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Corpo, matriz da sexualidade: pelo fim da exploração e da violência sexual

 

02/06/2010

Autor e Coautor(es)
SANDRO PRADO SANTOS
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UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA

Cláudia Regina M. G. Fernandes

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Corpo humano e suas necessidades
Educação de Jovens e Adultos - 2º ciclo Outros Ética (respeito mútuo, justiça, solidariedade e diálogo)
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Estudo da Sociedade e da Natureza Cidadania e participação
Ensino Fundamental Final Orientação Sexual Corpo: matriz da sexualidade
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
  1. Discutir o que é violência e exploração sexual, quais as condições que as fomentam e como podemos reduzi-las ou preveni-las.
  2. Entender que a exploração sexual envolve atividades como prostituição, pornografia infantil, entre outras atividades, para fins comerciais.
  3. Reconhecer questões ligadas à sexualidade, como gostar e cuidar do próprio corpo, respeitá-lo tanto no aspecto físico como psicológico.
  4. Compreender que o respeito a si próprio, ao seu corpo e aos seus sentimentos é a base fundamental para a possibilidade de um relacionamento enriquecedor com o outro.
  5. Refletir que o corpo, como sede do ser, é uma fonte inesgotável de questões e debates, que vão muito além do que é habitual incluir nos estudos da sua anatomia e fisiologia.
Duração das atividades
De 2 a 3 aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Não há necessidade de conhecimentos para a efetuação destas aulas.

Estratégias e recursos da aula

Estratégias utilizadas:

Aula interativa.

Socialização das produções dos/as alunos/as.

Uso da sala de vídeo e/ou de informática.   

ATIVIDADE 1: Dinâmica para falar sobre o corpo como matriz da sexualidade  

 Professor/a essa atividade tem como objetivo refletir sobre as diferentes concepções de sexualidade, as quais variam de acordo com gênero, cultura, geração, camada social, que marcam os corpos femininos e masculinos.   

Materiais necessários:   

Sala com cadeiras em círculo, um para cada participante.   

Procedimento:   

  1. Peça aos/as participantes para sentarem nas cadeiras em círculo. Apenas uma deve estar vazia.
  2. Quando o/a professor/a ler as declarações, os/as que tiverem de acordo devem mudar de cadeira.
  3. Pergunte para quem se moveu e quem não se moveu porque fez isso.
  4. Use as questões abaixo para facilitar a discussão, depois de ter debatido todas as razões que levaram os/as participantes a permanecer ou trocar de lugar.   

Estas são apenas sugestões a respeito de questões ligadas ao corpo como matriz da sexualidade. O/a professor/a poderá citar outras opiniões e/ou mudar a linguagem das questões abaixo, para melhor se adaptar à linguagem do grupo.   

OPINIÕES PARA POSIÇÕES   

  1. Muitas mulheres adolescentes se prostituem porque ganham muito dinheiro.
  2. Se uma adolescente quer se prostituir o problema é dela.
  3. A pessoa que paga uma menina para fazer sexo está dando uma ajuda para ela sobreviver.
  4.  A masturbação é necessidade do corpo, principalmente de adolescentes.
  5. A responsabilidade da gravidez é principalmente da mulher.
  6. O homem sempre deve ter o controle no relacionamento.
  7. Mulheres não se masturbam.
  8. Ter um nome/reputação ruim é pior para as mulheres do que para os homens.   

Perguntas para discussão:   

  1. Como o nosso corpo pode ser afetado pela prostituição?
  2. Como foi se posicionar sobre a sexualidade? Fácil ou Difícil?
  3. Por que as pessoas têm opiniões diferentes acerca da sexualidade?
  4. Quais as marcas que a sexualidade constrói em nosso corpo?
  5. As nossas manifestações de sexualidade são transmitidas pelo corpo? De que maneira?
  6. A concepção de sexualidade foi diferente entre os meninos e as meninas? Por quê?
  7. O gênero masculino ou feminino interfere em nossas manifestações corporais? E a idade?
  8. O nosso corpo pode ser vítima de estereótipos ligados a sexualidade? Dê exemplos.
  9. O corpo do homem tem a mesma significação do que o corpo da mulher? Por que tais diferenças?
  10. Destaquem quais posições, trabalhadas na atividade, demonstram significações diferentes para o corpo masculino e o corpo feminino? Essas veiculam algum estereótipo ou a superioridade masculina?
  11. Podemos afirmar que o nosso corpo conta uma história?     

Como finalização, sugerimos que o/a professor/a deixe bem claro que o corpo, como sede do ser, é uma fonte inesgotável de questões e debates, que vão muito além do que é habitual incluir nos estudos da sua anatomia e fisiologia. Além disso, o nosso corpo como matriz da sexualidade está sujeito a significações sociais, econômicas, políticas, culturais e históricas. Dessa forma, deixe bem claro para os/as alunos/as que o nosso corpo também pode estar sujeito a exploração e a violência sexual, temáticas que serão abordadas respectivamente nas atividades a seguir.

ATIVIDADE 2: “Profissão repórter” – exploração sexual   

Professor/a, como continuidade das aulas sugerimos que apresente um vídeo (Figura 1) com duração de nove minutos e quarenta e quatro segundos, da série Profissão Repórter – temática Prostituição. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=L50rUqEMnAI 

Figura 1: Imagem do vídeo Profissão Repórter

Após assistir ao vídeo, o/a professor/a perguntará aos/as alunos/as o que sabem sobre a prostituição, e, posteriormente indagá-los/as sobre o que acharam do vídeo. Após os relatos dos/as alunos/as, sugerimos que o/a professor/a faça algumas perguntas:

  1. Você conhece algum jovem que enfrenta ou enfrentou situações semelhantes às descritas no vídeo?
  2. Como costumamos nos relacionar com pessoas consideradas diferentes da maioria? Existe alguma relação de poder neste tratamento?
  3. Quais os grupos de indivíduos que são representados no vídeo? Por que são considerados como “minorias” e/ou são marginalizados?
  4. Os grupos retratados sofrem preconceitos? E são explorados? De que maneira?
  5. Quais grupos, além dos mencionados no vídeo, são estigmatizados em nossa sociedade?
  6. Quais os pontos de vista, da turma, em relação à realidade apresentada?
  7. O que poderíamos fazer para minimizar as situações apresentadas no vídeo?
  8. Como podemos associar as situações apresentadas com o modelo social, político e econômico que vivemos?
  9. Quem são mais vítima da exploração sexual, homens ou mulheres? Por quê?

O/a professor/a poderá elaborar outras questões conforme encontrar pertinência. Os/as alunos/as podem responder oralmente as perguntas. A finalidade delas é fomentar a reflexão, a criticidade, bem como o diálogo entre eles a respeito da temática. Além disso, como finalização da atividade, sugerimos que o/a professor/a solicite para a turma formular perguntas que fariam para os grupos apresentados no vídeo. Tais perguntas são muito importantes e podem revelar preconceitos e estereótipos que devem ser trabalhados/discutidos no momento de reflexão da atividade.

Lembre-se:

O/a professor/a poderá abordar outras expressões e/ou trechos do vídeo à medida que achar pertinente.

ATIVIDADE 3: Violências e explorações sexuais: é ou não é? – Dinâmica adaptada do manual, “Pelo fim da exploração sexual. O que os homens podem fazer?”, para sensibilização de adolescentes entre 10 a 14 anos.

Disponível em: http://www.promundo.org.br/

Professor/a, essa atividade terá como objetivo discutir o que é violência e exploração sexual, quais as condições que as fomentam e como podemos reduzi-las ou preveni-las.  

O que irá precisar: 

Sala ampla e confortável que permita a formação de grupos, folhas de papel-sulfite e folhas com as histórias descritas.

O que você deverá fazer:

  1. Dividir a turma em grupos de sete participantes.
  2. Entregar para cada grupo um caso de uma situação diferente, para que eles/as discutam sobre o tipo de exploração ou violência descrita e tomem uma decisão a respeito.
  3. Solicitar aos grupos a desenvolverem as seguintes atividades na folha de papel-sulfite
  4. Descrever uma definição de violência e exploração sexual, refletindo sobre o que isto significa para o grupo.  
  5. Identificar decisões e/ou soluções para o caso.
  6. Após o término dessa etapa, solicite que os grupos façam a socialização da atividade proposta, ou seja, apresentem de forma expositiva para toda a turma.

Exemplos de casos

Caso 1

Amélia é uma jovem de 16 anos que trabalha em uma boate, fazendo programas com estrangeiros. Ela não sabe ler, mas com seu trabalho tem conseguido comprar todas as coisas que precisa, inclusive ajudar seus irmãos.

Caso 2

Marina tem 13 anos e é muito pobre. Às vezes, falta comida em sua casa. Para “ajudar” a família, João, que tem 45 anos propôs dar uma boa quantia em dinheiro, se Marina fizer um programa com ele.

Caso 3

Pablo e Marina estão casados há dois anos. Ás vezes, Pablo chega em casa tarde e Marina já esta dormindo. E a ele acorda para transarem. Ás vezes, ela não concorda, mesmo assim Pablo força a barra.

Caso 4

Sônia tem 21 anos de idade e mora em uma cidade do interior. Ela arrumou um namorado mais velho. Foi o primeiro amor da vida dela e ela queria passar todo seu tempo livre com ele. Com ao passar do tempo ele a pressionou para trabalhar com ofertas diárias de prostituição.

Depois que todos os casos apresentados e as opiniões discutidas, facilite a discussão com as questões a seguir:   

  1. Violência sexual é crime?
  2. Que podemos fazer para prevenir a violência sexual? E a prostituição?
  3. Quais seriam as consequências de ter sofrido exploração sexual?
  4.  Esses casos são realistas?
  5. As crianças e os/as adolescentes podem ser vítimas de exploração sexual? Como podemos prevenir desses acontecimentos?     

O/a professor/a precisa deixar bem claro que os direitos humanos constituem o marco de reconhecimento dos direitos e liberdade básicas inerentes à base humana, sem qualquer espécie de discriminação. São os direitos que consagram o respeito à dignidade humana, que visam resguardar a integridade física e psicológica das pessoas perante seus semelhantes e perante o Estado em geral. Exemplos desses direitos e liberdades reconhecidos como direitos humanos incluem os direitos civis e políticos, o direito à vida e à liberdade, liberdade de expressão e igualdade perante a lei, direitos sociais, culturais e econômicos, o direito à saúde, ao trabalho e à educação. O/a professor/a poderá utilizar o link abaixo como consulta e indicá-lo como fonte de consulta para os/as alunos/as:  

Declaração Universal dos Direitos Humanos – Disponível em: http://portal.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm

Além disso, o/a professor/a poderá pedir para que os/as alunos/as façam uma consulta no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) como forma de verificar o que diz tal legislação a respeito da violência e exploração sexual contra crianças. Disponível em:   http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm    

As pesquisas poderão ser realizadas na sala de informática, biblioteca, ou mesmo em sala de aula, desde que se tenham os documentos necessários para a pesquisa.

Recursos Complementares

Sugestões de aulas, portal do professor, que ajudam na abordagem dessas temáticas:   

  1. Abuso Sexual é Crime!
  2. Violência de gênero? O que é isso? Como desconstruí-la?

Manual para sensibilização de adolescentes entre 10 a 14 anos, “Pelo fim da exploração sexual. O que os homens podem fazer?”, para.

Disponível em: http://www.promundo.org.br/ 

Avaliação

A avaliação deverá ser realizada durante todo o processo, observando a participação dos alunos, bem como a realização das atividades. Para isso, indicamos alguns critérios:

  1. Respostas aos questionamentos;
  2. Participar das discussões sempre que esta solicitar expressão oral;
  3. Trabalho colaborativo, sugestão de ideias, criatividade e integração com o grupo;

Dica: 

O/a professor/a deverá avaliar não só a apropriação no conteúdo, referente à temática da aula, como também a capacidade individual e coletiva dos/as alunos/as de argumentar e discutir um tema.

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