    foi muito bom gostei(y)


  • Angela , angelita , São Paulo - disse:
    biabibi1924@hotmail.com

    24/10/2012

    Cinco estrelas

    gostei bastante desse texto da prof Maria Antonoeta


  • brenda , centro educacional batista , Pará - disse:
    brendazevera@yahoo.com.br

    06/08/2012

    Três estrelas

    eu adoreiiiiiiiiiiiiiiiiii/////////////////


  • Paula, unesp , São Paulo - disse:
    sijdsi@hotmail.com

    21/02/2012

    Quatro estrelas

    Muito boa as explicaçoes de como reproduzir por esporos, mas faltou as quantidades dos protudos..


  • Cristine, Unisinos , Rio Grande do Sul - disse:
    cristrevisan@hotmail.com

    13/07/2010

    Cinco estrelas

    Olá parabéns pela completa aula de pteridófitas. Os vídeos estão maravilhosos também. Sou estudante de pós graduação e quero dizer que esta aula está muito instigante.


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