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CONTOS INDÍGENAS

 

13/08/2010

Autor y Coautor(es)
Daniela Amaral Silva Freitas
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Luiz Prazeres

Estructura Curricular
Modalidad / Nivel de Enseñanza Disciplina Tema
Educação Infantil Linguagem oral e escrita Práticas de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua oral: gêneros discursivos
Educação Infantil Linguagem oral e escrita Práticas de escrita
Educação Infantil Linguagem oral e escrita Falar e escutar
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: gêneros discursivos
Datos de la Clase
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Relacionar textos a um dado contexto (histórico, social, político, cultural etc.).

- Identificar os elementos organizacionais e estruturais dos contos indígenas e suas especificidades.

Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Alguns conhecimentos prévios podem auxiliar no trabalho com os contos indígenas, como: elementos da narrativa, contos, história e cultura dos índios brasileiros, entre outros.

Estratégias e recursos da aula

ATIVIDADE 1:

Propor aos alunos a leitura do seguinte texto:   

Histórias dos índios lá em casa 

Wilmar d'Angelis   

Quem já não ouviu, em casa, alguém contar uma história em que a onça tenta comer o macaco (ou mico) e é enganada por ele? Ou uma história em que a onça faz uma aposta com outro animal, confiada em sua força, e acaba perdendo, porque o outro animal se mostra mais esperto ou inteligente?

Todas essas histórias, ou quase todas, são uma parte do riquíssimo patrimônio que recebemos de povos indígenas que habitaram e dos que ainda habitam o Brasil.

Onde, exatamente, essas histórias tiveram início? E quando?

Não é possível saber. Sabemos que elas integravam a riqueza da tradição oral de vários povos indígenas (e elas passavam, também, de um povo ao outro), mas não sabemos quando e onde elas começaram. Em todo caso, quando um avô (brasileiro) conta para os netos uma daquelas histórias (como a do mico que montou a cavalo na onça), ele está transmitindo uma narrativa que é contada há centenas de anos, que foi criada em uma aldeia indígena, e se conservou nas aldeias indígenas exatamente pelo trabalho dos contadores.

A outra coisa interessante a perceber é que qualquer uma dessas histórias, por mais ingênua que pareça, por mais que pareça uma narrativa sem consequências, que teria sido feita e é contada só para diversão, mesmo essas narrativas possuíam importância e significação cultural na sociedade que as criou.

Na verdade, há pelo menos dois tipos de narrativas de origem indígena que estão presentes na cultura brasileira:

- as historietas de bichos, que costumam ser engraçadas;

- as narrativas sobre seres “da floresta”: o saci, o caapora, o curupira e outros.   

Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2006/cr/index.htm>. Acesso em 10 de maio de 2010. [Fragmento]    

Após a leitura, o professor pode pedir que os alunos respondam as perguntas feitas pelo autor do texto:

Quem já não ouviu, em casa, alguém contar uma história em que a onça tenta comer o macaco (ou mico) e é enganada por ele? Ou uma história em que a onça faz uma aposta com outro animal, confiada em sua força, e acaba perdendo, porque o outro animal se mostra mais esperto ou inteligente? Onde, exatamente, essas histórias tiveram início? E quando?   

Após as respostas dos alunos, solicitar que dois ou três alunos, que conheçam histórias indígenas, contem-nas para a turma.   

ATIVIDADE 2:

Apresentar para a turma um exemplo de cada tipo de narrativas que caracteriza a cultura indígena. Primeiramente apresente à turma conto: “A onça, o veado e o macaco”.     

Disponível em: < http://www.jangadabrasil.com.br/abril/im80400c.htm>. Acesso em 10 de maio de 2010.  

  

Após a leitura da história, verificar se os alunos compreenderam os principais acontecimentos da história. Levá-los a perceber que a onça segue um mesmo ritual de ações, tanto com o veado, quanto com o macaco. Entretanto, o veado e o macaco  comportam-se de maneira diversa.   

Retomar cada ação da onça e perguntar aos alunos como o veado e o macaco reagiram. Em seguida, conversar sobre as características de cada animal. Para nortear a discussão, ler a nota de Luís Câmara Cascudo acerca dessa história:

Parece-me ser um dos contos legitimamente brasileiros, de origem indígena, modificados pela fabulação mestiça. É a vitória do macaco que sempre representa o elemento astucioso, hábil e finório, talqualmente ocorre na literatura oral da Europa, África e Ásia. Raramente o macaco perde a melhor parte, defendida com desenvoltura cínica e despudor simpático pela naturalidade. Nesta estória vinga ele a credulidade do veado e castiga a voracidade e falsidade da onça, eterno vilão no encontro folclórico. Silva Campos recolheu uma variante no recôncavo da Bahia, 'A onça, o macaco e os carapinas'. Contos e fábulas populares da Bahia, VII, onde o macaco ludibria a onça desde o início sem a missão de vingar ninguém.   

Disponível em: < http://www.jangadabrasil.com.br/abril/im80400c.htm>. Acesso em 10 de maio de 2010.    

ATIVIDADE 3:

Em um segundo momento, apresentar para os alunos a história do curupira. Antes disso, perguntar a eles se conhecem a história, se sabem quem era o curupira. Após esse primeiro diálogo, passar o vídeo “O curupira” para eles assistirem:   

http://www.youtube.com/watch?v=r2uvjgbcMtY    

Em seguida, conversar com eles sobre o vídeo que assistiram, por meio de perguntas como: Quem é o curupira? Qual sua principal tarefa? Quem ele combate? Quem ele protege? Quais sua características? Como engana os caçadores? Etc.

Pedir que os alunos registrem no caderno as principais características dessa personagem do folclore brasileiro.   

ATIVIDADE 4:

Conversar com os alunos sobre a memória e a tradição oral na cultura indígena e sobre como as aldeias indígenas lidam com contos indígenas. Explicar para os alunos, por exemplo: que os povos indígenas no Brasil não empregavam um sistema de escrita, mas garantiram a conservação e continuidade dos conhecimentos acumulados, das histórias passadas e, também, das narrativas que sua tradição criou, através da transmissão oral. Todas as tecnologias indígenas se transmitiram e se desenvolveram assim. Discutir com os alunos a postura que costumamos ter ao conhecer outras culturas que não as nossas: costumamos ter alguma dificuldade para entender suas maneiras próprias de pensar e, muitas vezes, também para entender determinadas atitudes diante dos fatos. Conversar com eles que, em nossa sociedade, valoriza-se muito o chamado “conhecimento científico”. E nossas escolas são um espaço de aprendizagem em que isso também se coloca em primeiro lugar. Mas quando olhamos para tantos conhecimentos e tanta riqueza cultural de sociedades tão diferentes, como são os povos indígenas, somos obrigados a nos perguntar: será que só o que nós descobrimos com nossos métodos de pesquisa pode ser chamado de conhecimento científico? Não há conhecimento científico entre os índios? Ou, ainda: será que o único tipo de conhecimento que existe é o chamado conhecimento científico? Não existem outras formas de produzir conhecimentos igualmente válidas?

Para isso, o professor pode se basear no texto de Wilmar Angelis, como feito em:   

http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2006/cr/index.htm   

Em um primeiro momento o professor pode anotar na lousa os comentários dos alunos. Em seguida, pode problematizar esses comentários, confrontá-los com formas de ver o mundo de outras culturas, como a indígena, fazendo os alunos refletir sobre seus posicionamentos.

Recursos Complementares
Avaliação

O professor deve avaliar, durante o processo, se os alunos conseguiram compreender os contos indígenas e sua importância para a cultura brasileira. Entretanto, para uma avaliação mais efetiva o professor pode propor, após o desenvolvimento das quatro primeiras atividades, fazer uma roda com os alunos e, baseando-se na leitura do texto adiante, avaliar se os alunos compreenderam as principais características de cada um dos tipos de narrativas indígenas. À medida que o professor for lendo o texto, pode conversar, informalmente com a turma, atendendo a dúvidas e ouvindo comentários que surgirem.

As histórias de bichos costumam envolver pares que se opõem: o jabuti e a onça, o tamanduá e a onça, o sapo e a onça, o macaco e a onça, o macaco e o veado, etc. O fio condutor da narrativa, quase sempre, é uma disputa entre os dois animais, às vezes gerada pela prepotência do mais forte e poderoso, às vezes por uma iniciativa (sempre vista como legítima) da parte mais fraca. E a narrativa é sempre conduzida a uma solução inteligente e engenhosa (a favor) do mais frágil, como uma forma de enaltecer o valor da inteligência e da reflexão, contra a força bruta e as ações impulsivas. Já as narrativas sobre seres com poderes excepcionais envolvem muitos moradores da floresta, mas não apenas dela. Os mais conhecidos são: o saci, o caapora, o curupira, a boitatá, a boiúna e o boto.

A diferença entre as histórias de bichos e os relatos sobre os seres mencionados está em que as primeiras são vistas e entendidas, também pelos índios que as conhecem e os povos que as criaram, como narrativas de ficção, histórias não-verdadeiras. São histórias para divertir (mas, também, para ensinar). Já os relatos sobre o saci, o caapora, o boto e todos os outros desse tipo são relacionados como verdadeiros, e para eles as comunidades sempre registram muitos casos com testemunhas. Quando esses relatos saem das aldeias e alcançam a população brasileira não-indígena, em muitos lugares também são vistos como verdadeiros. Mas nos centros urbanos maiores, sobretudo mais longe da origem indígena, esses relatos são tratados como “lendas”.

Disponível em: <http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2006/cr/index.htm>. Acesso em 10 de maio de 2010. [Fragmento]    

Após a conversa informal, o professor pode propor que os alunos digam o que aprenderam com as atividades sobre os contos indígenas, o que mais gostaram, o que pareceu difícil etc. Tal procedimento permite que os alunos se autoavaliem, refletindo sobre o próprio desempenho e aprendam a identificar o que aprenderam e a corrigir erros e equívocos. É interessante que essa atividade avaliativa seja realizada após o cumprimento das demais etapas.

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