1. Compreender a importância de dizer “Sim” e “Não” para a convivência em grupo.
2. Identificar situações cotidianas em que não conseguimos dizer o “Não”.
3. Participar de uma “Oficina de Construção de Máscaras” que representem o “Sim” com cara de “Não” e o “Não” com cara de “Sim”.
4. Dramatizar algumas situações identificadas pelos alunos, lançando mão das máscaras como um dos recursos cênicos.

Professor, para o desenvolvimento desta aula, é importante que os alunos tenham os conhecimentos básicos de leitura, interpretação, escrita e que conheçam o gênero do discurso - texto Instrucional. Também consideramos importante que seja trabalhado o conceito de “limite” com os alunos. De acordo com o Dicionário Aurélio, Limite é “linha de demarcação, raia, divisa, fronteira, ponto que não se deve ou não se pode ultrapassar (...)”. Entendemos que limite significa aprender a dizer o “Sim” e o “Não”, aprender a respeitar a si mesmo e ao outro, aprender a conviver com as regras sociais, aprender a viver em grupo, aprender os valores morais e éticos de uma cultura, aprender a lidar com a frustração, aprender a exercitar a liberdade e a criatividade com responsabilidade, aprender as lições de cidadania! A aprendizagem do limite é um processo contínuo e necessário ao desenvolvimento psicossocial saudável de todas as pessoas.

Comentários para o professor: Caro professor! Várias possibilidades educacionais se abrem a partir das atividades sugeridas para o desenvolvimento desta aula possibilitando, assim, a construção de um Projeto de Trabalho Inderdisciplinar. Neste Projeto, poderão participar os professores das diversas áreas de conhecimento da escola: Educação Física, Matemática, Educação Artística, História e Língua Portuguesa (A forma de participação dos professores será descrita nos vários momentos da aula).

1ª ATIVIDADE: O professor deverá conduzir os alunos até o pátio ou a quadra da escola, para a realização de uma brincadeira. Nesta brincadeira, o professor pedirá aos alunos que façam um determinado percurso – delimitado por uma linha de saída e outra de chegada -, carregando uma barra de 3 kg. Aqueles que conseguirem, poderão fazer o mesmo percurso, agora carregando uma barra de 5 kg. Em seguida, a cada realização do percurso pelos alunos, o professor acrescentará uma barra de 1 kg ao peso anterior. A brincadeira termina quando aproximadamente metade dos alunos da sala tiver desistido de brincar, pelo limite pessoal, físico, relacionado ao “quanto” de peso eu posso suportar. (Professor, para a realização desta atividade, você poderá lançar mão de outros materiais disponíveis no espaço escolar, mas que possibilitem a aferição do peso pelos alunos. Os professores de Educação Física da escola poderão colaborar com sugestões de materiais diversos e apropriados para cada série; com desenhos de percursos adequados para cada faixa etária dos alunos, aumentando progressivamente as exigências e os desafios e outros. Os professores da área de Matemática poderão criar em seus espaços de aula, "Oficinas" de jogos matemáticos e brincadeiras, de construção e resolução de situações-problema envolvendo cálculos e também desenvolver um trabalho com a unidade de medida de massa - Kg -, a partir de situações concretas, vivenciadas pelos alunos).

Em seguida, professor e alunos farão uma roda para conversar sobre como foi o brincar, o que puderam perceber em relação ao próprio limite físico e corporal, quem acha que “passou” dos limites e por que se comportou dessa forma, quem acha que respeitou o próprio limite e outras questões trazidas pelos alunos. Ao final da conversa, professor e alunos deverão fazer uma síntese acerca da atividade vivida, destacando a importância do respeito aos limites físicos, orgânicos, pessoais, como forma de cuidado e de proteção para as nossas vidas.

2ª ATIVIDADE: De volta para a sala de aula, o professor deverá propor aos alunos uma atividade relacionada aos limites sociais, tão necessários a uma boa convivência entre as pessoas. Inicialmente, o professor solicitará aos alunos que tentem identificar e relatar as várias situações cotidianas em que não conseguiram dizer o “Não” às pessoas de seus grupos de convivência - pais, irmãos, amigos, colegas de sala, professores e outros -, e o porquê de não terem conseguido. O professor poderá tecer breves comentários para que os alunos se sintam acolhidos por ele nesse momento.

Após o relato das situações, o professor distribuirá uma folha de papel sulfite para cada aluno que deverá dobrá-la ao meio. Em um dos lados, a pedido do professor, os alunos deverão registrar uma situação em que disseram “Sim” contrariados,aborrecidos, infelizes, querendo naquele momento dizer o “Não, mas não conseguiram. Dito desta forma, o “Sim” tem cara de “Não”. No outro lado da folha, que escrevam uma  experiência vivida por eles em que disseram o “Não” querendo dizer “Sim”. É quando o “Não” tem cara de “Sim” (Professor, você poderá trazer alguns exemplos pessoais para possibilitar uma maior compreensão dos alunos acerca da atividade proposta. Exemplo do “Sim” com cara de “Não”: É quando digo “Sim” a um colega professor que me pede carona ao final da aula, num dia em que tinha programado jogar futebol após o trabalho. O meu “Sim” tem cara de “Não”. Fico aborrecido e triste comigo mesmo por não ter conseguido dizer o “Não”. Exemplo do “Não” com cara de “Sim”: É quando me oferecem um pedaço de um delicioso bolo de chocolate e eu agradeço, digo “Não”, mas fico com muita vontade de comê-lo. É quando o “Não” tem cara de “Sim”).

3ª ATIVIDADE: Neste momento, o professor convidará os alunos para participar de uma “Oficina de Construção de Máscaras”. Os alunos deverão confeccionar máscaras que representem o “Sim” com cara de “Não” e o “Não” com cara de “Sim” (Professor, em muitas situações do cotidiano usamos “máscaras” para esconder nosso verdadeiro “EU”, nossos sentimentos mais genuínos, nossos desejos, nossas vontades, nossas verdades... elas nos protegem da “dureza” da realidade, de nossas dificuldades pela vida afora e da grande dificuldade de lidar com os limites e a aprendizagem do “Sim” e do “Não”. Seria muito interessante que os professores da área de História propusessem aos alunos um trabalho de pesquisa na Internet sobre a origem das máscaras, os sentidos e significados atribuídos às máscaras nas diversas culturas, o uso de máscaras em manifestações culturais de diversos povos ao longo do tempo, as máscaras e o carnaval e outros).

Como inspiração para o momento de confeccionar as máscaras, os alunos poderão assistir a um vídeo que traz imagens de máscaras variadas feitas com papel machê e materiais reutilizados, acessando o sítio http://www.youtube.com/watch?v=ubHdvlbsSL4&feature=related   

Dando continuidade à atividade, os alunos deverão assistir ao vídeo http://www.youtube.com/watch?v=n6_zzJ6uK5c que traz um texto instrucional de como fazer papel machê para a produção das máscaras.  

(Professor, o texto instrucional poderá ser trabalhado pelos professores da área de Língua Portuguesa da escola, como parte de um Projeto de Trabalho sobre os "Gêneros Discursivos da Linguagem". Posteriormente, o texto construído deverá ser escrito em um cartaz de sala pelos alunos, para possibilitar a consulta durante a realização da Oficina. Para favorecer o trabalho de expressão artística dos alunos, sugerimos a participação e envolvimento dos professores de Artes nos vários momentos da "Oficina de Construção de Máscaras" - produção do papel machê e das próprias máscaras -, uma vez que o processo sugerido faz parte do repertório de conhecimentos dos professores desta área).

4ª ATIVIDADE: Após a confecção das máscaras, os alunos deverão se organizar em pequenos grupos para uma atividade de dramatização. Deverão escolher algumas situações dentre aquelas do “Sim” com cara de “Não” e do “Não” com cara de “Sim” identificadas e registradas por eles anteriormente. Durante a dramatização, deverão lançar mão das máscaras como um recurso cênico precioso para representar a dificuldade inerente à aprendizagem do “Sim” e do “Não”. Poderão convidar os pais e toda a comunidade escolar para participar deste momento, já que o tema é bastante desafiador, instigante e do interesse de muitos pais e educadores.     

Professor, como recurso complementar para esta aula e procurando subsidiar os momentos de reflexão sobre o tema Limite e a aprendizagem do “Sim” e do “Não” com os alunos, sugerimos o vídeo “Dizer NÃO também é um ato de amor” disponível no sítio http://www.youtube.com/watch?v=i0gAsGHDilI&feature=related    

Ao acessar o sítio http://www.cepagia.com.br/textos/texto_limites.doc você encontrará o texto “  Limites: A importância do ‘não’ e do estabelecimento das regras nas crianças pequenas”, de Marília Macedo Klotz.    

A avaliação deverá ser contínua, processual, diagnóstica.   

Auto-avaliação dos alunos (oral ou por escrito): Participação individual e grupal nos momentos da aula propostos pelo professor.   

Avaliação dos alunos pelo professor: Respeito aos momentos de fala e de escuta e às opiniões dos colegas. Envolvimento e participação dos alunos nas atividades propostas. O professor deverá verificar se os alunos conseguiram: compreender a importância do “Sim” e do “Não” como forma de respeito aos limites pessoais, físicos e sociais; identificar situações cotidianas em que é difícil dizer o “Não” e aquelas que representam o “Sim” com cara de “Não” e o “Não” com cara de “Sim”; participar ativamente da “Oficina de Construção de Máscaras” e também de forma criativa do momento da dramatização.