Com essa aula, o aluno poderá aprender a:

• reconhecer e diferenciar figuras de linguagem de cunho semântico, que são fundamentais na construção do sentido textual;
• inferir relações entre as palavras do texto;
• lidar com mais segurança com as possibilidades de produção escrita que o conhecimento das figuras de linguagem proporciona;
• interessar-se pela leitura a partir da curiosidade de desvendar os jogos e redes de palavras;

Professor, é importante que os alunos tenham conhecimentos em informática, para que possam construir, ao fim dessa proposta de aula, um vídeo.

Também é importante que, para que os alunos compreendam bem as figuras de linguagem, saibam interpretá-las a partir de redes semânticas e lexicais que elas constituem.

1ª AULA

Professor, o objetivo dessa aula é levar os alunos a compreenderem a importância das figuras de linguagem semânticas, de uma forma mais ampla, relacionando ao cotidiano dos alunos para que fique mais clara a sua funcionalidade na construção do sentido textual. Então, essa proposta não se restringirá a fornecer definições e exemplos literários do uso das figuras, mas também trazer exemplos mais práticos e acessíveis aos alunos.

Comece a aula explicando que figuras de linguagem são construções que transformam o significado da palavra para tirar delas maior efeito ou para construir uma nova mensagem. Essas figuras fazem com que os significados que geralmente encontramos no dicionário para as palavras não seja tão restrito, de forma que cada palavra possua um sentido novo em potencial, que pode e deve ser compreendido e explorado.

Algo que está bem próximo do cotidiano dos alunos são as músicas. Portanto, professor, você pode procurar saber se algum de seus alunos sabe cantar ou tocar instrumentos. Caso alguém saiba, peça que eles apresentem as três canções que aparecem abaixo, cantando-as e tocando-as. Isso tornará a aula mais dinâmica e atrativa.

Cada uma das músicas traz um exemplo de figura de linguagem. O grupo que estiver cantando a canção pode enfatizar a frase em que está a figura, cantando-a coletivamente ou  deixando que os colegas tentem continuar sozinhos a música. Eis as músicas:

Na canção de Djavan, Oceano, por exemplo, temos um exemplo de Metáfora:

http://letras.terra.com.br/djavan/11337/   - Oceano - acesso em 15/03/2010.

Já na música de Chico Buarque, As vitrines, temos uma amostra de Comparação:

http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45109/ - As vitrines - acesso em 15/03/2010.

Em Exagerado, de Cazuza, temos uma Hipérbole:

http://letras.terra.com.br/cazuza/43861/   - Exagerado - acesso em 15/03/2010.

Explore bastante com os alunos essas três frases extraídas das músicas. Questione: amar é mesmo um deserto? Ao buscar a definição de amor no dicionário estará presente a explicação “amar é um deserto e seus temores”? E será mesmo que o eu-lírico da canção de Cazuza deu-se ao trabalho de roubar e carregar mil rosas para alguém? É preciso que os alunos compreendam que essas expressões são construídas para atribuir um significado inusitado, que cause espanto e ao mesmo tempo aceitação. Esses jogos de palavras demonstram maturidade criativa e perícia de quem as constrói, e compreendê-los também é sinal de que o leitor conhece determinados signos que a linguagem figurada oculta.

Aproveite a deixa dessas três músicas, portanto, três figuras, e conceitue a partir dos exemplos o que é Comparação, Metáfora e Hipérbole.

Em seguida, professor, apresente as figuras de pensamento que ainda não foram mencionadas, seguidas de suas definições e exemplos. Fale da Catacrese, Antítese, Paradoxo, Eufemismo, Perífrase, Ironia, Prosopopeia e Sinestesia. Não se esqueça, nada de ficar passando definições quilométricas para que os alunos copiem. Certamente eles terão as definições de cada figura em seu livro didático. Caso contrário, passe noções resumidas para que a aprendizagem do uso das figuras não se torne uma prática de decoreba. Invista na prática, na apresentação de bons exemplos, que se tornem marcantes para os alunos. No site http://pt.wikipedia.org/wiki/Figura_de_linguagem - acesso em 15/03/2010 - e em alguns outros disponibilizados em   Recursos Complementares, há algumas definições e exemplos de figuras, apenas para nortear a prática e servirem de suporte.

Então, estabeleça que, em casa, os alunos deverão pesquisar outras músicas que sirvam para exemplificar essas novas figuras, para trazerem na aula seguinte. Eles podem também levar outros exemplos de Metáfora, Metonímia e Hipérbole.   

2ª AULA

Nessa aula, os alunos devem apresentar as músicas que encontraram com as respectivas figuras de pensamento, além de justificarem as suas escolhas. Para essa exposição de resultados, faça um círculo na sala. Ao fim das apresentações, eles deverão montar um mural com os dados que colheram, demonstrando as músicas, as figuras e suas respectivas funções.

Você, professor, coordenará as ações dos alunos, dará sugestões ou fará correções em suas produções escritas.   

3ª AULA

Para complementar o estudo sobre as figuras de linguagem de pensamento, os alunos deverão praticar a capacidade de identificá-las e interpretá-las nos mais variados contextos. Eles deverão, em equipes, pensar o ambiente que os rodeia e buscar em imagens da cidade, como letreiros, placas, outdoors, slogans ou qualquer outro suporte escrito que contenha figuras de linguagem. Podem, também, pesquisar em jornais e revistas ou pensar em situações de seu cotidiano que envolvam tais figuras. A pesquisa em jornais e revistas pode ser iniciada em sala de aula, e para a observação externa, dê a eles tempo para que colham os dados necessários. Eles poderão filmar, fotografar, recortar, entre outros. Deixe claro que só não será permitida pesquisa na internet, já que lá as respostas, certamente, serão encontradas prontas. Todo o material coletado, inclusive os fragmentos das músicas que foram selecionadas, deverá ser apresentado na quarta aula.

4ª AULA

Agora, professor, as equipes, munidas de todo o material produzido nas aulas anteriores e do que foi pesquisado, vão produzir um vídeo explicativo sobre as figuras de pensamento. No vídeo eles poderão mesclar fotos, filmagens do material exposto no mural, imagens da cidade, da escola e dos outros suportes que utilizaram, inclusive usando como fundo musical as músicas da aula 2. Portanto, o objetivo é que cada grupo produza um vídeo com cerca de quinze minutos com as definições e os exemplos colhidos por eles mesmos durante essa proposta de aula. E o mais interessante é que eles terão que cuidar para atribuir sentido a esses fragmentos de pesquisa e prática, aliando tudo isso à criatividade.

Nesse momento, professor, é indispensável, embora os alunos atualmente tenham bons conhecimentos em informática, que haja uma parceria com o professor de informática da escola, se houver, além de ser interessante o acesso ao laboratório de informática da escola, se ele existir também. Caso contrário, os alunos podem construir o vídeo em casa, no computador pessoal, de um amigo ou vizinho, ou no celular, ou ainda podem pensar na produção ao estilo de desenhos animados. O importante é que seja produzido um vídeo por equipe.

A animação pode ser construída com ajuda de uma máquina fotográfica com recurso de filmagem e aconselha-se o uso de um programa do Windwos, o Movie Maker. Mas essa é apenas uma sugestão.

5ª AULA

Nessa última aula, professor, será organizada a exibição dos vídeos dos alunos. Que tal convidar outros anos escolares para assistirem o que foi produzido? Assim eles se sentirão valorizados e haverá aprendizagem do conhecimento adquirido.

Organize em uma sala algo similar a um cinema. Projete os vídeos em data-show e a cada apresentação, os alunos responsáveis poderão falar sobre o processo de produção do vídeo e responder às perguntas dos espectadores.

Registre a atividade e poste as fotos no blog da escola ou publique-as no jornal da escola.

http://www.graudez.com.br/literatura/figling.htm - Figuras de linguagem - acesso em 15/03/2010. 

http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/josebferraz/figuraslinguagem001.asp  - Figuras de linguagem - acesso em 15/03/2010. 

Professor, avalie a capacidade de produção escrita dos alunos, no decorrer do desenvolvimento dessa proposta. Veja se fazem inferências pertinentes ao contexto e ainda que extrapolações  conseguem fazer em relação ao tema e a sua realidade imediata. Analise todo o material de pesquisa coletado, se foram criativos e coerentes na produção do vídeo final.

Em termos atitudinais, analise a qualidade de planejamento de ações durante as aulas; avalie a autonomia de cada aluno em relação às propostas que lhe são apresentadas, observando se o aluno participou das discussões e tarefas.

Não se esqueça, professor, de dar voz aos alunos para avaliar e apontar os aprendizados efetivos que tiveram. Uma compreensão parcial disso pode ser obtida a partir da observação do que produziram, mas é também importante que eles se manifestem oralmente, falando dos conhecimentos que adquiriram.