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Trabalhando a deficiência visual

 

17/10/2010

Autor e Coautor(es)
Livia Fagundes Neves
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JUIZ DE FORA - MG COL DE APLICACAO JOAO XXIII

Andréa Vassallo Fagundes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Língua Portuguesa Língua escrita: prática de leitura
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

O aluno poderá:

Reconhecer as dificuldades de um deficiente visual, através de atividades práticas que envolvam o uso da visão.

Despertar para a diversidade social e a necessidade de respeito às diferenças através de conversas informais.

Trabalhar a linguagem oral através da conversa informal sobre o assunto em questão.

Desenvolver a leitura, a escrita e o senso crítico através de textos informativos sobre o assunto.

Apresentar a linguagem dos cegos, o Braile, como um instrumento de comunicação.  

Duração das atividades
Aproximadamente 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Será necessário que o aluno esteja alfabetizado e que tenha noções a respeito dos órgãos dos sentidos.

Além disso, é necessário que o aluno já tenha noções de consulta ao dicionário.

Estratégias e recursos da aula

Momento 1

O Professor deverá iniciar a aula com a brincadeira "cabra cega": um aluno terá os olhos vendados por uma faixa e tentará pegar os outros colegas que, por sua vez, deverão fugir dele. O colega que for pego se tornará o "cabra cega".

Essa brincadeira poderá ser realizada em um ambiente fora da sala de aula como um pátio da escola, por exemplo e o professor orientará o aluno, com os olhos vendados, a se guiar pelo barulho dos outros colegas e pelo tato.

Momento 2

Outra brincadeira será realizada: o professor vendará os olhos de um aluno e lhe dará um objeto para ele identificar apenas pelo tato. Dessa maneira, vários alunos poderão ter seus olhos vedados para adivinharem um determinado objeto.

Momento 3

Uma terceira brincadeira será realizada: o professor pedirá para os alunos fecharem seus olhos e colocará na boca, de cada um deles, um pouco de açúcar para que eles sintam o gosto doce desse alimento e o identifiquem apenas com o paladar.

Momento 4

A última brincadeira será a seguinte: o professor dará uma folha para os alunos e pedirá que, com os olhos fechados, façam o seguinte:

- escrevam o nome deles completo;

- desenhem um cachorro;

- escrevam de 1 a 10.

Momento 5 

Após todas essas brincadeiras, o professor iniciará uma conversa informal com os alunos, perguntando, inicialmente, se eles tiveram dificuldade para escrever o nome, desenhar o cachorro e escrever os números de olhos fechados.

O professor ouvirá os alunos e continuará a conversa questionando a respeito das dificuldades verificadas em outras brincadeiras e das estratégias utilizadas, por eles, para suprir a falta da visão. Para tanto, ele poderá dirigir aos alunos as seguintes perguntas:

- Na brincadeira da "cabra cega" foi difícil pegar o colega sem enxergá-lo? (Resposta pessoal)

- Como vocês fizeram para localizar os colegas sem vê-lo? (Normalmente os alunos utilizam a audição e colocam as mãos para cima para localizarem o amigo)

- Para identificar os objetos sem vê-los, quais estratégias vocês utilizaram? (Nessa segunda brincadeira, os alunos terão que reconhecer que utilizaram as mãos - o tato -, para sentir o objeto).

- Na terceira brincadeira, como vocês identificaram o alimento que vocês estavam comendo? (Os alunos terão que reconhecer que identificaram o alimento através  do gosto dele - do paladar )

- Na última brincadeira, como vocês fizeram para escrever e desenhar sem ver? (Resposta pessoal)

O professor prosseguirá a conversa, dizendo aos alunos que a visão é um importante sentido que nós utilizamos para nos orientar  no espaço e para nos relacionarmos com o outro, com os objetos e com o mundo de uma forma geral.

Assim, nas diversas brincadeiras realizadas, eles puderam perceber como o uso da visão é importante e como faz falta. Mas, no entanto, eles utilizaram outros recursos nas brincadeiras como o tato, o paladar e a  audição para suprir essa falta e que mesmo sem enxergar, tendo algumas dificuldades, eles puderam realizar as tarefas pedidas.

Momento 6

O professor dirá aos alunos que algumas pessoas têm problemas de visão e que não utilizam, ou utilizam pouco, a visão para realizar suas atividades diárias. Em seguida, perguntará se eles conhecem alguém cego ou com problema de visão que use óculos.

O professor indagará ainda aos alunos que conhecem algum deficiente visual, quais as dificuldades que esse deficiente enfrenta e se ele sofre algum tipo de preconceito.

Após os comentários dos alunos, o professor dividirá a turma em 3 grupos e entregará um texto para cada grupo ler e discutir. Essa discussão será realizada a partir de roteiro de leitura proposto, o qual deverá ser lido, posteriormente, para os colegas de classe e entregue para o professor.

OBS: O professor deverá entregar um dicionário para cada grupo e deverá auxiliá-los a procurar o significado de alguma palavra desconhecida e presente nos textos.

Fonte dos 3 textos: Adaptação Caderno da TV Escola. Organização: Marta Gil. Retirado do site: http://www.smec.salvador.ba.gov.br/site/documentos/espaco-virtual/espaco-educar/educacao-especial/publicacoes/caderno%20da%20tv%20escola%20-%20deficiencia%20visual.pdf 

 TEXTO 1: (Grupo 1)

A visão é o canal mais importante de relacionamento do indivíduo com o mundo exterior. Tal como a audição, ela capta registros próximos ou distantes e permite organizar as informações trazidas pelos outros órgãos dos sentidos.

Estudos recentes revelam que enxergar não é uma habilidade inata, ou seja, ao nascer ainda não sabemos enxergar: é preciso aprender a ver. Não é um processo consciente. Embora nem pensemos nisso, estamos ensinando um bebê a enxergar, ao carregá-lo no colo e ir mostrando: Olha o gatinho; Onde está seu irmão? O desenvolvimento das funções visuais ocorre nos primeiros anos de vida.

Nós todos temos diversos ‘sistemas-guia’, formas muito pessoais que usamos para nos orientar  no espaço, em geral sem tomar consciência disso. Por exemplo: para aprender um caminho, há quem se oriente por uma casa diferente, um prédio, ou outro marco de referência. Outros têm uma boa noção dos pontos cardeais (norte, sul), usando-a como orientação. A visão constitui um desses sistemas-guia – provavelmente,o mais poderoso deles. Assim, os cegos precisam recorrer a outros tipos de sistema-guia. Alguns, por exemplo, usam como referência o tipo de   calçamento das ruas (asfalto, paralelepípedos etc.), ou as curvas e esquinas das ruas de seu trajeto. Outros recorrem a pistas olfativas (uma fábrica de bolachas, por exemplo), ou auditivas (ruídos de uma praça movimentada).

Roteiro de leitura:

1) Qual o assunto tratado no texto? (O texto trata a respeito da importância da visão, da aprendizagem da visão e da cegueira). Nesta questão os alunos precisarão realizar uma síntese das informações do texto.

2)Por que a visão é importante? Explique com suas palavras. (É através da visão que as pessoas se relacionam com o mundo e organizam informações adquiridas por outros sentidos, como a audição, por exemplo). Nesta questão, os alunos terão que explicar com suas próprias palavras a afirmação do texto: "ela capta registros próximos ou distantes e permite organizar as informações trazidas pelos outros órgãos dos sentidos"

3) O que são "sistemas guias"? (São formas de nos orientarmos no espaço.)

4) Como vocês acham que se orientam no espaço da escola? Quais são os pontos de referência utilizados por vocês na escola? (Resposta pessoal)

5) Dê exemplos de como os cegos se orientam no espaço? Cite também outros exemplos não presentes no texto. (De acordo com o texto, eles usam como referência o tipo de calçamento das ruas, ou as curvas e esquinas das ruas de seu trajeto. Outros recorrem a pistas olfativas (uma fábrica de bolachas, por exemplo), ou auditivas (ruídos de uma praça   movimentada). Os cegos também podem se orientar com a ajuda de um cão, com o auxílio de uma bengala, com a ajuda de uma pessoa, etc.

6) Na sua opinião os cegos enfrentam muitas dificuldades? Justifique. (Resposta Pessoal)

TEXTO 2

A cegueira, ou perda total da visão, pode ser adquirida ou congênita (desde o nascimento). O indivíduo que nasce com o sentido da visão, perdendo-o mais tarde, guarda memórias visuais, consegue se lembrar das imagens, luzes e cores que conheceu,e isso é muito útil para sua readaptação.

Quem nasce sem a capacidade da visão, por outro lado, jamais pode formar uma memória visual, possuir lembranças visuais. Para quem enxerga, é impossível imaginar a vida sem qualquer forma visual ou sem cor, porque as imagens e as cores fazem parte de nosso pensamento. Não basta fechar os olhos e tentar reproduzir o comportamento de um cego pois, tendo memória visual, a pessoa tem consciência do que não está vendo.

Além da perda do sentido da visão, a cegueira adquirida acarreta também outras perdas: emocionais; das habilidades básicas (mobilidade, execução das atividades diárias); da atividade profissional; da comunicação; e da personalidade como um todo. Trata-se de uma experiência traumática, que exige acompanhamento terapêutico cuidadoso para a pessoa e para sua família.Quando a deficiência visual acontece na infância, pode trazer prejuízos ao desenvolvimento com repercussões educacionais, emocionais e sociais, que podem perdurar ao longo de toda a vida, se não houver um tratamento adequado.

Roteiro de leitura

1) O que são memórias visuais? (São lembranças de um cego da época em que ele enxergava)

2) Quando um deficiente visual apresenta essas memórias visuais? (Quando ele adquire a cegueira e não nasce com ela)

3) A partir da leitura desse texto, vocês acham que as brincadeiras realizadas no início da aula demonstram realmente as dificuldades de um cego, principalmente daquele que nasceu com essa deficiência? (Os alunos precisarão reconhecer que as brincadeiras NÃO demonstram fielmente as dificuldades, pois todos os alunos tinham na brincadeira memórias visuais e já conheciam o espaço no qual brincaram, já sabiam escrever letras e números, etc)

4) Quais são as outras perdas ocasionadas com a perda de visão? (Perdas emocionais; das habilidades básicas (mobilidade, execução das atividades diárias); da atividade profissional; da comunicação; e da personalidade como um todo.)

5) Vocês concordam que ocorrem todas essas perdas? Justifique sua resposta. (Resposta pessoal).

6) Qual a solução dada no texto para amenizar o problema gerado por essas perdas? (Tratamento com psicólogos)

TEXTO 3

Além da família, a escola e a sociedade também podem (e devem) contribuir no sentido de ajudar a enfrentar os obstáculos colocados pela deficiência. A escola é uma das grandes aliadas na luta. Nesse espaço, as questões relacionadas a preconceitos podem ser debatidas e analisadas por todos: professores, alunos e funcionários.

Os portadores de deficiência, frequentemente, ficam escondidos e a maioria das pessoas não entra em contato direto com eles. Por isso, ao se deparar com uma pessoa deficiente, esses indivíduos ficam inseguros, sem saber o que fazer, e às vezes acabam tomando atitudes defensivas e preconceituosas. Ao se tornar um espaço de inclusão, a escola promove trocas enriquecedoras para toda a equipe escolar, incluindo os alunos e suas famílias.

O convívio com pessoas portadoras de deficiência (de qualquer tipo) contribui para facilitar a quebra de tabus e de preconceitos, favorecendo a plena inclusão do portador de deficiência na sociedade e auxiliando a família a lidar com esse contexto.

Todos os que rodeiam o deficiente visual precisam se conscientizar de que suas relações com eles podem ser saudáveis e baseadas na ajuda, pois ele é uma pessoa total e capaz.

As pessoas com deficiência são como você: têm os mesmos direitos, sentimentos, sonhos e vontades. Ter uma deficiência não torna a pessoa melhor ou pior. O portador de deficiência não é um anjo, nem um modelo de virtudes: é uma pessoa.

Se você se relaciona com uma pessoa deficiente, evite agir como se a deficiência não existisse, pois isso implicaria ignorar uma característica pessoal importante. Aja com naturalidade; se acontecer algo embaraçoso, uma dose de delicadeza, sinceridade e bom humor nunca falham.

Roteiro de leitura:

1) Em sua opinião algumas pessoas têm preconceito com os deficientes visuais? Justifique sua resposta? (Resposta pessoal)

2) Em sua opinião a que se deve esse preconceito? (Resposta pessoal)

3) Como a escola pode ajudar a combater o preconceito com o deficientes visuais? (A escola pode contribuir debatendo o assunto e conscientizando as pessoas a respeito dessa deficiência.)

4) Como deve ser a relação com um deficiente visual? (A relação deve ser saudável e normal, pautada na ajuda e no respeito.)

5) Se você tivesse que deixar um recado para alguém que tem preconceito com essa deficiência, que recado deixaria? (Resposta pessoal)

Momento 7

Após um tempo para os grupos lerem os textos, discutirem e responderem as perguntas do roteiro, cada grupo lerá à frente da sala seu texto e as perguntas respondidas por eles, e mais uma vez , haverá oportunidade para discussão do assunto em questão.

Nesse momento, o professor ouvirá as respostas dos alunos e orientará as discussões, corrigindo alguma resposta, caso seja necessário.

Momento 8

O professor mostrará o seguinte vídeo para os alunos:

http://www.youtube.com/watch?v=cFi86S-xL-g&feature=related

Esse vídeo contém um depoimento de uma menina cega que narra o por quê de sua deficiência, suas dificuldades e suas vitórias.

O objetivo dessa apresentação é mostrar para os alunos a realidade dessa deficiência e ainda mostrar para eles que um deficiente visual tem uma vida normal: estudando, brincando, sonhando, etc.

Após a apresentação do vídeo, o professor comentará com os alunos como Stela tem uma vida normal, com apenas algumas limitações e poderá pedir como tarefa que os alunos façam um resumo escrito do conteúdo do vídeo.

Um exemplo desse resumo seria o seguinte:

O vídeo apresenta uma garota, estudante de uma escola Municipal, que é deficiente visual. Stela é cega desde seu nascimento, devido a um parto precoce.

A menina se diz muito feliz e conta que aprendeu a ler com 10 anos, ela mesma escreve sua história e a lê no depoimento.....

Momento 9 

O professor lembrará aos alunos que Stela, a menina do vídeo, leu sua carta em uma linguagem diferente da utilizada por nós. Ele dirá então que os cegos utilizam o BRAILE para ler, escrever e se comunicar com o mundo.

Para apresentar essa linguagem, o professor apresentará outro vídeo, apenas a título de curiosidade.

http://www.youtube.com/watch?v=-t4IU_WJZs8&feature=related 

Momento 10

Se o professor tiver a oportunidade, seria interessante levar algum texto produzido em Braile para que os alunos conheçam e manuseiem esse material de leitura.

Como a maioria não deverá conseguir ler o texto, a professora entregará a tradução do mesmo para a leitura e entendimento.

Recursos Complementares

Outros vídeos sobre o assunto são encontrados no site: http://www.youtube.com/results?search_query=Defici%C3%AAncia+visual&aq=f 

Avaliação

O professor avaliará se o aluno compreendeu a necessidade do respeito às diferenças, em relação à deficiência visual, a partir das conversas realizadas em sala.

Além disso, o professor verificará se os alunos organizaram suas ideias e responderam as questões de forma coerente e adequada.

Avaliará se os alunos reconheceram o método Braile com o instrumento de leitura para os deficientes visuais.

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