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Coleção Literatura para todos: conhecendo biografia

 

09/08/2010

Autor e Coautor(es)
Ana Paula Campos Cavalcanti Soares
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BELO HORIZONTE - MG Universidade Federal de Minas Gerais

Sulamita Nagem Dias Lima

Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente Curricular Tema
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Linguagem oral
Educação de Jovens e Adultos - 1º ciclo Língua Portuguesa Leitura e escrita de texto
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula

- Ler e escrever relatos breves de experiências de vida.

- Ler e escrever biografias, observando a seqüência cronológica dos textos de eventos.

- Distinguir relatos históricos de relatos ficcionais.

Duração das atividades
02 horas/aula
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

- Dominar as relações grafema e fonema.

- Saber construir uma linha de tempo.

Estratégias e recursos da aula

As estratégias a serem utilizadas são:

 - aula interativa;   

- trabalho em grupo;   

- texto impresso;   

Desenvolvimento   

OBS: - Sugere-se que o trabalho dessa aula seja realizado com a Coleção Literatura para Todos, utilizando o volume “Leo, o pardo”, cujo gênero é a biografia e que se encontra no endereço: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do   

Leo, o pardo. Fonte: www.cidadaopg.sp.gov.br   

- O professor poderá fazer a leitura dos capítulos da narrativa, todo os dias. A leitura deve ser para a fruição e prazer.     

1ª atividade:  

 a)      Para iniciar a aula, o professor propõe a realização da dinâmica:   

- Utilizando uma caixinha, na qual no fundo há um espelho, o professor solicitará que em círculo, os alunos descrevam a pessoa estão vendo dentro da caixinha.  É importante que o professor não revele que há um espelho dentro da caixinha, bem como os alunos que pegarem na caixinha só poderão descrever a pessoa que estão vendo, mas não podem revelar o que existe dentro da caixinha. Assim a caixinha deverá passar de mão em mão e cada aluno tentará enumerar características físicas e psicológicas da pessoa que estão vendo.  

 b)      Após a dinâmica, o professor propõe que os alunos manifestem o que sentiram ao realizá-la e o que foi mais difícil ou mais fácil de ser feito durante a atividade.     2ª atividade:   

a)      O professor solicita que os alunos façam uma relação de alguns acontecimentos que consideram importantes e que marcaram sua vida. Esforçar-se para lembrar, também, quando e em que lugar esses fatos aconteceram e quantos anos tinham na época.  

 b)      Após a socialização dos fatos marcantes na vida de cada um, o professor organiza a turma em grupos e propõe que selecionem, de cada um dos membros da equipe, pelo menos dois acontecimentos marcantes.  

 c)      O professor propõe que a equipe construa uma linha de tempo utilizando os fatos marcantes selecionados no item anterior. Os alunos deverão ser orientados a fazer essa linha de tempo em uma cartolina.   

d)     O professor socializa as linhas de tempo e faz os comentários necessários.    

 3ª atividade:  

 a)      Com o objetivo de mostrar aos alunos um texto de biografia, o professor fará a leitura de uma parte do texto: Santana do Jacaré,  que se encontra no endereço abaixo: http://www.scribd.com/doc/3344599/Literatura-Biografia-Leo-o-Pardo   

Santana do Jacaré

Rinaldo Santos Teixeira   

Dia desses, lembrei dos sonhos que tinha quando trabalhava com meu irmão, o Claudinei, na granja São Francisco, em Campo Belo, Minas Gerais. O dia todo cortando frangos: coxas, sobre coxas, cabeças e pés de frango, e entrando naquela geladeira não sei quantos graus abaixo de zero, depois de comer uns pães de queijo, murchinhos, oferecidos pela Dona Celeste. De noite, eu deitava e sabia que estava pegando no sono quando os frangos, pelados, vinham dançar na minha cabeça, batendo as asinhas, rebolando. Mas meu primeiro trabalho foi em casa mesmo, junto dos meus irmãos. Meu pai era caixeiro viajante, e nossa função era encargar o fumo para cigarro de palha com ele, passando as cordas de tabaco de um rolo maior, que ficava numa gangorra de madeira, pros rolos menores, pra serem levados nas viagens. Meu pai, Jair do Vito, e minha mãe, Dona Preta, tiveram dez filhos, não porque em casa não havia televisão, e até meus oito anos não tinha mesmo, mas porque, no dizer do meu pai, se ele é um homem forte e minha mãe uma mulher forte, nada mais natural, na graça de Deus, que tivessem dez filhos. Minha avó paterna morreu aos 25 anos, deixando quatro filhos mais crescidos e meu pai, com dois anos de idade, que passou a procurá-la debaixo da cama. A vó Júlia tinha ido ajudar o vô Vito numa coivara e, voltando, com o corpo ainda quente da queimada da roça, parou num riacho pra tomar água. Água fria, acabou pegando uma constipação. “Vocês precisam perdoar o seu pai, porque ele cresceu sem mãe e foi sendo dado de família em família, todo ano uma família nova, nunca conhecendo carinho, até ficar grande”. Minha mãe sempre contava essa história quando o meu pai bebia e arrumava bagunça lá em casa, ou quando ele batia na gente. Porque minha mãe dizia: “bater, só se for  na bunda”, e meu pai, na hora da raiva, batia em qualquer lugar. Já a vó Onofra, mãe da minha mãe, morreu no colo dela, de angina no coração. Minha mãe tinha 17 anos e minha avó 37. Ela deixou mais outros seis filhos. Deles, o tio Tarcísio tinha quinze e, já sendo marceneiro que nem meu vô Geraldo, fez umas réguas de corte e costura e falou pra minha mãe: “pega a máquina e aprende a costurar”. Na primeira calça ela foi meio sem jeito, mediu a parte da frente, fez a parte de trás maior por causa da bunda, emendou as duas, o cliente gostou e ela passou a fazer roupa pra fora. Com uns anos, ficou a melhor da região e se 67 menos 17 é igual a 50, essa é a quantidade de tempo em que ela costura. O primeiro trabalho do meu pai foi quando ele já morava com o vô Vito e somava oito anos de idade. Ele aprendeu a guiar boi, montava num burrinho e saía, “ôôôôôu, ôôôôôu”, com a varinha na mão,embornal no pescoço e muita destreza pra boiada não desemparelhar. E ia, dia e mais dia, légua que lá vai légua, parando nas noitinhas das veredas, um olho cochilando e outro arre- galado nos bichos do mato. No primeiro ordenado dele ele ganhou seis mil réis e falou pro vô: “vou comprar um canivetinho do cabo preto que nem o do Antônio Nogueira”, o que custou pra ele dois mil.   

b)      Após a leitura, o professor propõe uma discussão a partir das questões:

- O que é um texto de biografia?

- Para que ele serve?

- Como é a linguagem desse texto?

 - Quem narra o texto?

- Qual é o assunto desse texto?   

c)      Se o professor achar conveniente e necessário, poderá levar para a sala outros modelos de biografia.   

d)     O professor retoma a linha de tempo construída pelos grupos e propõe que a turma escolha uma dessas linhas de tempo. Feita a escolha, o professor dá as seguintes instruções:  

 - Imaginem que os fatos relatados nessa linha de tempo pertençam à vida de um personagem.

- Escolham um nome para esse personagem.

- Agora, coletivamente, vamos escrever a biografia desse personagem.

e) Após a produção coletiva, o professor solicita que façam a leitura do mesmo. Em seguida o professor faz os comentários necessários.   

4ª atividade:   

a)      O professor propõe que retomem os fatos marcantes da vida de cada um deles que foram listados na letra a da 2ª atividade dessa aula. A partir desses fatos cada um vai escrever a sua biografia.   

b)      O professor socializa as produções, faz os comentários necessários e propõe que as correções textuais sejam feitas coletivamente.   

c)      Em seguida, organiza  uma exposição dos textos criados.   

OBS: Caso seja possível, sugere-se que todas as biografias escritas sejam reunidas e editadas. Se houver laboratório de informática na escola, sugere-se que o professor leve os alunos para digitarem as biografias no computador. A ideia é que o professor crie um blog onde serão publicadas as biografias produzidas e digitadas pelos alunos.   

Recursos Complementares

Biografia

Fonte: Wikipédia   

A Biografia é um gênero literário em que o autor narra a história da vida de uma pessoa ou de várias pessoas. De um modo geral as biografias contam a vida de alguém depois de sua morte, mas na atualidade isso vem mudando. Quando o biografado (pessoa que está tendo a vida contada na biografia) é o próprio autor, chama-se autobiografia.   

Autobiografia

 A autobiografia é a biografia escrita pela pessoa de quem a biografia fala, geralmente resulta de quando o autor procede ao levantamento de sua própria existência. O gênero da autobiografia inclui manifestações literárias semelhantes entre si, como confissões, memórias e cartas, que revelam sentimentos íntimos e a experiência do autor. Na atualidade, quando vive-se a chamada era biográfica em que o interesse na vida cotidiana das pessoas comuns bem como das famosas cresceu enormememte, muitas pessoas conhecidas do grande público (as ditas celebridades) que desejam atender a essa demanda na forma de autobiografia, mas não tem habilidade literária, utilizam-se de um profissional Ghostwriter (traduzindo literalmente, escritor fantasma) que escreve a biografia em tom autobiográfico de modo que a autoria para a ser alegadamente da pessoa biografada. No entanto, autores consagrados escreveram suas biografias e deram consistência a esse ramo de atividade literária e, mais recentemente, acadêmica. Exemplos notáveis de autobiografias incluem: The Words de Jean Paul Sartre, os quatro volumes da autobiografia de Simone de Beauvoir, dentre outros.   

Para maiores informações sobre o gênero: http://pt.wikipedia.org/wiki/Biografia        

Coleção Literatura para todos   

Apresentação   

A realização do Concurso Literatura para Todos é uma das estratégias da Política de Leitura do Ministério da Educação, que procura democratizar o acesso à leitura, constituir um acervo bibliográfico literário específico para jovens, adultos e idosos recém alfabetizados e criar uma comunidade de leitores. Esse novo público é chamado de neoleitores. O MEC publica e distribui as obras vencedoras às entidades parceiras do Programa Brasil Alfabetizado, às escolas públicas que oferecem a modalidade EJA, às universidades da Rede de Formação de Alfabetização de Jovens e Adultos, aos núcleos de EJA das instituições de ensino superior e às unidades prisionais. Em 2009, em sua terceira edição, os candidatos concorrem nas categorias prosa (conto, novela ou crônica), poesia, texto de tradição oral (em prosa ou em verso), perfil biográfico e dramaturgia. Serão selecionadas duas obras das categorias: prosa, poesia e textos da tradição oral e apenas uma obra das categorias: perfil biográfico e dramaturgia. Também será selecionada uma obra de qualquer uma das modalidades do concurso de autor natural dos países africanos de língua oficial portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Os vencedores recebem prêmios no valor de R$ 10 mil. Em 2008, 729 foram inscritas. Desse total, 129 obras foram desclassificadas por não atenderem às exigências do edital. Concorreram ao prêmio 608 obras inscritas , sendo 301 textos em prosa (contos, novelas, crônicas), 14 biografias, 30 textos de tradição oral, 246 poesias e 17 obras de países africanos. A inscrição para o concurso este ano será feita por meio do encaminhamento das obras literárias para : 3° Concurso Literatura para Todos, Ministério da Educação, Esplanada dos Ministérios , Bloco L , Sala 715 ,CEP 70047–900, Brasília /DF. O prazo vai até dia 25 de agosto de 2009. Os concorrentes naturais e residentes em países africanos de língua oficial portuguesa devem fazer a inscrição mediante o envio das obras literárias para as embaixadas do Brasil nos respectivos países.  

http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12313&Itemid=628    

Avaliação

A avaliação é processual e contínua, devendo ser realizada oral e coletivamente, enfocando a dinâmica do grupo, identificando avanços e dificuldades. O desempenho dos alunos durante a aula, a realização das tarefas propostas, as observações e intervenções do professor, a auto-avaliação do professor e do aluno serão elementos essenciais para verificar se as competências previstas para a aula foram ou não desenvolvidas pelos alunos. A Coleção Literatura para todos é uma interessante iniciativa do governo federal em promover a democratização da leitura. As obras foram compostas pensando no público da EJA e assim, o trabalho com os diferentes gêneros que compõe essa obra é fundamental para a formação leitora de jovens e adultos. Nesta aula o professor, é importante que  professor estimule o prazer pela leitura e avalie se os alunos conseguiram compreender as características do gêneros biografia e autobiografia. Essa avaliação poderá ocorrer efetivamente, durante as produções dos alunos.  

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