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Espelho, espelho meu: Os sentidos do corpo

 

01/06/2010

Autor e Coautor(es)
SANDRO PRADO SANTOS
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M. G. Fernandes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Ensino Médio Sociologia Cultura e diversidade cultural
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Artes Artes visuais: leitura de imagens
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Corpo: matriz da sexualidade
Educação Profissional Produção Cultural e Design Técnico em Publicidade
Ensino Médio Sociologia Indivíduo, identidade e socialização
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Ciências Naturais Visões de mundo
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Compreender que, apesar de parecer algo tão “natural”, o corpo e os modos de usá-lo, representá-lo e valorizá-lo têm determinações sociais de várias ordens: econômicas, midiáticas, políticas e culturais;
  2. Abordar o corpo como um todo integrado de dimensões físicas, emocionais, cognitivas e sensíveis;
  3. Identificar que no entendimento do corpo não existe processo exclusivamente biológico: as suas vivências e as próprias transformações são sempre acompanhadas de significados sociais;
  4. Promover a reflexão sobre os sentimentos ligados às descobertas que envolvem o corpo/sexualidade, criando condições para o diálogo respeitoso sobre opiniões e valores; discutir semelhanças e diferenças sexuais a partir dos aspectos corporais: variações entre masculino e feminino, entre pessoas do mesmo sexo e em um mesmo indivíduo ao longo das fases da vida.
  5. Compreender que os padrões de beleza e estéticos mudam e que estar fora deles não significa necessariamente ser excluído pela sociedade, impossibilitando de amar ou ser feliz.
Duração das atividades
De 2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos prévios para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

Aula interativa.

Socialização das produções dos/as alunos/as.

Uso da sala de vídeo.   

ATIVIDADE 1: Trabalhando com texto: Os sentidos do corpo – Texto original: Yara Sayão e Silvio Duarte Bock.

Professor/a, objetivando contextualizar a temática e aproximá-la do universo dos/as alunos/as, entregará aos mesmos, divididos em duplas, um texto informativo sobre “Sentidos do Corpo”. Tal texto encontra-se apresentado e disponível no link abaixo:  

http://www.educarede.org.br/educa/index.cfm?pg=oassuntoe.interna&id_tema=8&id_subtema=6 

Procedimentos:

Cada dupla terá como uma primeira atividade ler o texto e escrever um comentário geral sobre os sentidos atribuídos ao corpo. Quando todas as duplas finalizarem, o/a professor/a solicitará que leiam para a sala suas considerações. Cabe ao/a professor/a atuar como mediador da atividade, auxiliando os/as alunos/as na elaboração dos comentários, bem como na orientação para estabelecerem relações com as atitudes estereotipadas e discriminatórias socialmente. Além disso, compreendemos que nesta discussão é necessário:   

  1. Estabelecer a diferenciação entre organismo biológico e corpo humano.
  2. Destacar a materialidade do corpo como matriz da sexualidade.
  3. Enfatizar que os marcadores sociais como, gênero; raça/etnia; sexo; orientação sexual; idade; interferem na construção e significação dos corpos.
  4. Refletir acerca das influências midiáticas nos padrões estéticos/beleza dos corpos masculinos e femininos.
  5. Compreender as consequências do enquadramento ou não aos padrões de corpo estabelecidos socialmente.
  6. Entender que os padrões culturais são variáveis de acordo com o tempo e espaço.  

ATIVIDADE 2: Espelho, espelho meu, haverá alguém mais feio e infeliz do que eu?  

 Está atividade tem como objetivo despertar a consciência dos/as alunos/as de que os padrões de beleza e estéticos mudam e que estar fora deles não significa necessariamente ser excluído pela sociedade, impossibilitando de amar ou ser feliz.   

Inicialmente o/a professor contará para a turma uma história.   

“Narcisa, 14 anos, no espelho, não estava deslumbrada com usa beleza. Pelo contrário, se achava magricela, desengonçada, bem diferentes das garotas da TV... (...) de que Narcisa tem uma coleção de recortes de jornal e pôsteres. A mãe de Narcisa, ao vê-la no espelho, pára e fica admirada: QUE MOÇA BONITA!!! Na presença da mãe, Narcisa disfarça o desconforto de sentir-se tão distante dos ideais de beleza. To pensando em entrar para uma academia de ginástica. O que você acha? Ótimo, vou até aproveitar e fazer umas aulas também, estou tão enferrujda...!”

Ao finalizar a leitura da história:

  1. Solicite que cada aluno/a faça uma redação ou um texto com até 10 linhas que começa assim: “Para ser feliz, ninguém precisa viver estritamente dentro dos padrões aprovados e divulgados pela TV...”.
  2. Quando todos/as tiverem terminado, solicite que dobrem a redação, recolha-as e redistribua-as. Cada um vai lendo a que recebeu.
  3. Quando terminarem, peça que os/as alunos/as socializem/discutem sobre a produção do/a colega.
  4. Feche a discussão, lembrando a todos/as que é muito importante que sejamos capazes de reconhecer que beleza e cuidado com nosso corpo devem vir associados à saúde.  

ATIVIDADE 3: Agência de publicidade – Os corpos femininos - Extraído do manual, “Pelo fim da exploração sexual. O que os homens podem fazer?”, para sensibilização de adolescentes entre 10 a 14 anos. Disponível em: http://www.promundo.org.br/ 

Objetivo:

Incentivar a reflexão sobre o quanto as mensagens que são divulgadas pela mídia são criações de um grupo de pessoas, a partir de um olhar específico. No caso, dessa atividade abordaremos a construção social do corpo da mulher pelos meios midiáticos.   

Materiais necessários:

  Cartolinas, ou papel pardo para cartaz; lápis e canetas coloridas; tesouras; cola; revistas antigas e/ou jornais.   

Procedimentos:

  1. Divida os/as alunos/as em grupos e explique que cada grupo será uma agência de publicidade que estará disputando uma concorrência para fazer uma grande campanha.
  2. Informe que os/as responsáveis pela entidade promotora da campanha realizarão, ao final, uma votação entre as propostas concorrentes a partir de cartazes elaborados pelas agências.
  3. Distribua as cartolinas, tesouras, cola e as revistas e/ou jornais.
  4. Avise que o tema da campanha será “O corpo da mulher”. Uma empresa quer vender produtos de beleza para as mulheres e, para isto, fazer uma homenagem que fale sobre elas. Diga que têm 30 minutos para se prepararem e apresentarem um cartaz com uma frase e uma ilustração para esta campanha.
  5. Ao final do tempo estabelecido, cada grupo apresentará sua proposta para o/a “Empresário/a”, representado/a pelo/a professor/a.
  6. Quando terminarem, poderá ser realizada uma votação, em que todos poderão votar no cartaz que acharem melhor.   

Após esse fechamento, pontos para discussão:   

  1. Que imagem de corpo de mulher estava representada ou presente nas mensagens apresentadas pelos grupos?
  2. Como foi criar a mensagem? Fácil ou Difícil? Por quê?
  3. Qual foi a referência que vocês tiveram para escrever a mensagem? O que ajudou vocês a escrevê-la?
  4. Que tipos de mensagens mais comuns existem associadas aos corpos das mulheres?
  5. Como os meios de comunicação costumam tratam o corpo da mulher?
  6. Como seria se a mensagem fosse voltada para o corpo de homem? Seria mais fácil ou difícil? Por quê?
  7. Vocês acham que influencia ou reforça a percepção que temos de homens e mulheres? De que maneira? Quais as consequências disso para as nossas vidas?
  8. É possível criar mensagens alternativas para corpos de homens e mulheres? Isto funcionaria? Por que sim ou por que não?

 Encerramento:   

Professor/a é importante que a partir das questões para discussão, o grupo perceba o quanto as mensagens transmitidas pelas propagandas não são imparciais, mas apresentam uma intencionalidade. As mensagens e/ou imagens direcionadas ou representativas dos corpos de homens e mulheres partem de uma imagem diferenciada de gêneros e contribuem para reforçar estereótipos. È importante discutir como ter uma visão crítica do que recebemos por meio da mídia.

Professor/a destacamos algumas sugestões abaixo como forma de trabalho interdisciplinar que envolve a temática “Corpo: matriz da sexualidade”. Adaptado do site “EducaRede” – http://www.educarede.org.br/ 

Como outros temas básicos à vida, o do corpo: matriz da sexualidade precisa fazer parte do projeto pedagógico da escola. Alguns aspectos ligados ao corpo precisam ser tratados pela equipe escolar, tais como:

  1. Gosto e cuidado com o próprio corpo;
  2. Respeito a si próprio - ao corpo e aos próprios sentimentos -, base para os relacionamentos com o outro;
  3. Posição crítica em relação a certos padrões de beleza veiculados pela mídia, principalmente a propaganda;
  4. Cuidado com a auto-imagem e auto-estima;

Entendemos que os aspectos fundamentais do corpo como matriz da sexualidade podem e devem ser abordadas nas diferentes disciplinas.   

  1. História ou Língua Portuguesa/Literatura, podem-se desenvolver conteúdos a respeito de como o corpo e a sexualidade são vividos em diferentes culturas, tempos, lugares e como se expressa no vestuário, nos cuidados pessoais, nas regras, nas proibições (interditos) e na valorização de certos comportamentos, como o hábito das mulheres tomarem banho vestidas, ou ainda a nudez e a liberdade entre as crianças indígenas. Essas propostas possibilitam compreender que, apesar de parecer algo tão “natural”, o corpo e os modos de usá-lo, representá-lo e valorizá-lo têm determinações sociais de várias ordens: econômicas, políticas e culturais.   
  2. A Educação Física, que privilegia o uso do corpo e a construção de uma “cultura corporal”, é um excelente meio de trabalhar o conhecimento, o respeito e a relação prazerosa com o próprio corpo.   
  3. Na área de Educação Artística, com a dança e o teatro. Nessa disciplina, também podem ser abordadas as representações do corpo expressas em diferentes manifestações artísticas e em diversas épocas. Nas atividades físicas propiciadas por essas áreas, como os jogos e a dança, é interessante que os/as professores/as aproveitem para destacar alguns aspectos observáveis: o esforço e as sensações de prazer que acompanham o/a aluno/a, a oportunidade de notar e ser notado.
  4. Em Ciências, ao abordar-se o corpo - da criança e do adulto; do homem e da mulher - e sua anatomia interna e externa, é importante incluir o fato de que os sentimentos, as emoções e o pensamento se produzem no corpo e se expressam nele, marcando-o e constituindo o que é cada pessoa. O corpo deve ser abordado como um todo integrado de dimensões físicas, emocionais, cognitivas e sensíveis. As transformações do corpo que ocorrem na puberdade e adolescência, os mecanismos da concepção, gravidez e parto, assim como a existência de diferentes métodos contraceptivos, devem ser abordados com o mesmo cuidado. Todos esses itens precisam ser trabalhados enfatizando-se os vínculos estabelecidos com outras pessoas ao longo da vida, porque ao mesmo tempo em que se referem a processos corporais individuais, dizem respeito também à relação com o outro.   

Dica importante para o/a professor/a:   

O conhecimento do corpo e de seu funcionamento propicia maior conscientização da importância da saúde e da necessidade de ações não só curativas, mas também preventivas. A escola deve, então, atuar de forma integrada com os serviços públicos de saúde da região, incentivando, por exemplo, os/as adolescentes a realizarem consultas regulares ao clínico geral, urologista ou ao ginecologista, para acompanhamento da condição da saúde e do desenvolvimento.

Recursos Complementares

Professor/a como forma de auxiliar na execução e discussão das atividades propostas, sugerimos algumas leituras.   

  1. O corpo educado: pedagogias da sexualidade – Guacira Lopes Louro. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
  2. Corpo, gênero e sexualidade – Dagmar Meyer e Rosângela Soares. Porto Alegre: Mediação, 2004.
  3. Corpo, gênero e sexualidade: um debate contemporâneo na educação. Guacira Lopes Louro; Jane Felipe; Silvana Vilodre Goellner. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
  4. Cadernos: Educação Básica: Saúde e Sexualidade na Escola – Dagmar E. Estermann Meyer. Porto Alegre: Mediação, 1998.
Avaliação

A avaliação poderá ser feita em todos os momentos das atividades propostas, sendo considerado a participação e o envolvimento dos/as alunos/as nos debates e na realização das atividades solicitadas. Dessa forma, o processo avaliativo ocorrerá a partir da participação e produção dos/as alunos/as.

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