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Como a noção de corpo é construída?

 

27/07/2010

Autor e Coautor(es)
SANDRO PRADO SANTOS
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M.G. Fernandes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Fundamental Final Ciências Naturais Ser humano e saúde
Ensino Fundamental Final Saúde Cuidado do corpo
Ensino Fundamental Final Ciências Naturais Tecnologia e sociedade
Ensino Fundamental Final Saúde Construção da identidade e da auto-estima
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Corpo: matriz da sexualidade
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Pensar que o corpo é algo produzido na e pela cultura, desnaturalizando e entendendo que o corpo é histórico;
  2. Refletir que o corpo é mais do que um conjunto de músculos, ossos, vísceras, reflexos e sensações, é também a roupa e os acessórios que o adornam, as intervenções que nele se operam, a imagem que dele se produz, as máquinas que nele se acoplam, os sentidos que nele se incorporam, os silêncios que por ele falam, dentre outros;
  3. Compreender que não são somente as semelhanças biológicas que o definem mas, fundamentalmente, os significados culturais e sociais que a ele se atribuem.
Duração das atividades
De 2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

  • Aula interativa.
  • Socialização das produções dos/as alunos/as.
  • Uso da sala de vídeo.   

ATIVIDADE 1: Imagem corporal – Dinâmica extraída e adaptada do manual do multiplicador adolescente (BRASIL, 1997) – a referência nos recursos complementares.  

 Professor/a essa atividade, imagem corporal, ajudará os/as alunos/as a representar o seu corpo, sendo fundamental para a construção de parte das identidades. Esta irá fortalecer o sentido de atratividade, de aceitação social, a capacidade de dar e receber afeto, bem como a percepção a si mesmo e do outro sexo.   

Dessa forma, tal atividade objetiva auxiliar o/a adolescente a tomar consciência da imagem que ele/a tem do seu próprio corpo e até que ponto essa imagem construída tem influências sociais e/ou culturais.   

O que o/a professor/a precisará:

Sala ampla e confortável, folhas de papel sulfite e lápis, toca-fitas, música lenta.   

O que o/a professor/a deverá fazer:   

Inicialmente o/a professor/a dará algumas orientações gerais, tais como:   

  1. Pedir a todos os participantes que andem pela sala (descalços) ao som da música seguindo as instruções do/a professor/a:
  • Andar na ponta dos pés;
  • Andar apoiando o corpo no calcanhar;
  • Andar na chuva;
  • Andar em uma superfície quente;
  • Andar em marcha ré;
  • Andar passando por uma porta estreita;
  • Andar em câmera lenta.   

Observação: Os/as adolescentes não deverão tocar o corpo do/a outro/a colega.   

2. Pedir a todos/as que parem onde estão, fechem os olhos, pensem na parte do seu corpo que acham mais bonita e atrativa, e guardem mentalmente essa imagem consigo.   

Feito isso o/a professor/a passará algumas informações para o trabalho individual à saber:   

  • Solicitar que os/as participantes sentem, e peguem sua folha de papel sulfite e a procurar esquematizar no papel a imagem captada pelo seu cérebro. Não colocar o nome.
  • Lembrar que é somente um esquema e não um desenho artístico.   

Finalizando essa etapa, começara o trabalho em grupo:   

  • Pedir a cada participante que vire o esquema para baixo e aguarde.
  • Quando todos terminarem, pedir que façam as folhas circularem, com o esquema para baixo.
  • Pedir-lhes que parem de passar quando as folhas atingirem a metade do círculo, e que desvirem-nas.
  • Cada participante, com uma folha nas mãos, comentará ou mostrará o que a pessoa conseguiu passar de sua imagem mental.
  • Quando todos/as terminarem a tarefa, pedir que façam circular todos os esquemas, para serem vistos. Cada participante guardará sua folha.   

Professor/a ao término da dinâmica deverá abrir um espaço para a socialização, ou seja, uma discussão com os/as alunos, dessa forma, será necessário levantar alguns questionamentos:   

  1. Os homens e as mulheres estão satisfeitos com suas formas físicas? Justifiquem.
  2. A forma como nos sentimos em relação ao nosso corpo é influenciada pelo que as pessoas do outro sexo acham interessante ou atraente?
  3.  Existe algum padrão de beleza imposto pela mídia que consideramos ideal?
  4. O que acontece com aquelas pessoas em que seus corpos não correspondem aos padrões de beleza tidos “normais”? Podemos questionar tais padrões?
  5. Quais conseqüências para uma pessoa que procura deixar seu corpo conforme estabelecido socialmente?
  6. Existem partes do nosso corpo que podemos modificar. Por que e para que?
  7. Quais os padrões de corpo masculino e feminino veiculados pela mídia?  

 Esperamos que tal atividade consiga fazer com que os/as adolescentes tenham consciência que  o nosso corpo é mais do que um conjunto de músculos, ossos, vísceras, reflexos e sensações,e, as intervenções que nele se operam, a imagem que dele se produz, as máquinas que nele se acoplam, os sentidos que nele se incorporam, os silêncios que por ele falam, dentre outros são construídos socialmente e dependentes de fatores culturais, políticos, econômicos e históricos.

ATIVIDADE 2: O corpo feminino produzido pela mídia – Atividade extraída e adaptada do manual: Trabalhando com mulheres jovens: empoderamento, Cidadania e Saúde.  

 Essa atividade tem como objetivo promover uma reflexão sobre a influência dos meios de comunicação na forma como as mulheres jovens percebem seu próprio corpo, contribuindo para que os/as alunos/as compreendam que o corpo é produzido na e pela cultura em que estamos inseridos.   

Materiais necessários:   Jornais, revistas, cola ou fitas, tesouras de ponta redonda e cartolinas ou papel pardo.

Tais materiais podem ser disponibilizado pelo/a professor/a ou peça que os/as alunos tragam de casa os matérias necessários.   

Dica importante: Professor/a, revisar previamente o material necessário para esta atividade, incluindo revistas atuais de grande circulação sobre moda, beleza, programas de televisão em geral.   

Procedimento:   

  1. Peça as/os participantes que formem grupos de 6 integrantes cada um.
  2. Distribua o material e peça que montem um cartaz que represente como são as mulheres jovens hoje em dia.
  3. Peça-as para que exponham seu trabalho na sala de aula.
  4. Em plenária, estimule as/os participantes a discutirem sobre as imagens das mulheres nos meios de comunicação:
  • Como são representadas as mulheres na mídia?
  •  Como a mídia forma a percepção que elas têm de seu próprio corpo?
  • Como a mídia forma a percepção que elas têm de sua beleza?

5. Peça agora, que as/os participantes retornem para sua equipe e realizem uma colagem com imagens de mulheres interessantes que não cumpram os estereótipos de beleza esperados.

6. Novamente em plenária, pergunte se as participantes tiveram alguma dificuldade para encontrar mulheres interessantes alternativas à mídia.

7. Utilize as questões abaixo para facilitar a discussão.   

  • As mulheres que aparecem na mídia são representativas da maioria das mulheres que compõem a sociedade?
  • Quais podem ser as consequências da criação social da imagem de um corpo perfeito? As mulheres, de uma maneira geral, têm uma boa relação com o próprio corpo? Por quê? Como podemos melhorar nossa relação com o corpo?
  • Por que é importante para uma mulher se sentir confortável com o próprio corpo?
  • Como a relação de uma mulher com seu próprio corpo pode afetar sua relação com os outros?
  • De que maneira família, escola, amigas, homens também influenciam na percepção que as mulheres têm sobre seu próprio corpo?
  • Existe alguma forma de mudarmos isto? O que podemos fazer para não nos deixar influenciar pela imagem de um corpo perfeito?   

Como finalização da atividade o/a professor/a estimulará que os/as alunos respondem o que aprenderam com esta atividade? E se aprenderam alguma coisa que poderia ser aplicada em sua própria vida ou relacionamentos?   

Professor/a deixe bem claro que é importante ter em consideração que modelos de beleza são construções sociais que mudam através do tempo e entre as sociedades. Atualmente, por exemplo, existe uma obsessão pelo corpo magro em muitas sociedades. É importante questionar os modelos de beleza promovidos pela mídia, pela sociedade e também pelo mercado (redução dos manequins ou tamanhos das roupas, cirurgias plásticas). Praticar esportes ou outras atividades físicas pode ajudar a desenvolver uma imagem corporal mais positiva, permitindo-nos apreciar o que nossos corpos são capazes de fazer, além de sua aparência. Para isso sugerimos uma próxima atividade.  

ATIVIDADE 3: Entre plásticas, dietas  e emagrecimentos...   

Professor/a como forma de fomentar ainda mais a nossa discussão do papel da mídia na construção dos corpos femininos, sugerimos a apresentação de um vídeo, com duração de quatro minutos e cinqüenta e oito segundos, intitulado “A mídia e a auto-estima feminina”, o qual está disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=_YZYSW2UKZ4&feature=related. As imagens (1 e 2) fazem parte de tal vídeo. 

Imagem 1: A mídia e a auto-estima feminina

Imagem 2: A mídia e a auto-estima feminina

Após a exibição do vídeo, o/a professor/a deverá realizar uma discussão e reflexão com a turma. Os/as alunos/as deverão socializar as suas percepções. Algumas sugestões para discussão:   

  1. Qual a principal mensagem passada pelo vídeo?
  2. De que forma podemos desmistificar tais padrões estéticos veiculados no vídeo?
  3. Como uma mulher jovem pode construir uma relação melhor com seu corpo se ela não encaixar em tais padrões exigidos socialmente?
  4. Quais os desconfortos e consequências para as mulheres que não atendem às belezas que são legitimadas pela mídia?
  5.  O que vocês consideram de corpo perfeito? Podemos mudar tal concepção?   

Professor/a para finalização da aula enfatize que a mídia aliena as mulheres fazendo-as acreditar que são um ser faltante, e que esta falta se preenche pelo consumo e pelo culto histérico à estética, valorizando a imagem feminina padronizada como o maior instrumento de uma mulher na inserção social e até profissional.

Recursos Complementares

BRASIL. Ministério da Saúde. Coordenação Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS. Manual do multiplicador: adolescente. Brasília: Ministério da Saúde, 1997.   

Trabalhando com mulheres jovens: empoderamento, cidadania e saúde. Promundo; Salud e Gênero; ECOS; Instituto PAPAI; World Education – Rio de janeiro: Promundo, 2008.  Disponível em: http://www.promundo.org.br/

Sugestão de aula do portal com a mesma temática:     

Descobrir o corpo como uma construção biológica e cultural.

Avaliação

Em uma avaliação é sempre fundamental refletir previamente quais são os seus objetivos, bem como qual será sua utilidade para você professor/a.

Pensando nisso, seguem sugestões de alguns critérios que podem ser usados em sua avaliação:

• A contribuição individual e nas discussões coletivas.

• Envolvimento nas atividades necessárias.

• Auto-avaliação com seriedade no tratamento das questões abordadas.

• A habilidade de relacionar as discussões feitas em aula com as atividades propostas.

Lembre-se de que o resultado das avaliações lhe deve ser sempre de algum modo útil afim de que você possa traçar novas estratégias métodos e caminhos para que suas aulas alcancem sempre objetivos pretendidos.  

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