19/05/2010
Eliana Dias
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Médio | Literatura | Estudos literários: análise e reflexão |
O aluno terá que ter conhecimento:
Aula 1
Atividade 1
Para iniciar o estudo do tema, o professor levará os alunos à sala de informática para acessarem o site:
http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/604119
Deverá pedir aos alunos que se alternem na leitura oral do texto e, enquanto isso, irá interrompendo a leitura e explicando o texto. Deverá dar oportunidade a todos de comentarem o texto.
Atividade 2
O professor pedirá que os alunos copiem do site ou entregará xerocado o texto "Amor é fogo que arde sem se ver". Pedirá que os alunos façam junto com ele, professor, a escansão dos versos e marquem a sílaba final para classificação das rimas. Fará com eles a escansão no primeiro verso e pedirá que continuem. Deverá lembrá-los de que o soneto tem forma fixa, portanto, portanto, 14 versos, dois quartetos e dois tercetos e que todos os versos serão decassilábicos (dez sílabas poéticas, às vezes, no passado, intercalados com seis sílabas).
Se o professor optar por desenvolver todo o trabalho em grupo, pode ser uma opção mais produtiva.
Em seguida, o professor apresentará dois poemas de Camões para serem analisados.
TEXTO 1
A/mor/ é um/ fo/go/ que ar/de/ sem/ se/ ver, 10 sílabas
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Fonte: CAMÕES, Luís Vaz. Lírica, redondilhas e sonetos. Sel. Massaud Moisés. Rio de Janeiro: Ediouro, s.d.
Aula 2
Atividade
Nesta aula, os alunos farão a atividade de análise do texto. O professor pode recolher as respostas para correção ou somente fazer a correção oral.
1- Como já vimos no site, neste poema, Camões procurou conceituar a natureza contraditória do amor. Destaque dois exemplos.
2- Para concretizar seu processo de criação, o poeta usou principalmente de quatro figuras de linguagem: anáfora, metáfora, paradoxo.
3- Ainda com referência ao uso do paradoxo, é possível dizer que existe dificuldade em definir o amor? Você é capaz?
4- O professor lembrará aos alunos o esquema das rimas. Como o 1º verso e o 4º terminam em ver, receberão a letra A. Como o 2º e o 3º terminam em nte
receberão a letra B. O professor estimulará os alunos a continuarem. Ao final, encontrarão ABBA ABBA recebem o nome de opostas; CDC DCD recebem o nome de cruzadas.
5- O professor pedirá que se preparem para uma leitura em voz alta com ênfase. Após a escolha de dois alunos para fazerem a leitura, fará a correção.
http://www.brazilianportugues.com/index.php?idcanal=304 (Neste site, o aluno clica no nome figura de linguagem que quer e aparece a explicação).
TEXTO 2
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta sida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cd me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou
Fonte: CAMÕES, Luís Vaz. Poesia Completa. Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1988
Professor, uma sugestão para pensar o texto com os alunos:
Os biógrafos de Camões associam esse soneto à morte de Dinamene, chinesa com quem Camões teria vivido em Macau. Em um naufrágio, Camões teria conseguido salvar-se e salvar Os Lusíadas, que trazia quase concluído, porém não a amada.
1- O amor que Camões sentia pela mulher tornou-se agora platônico. Indique os versos que evidenciam a afirmação.
2- Camões foi indiferente a uma cacofonia ("maminha"). Como ela poderia ser evitada?
3- O dualismo que opõe vida e morte, passado e presente, serenidade e sofrimento, o real e o ideal, o eterno e o transitório, a morte e a vida, o pessoal e o universal, evidenciam as mais profundas tensões que a lírica já deixou transparecer. Que figura de linguagem nomeia esse dualismo?
4- Façam a escansão dos versos e determinem o esquema de rimas.
O professor pedirá que se preparem para uma leitura em voz alta com ênfase. Após a escolha de dois alunos para fazerem a leitura, fará a correção em voz alta.
Aulas 3 e 4
Atividade 1
O professor levará os alunos à sala de informática para acessarem os sites abaixo. Pedirá que leiam os textos e dirá que ambos os textos têm características do modernismo.
http://www.youtube.com/watch?v=VPXwVPvWVo4&feature=related Um Dia Descobrimos - Mário Quintana
http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/353799/ José
Terminada a leitura, o professor perguntará: Qual é o esquema de rima? Como não há, dirá: quando os versos não rimam recebem o nome de versos brancos e soltos.
Pensando o texto "José"
E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, Você?
Você que é sem nome,
que zomba dos outros,
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?
Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?
E agora, José?
sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio,
- e agora?
Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse,
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse....
Mas você não morre,
você é duro, José!
Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja do galope,
você marcha, José!
José, para onde?
Fonte: Carlos Drummond de Andrade. José, São Paulo: Editora Record
Professor, veja sugestões para pensar o texto em voz alta com os alunos:
1- Há muitas situações em nossas vidas que nos perguntamos: e agora?
Relate uma situação como essa que você já viveu.
2- Essas indecisões são comuns aos seres humanos. Sim- Não. Justifique.
4- E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?
Solidão após uma festa? É possível?
5- E agora, Você? Você que é sem nome
Quem é esse você?
6- Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho, já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode.
O que se pode entender por isso? Como não poder cuspir?
7-O tempo é um dos aspectos que concede unidade à poesia de Drummond: o tempo passado, o presente e o futuro como tema. Retire do texto fragmentos que exemplifiquem:
Lembrando-se do passado:
A adesão ao presente:
Professor, estas são sugestões para a análise do poema. Você poderá ir questionando até o final do texto, ou não.
O tempo futuro:
Atividade 2
O professor deverá solicitar aos alunos que releiam o texto de Mário Quintana: Um dia descobrimos
...Um dia descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra, é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa como pensa muito mais nela...
Um dia nós percebemos que as mulheres têm instinto "caçador"
e fazem qualquer homem sofrer ...
Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...
Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...
Um dia percebemos que o comum não nos atrai...
Um dia saberemos que ser classificado como "bonzinho" não é bom...
Um dia perceberemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em você...
Um dia saberemos a importância da frase:
"Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...
" Um dia percebemos que somos muito importante para alguém,
mas não damos valor a isso...
Um dia percebemos como aquele amigo faz falta,
mas ai já é tarde demais...
Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase um século
esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos,
para beijarmos todas as bocas que nos atraem,
para dizer o que tem de ser dito...
O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida
ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras...
Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.
Fonte: QUINTANA, Mário. Poesia Completa Caderno H, Rio de Janeiro: Editora Nova Aguilar, 1980.
Agora é sua vez:
Professor, recorde com os alunos o que é paráfrase e solicite a eles que façam uma paráfrase - "escrever com suas palavras o que o outro disse ou escreveu".
Faça uma paráfrase do texto acima. Você pode continuar o que está começado ou fazer diferente.
Um dia descobrimos que sofrer por um amor é bobagem,
Um novo amor cura outro..
Professor, a avaliação será processual, todos os momentos da aula devem ser objeto de sua atenção. O professor deverá retomar os obejtivos das aulas para observar se os estudantes o alcançaram. São eles: conhecer Camões e sonetos escritos por Camões; reconhecer no gênero lírico, o soneto - composição de forma estrutural fixa; localizar e classificar a rima no texto poético; conhecer poemas de formas livres.
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