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O que há por trás do internetês: analisando o sentido das palavras

 

16/06/2010

Autor e Coautor(es)
ANA GRAZIELA CABRAL
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BELO HORIZONTE - MG ESCOLA DE EDUCACAO BASICA E PROFISSIONAL DA UFMG - CENTRO PEDAGOGICO

Edna Maria Santana Magalhães

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Análise linguística
Ensino Médio Língua Portuguesa Produção, leitura, análise e reflexão sobre linguagens
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Análise e reflexão sobre a língua
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Língua Portuguesa Análise linguística
Ensino Fundamental Final Língua Portuguesa Análise linguística: léxico e redes semânticas
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

Professor, a partir dessa aula, os alunos poderão aprender a:

  • desenvolver o gosto pela leitura a partir de temáticas que despertam o seu interesse, no caso, a internet.
  • analisar os níveis de formalidade e de informalidade da língua no meio digital.
  • Desenvolver a capacidade escrita, a partir da criação de uma notícia de jornal.
Duração das atividades
5 aulas de 50 minutos cada (250 minutos)
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Professor, é importante que antes de iniciar essa conversa os alunos saibam que a língua Portuguesa possui uma modalidade culta ou padrão, e que determinadas formas de escrita fogem a esse padrão, como é o caso da linguagem de internet, que será alvo dessa aula. São essas formas diferenciadas da Língua padrão que constituem os diferentes níveis de formalidade linguística. Encontre mais informações sobre língua padrão para instruir seus alunos no site: http://www.filologia.org.br/viicnlf/anais/caderno10-09.html - acesso em 15/05/2010. 

Também é preciso que os alunos tenham facilidade com a leitura e utilização de gráficos e tabelas para que possam desenvolver satisfatoriamente as aulas.

Estratégias e recursos da aula

1ª AULA

Professor, diga aos alunos que o tema dessa aula será o uso de uma linguagem típica de internet, o conhecido Internetês. Explique, como eles provavelmente já sabem muito bem, que essa linguagem prevê a abreviação das palavras com o objetivo de simplificar a escrita, mas que em muitos casos essa abreviação é tão drástica, que a língua se torna um novo código, apenas compreendido por seus usuários fiéis. Encontre mais informações para repassar aos alunos no http://pt.wikipedia.org/wiki/Internet%C3%AAsAAs – acesso em 15/05/2010. Vocês podem discutir rapidamente as origens do Internetês, suas principais características e usos. 

O objetivo dessa aula não é analisar as palavras criadas, mas sim o seu respaldo nas criações dos alunos e a interferência que essas palavras fazem no campo vocabular e semântico de suas criações. Até que ponto os seus alunos são atingidos pelo uso dessa linguagem?

A aula deverá ser iniciada com uma prática. Que tal fazer um teste surpresa de digitação com seus alunos? Você pode levá-los ao laboratório de informática e pedir que postem um recado em algum site de relacionamento ou até no blog da escola – caso haja –, para outro colega de sala. Para que o conteúdo escrito não varie muito, determine um tema a ser escrito, e deixe claro que os alunos não precisam usar o português padrão, podendo fazer uso da modalidade de internetês que dominam. Eles podem escrever, por exemplo, convidando o colega a passar o fim de semana em sua casa.

Essa proposta deverá se desenvolver no laboratório de informática, professor.

Após salvar uma amostra de texto de cada aluno, proponha uma parceria ao professor de Matemática. Ele poderá construir com eles, uma média do uso dessa linguagem na turma. Podem ainda construir tabelas em que seja registrada a variação de palavras encontradas nos textos dos alunos.

    

2ª AULA

Agora os alunos irão fazer uma entrevista na escola. A entrevista será feita tanto com os demais alunos da escola, quanto com os funcionários. Eis o questionário sugerido:

1-      Quanto tempo, em média, você costuma ficar em frente ao computador?

2-      Qual o site de relacionamento mais acessado por você?

3-      Você tem o costume de escrever com a linguagem típica de internet, conhecida como internetês?

4-      Você consegue decifrar e compreender tudo o que recebe escrito com a linguagem de internet?

5-      Você acha que o internetês é um modismo, uma fase, ou que veio para ficar?

6-      Você o considera negativo ou positivo?   

Para tabular os resultados dessa pesquisa, professor, a sugestão é que seja feita também uma parceria com o professor de Matemática. Então, os dados colhidos serão contabilizados e podem-se construir gráficos e tabelas com o resultado da pesquisa, fazendo inclusive, uma diferenciação das respostas por faixa etária.   

Essa é, ainda, uma boa oportunidade para falar aos alunos sobre a importância da leitura de gráficos, tabelas, mapas, entre outros. Veja algumas dicas sobre o assunto no link: http://www.sje.pe.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2775:enem-voce-sabe-qlerq-os-graficos-&catid=1:latest-news&Itemid=50 – acesso em 15/05/2010.

3ª AULA

Assim que a tabulação dos dados, tanto da aula 1 quanto da aula 2, estiver pronta, é momento de pensar sobre eles. Promova inicialmente uma apresentação, professor, de forma que os dados coletados e transformados em gráficos sejam projetados por data-show. Então, proponha uma discussão: pergunte o que os alunos acharam interessante nos resultados que obtiveram. Veja se eles tiveram alguma surpresa em relação à influência do internetês em sua comunidade escolar, ou se os dados obtidos já eram esperados. Questione se eles consideram as informações dos gráficos positivas ou não e por que chegam a essa conclusão.

É difícil, professor, prever com exatidão quais serão os dados obtidos com a pesquisa em sua escola, mas certamente a linguagem típica de internet se manifestará de forma acentuada. Sendo assim, dirija os rumos dessa conversa com os alunos para os possíveis prejuízos que o uso intensificado do internetês pode trazer. Claro que a intenção não é de coibir esse uso, ou taxá-lo como nocivo e proibido, já que faz parte da realidade não só dos seus alunos, mas de todos os usuários da rede, mas o que se objetiva é demonstrar a eles que em uma situação formal não é pertinente o uso desse tipo de linguagem.

Então, exemplifique que em situações como o professor que pede ao aluno um trabalho escrito, ou o chefe que solicita ao funcionário que ele escreva um documento, ou ainda um aluno que fará a redação de um vestibular ou concurso, não é pertinente que se use qualquer forma de abreviação ou traço da linguagem de internet. Isso porque, essa linguagem é totalmente informal e demonstra um descompromisso com as normas do Português padrão, podendo levar o seu leitor a acreditar que você não conhece os diferentes níveis de formalidade da língua, e que, portanto, não tem habilidade suficiente para usá-la.   

Mostre, então, a eles a charge abaixo.

http://www.digestivocultural.com/blog/imagens/2238-1.jpg - acesso em 15/05/2010.  

Pergunte a eles qual seria a relação do que estava sendo discutido até agora com a charge acima. A charge demonstra uma expectativa frustrada, qual?

Os alunos devem associar o fato de que uma pessoa que escreve exagerando no internetês, perde o crédito por demonstrar ser incapaz de se adaptar ao uso padrão da língua. A charge mostra justamente a expressão de desânimo e frustração do tio ao pensar na dificuldade que o sobrinho teria de aprender as novas regras do Acordo Ortográfico, escrevendo tão mal como ele demonstrou escrever.   

4ª AULA

 Nessa última aula, professor, os alunos escreverão uma notícia para o jornal da escola em que demonstrarão as tabelas e gráficos que construíram. As dicas para se escrever uma boa notícia de jornal podem ser encontradas na aula do Portal do Professor - Virou notícia na escola: a criação do texto jornalístico, indicada em Recursos complementares. Dedique um tempo da aula a explicar como se constrói uma notícia, como os alunos poderão utilizar os dados coletados, os gráficos e tabelas na construção do seu texto.

A turma pode ser dividida em equipes, de forma que se produzam cerca de cinco textos. Dos cinco, apenas um pode se escolhido para ir para o jornal, caso não seja possível publicar todos. E os demais podem ser afixados em murais, ou postados no blog da escola.

Essa aula será suficiente apenas para a produção do texto, mas as correções e reescrita são fundamentais para uma boa produção. As equipes podem trocar entre si os textos, para que uma proponha sugestões a outra. Só então, como os textos corrigidos e refeitos, devem ser encaminhados para a publicação ou exposição.

Recursos Complementares

http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/internetes.htm - acesso em 15/05/2010 - Internetês, por Amelia Hamze.  

http://www.unigran.br/revistas/interletras/ed_anteriores/n6_n7/textos/internetes.pdf - acesso em 15/05/2010 - O Internetês em comunidades virtuais: a interação pela linguagem cifrada.

http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11061 – acesso em 15/05/2010 - A revolução do Internetês, por Silvia Marconato.  

http://dicio.net/cgi-bin/pesquisa?palavra=net&x=12&y=11 – acesso em 15/05/2010 - Dicio net.  

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=6640 – acesso em 15/05/2010 - Virou notícia na escola: 

Avaliação

Professor, observe a interação dos alunos em relação à proposta. Note se todos demonstram interesse e fazem proposições nos momentos de atuação oral. É importante que, ao perceber o desinteresse de algum aluno em relação às atividades, você, professor, tente chamá-lo para as discussões e motivá-lo.

Julgue, ainda, a pertinência dos comentários feitos pelos alunos e, na atividade escrita realizada, observe a coerência dos dados citados, a organização das ideias, a perícia na criação do gênero notícia.

Avalie, ainda, como anda o uso das normas linguísticas: o que precisa ser retomado? que novo conteúdo ou fato linguístico é necessário trabalhar para sanar as dificuldades demonstradas pelos alunos? Considere sempre a produção escrita ou oral de seu aluno.

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