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Coleção Literatura para todos: a hora do conto

 

09/08/2010

Autor e Coautor(es)
Ana Paula Campos Cavalcanti Soares
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Conhecer esses textos através da leitura oral do professor, identificando elementos como título, personagens, complicação e desfecho.   

- Ler contos e crônicas, identificando narrador, personagens, enredo.   

- Escrever, com ajuda do professor e dos colegas, pequenas histórias do cotidiano, anedotas ou contos conhecidos.   

-  Ordenar coerentemente um texto.  

 - Relacionar informações.   

-  Operar com conhecimentos prévios de mundo, linguísticos e textuais.   

- Operar com pistas lingüísticas.

Duração das atividades
03 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Dominar as relações grafema e fonema.   

- Gênero textual: conto: forma composicional, linguagem, função e contexto de circulação.

Estratégias e recursos da aula

As estratégias a serem utilizadas são: 

- aula interativa;   

- trabalho em grupo;   

- texto impresso;  

- montagem de texto  

 Desenvolvimento   

OBS:  Sugere-se que o professor utilize o volume “Cabelos Molhados” que se encontra no endereço: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=50062  da Coleção Literatura para Todos. O professor poderá ler um conto a cada dia, como leitura deleite para fruição. Sugere-se, também, os seguintes contos para um trabalho mais sistematizado:  A viagem, Conversa de homem para homem, O ídolo, Dia das Mães.   

Cabelos Molhados. Fonte: www.narinhadamasceno.blogspot.com  

1ª atividade:   

a)       Para realizar um trabalho mais sistematizado com os contos do livro “Cabelos Molhados”, o professor escreve o título CABELOS MOLHADOS no quadro e sem dizer qual o gênero textual a ser lido, solicita que os alunos levantem hipóteses acerca do assunto do texto que tem esse título.  

 b)      Ouve as hipóteses levantadas e agora, dizendo que o texto que eles lerão é um conto, questiona: Alguém mudaria a hipótese sobre o assunto do texto sabendo que ele é um conto?  

 c)      Para que possam confirmar ou não as hipóteses sobre o assunto do texto, o professor entrega o texto impresso e faz a leitura do mesmo.     

Cabelos molhados

Luis Pimentel  

Ananias deu banho nos meninos, ajudou a vestirem a roupa, penteou seus cabelos e colocou um ao lado do outro na mesa, diante do feijão, arroz, carne e abóbora que ele mesmo preparou. Depois de andar um quilometro com os filhos e colocá-los na condução que iria levá-los até a escola, no vilarejo, se preparava para pegar o caminho da roça, onde ajeitaria uma cerca caída. A freada do jipe com placa do município mudou os seus planos. Polícia, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, o padre, a responsável pela Delegacia da Mulher e até um repórter do jornal da capital chegaram em caravana. Falavam em nome da ordem, da justiça, do povo e até de Deus, atendendo à denúncias anônimas dando conta de que Almerinda estava morta, vítima de maus tratos. Foram logo informando que não traziam mandado de busca, nem era preciso.  Ananias não exigiu nada nem parecia saber do que se tratava. "Gente de Cristo, onde já se viu?!", perguntava o suspeito, olhos em brasa e pânico, tremendo diante dos homens e da delegada, chorando no ombro do padre. Era um homem temente, sempre fora. Tinha um São Jorge Guerreiro na sala e o Sagrado Coração na parede do quarto, na cabeceira da cama. As lágrimas e o desespero de Ananias não impediram os invasores de continuar a investigação. "É melhor o senhor confessar de uma vez por todas", dizia o policial. "Vamos derrubar paredes até encontrar o corpo", confabulavam bombeiros e agentes da Defesa. A delegada chamou o acusado num canto: "Onde foi parar a coitada, Seu Ananias? Sabemos que você batia nela." "Almerinda desapareceu, doutora." "Ninguém desaparece, homem. E está desaparecida desde quando?" "Desde a semana passada. Sumiu numa noite de lua cheia. Almerinda andava esquisita, Deus me livre." "Deixe de crendice à toa e mostre onde enterrou a infeliz. É melhor para você, criatura." O tal do repórter parecia um carro de boi no atoleiro: "O senhor matou? Matou ou não matou?  O senhor matou?" Nenhuma panela mais nos armários. Roupas arrancadas do baú. Moveis e a cama de pernas para o ar. Os homens quebravam tudo, em algum lugar o corpo estaria. Viram o poço no fundo do quintal, correram ate lá. "Vai ver está ali, afogada". Ananias enxugava as lágrimas nos pêlos da mão e futucava os dentes com um palito de fósforos. "Na água que bebo? Que uso para dar de beber às crianças?" O  padre tentou negociar: “Confesse, filho, depois se apegue com o Salvador. Ele dará o perdão e mostrará o bom caminho." Ananias gemeu. Mais ainda quando os homens arrebentaram o depósito de mantimentos, caroço de milho correndo por toda a despensa. "Em algum lugar ele escondeu o corpo”, dizia o bombeirinho, o mais franzino de todos. O padre se roia em remorsos: "E se o pobre não tiver culpa de nada?", perguntou à delegada. "Como? Judiava dela. Arrastava a mulher pelos cabelos, ela tinha cabelos lindos e longos, submetia a instintos animais, dizem até que um dia marcou a bunda da infeliz com o instrumento de ferrar o gado." O pároco pigarreou, envergonhado. Bombeiro e policial voltaram do tanque, trazendo uma cabaça em forma de cuia. "Só achamos isto." "Pois é com isto que encho a lata d'água, o cocho dos porcos, o vasilhame das galinhas. Antes quem fazia tudo era ela", e caiu mais uma vez em pranto. As ordens se atropelavam, quase sempre aos gritos: "Verifiquem o chiqueiro! Cavem a terra no curral! Sacudam os galhos das arvores!" Gente da lei sabe que não existe limite para as astúcias assassinas. Ananias apenas repetia não saber de nada, enquanto implorava baixinho: "volta, Almerinda, tira desse pesadelo". Já estava ficando noitinha quando as visitas indesejáveis ligaram o jipe, prometendo voltar no dia seguinte bem cedo, para retomar as buscas e as investigações. Ananias ficou sentado no banquinho ao lado da porta, cocando os olhos ardidos de tanto choro, criando coragem para por ordem na mente e começar a trabalheira de botar no lugar tudo o que aquela gente sem modos esparramou. Mas antes iria até o quintal....  

 d)     Após a leitura, o professor o professor chama a atenção da turma para o fato de que o texto está faltando o final e propõe uma discussão a partir das questões:   

- As hipóteses levantadas por vocês foram confirmadas pelo texto? Nesse momento é importante enfatizar que eles não tinham que acertar, mas o que vale é saber pensar, refletir.

- Qual foi o assunto do texto?   

e)      Em seguida, o professor propõe que a turma reconte a parte do texto que foi lido e faz a seguinte colocação: O conto que acabamos de ler, trata de um homem que é abordado pela polícia acusado de ser assassino de sua mulher. Durante todo o conto, tudo leva a crer que o homem é inocente. Será que ele era realmente o assassino?   

f)       O professor organiza a turma em grupos propondo que  façam um levantamento  das características físicas e psicológicas do personagem principal (explícitas ou não). Enquanto os alunos vão falando, o professor faz o registro no quadro.   

g)      Após o levantamento das características do personagem, o professor solicita que cada grupo escreva a continuidade do texto, criando um final para o conto.  

 h)      O professor socializa as produções sem fazer comentários e entrega o final do texto para que os alunos possam comparar suas produções com o conto original, propondo uma discussão a partir da questão: a continuidade e o final que vocês criaram foram iguais aos do autor do conto?  O professor coloca que uma das características principais de um conto é o final enigmático, o que nos faz questionar: Será que o homem era realmente o assassino?   

Texto completo:  

 Cabelos molhados

Luis Pimentel   

Ananias deu banho nos meninos, ajudou a vestirem a roupa, penteou seus cabelos e colocou um ao lado do outro na mesa, diante do feijão, arroz, carne e abóbora que ele mesmo preparou. Depois de andar um quilometro com os filhos e colocá-los na condução que iria levá-los até a escola, no vilarejo, se preparava para pegar o caminho da roça, onde ajeitaria uma cerca caída. A freada do jipe com placa do município mudou os seus planos. Polícia, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, o padre, a responsável pela Delegacia da Mulher e até um repórter do jornal da capital chegaram em caravana. Falavam em nome da ordem, da justiça, do povo e até de Deus, atendendo à denúncias anônimas dando conta de que Almerinda estava morta, vítima de maus tratos. Foram logo informando que não traziam mandado de busca, nem era preciso.  Ananias não exigiu nada nem parecia saber do que se tratava. "Gente de Cristo, onde já se viu?!", perguntava o suspeito, olhos em brasa e pânico, tremendo diante dos homens e da delegada, chorando no ombro do padre. Era um homem temente, sempre fora. Tinha um São Jorge Guerreiro na sala e o Sagrado Coração na parede do quarto, na cabeceira da cama. As lágrimas e o desespero de Ananias não impediram os invasores de continuar a investigação. "É melhor o senhor confessar de uma vez por todas", dizia o policial. "Vamos derrubar paredes até encontrar o corpo", confabulavam bombeiros e agentes da Defesa. A delegada chamou o acusado num canto: "Onde foi parar a coitada, Seu Ananias? Sabemos que você batia nela." "Almerinda desapareceu, doutora." "Ninguém desaparece, homem. E está desaparecida desde quando?" "Desde a semana passada. Sumiu numa noite de lua cheia. Almerinda andava esquisita, Deus me livre." "Deixe de crendice à toa e mostre onde enterrou a infeliz. É melhor para você, criatura." O tal do repórter parecia um carro de boi no atoleiro: "O senhor matou? Matou ou não matou?  O senhor matou?" Nenhuma panela mais nos armários. Roupas arrancadas do baú. Moveis e a cama de pernas para o ar. Os homens quebravam tudo, em algum lugar o corpo estaria. Viram o poço no fundo do quintal, correram ate lá. "Vai ver está ali, afogada". Ananias enxugava as lágrimas nos pêlos da mão e futucava os dentes com um palito de fósforos. "Na água que bebo? Que uso para dar de beber às crianças?" O  padre tentou negociar: “Confesse, filho, depois se apegue com o Salvador. Ele dará o perdão e mostrará o bom caminho." Ananias gemeu. Mais ainda quando os homens arrebentaram o depósito de mantimentos, caroço de milho correndo por toda a despensa. "Em algum lugar ele escondeu o corpo”, dizia o bombeirinho, o mais franzino de todos. O padre se roia em remorsos: "E se o pobre não tiver culpa de nada?", perguntou à delegada. "Como? Judiava dela. Arrastava a mulher pelos cabelos, ela tinha cabelos lindos e longos, submetia a instintos animais, dizem até que um dia marcou a bunda da infeliz com o instrumento de ferrar o gado." O pároco pigarreou, envergonhado. Bombeiro e policial voltaram do tanque, trazendo uma cabaça em forma de cuia. "Só achamos isto." "Pois é com isto que encho a lata d'água, o cocho dos porcos, o vasilhame das galinhas. Antes quem fazia tudo era ela", e caiu mais uma vez em pranto. As ordens se atropelavam, quase sempre aos gritos: "Verifiquem o chiqueiro! Cavem a terra no curral! Sacudam os galhos das arvores!" Gente da lei sabe que não existe limite para as astúcias assassinas. Ananias apenas repetia não saber de nada, enquanto implorava baixinho: "volta, Almerinda, tira desse pesadelo". Já estava ficando noitinha quando as visitas indesejáveis ligaram o jipe, prometendo voltar no dia seguinte bem cedo, para retomar as buscas e as investigações. Ananias ficou sentado no banquinho ao lado da porta, cocando os olhos ardidos de tanto choro, criando coragem para por ordem na mente e começar a trabalheira de botar no lugar tudo o que aquela gente sem modos esparramou. Mas antes iria até o quintal levantar a pedra do fundo do poço e fazer submergir mais uma vez o corpo de Almerinda, o vestido de chita se desfazendo de tanto limo grudado. Oferecer a sopa que a morta recusaria, pentear seus lindos e longos cabelos molhados e desta vez pedir, por tudo o que é mais sagrado, que ela não conte o que sabe para aquele povo do município. Antes disso não ia conseguir dormir.     

2ª atividade:   

a)      O professor organiza a turma em grupos e entrega uma cópia do texto abaixo, enfatizando que o mesmo está desordenado e que a tarefa da equipe é ordená-lo de forma que tenha sentido.   

O Prejuízo

Luis Pimentel   

Meu pai arregalou os olhos e depois desamarrou a cara. Abriu um sorriso que até hoje lembro como o mais bonito que já vi no rosto dele. Só não sei se foi porque eu disse que pagava o prejuízo ou se foi por causa do “essa droga”.  

Meu pai entrou no banheiro, sem me olhar, urinou, fez a barba, depois saiu de lá novamente sem olhar para mim. Sentou para tomar café da manhã sem me chamar, como sempre fazia. Eu não aguentava mais o peso do seu silêncio, quando ele resolveu abrir a boca ainda cheia de café com leite e cuscuz para desabafar, entre enraivecido e queixoso: Aí criei coragem e disse: “não precisa, quem vai pagar a vidraça sou eu.”

_“Deixe, pai. Vendo meu time de botão, vendo laranja descascada na porta de casa e pago essa droga.”

 _“Vou ter que trabalhar o final de semana inteiro, fazer hora extra para poder pagar a vidraça do seu Nestor que você destruiu, moleque.”

Meu pai perguntou: “por que você fez isto?” E não disse mais nada. Não respondi coisa alguma nem sabia o que responder. Fiquei olhando ora para a parede, ora para o telhado, morrendo de vergonha.

Meu pai me olhou indiferentemente e incrédulo, como se olhasse para uma parede que fala, e tomei a dianteira antes que ele dissesse qualquer coisa:    

 b)      O professor socializa as montagens do texto propondo que os alunos manifestem sobre as pistas que os ajudaram a ordenar o conto. Faz os comentários necessários e entrega o texto ordenado de acordo com o original, solicitando a leitura do mesmo.  

 Texto ordenado de acordo com o original:   

O Prejuízo

Luis Pimentel     

Meu pai perguntou: “por que você fez isto?” E não disse mais nada. Não respondi coisa alguma nem sabia o que responder. Fiquei olhando ora para a parede, ora para o telhado, morrendo de vergonha. Meu pai entrou no banheiro, sem me olhar, urinou, fez a barba, depois saiu de lá novamente sem olhar para mim. Sentou para tomar café da manhã sem me chamar, como sempre fazia. Eu não aguentava mais o peso do seu silêncio, quando ele resolveu abrir a boca ainda cheia de café com leite e cuscuz para desabafar, entre enraivecido e queixoso: _“Vou ter que trabalhar o final de semana inteiro, fazer hora extra para poder pagar a vidraça do seu Nestor que você destruiu, moleque.” Aí criei coragem e disse: “não precisa, quem vai pagar a vidraça sou eu.” Meu pai me olhou indiferentemente e incrédulo, como se olhasse para uma parede que fala, e tomei a dianteira antes que ele dissesse qualquer coisa: _“Deixe, pai. Vendo meu time de botão, vendo laranja descascada na porta de casa e pago essa droga.” Meu pai arregalou os olhos e depois desamarrou a cara. Abriu um sorriso que até hoje lembro como o mais bonito que já vi no rosto dele. Só não sei se foi porque eu disse que pagava o prejuízo ou se foi por causa do “essa droga”.    

c)      Em seguida, o professor propõe uma discussão a partir das questões:                  

- O que cada um sentiu ao ler esse conto?                 

 - Quais são os personagens do conto?                 

 - Quem é o narrador do texto?                 

- Qual o tema do conto?                 

- Qual foi o desfecho do conto?   

OBS: Nesse momento o professor pode enfatizar algumas características do conto: texto não muito longo, envolve a emoção, tem final enigmático, o texto apresenta os personagens, suas ações e suas histórias.         

3ª atividade:   

a)      O  professor propõe que cada aluno  escreva um conto seguindo as orientações:   

- Escolha o tema: o conto poderá ter como temática a relação entre pai e filho,  morte, crime, relação mãe e filho, celebridades, humor, entre outras.   

- Os personagens serão: o pai, o filho ( do conto Prejuízo) e o Ananias e a Almerinda      ( do conto Cabelos Molhados).   

- O desfecho: tem que ser enigmático, deixar no ar a conclusão do leitor.   

b)      Após a socialização das produções,  o professor planeja com a turma a correção dos textos, uma vez que esses contos serão reunidos em um livro da turma para ser editado e publicado.     

OBS:  Sugere-se outras  atividades para o trabalho com os contos:     

1ª)  Utilizando-se dos títulos dos contos (sugere-se que antes dessa atividade o professor já tenha lido todos os contos) o educador poderá propor um quebra-cabeça com as histórias, utilizando-se do título e do final (pode ser o início, o resumo, um diálogo, listas de personagens) das histórias. Assim, os alunos deverão encaixar o título ao final da história correspondente.     

2)  Os contos do volume destacados na primeira atividade poderão ser explorados a partir de temáticas. Uma sugestão de temática que o professor poderá abordar é a relação pai e filho presente nos contos: O prejuízo, A viagem, Conversa de homem para homem. Neste caso, sugere-se que o professor levante com os alunos as seguintes questões: Que tipo de relacionamento é tratado nos contos (paternal, maternal, irmandade, amizade)? Como a relação entre pai e filho é tratada nos contos? Em O Prejuízo, por exemplo, a relação entre pai e filho é boa? Em A Viagem a relação entre pai e filho é problemática?     

Recursos Complementares

Conto

Fonte: Wikipedia   

O conto é a forma narrativa, em prosa, de menor extensão (no sentido estrito de tamanho). Entre suas principais características, estão a concisão, a precisão, a densidade, a unidade de efeito ou impressão total – da qual falava Poe (1809-1849) e Tchekhov (1860-1904): o conto precisa causar um efeito singular no leitor; muita excitação e emotividade. Ao escritor de contos dá-se o nome de contista.   Contistas famosos Machado de Assis e Aluízio Azevedo destacam-se no panorama brasileiro do conto, abrindo espaço para contistas como Clarice Lispector, O Tarzan Verde , Lima Barreto, Otto Lara Resende e Lygia Fagundes Telles. Eça de Queirós, mais conhecido como romancista, é referência em Portugal por seus contos reunidos para publicação em 1902, dois anos após seu falecimento, bem como Branquinho da Fonseca, cuja obra inclui diversas antologias de contos. Em Moçambique, o conto é um género próspero, como se pode ver pela obra de Mia Couto e pela antologia de Nelson Saúte, "As Mãos dos Pretos". A figura do contista encontra-se perdida na atualidade, em face da valorização do romance em oposição à prosa curta e à poesia enquanto gêneros literários. Um dos poucos redutos em que sobrevive e, mais do que isso, impera é a ficção científica, suportado pelas importantes contribuições de contistas modernos como Isaac Asimov e Machado de Assis que é o princpal contista do Brasil Extensão Segundo outras definições, o conto não deve ocupar mais de 7.500 palavras. Atualmente entende-se que pode variar entre um mínimo de 1.000 e um máximo de 20.000 palavras. Mas toda e qualquer limitação de um mínimo ou máximo de palavras é descartada e ignorada por escritores e leitores.    

 Conteúdo e forma  

 Forma: expressão ou linguagem mais os elementos concretos e estruturados, como as palavras e as frases. Conteúdo: é imaterial (fixado e carregado pela forma); são as personagens, suas ações, a história (ver Céu, inferno, Alfredo Bosi).   Necessidades básicas O conto necessita de tensão, ritmo, o imprevisto dentro dos parâmetros previstos, unidade, compactação, concisão, conflito, início, meio e fim; o passado e o futuro têm significado menor. O "flashback" pode acontecer, mas só se absolutamente necessário, mesmo assim da forma mais curta possível.   

Final Enigmático

 O final enigmático prevaleceu até Maupassant (fim do século XIX) e era muito importante, pois trazia o desenlace surpreendente (o fechamento com "chave de ouro", como se dizia). Hoje em dia tem pouca importância; alguns críticos e escritores acham-no perfeitamente dispensável, sinônimo de anacronismo. Mesmo assim não há como negar que o final no conto é sempre mais carregado de tensão do que no romance ou na novela e que um bom final é fundamental no gênero. "Eu diria que o que opera no conto desde o começo é a noção de fim. Tudo chama, tudo convoca a um final" (Antonio Skármeta, Assim se escreve um conto).    

 Para maiores informações acessar: http://pt.wikipedia.org/wiki/Conto      

Coleção Literatura para todos  

 Apresentação   

A realização do Concurso Literatura para Todos é uma das estratégias da Política de Leitura do Ministério da Educação, que procura democratizar o acesso à leitura, constituir um acervo bibliográfico literário específico para jovens, adultos e idosos recém alfabetizados e criar uma comunidade de leitores. Esse novo público é chamado de neoleitores. O MEC publica e distribui as obras vencedoras às entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado, às escolas públicas que oferecem a modalidade EJA, às universidades da Rede de Formação de Alfabetização de Jovens e Adultos, aos núcleos de EJA das instituições de ensino superior e às unidades prisionais. Em 2009, em sua terceira edição, os candidatos concorrem nas categorias prosa (conto, novela ou crônica), poesia, texto de tradição oral (em prosa ou em verso), perfil biográfico e dramaturgia. Serão selecionadas duas obras das categorias: prosa, poesia e textos da tradição oral e apenas uma obra das categorias: perfil biográfico e dramaturgia. Também será selecionada uma obra de qualquer uma das modalidades do concurso de autor natural dos países africanos de língua oficial portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Os vencedores recebem prêmios no valor de R$ 10 mil. Em 2008, 729 foram inscritas. Desse total, 129 obras foram desclassificadas por não atenderem às exigências do edital. Concorreram ao prêmio 608 obras inscritas , sendo 301 textos em prosa (contos, novelas, crônicas), 14 biografias, 30 textos de tradição oral, 246 poesias e 17 obras de países africanos. A inscrição para o concurso este ano será feita por meio do encaminhamento das obras literárias para : 3° Concurso Literatura para Todos, Ministério da Educação, Esplanada dos Ministérios , Bloco L , Sala 715 ,CEP 70047–900, Brasília /DF. O prazo vai até dia 25 de agosto de 2009. Os concorrentes naturais e residentes em países africanos de língua oficial portuguesa devem fazer a inscrição mediante o envio das obras literárias para as embaixadas do Brasil nos respectivos países.  

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12313&Itemid=628%A0  

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos. A Coleção Literatura para todos é uma interessante iniciativa do governo federal em promover a democratização da leitura. As obras foram compostas pensando no público da EJA e assim, o trabalho com os diferentes gêneros que compõe essa obra é fundamental para a formação leitora de jovens e adultos. Nesta aula o professor, deverá verificar se os alunos compreenderam as características básicas de um conto (final enigmático, extensão e forma). É importante que com as leituras diárias, os alunos sintam prazer de ouvir as histórias, bem como iniciativa para lê-las.

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