03/07/2010
Claudia Helena Azevedo Alvarenga
Modalidade / Nível de Ensino | Componente Curricular | Tema |
---|---|---|
Ensino Fundamental Inicial | Matemática | Grandezas e medidas |
Ensino Fundamental Inicial | Artes | Música: Apreciação significativa em música: escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical |
Ensino Fundamental Final | Artes | Música: Apreciação significativa em música: escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical |
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo | Artes | Música: desenvolvimento da linguagem musical |
Ensino Médio | Artes | Música: Canal |
Ensino Fundamental Inicial | Artes | Música: Expressão e comunicação em música: improvisação, composição e interpretação |
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo | Matemática | Medidas |
Ensino Médio | Artes | Música: Estruturas morfológicas |
Ensino Fundamental Final | Artes | Música: Expressão e comunicação em música: improvisação, composição e interpretação |
Ensino Fundamental Inicial | Artes | Música: Compreensão da música como produto cultural e histórico |
Ensino Fundamental Inicial | Matemática | Tratamento da informação |
Ensino Médio | Artes | Música: Contextualização |
Ensino Fundamental Final | Matemática | Tratamento da informação |
Ensino Médio | Artes | Música: Estruturas sintáticas |
Ensino Fundamental Final | Artes | Música: Compreensão da música como produto cultural e histórico |
Esta aula faz parte da coleção Música – Expressividade que tem como objetivo conduzir a escuta apreciativa e analítica dos alunos a um foco previamente proposto. Dessa forma, pretende-se desenvolver conceitos sobre forma, contrastes, repetições e variações, e estabelecer uma relação desses elementos com níveis diversos de expressividades.
Nesta aula, o aluno deverá escutar e analisar um exemplo musical para aprender a identificar as variações de dinâmica nas diferentes partes da forma musical. O aspecto gráfico será explorado também com objetivo de desenvolver a habilidade de criar e interpretar representações gráficas para o material sonoro.
É necessário que o aluno tenha elaborada a noção de tempo e pulso, a habilidade de escuta atenciosa e de compreensão de grafias alternativas. A noção de ‘forte’ e ‘fraco’ (intensidade) também já deve estar construída. Essa aula é uma continuação da aula Música – Expressividade – Forma onde foi construída a figura que servirá como nosso ponto de partida.
Nessa aula, retomaremos o exemplo da aula ‘Música – Expressividade – Forma’, e a escuta agora deve ser direcionada para as variações de intensidade, sons ‘fortes’ e ‘fracos’. Os alunos, na primeira audição devem comentar livremente em forma de brainstorm em que momentos a música fica mais forte, em que momentos fica mais fraca. Se necessário execute novamente, na íntegra ou nos trechos específicos onde houver mais dúvidas ou divergências. Deixe que as opiniões se oponham até que se chegue a um consenso. Agora, peça que eles assinalem na letra da música os trechos que são fortes, os trechos que são fracos, usando chaves e anotações a lápis. Se possível, use dois níveis intermediários (meio forte e meio fraco) e o nível central, o neutro. Em seguida, retome a figura construída anteriormente:
Atividade 1
Os alunos devem agora anotar sob os retângulos quais os níveis correspondentes, conforme sua percepção. Eles agora devem recortar as figuras e dispô-las conforme seu entendimento quanto às variações de dinâmica. Não devem colar as figuras porque elas serão movimentadas até o final da aula. Um pedaço de fita é o bastante para fixar o retângulo na folha. Utilizando linhas guias auxiliares, teríamos, por exemplo, a seguinte possibilidade (1):
Atividade 2
Observe que a parte inferior dos retângulos deve estar alinhada na linha correspondente ao nível de intensidade percebido pelo aluno. Nesse momento, ainda não nos interessa distinguir variações de dinâmica na mesma parte; o aluno deve optar por um dos níveis para a parte inteira. Quando todos tiverem terminado suas montagens, peça que cada um mostre a sua montagem e explique suas escolhas. Interaja com os alunos, discutindo cada decisão, recorrendo à gravação sempre que for necessário. No segundo momento, peça que eles marquem na letra da música as variações de dinâmica que acontecem em cada parte, se houver. Eles devem marcar os pontos de mudança de dinâmica e, se possível, fazer uma contagem a fim de determinar a proporção exata da parte que deve ser deslocada pelas linhas – guias (quantos tempos em cada nível). Voltando às figuras, os alunos agora devem recortar os retângulos – quando necessário – de forma sempre proporcional, e fazer nova montagem. A Figura 3 mostra uma possibilidade para que se entenda a proposta da divisão de uma parte:
Atividade 3
A construção do desenho esquemático deve ser monitorada a todo momento pelo professor para que as proporcionalidades sejam respeitadas. Observe que, em nosso exemplo, usamos divisão por dois e por três, a título de exemplo. A distribuição ao longo das linhas fica a critério da percepção de cada aluno, e é muito proveitoso promover a discussão comparativa dos esquemas ao final da aula.
Observação
Nessa aula o exemplo usado foi a canção "Conversa de Botequim", de Noel Rosa e Vadico, em uma gravação feita para o Livro "História da Música Popular Brasileira para Crianças"(2), com arranjo de Roberto Gnattali. Nesse arranjo, há uma introdução de 3 compassos, um solo de flauta de 4 compassos, um solo de clarineta de 4 compassos e uma coda de 4 compassos, construindo, então, a seguinte forma (3):
- Intro...............................................................3 compassos
- 1ª estrofe (de 'Seu garçom... até ..."futebol")......8 compassos
- 2ª estrofe (de 'Se você'...até...'cinzeiro').............8 compassos
- Solos..............................................................8 compassos
- 3ª estrofe (de 'Telefone'....até...'em frente')........8 compassos
- Repetição da 1ª estrofe cantada em coro.............8 compassos
- Coda...............................................................4 compassos
Alguns links para a canção "Conversa de Botequim":
http://www.youtube.com/watch?v=uM4WP5eGPBw
http://www.youtube.com/watch?v=R16SBEdaaEg
http://www.youtube.com/watch?v=z34T8MEagy0&feature=related
(1) A variação de dinâmica ilustrada nessa aula é hipotética e não corresponde ao que ocorre no arranjo analisado. Optamos por fazer dessa forma a fim de tornar clara a proposta do modelo, as combinações possíveis, os alinhamentos e as proporcionalidades.
(2) CIT, Simone et al. História da Música Popular Brasileira para Crianças. [s.l.]: [s.d].
(3) Consideramos a música "Conversa de Botequim" em compasso quaternário, a despeito do que usualmente se usa para transcrição do samba (compasso binário), por entendermos que, por questões fraseológicas, a música se estrutura em compassos quaternários. Ainda não existe um consenso sobre o samba, de maneira geral, ser binário ou quaternário, e nós nos alinhamos com a proposta de entendimento que aponta para uma estrutura quaternária, pelo motivo exposto.
O professor deverá usar um cd gravado com a música escolhida, cópias da letra da música e um aparelho de som para audição.
As fichas montadas e coloridas na aula Música – Expressividade – Forma serão recortadas e remontadas sobre outra folha.
Durante todo o processo, observe as colocações dos alunos e considere todos os problemas levantados, explicando ou mesmo demonstrando o porquê da escolha certa. A representação das variações de dinâmica e sua distribuição junto às linhas guias servirão como avaliação da coerência das proporcionalidades com a gravação (o aluno deve entregar ao final da aula).
1) O aluno percebeu os contrastes de dinâmica associando-os às diferentes partes da música?
2) O aluno construiu o processo notacional coerentemente com o material sonoro?
3) Houve proporcionalidade no desenho de acordo com o que acontece na música?
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